A Detetive por Isis SM
Capitulo 27
Capítulo 27
Rubí
Estacionei na frente ao prédio que agora já me era familiar e esperei encostada ao carro, o calor que fazia era suficiente para me sentir fritando no pouco tempo que estava ali, mas para o passeio que íamos fazer era até bom que estivesse quente, Arthur veio correndo ao meu encontro com sua mochilinha nas costas e seu ursinho nos braços, seu cabelo estava grande ao ponto de cobrir seus olhos e fiz uma nota mental para cortá-los ao longo da semana mesmo que eu achasse fofo ele poderia se machucar, me abaixei para pegar o pequeno furacão que chegava e o apertei contra mim o fazendo rir de meus beijos estalados, Carolina vinha sorrindo logo atrás trazendo algumas coisas que iríamos precisar para o nosso fim de semana, graças à volta de Lisa eu poderia tirar um fim de semana para descansar, ela ficou mais do que feliz por me cobrir nesses três dias que tirei de compensa mais do que merecidos após o último caso que solucionei sem sua ajuda. Passei um bom tempo entrando em becos sem saída a cada investigação que fazia e nada parecia me levar ao culpado do duplo homicídio ocorrido no distrito de Central Tower e a imprensa já atacava com suas notícias sensacionalistas o que só dificultava as investigações. Com o retorno de Lisa ao seu posto tive a ajuda necessária para buscar de outras formas e tive que concordar que duas cabeças pensam melhor que uma, quando o corpo de um homem foi encontrado em uma fábrica desativada aos arredores do bairro onde o duplo assassinato aconteceu tudo se desenrolou rapidamente, o homem encontrado era marido da mulher encontrada na casa e a criança era filho do casal, em seu organismo havia grandes quantidades de cocaína, mas não era o motivo da morte, o homem havia sido executado da mesma forma que sua família e como a legista informou depois de sua avaliação ele teria sido torturado e morreu devido ao graves ferimentos internos e externos. Como os assassinatos tinham um padrão já visto em outros casos foi fácil emitir um alerta de um fugitivo e traficante de drogas que logo foi encontrado e preso, como ele também era procurado pelos detetives da narcóticos o caso foi encerrado, por fim o meu chefe foi obrigado a me dar as compensas de horas que eu já havia pedido a pelo menos seis meses e aqui estou ajudando a colocar o restante das coisas no carro, Dália preferiu não vir alegando que não queria atrapalhar e iria ir visitar nossa mãe, apesar de já fazer um tempo desde nosso último e desastroso encontro eu e minha mãe não havíamos mais nos falado e acredito que seja melhor assim.
_Então podemos ir ou falta alguma coisa? – Falei colocando a última mochila no bagageiro do carro.
_Acho que é só isso, qualquer coisa compramos pelo caminho, esse carro é novo? – Disse Carolina arrumando o cabelo em um rabo de cavalo.
"Bom se faltar mais alguma coisa é melhor nos mudar de uma vez" – Pensei olhando a quantidade de bolsas e sacolas que Carolina havia trazido.
_Não... É que eu quase não o uso já que estou sempre com o do departamento, como não pretendo trabalhar esse final de semana achei que seria mais confortável, gostou? - Falei a envolvendo pela cintura.
_É lindo como a dona... – Falou antes de me beijar lentamente.
_Vamos logo eu quero fazer castelos Momi! –Disse um Arthur empolgado da janela.
_Ok, vamos então, mas primeiro o senhor vai na cadeirinha. – Disse ao menino que sorriu feliz.
A viagem até a casa de praia que aluguei pelo final de semana demorou três horas, chegamos por volta das 10 horas da manhã e o sol já estava no seu auge, deixamos as coisas na sala e fomos ver a casa, como era fora de temporada de férias o aluguel saiu bem mais barato que o normal, a casa era bem arejada com janelas grandes que deixavam ver a vista da praia logo à frente, tinha dois quartos e eu já havia vindo na noite anterior e abastecido a geladeira com tudo que poderíamos precisar e até o que provavelmente não iríamos, Carolina pensava que ficaríamos em uma pousada ou algo do tipo já que mantive segredo durante toda a semana, mas valeu a pena ver o quanto ela havia gostado, apesar de nunca reclamar eu sabia o quanto a rotina dela estava sobrecarregada com a faculdade e o trabalho e ainda ter o filho para se preocupar, Mônica parecia ter sumido do mapa e as duas semanas viraram um mês e não podíamos tomar nenhuma atitude até a papelada do processo de guarda estar pronto e preferimos não alertá-la sobre nada e assim poder continuar com tudo sem interrupções.
_Rubí isso é tudo tão... Incrível... Na verdade você é incrível. Disse ela olhando a praia da varanda que havia na sala.
_Então você gostou, fico feliz. – Disse a virando de frente para mim.
_Eu amei e Arthur também. –Falou olhando o menino que já abria sua mochila para tirar os brinquedos.
_Vamos Rubí, vamos fazer castelos! – Falou vindo em minha direção.
_Antes vamos trocar de roupa e passar muito protetor rapazinho. – Disse Carolina ignorando os protestos do menino e o levando para dentro.
Passamos o dia na praia, fiz uma piscina na areia para que Arthur pudesse brincar e montamos vários castelinhos para que ele pudesse se distrair enquanto sua mãe nadava e eu depois de uns mergulhos pudesse finalmente começar a ler A garota Corvo dos autores suecos de codinome Erick Axl Sund, a leitura era super fascinante e eu já me via mergulhada na leitura até que ouvi Arthur chamar a mãe para brincar e quando levantei meus olhos a vi saindo do mar, seu maiô azul colado ao corpo e seu olhar fixo em mim, engoli em seco e tinha certeza que minha boca estava aberta, ela se aproximava sorrindo provavelmente da minha cara de idiota ao olhá-la, passou pelo filho bagunçando seu cabelo se virou para continuar a vir para o meu lado, disfarcei bebendo de minha água de coco mas sem tirar os olhos dela, algo em mim se inquietava quando a observava por muito tempo e nessas horas eu gostaria de saber se ela se sentia da mesma forma.
_Gosta do que vê? – Disse ela perto do meu ouvido.
_Claro o maiô super realça seu olhos. – Falei cinicamente a fazendo rir e para disfarçar os meus pensamentos nada descentes a respeito do que ela vestia.
Almoçamos na varanda depois de tomarmos um banho demorado e passamos o dia passeando na praia depois que sol já havia abrandado, à noite fizemos uma fogueira e assamos marshmallows para o jantar sobre protesto de Carolina que queria nos fazer comer salada e outras coisas saudáveis, mas depois de implorarmos ela aceitou com a condição de ser apenas naquele dia, Arthur nos surpreendeu com assuntos que eu não sabia que crianças de quase quatro anos poderiam fazer, e percebi que ele já começava a falar meu nome e outras palavras corretamente o que me deixou toda boba.
_Momi, porque eu tenho que ficar com a tia Mônica todo dia? – Falou enquanto esperava seu biscoito com marshmallow.
_Ah querido, eu e ela namoramos por muito tempo e decidimos ter você então ela também é sua mãe. – Disse Carolina meio sem jeito.
_Você e a Rubí também já namolam por muito tempo então ela também é minha mamãe? – Falou ele de boca cheia.
Nós ficamos um pouco sem reação até que ele continuou depois de engolir o que mastigava.
_Eu não gosto da tia Mônica, ela grita o tempo todo comigo...-Disse sério e pensativo. _ Rubí você pode ser minha nova mamãe? Aí eu posso ficar com vocês pra sempre. –Disse ele vindo sentar no meu colo.
_Você gostaria que eu fosse sua nova mãe grande herói? – Falei emocionada com ele no colo, ele apenas balançou a cabeça positivamente e sorriu com boca cheia e suja de biscoito com marshmallow.
_Então vamos combinar o seguinte, você irá ser um bom menino e ficar alguns dias na casa da Mônica enquanto eu e sua mãe Carolina vemos um novo lugar para vocês morarem e aí eu vou te ver sempre que eu puder tudo bem?
_Eu posso ter uma casa na árvore? – Falou de boca cheia.
_Quem sabe um dia quando você for maior, isso se continuar sendo um bom menino. -Disse piscando para o garotinho nos meus braços.
O menino concordou e enquanto começava a tagarelar do seu jeito infantil sobre o que queria ter eu e Carolina só nos entreolhamos com o mesmo sentimento de ansiedade sobre o processo, naquela noite conversamos sobre o que poderíamos fazer para afastar de vez a Mônica da vida de Arthur depois que conseguíssemos a guarda, para minha surpresa Carolina gostou da ideia de ir morar em uma casa com quintal para pôr a casa na árvore que Arthur tanto queria claro que o plano demoraria um pouco, mas ficou pré determinado para um futuro quem sabe próximo, dormimos cedo devido ao cansaço do dia e com grandes planos para os próximos dias.
No sábado passamos o dia na praia, mas a tarde fomos a feira que havia no centro, almoçamos na cidade e tomamos sorvete nas barracas do píer, uma senhora elogiou a educação de Arthur dizendo que nosso filho era um amor de menino e eu não consegui desmenti-la, a cada dia que passava eu realmente me sentia mais parte da vida deles, Carolina apenas agradeceu e envolveu meu braço no dela como se para confirmar o que as senhoras disseram. Chegamos em casa e depois de por Arthur na cama exausto, nos aconchegamos na sala para ver um filme e tomar uma taça de vinho a noite estava um pouco fria o que tornava o clima mais íntimo e cedendo ao momento nos amamos com delicadeza e toques sutis, sem pressa como se quiséssemos conhecer partes novas de nossos corpos, Carolina se dedicava a traçar beijos por minha pele e onde seus lábios me tocavam eu sentia a pele incendiar e arrepiar, seus beijos e toques eram um vício e eu só queria mergulhar em seus lábios e esquecer do mundo lá fora e por todas as horas que nos amamos eu não lembrei de nada que não fosse ela.
O fim de semana durou o suficiente para se tornar inesquecível e voltar para casa no domingo à noite foi quase dolorido, mas a vida real nos esperava e tudo que vinha com a realidade, porém passar esses dias com os dois fez eu me sentir viva e acreditar que não há só morte e coisas tenebrosas no mundo, descobri que o que eu sempre procurei estava com eles o tempo todo. Olhei de soslaio para Carolina que sorria olhando a paisagem, Arthur pintava um livrinho em sua cadeirinha com seu ursinho em seu colo e ao som de Perfect – Ed Sheran fomos tomando velocidade pelas estradas vazias de volta a cidade, era certo que eu a amava e precisava achar um momento certo para dizer sem que me sentisse tola, mas era inegável que eu os amava.
Fim do capítulo
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Mara Oliveira
Em: 25/04/2024
Um FDS na praia não tem nada melhor para desestressar...Artur é um fofo!!
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