A Detetive por Isis SM
Capitulo 28
Capitulo 28
Encontros, lágrimas e ódio
Lisa
Nos últimos dias desde o meu retorno o Departamento estava em completa calma, algumas ocorrências, mas nada em grande escala nada que nos fizesse arrancar os cabelos, Rubí aproveitou o tempo livre para tirar o final de semana de folga e eu fiquei superfeliz por ela ter confiado em mim para tomar conta de tudo. Para passar o tempo resolvi arrumar os arquivos do meu computador por ordem de datas e importância e estava fazendo um bom trabalho até ser surpreendida por Roberto e Luna que me convenceram a ir comer no restaurante italiano que havia próximo do DP, logo aceitei afinal a comida de lá era ótima e seria uma boa desculpa para sair do escritório, Luna e eu não nos víamos há algum tempo desde a volta de seu noivo, apesar de nos falarmos com a mesma frequência por mensagens não era a mesma coisa.
_ Nossa o cheiro desse lugar já abre o apetite, acho que vou comer quilos de massa. - Disse Roberto se sentando.
_Então fique à vontade para chamar o garçom. - Falei rindo e me sentando ao seu lado sendo seguida por Luna.
_ Seria ótimo se não estivéssemos trabalhando porque massa pede um bom vinho. - Disse Luna olhando o encarte de vinhos.
_Gente não olha agora, mas eu acho que me apaixonei pelo garçom, olha que pedaço de mau caminho! - Falou Roberto aos sussurros nos fazendo virar imediatamente para direção do tal garçom. _ Eu falo para não olhar agora e as duas parecem àquela menina do exorcista quase quebrando o pescoço, super sutis. - Continuou revirando os olhos e nos fazendo rir.
_Bom seu galã entendeu o recado e está vindo, então jogue seu charme Beto. - Falei rindo e disfarçando com o cardápio quando o homem chegou à mesa.
_ * Buon pomeriggio a tutti, sapete cosa ordinerete? - Disse o homem elegante ao se aproximar da mesa
*Boa tarde a todos, já sabem o que irão pedir?
_ * Sì, grazie, vorrei delle tagliatelle con besciamella e pollo e una spremuta d'arancia non zuccherata. _ Disse Roberto em um italiano quase perfeito e não escondemos nosso espanto.
*Sim, por favor, eu gostaria de um tagliatelle com molho branco e frango e um suco de laranja sem açúcar.
_*Parli molto bene la lingua, dove l'hai imparata? -Disse o rapaz olhando com certa intensidade para Roberto.
_ *Você fala muito bem o idioma, onde aprendeu?
_* Ho trascorso del tempo in un corso intensivo in Italia, ma precisamente a Milano.
*_Passei um tempo em um curso intensivo na Italia, mas precisamente em Milão.
Respondeu Roberto meio tímido, coisa que não vemos todos os dias, o rapaz sorriu revelando dentes extremamente brancos e continuou o assunto em seu idioma nos deixando sem entender nada, italiano nunca havia sido meu forte e pelo que percebi nem de Luna que fazia uma cara de interrogação clara.
_*Bella città, vengo dal sud Italia, l'isola di Capri lo sa? - Continou o garçom sorrindo sedutoramente.
_*Linda cidade, sou do sul da Itália, Ilha de Capri conhece?
_Non, è ancora bella?- Respondeu Roberto limpando a garganta para deixa a voz clara.
_*Ainda não, é bonita?
_*Sono sospettoso da dire, ma è bellissimo! Mi chiamo Matheo Accioli, piacere di conoscerti. -Disse estendendo à mão e sorrindo
_*Sou suspeito em dizer, mas sim é linda! Me chamo Matheo Accioli prazer em conhecê-lo.
_Roberto Gonzáles, essas são Lisa e Luna trabalham comigo e o prazer é meu.
Matheo nos mostrou o cardápio de massas e molhos e se apresentou como o dono do restaurante o que deixou a todos surpresos pela simplicidade e gentileza, Roberto não conseguia tirar seus olhos dele e Matheo não pareceu se importar e se meu gaydar não falha posso até acreditar que o interesse foi mútuo. Comemos em uma conversa agradável e claramente pegamos muito em seu pé por ter ficado vermelho como tomate todas as vezes que Matheo aparecia para atender alguma mesa próxima de nós. Apesar de toda a brincadeira pude perceber que Luna estava com um ar triste, ela não mencionou nada e eu não quis pressioná-la agora, mas iria perguntar mais cedo ou mais tarde.
Quase perto de sair do trabalho mandei uma mensagem para ela perguntando se queria carona e ela recusou, disse que seu noivo iria buscá-la e que eu não me preocupasse, como se isso fosse possível, estávamos muito próximas para que eu não me preocupasse, mas resolvi respeitar. Quase duas semanas haviam se passado e nós duas quase não nos falamos, ela estava distante e vaga sobre tudo que costumávamos falar e no seu setor eu nunca a encontrava e parei de insistir.
_O que está havendo Lisa? Está calada por quase 20 minutos inteiros. - Disse Rubí rindo enquanto reorganizava os arquivos mortos na parede.
_Eu só estou pensativa e eu pensei que meu falatório te irritasse? - Falei guardando outro arquivo em uma caixa e lacrando.
_E incomoda, mas pelo menos sei que está tudo bem, você quieta é tão raro que posso apostar que tem algo lhe incomodando, me diz o que está havendo? - Falou olhando um outro arquivo sem me encarar.
_Não é nada, Luna não me responde há um tempo e não quer conversar e estou preocupada só isso. - Falei pegando outra caixa para organizar.
_Às vezes está com algum problema difícil no trabalho, vocês são amigas ela vai te procurar em algum momento fica tranquila. - Falou dando de ombro e guardando a caixa que lacrei.
_É pode ser... Pelo visto eu terminei e você? - Desconversei antes que começasse a falar mais de Luna do que gostaria.
_Eu também, ainda acho que não é o nosso trabalho organizar arquivos, mas ordens são ordens, escuta vamos dar um festinha para Arthur no domingo, apesar do aniversário dele ser na sexta eu e Carol não conseguimos folga então faremos no domingo, por que não vem comigo e me ajuda com algumas coisas?
_Sério? Eu adoraria, tipo tem alguma temática ou será algo simples?
_Como se Carolina fosse deixar que fosse simples. - Disse rindo antes de pegar a jaqueta e se antecipar para a saída.
Passamos a tarde toda e início de noite encomendando docinho e comprando enfeites, fomos há uma loja de brinquedos atrás de presentes, fiz uma nota mental para comprar o presente de Rubí que apesar de não ter comentado eu já sabia que faria aniversário em breve também, não pensei em Luna e em nada que há envolvia, Rubí e eu estávamos bem mais próximas e já podia me considerar sua amiga e nada me faria mais feliz que isso, porém à noite meus pensamentos voltaram a Luna, tomei um banho demorado e enquanto secava meus cabelos olhei meu celular pela milésima vez e meu coração quase parou quando surgiu uma mensagem dela.
_Oi!
_Olá, tudo bem? – Achei estranho a mensagem seca, mas apenas continuei a conversa.
_Acho que não, tem como vir aqui? – Nesse momento meu coração gelou, eu sabia que tinha algo errado.
_ Sim, claro, o que houve?
_Falo quando você chegar...
Me troquei o mais rápido que pude, apenas me perfumei e sai em disparada para garagem onde estava minha moto e segui para o prédio de Luna, 15 minutos depois eu estava tocando sua campainha. Luna vestia calças de flanela listradas e uma camiseta branca, seu rosto tinha sinais de choro e seu cabelo não estava em seus melhores dias, assim que entrei ela me encarou profundamente e desatou em um choro dolorido a única coisa que consegui fazer foi abraçá-la até que se acalmasse, a conduzi para o sofá e fui a cozinha pegar um copo de água.
_ O que houve com você Luna, porque sumiu? Faz quase duas semanas que não te vejo e você mal me responde. - Falei me sentando ao seu lado, ela não me encarava e percebi que tremia um pouco.
_Eu... Eu não tinha coragem de te ver. - Falou em um sussurro.
_O que houve? Eu fiz algo? - Falei um pouco nervosa e tentando lembrar de algo que eu tenha feito, mas nada me vinha a memória.
_Não, você sempre foi uma boa amiga... É que... Eu estava... Com vergonha e...
Luna mal começou a falar e novas lágrimas surgiram mesmo com todo esforço que ela havia feito para impedi-las, me aproximei e tirei o copo de suas mãos e as segurei entre as minhas, estavam frias e trêmulas havia acontecido algo sério e eu precisava acalmá-la ates de qualquer coisa.
_Você pode falar comigo, por que estava envergonhada? - Falei o mais doce que podia.
_Ele me bateu... Eu nunca imaginei que Eduardo Faria lago assim...
Disse ela entre soluços e começou a chorar novamente, meu corpo todo ficou tenso e meu ímpeto era em ir atrás do desgraçado e acabar com a sua vida, mas eu iria cuidar disso depois, no momento eu precisava ajudá-la e então a incentivei a me contar. Depois de mais calma ela me disse que após o retorno de seu noivo ela percebeu que ele estava inquieto e mais grosso que o normal, toda vez que ela tocava no assunto de casamento era o suficiente para ele explodir, seu intuito era tentar conversar sobre eles adiarem e que eles precisavam falar sobre o relacionamento deles, mas ele não a deixava nem começar o assunto e interrompia dizendo que tinha muito o que fazer e não tinha tempo de brincar de casinha ou simplesmente a deixava falando sozinha. Em uma noite enquanto ele tomava banho ela mexeu em suas coisas procurando a chave do carro e achou a foto de uma mulher, quando o questionou eles tiveram uma briga feia e séria onde ele perdeu o controle e agrediu com tapas que deixaram marcas horríveis. Quando a olhei com mais atenção eu ainda podia ver alguns hematomas que só aumentaram o meu ódio, mas o contive para poder descarregá-lo na pessoa certa.
_Ele foi tão horrível... Eu pensei que me amava sabe... Me privei de tanta coisa para no final ainda sair ferida literalmente, não tive coragem de sair de casa por dois dias e só fui ao trabalho com muita maquiagem e por um período curto...Eu me sinto péssima... - Falou se levantando e secando as lágrimas.
_Você não poderia ter passado por isso sozinha, eu estava preocupada demais agora sei que não foi por nada. - Falei me levantando e indo até ela próxima a janela.
_Desculpa eu só... Só não estava pronta para falar em voz alta sabe. - Disse me encarando com olhos tristes.
_Eu sei, mas estou aqui agora e vou cuidar de você ok?
Ela sorriu tristemente e me deixou abraçá-la, a forcei a tomar um banho de banheira quente enquanto fazia algo para ela comer, depois de alimentada Luna parecia exausta de todas as formas possíveis a ajudei a se cobrir e fiquei falando coisas aleatórias apenas para distraí-la e fazê-la dormir, assim que tive certeza que ela havia pegado no sono fui até a varanda e fiz uma ligação para alguns amigos pessoais que ficaram mais que felizes em descarregar minha raiva, eu nunca pensei que sentiria tanto ódio de alguém a ponto de recorrer à agressão física e de ter que contratar pessoas para o serviço, isso ia contra tudo pelo qual eu lutava e tinha me formado para fazer, mas pessoas como ele nunca seriam submetidos à lei comum então como diz meu pai, se você quer algo bem feito faça você mesmo à única exigência era mantê-lo vivo e com um recado para nunca mais cruzar o caminho de Luna e que se ele fosse dar parte ganharia uma surra ainda pior. Dormi no sofá e só fui embora com a certeza que ela estava bem, no noticiário da manhã havia uma reportagem que falava sobre um jovem empresário espancado em tentativa de assalto, porém ninguém havia sido preso, pois o mesmo não conseguiu identificá-los, sorri com a sensação de justiça quase feita, já que Luna não quis denunciá-lo e eu não poderia forçá-la, segui para o começo de minha rotina um pouco mais leve e feliz por ter dado ao crápula o que merecia e mesmo que eu não quisesse admitir, feliz por Luna estar livre de alguém tão tóxico, ela merecia mais e eu iria mostrá-la isso.
Fim do capítulo
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Mara Oliveira
Em: 25/04/2024
Isso Lisa ele mereceu espero q desapareça de vez e deixe Luna em paz e agora oq será q Luna vai pensar ao descobrir q foi Lisa.???
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