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Nórdicos por Natalia S Silva

Ver comentários: 4

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Palavras: 5032
Acessos: 1346   |  Postado em: 01/04/2024

Capitulo 26

 

Gunnar

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A chuva caía impiedosamente naquele início de noite, a escadaria do porão levava até a área externa do casarão no jardim, lugar que eu nunca havia reparado muito bem no tempo que vivi na colônia. 

Andei próxima da parede me protegendo da chuva, com muita cautela fui me aproximando da porta que dava acesso ao casarão, porém antes de adentrar, avistei a caixa que alimentava a energia da casa.

 

Rapidamente me aproximei, finalmente sentindo a água fria caindo contra o meu corpo. Abri a caixa e arranquei com as mãos o máximo de fios que consegui, evitando entrar em contato com as fagulhas para não sofrer uma descarga elétrica.

 

Imediatamente as luzes do casarão se apagaram e eu corri na direção da porta, me apressando para não ser pega de surpresa quando alguém viesse verificar o que tinha acontecido.

Guardei a pistola na cintura, pois se a usasse atrairia a atenção de toda a colônia e não só dos moradores do casarão. Com a espada em punho, aguardei oculta na escuridão, a aproximação de quem quer que fosse, pois ouvia vozes abafadas e passos se aproximando, vindos do interior da casa.

 

Ao cruzar o batente da porta, apesar da escuridão e da chuva, reconheci os dois homens que carregavam tochas e se direcionaram a caixa de energia. Tratava-se de dois soldados que ajudaram na minha captura quando estava a pouco de embarcar rumo às ilhas das Bahamas.

 

Silenciosa e rapidamente me aproximei pelas costas, deslizando a lâmina da espada no pescoço do guerreiro que estava atrás, e quando o seu corpo caiu no chão atraindo a atenção do outro, eu já estava a poucos centímetros de distância e enterrei a espada no seu peito, sem dar tempo para que esboçasse qualquer reação. 

 

Imediatamente apaguei as tochas caídas no chão e em seguida adentrei no casarão, esgueirando-me pelos cantos, com muita cautela. 

 

Ouvi alguns ruídos e quanto mais me aproximava reparei no diálogo que vinha da grande sala na entrada da frente da casa.

 

Aos poucos consegui identificar as vozes e se tratava da minha irmã Helga e minha mãe, Hulda.

 

 

 – De jævlene lærte av hvordan de skulle jobbe! Faren din har rett i å straffe dem, de vil ikke lenger holde denne øya stående! Jeg vedder på at dette energibruddet er et annet eksempel på deres inkompetanse! “(Aqueles bastardos desaprenderam a trabalhar! Seu pai tem razão de castigá-los, eles não querem mais manter essa ilha em pé! Aposto que é mais uma incompetência deles essa queda de energia!)”

 

 

 – Kanskje det er regnet sin feil! Jeg hørte det forårsaker ustabilitet! For ikke å snakke om at ledningene går tilbake til før krigen hvis du er i tvil! “(Talvez seja culpa da chuva! Ouvi falar que causa instabilidade! Sem falar que a fiação é do tempo antes da guerra se duvidar!)”

 

 

 – Jeg er allerede vant til disse fordelene. Faren din må finne en måte å beholde dette her! “(Eu já estou acostumada com essas mordomias. Seu pai vai ter que dar um jeito de manter isso aqui!)”

 

 

 – Jeg vet ikke før når! Han drepte de fleste mennene som visste hvordan de skulle jobbe med disse tingene! “(Não sei até quando! Ele matou a maioria dos homens que sabiam trabalhar com essas coisas!)”

 

 

 – Men han fikk krigerne våre til å lære før det! “(Mas ele fez com que os nossos guerreiros aprendessem antes disso!)”

 

 

 – Du vet at det ikke er sånn, mamma! Hvis de hadde lært, ville de allerede ha fikset det som var årsaken denne høsten. “(Sabe que não é bem assim mãe! Se tivessem aprendido já tinham consertado o que quer que tenha causado essa queda.)”

 

 

Mantive-me por alguns segundos no meio do corredor, observando as duas mulheres sentadas na grande sala do casarão, iluminadas apenas pela claridade vinda da lareira que mantinha o fogo aceso.

 

Nesse instante uma porta se abriu a poucos metros e de dentro do cômodo saiu uma das empregadas do falecido Lord Harald, segurando uma lamparina nas mãos. Dei dois passos para o lado, ocultando-me para que minha mãe e irmã não me vissem, já que a claridade da lamparina me iluminou.

A empregada esbugalhou os olhos e congelou por alguns segundos, obrigando-me a me aproximar rapidamente, porém, evitei meu instinto e não tive coragem de matar a pobre mulher, pois aparentemente ela não estava ali por vontade própria.

 

Encobri sua boca com uma de minhas mãos, empurrando-a para dentro do cômodo, encostando-a de costas na parede.

 

 

 – Onde está o meu pai?

 

 

Minha voz saiu baixa, praticamente sussurrada no ouvido da mulher.

 

 

 – Eu não sei!

 

 

 – Não está na casa?

 

 

 – Não senhora! Mas um dos guerreiros foi buscá-lo por causa da queda de energia!

 

 

Isso significava que em pouco tempo ele estaria ali e provavelmente com mais homens em sua defesa.

 

 

 – E a criança?

 

 

 – O… o filho do Lord?

 

 

 – O bebê! Do meu pai com a prisioneira?

 

 

 – Está no quarto! Estava indo alimentá-lo!

 

 

A mulher exibiu um objeto contendo leite, que estava em sua mão.

Soltei a mulher tentando pensar rapidamente no que faria, não tinha pensado a respeito da criança, mas não podia e não conseguiria libertar Astrid e deixar o bebê. Ela não aceitaria e eu não imaginava o seu futuro sem pai e mãe abandonado entre estranhos.

 

Apanhei o objeto de suas mãos e me direcionei até a porta, observando o corredor mais uma vez, antes de voltar minha atenção para a mulher novamente.

 

 

 – Mantenha a boca fechada! 

 

 

 – Eu não quero morrer senhora!

 

 

 – Então você não me viu aqui!

 

 

 – Não senhora!

 

 

A mulher baixou o rosto, completamente apavorada.

 

 

 – Qual quarto ele está?

 

 

 – No antigo quarto da pequena Anne!

 

 

 – Certo! Vá até a sala distraí-las, para que eu possa subir!

 

 

Rapidamente a mulher concordou com um gesto e seguiu para fora do cômodo, sendo seguida de perto por mim. Observei-a enquanto se aproximava atraindo os olhares das duas mulheres.

 

 

 – Com licença! Gostaria de saber se precisam de alguma coisa? Um chá? Ou um lanche…

 

 

Adentrei no cômodo rapidamente e evitando fazer movimentos bruscos, me dirigi para o andar de cima saltando os degraus da escada, até chegar ao corredor do andar superior e não mais ouvir as vozes das mulheres lá embaixo.

Apressei os meus passos me dirigindo imediatamente para o quarto que era de Anne, irmã caçula de Stephenie, entrando no cômodo devagar e com cautela, não tinha certeza se podia confiar nas palavras da empregada.

 

 

O quarto estava na penumbra, porém, assim que adentrei pude ouvir os ruídos baixinhos emitidos pelo bebê, que resmungava dentro de um cesto sobre a cama.

Me aproximei devagar e abri as cortinas das janelas, permitindo que a claridade noturna entrasse no cômodo e iluminasse parcialmente a criança.

 

O bebê estava enrolado em um cobertor e se mexia constantemente, assim que percebeu minha presença, se debateu com mais intensidade. Podia dizer que aparentemente era uma criança saudável, por estar apenas nos seus primeiros dias de vida, era grande o bastante e aparentava estar bem alimentado.

Me sentei ao lado do cesto sobre a cama e encarei o objeto nas minhas mãos, parecia uma garrafa, nunca tinha visto nada igual, tinha um bico macio e se virasse para baixo não derramava o líquido de dentro, que estava morno por sinal.

Aproximei o objeto da boca da criança que rapidamente começou a sugar a parte macia, se alimentando com vontade.

Me perdi observando os detalhes da criança, era um bebê de pele clara porém não tão clara quando a de nós nórdicos, tinha os cabelos escuros assim como os da mãe e o restante da sua família e os olhos eram azuis assim como os do nosso pai.

 

Comprimi o maxilar irritada, como um ato tão sujo e cruel podia ter gerado algo tão, perfeito?

 

Eu estava ficando mole, Stephanie havia realmente mudado alguma coisa em mim, porque em qualquer outra ocasião eu não estaria ali, sequer olharia para o rosto daquela criança ou me importaria com o seu futuro, pois não tínhamos laço algum até o momento. No entanto, ali estava eu, encantada com a beleza da criança, que já havia terminado com todo o leite da garrafa e me encarava com aqueles olhos pequeninos e encantadores, como se nos conhecêssemos a uma eternidade.

 

 

A porta do quarto foi aberta num rompante me fazendo saltar rapidamente da cama com a espada em punho, quando a empregada que havia encontrado a pouco, adentrou no quarto com a mesma lamparina em mãos, e ao me avistar, fechou a porta atrás de si, se aproximando.

 

 

 – O seu pai já está no casarão! Acabou de chegar!

 

 

A hora finalmente havia chegado, eu teria a batalha mais difícil da minha vida naquele instante, talvez eu vencesse ou talvez não, mas eu tinha a obrigação de tentar.

 

 

 – Arrume alguns agasalhos para criança e deixe em uma sacola debaixo da cama! Depois que eu fizer o que preciso! Vou levá-lo embora daqui!

 

 

 – Sim senhora!

 

 

Encarei os olhos do bebê mais uma vez e impulsionada por uma emoção que até então desconhecia, me curvei sobre a cama e depositei um beijo na sua testa, dirigindo-me para a porta logo em seguida.

 

 

 – Boa sorte!

 

 

Não respondi a mulher, não acreditava muito em sorte, apenas na minha capacidade e na vontade dos deuses e dessa vez eu não sabia de que lado da história eles estavam.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desci as escadas devagar, não avistando minha mãe e Helga na sala, então me dirigi pelo corredor indo na direção da claridade que vinha da porta dos fundos, ouvindo o burburinho que vinha de lá.

 

 

 – De er alle døde! Gunnar flyktet! “(Estão todos mortos! Gunnar fugiu!)”

 

 

A voz era de um dos guerreiros do meu pai, que acabava de retornar do porão, já que tinham encontrado dois corpos no jardim e a mais provável que tivesse feito aquilo era eu.

 

 

 – Helvete! For helvete! Hvordan kunne disse idiotene la henne slippe unna? “(Inferno! Porr* do caralh*! Como esses imbecis foram deixá-la escapar?)”

 

 

A voz do meu pai fez meu corpo tremer, ele havia se tornado a coisa que eu mais odiava em toda a minha vida.

 

 

 – Hun er etter deg Agnar! “(Ela está procurando por você Agnar!)”

 

 

 – Tror du jeg ikke kjenner den Hulda? Ser jeg ut som en idiot? Kom deg ut herfra og ta Helga med deg! “(Acha que eu não sei disso Hulda? Tenho cara de imbecil? Suma daqui e leve a Helga com você!)”

 

 

Sem questionar ouvi passos adentrando pelo corredor e me ocultei atrás da porta entreaberta de um dos cômodos.

 

 

 – Gå med dem dere idioter! “(Vão com elas seu idiotas!)”

 

 

Observei por entre a fresta da porta, minha mãe e minha irmã sendo seguidas por Thor, marido de Helga e outro guerreiro qualquer. Desconfiei do fato de não terem mencionado Enok inconsciente no porão e nem mesmo a sua presença lá então pedi aos deuses para que ele não me atrapalhasse novamente.

 

 

 – Bør jeg varsle andre? “(Devo alertar os demais?)”

 

 

 – Hun må fortsatt være her! Forbannelse! Jeg skulle ikke ha hørt på Hulda og tatt henne med hit! “(Ela ainda deve estar aqui! Maldição! Não devia ter dado ouvidos a Hulda e trazido ela pra cá!)”

 

 

 – Og hva skal vi gjøre sir? “(E o que faremos senhor?)”

 

 

 – La oss finne denne forræderen og så dreper jeg henne! Det burde vært gjort for lenge siden. “(Vamos encontrar essa traidora e depois eu vou matá-la! Já devia ter feito há muito tempo.)”

 

 

Ouvi o ruído das espadas sendo desembainhadas e os passos rápidos adentrarem pelo corredor, vi pela fresta da porta, meu pai seguir na frente acompanhado de dois dos seus guerreiros.

 

Eu precisava ser rápida e objetiva, precisava matá-lo e para fazer isso precisava passar primeiro pelos seus guerreiros e depois por ele mesmo. Essa tarefa não seria fácil, principalmente porque eu não estava nem de longe na minha melhor forma física, e meu pai sempre foi um guerreiro exímio.

 

Apanhei a glock da cintura, empunhando-a enquanto saía detrás da porta e me dirigia para o corredor, seguindo sorrateiramente os passos do meu pai e dos seus homens.

 

Os dois disparos que efetuei foram certeiros, derrubando os dois soldados e assustando meu pai que rapidamente se voltou na minha direção, se livrando da tocha que carregava nas mãos enquanto tentava sacar sua arma.

 

Os disparos na sua direção não o atingiram, já que o mesmo se escondeu atrás da parede no final do corredor e logo disparou contra mim, obrigando-me a fazer o mesmo.

 

As balas arrancavam lascas das paredes de madeira, obrigando-me a me abaixar para não ser atingida, os buracos causados pelos disparos me davam a direção exata do meu pai e não pensei antes de agir.

 

Corri pelo corredor, enquanto me livrava da arma que já estava sem munição, e quando finalmente cheguei até a sala do casarão, desviei da mira de Agnar e golpeei a espada na sua direção, desarmando-o momentaneamente.

 

Com um gesto rápido, meu pai deslizou seu braço sobre o móvel no canto da parede, jogando os objetos de decoração na minha direção, ganhando tempo para se afastar e desembainhar suas espadas, uma em cada mão.

Estávamos na penumbra, não podíamos ver os traços um do outro, apenas nossas silhuetas iluminadas pela claridade vinda da lareira, que possibilitava-nos seguir com aquele duelo quase às cegas.

 

Meu pai se afastou do móvel e da escadaria, andando na direção do centro da sala, empurrando o sofá para longe com os pés, ganhando mais espaço para se movimentar e se defender.

 

 

 – Jeg trodde jeg hadde lært å ikke utfordre meg selv! “(Achei que tinha aprendido a não me desafiar!)”

 

 

Eu não queria conversar, discutir ou qualquer outra coisa do tipo, não cairia nas suas provocações, estava ali para matá-lo e não me deixaria ser manipulada. Avancei na sua direção tentando golpeá-lo, mas suas espadas se movimentavam rapidamente, defendendo meus ataques e me contra atacando rápido demais, obrigando-me a defender-me.

 

As faíscas do contato das lâminas clareavam o ambiente, enquanto meu pai andava na minha direção, desferindo inúmeros golpes aos quais defendi com muito esforço, sua força e sua intensidade eram de longe os mais poderosos que havia enfrentado até então.

Tropecei em algum objeto caindo de costas do chão, enquanto uma das lâminas do meu pai foi desviada pela minha e a segunda atingiu o chão ao meu lado, depois de arrancar um filete de sangue do meu braço direito, pois esquivei ainda deitada no solo. Chutei o joelho esquerdo do meu pai, obrigando-o a se afastar devido ao impacto, dando-me alguns meros segundos para levantar. Girei o corpo no chão e me coloquei em pé rapidamente, empurrando com o pé o objeto que havia me derrubado, que nada mais era do que uma pequena mesa, a qual com a impulsão atingiu as pernas de Agnar que avançava mais uma vez na minha direção. 

Dois passos à frente, golpeei com força segurando com as duas mãos o cabo da espada, retirando uma das lâminas das mãos do meu pai, que desequilibrado tentou se defender sem muita convicção e finalmente a disputa estava um pouco mais justa, ambos agora empunhavam uma única espada.

 

 

 – Moren din var gal da hun sa at du kanskje angret på at du forrådte oss! “(Sua mãe estava louca quando disse que você podia se arrepender de ter nos traído!)”

 

 

Sua lâmina cortava de um lado para o outro, enquanto a minha se defendia arduamente, seus golpes eram poderosos e difíceis de bloquear devido à força empregada pelos seus braços, obrigando-me a recuar cada vez mais, até atingir as costas na parede.

Seu golpe foi bloqueado na altura do meu pescoço e seu corpo se projetava para frente, colocando toda sua força contra a lâmina, fazendo com que a minha própria espada tocasse a pele do meu rosto e cortasse lentamente, enquanto me defendia.

 

 

 – Jeg burde ha drept deg da Enok brakte deg tilbake! “(Eu devia ter matado você quando Enok te trouxe de volta!)”

 

 

 – Det burde du virkelig! For nå er det du som skal dø! “(Devia mesmo! Porque agora é você quem vai morrer!)”

 

 

Meu pai estava com o corpo todo projetado sobre o meu, era mais alto e mais forte, mas eu tinha a sua idade um pouco avançada a meu favor, com certeza se o tivesse enfrentado no auge da sua juventude, estaria morta a bastante tempo, mas ele não era mais um garoto, eu iria derrotá-lo, nem que fosse a última coisa que fizesse em vida.

 

Atingi o seu órgão genital com meu joelho, fazendo com que aquela pequena movimentação causasse um corte ainda mais significativo no meu rosto, no entanto, ele se encolheu e se afastou minimamente, dando-me espaço para empurrar sua espada para longe do meu rosto, acertando um chute no seu abdômen logo em seguida.

 

 

Andei pela sala saindo do canto da parede, não podia ficar acuada e dar chances para que pudesse me matar, no entanto, antes que pudéssemos continuar o duelo, a porta da sala se abriu e um grupo de guerreiros adentrou.

 

 

 – Få henne! “(Peguem ela!)”

 

 

 – KOM DEG UT HERFRA! DERE UNYTTIGE MENNESKER! KOM DEG UT HERFRA! “(SAIAM DAQUI! SEUS INÚTEIS! SUMAM DAQUI!)”

 

 

Eu não entendi a reação do meu pai, assim como seus guerreiros que levaram um tempo até assimilar suas palavras e finalmente deixarem o ambiente completamente confusos.

 

 

 – Ingen vil ta fra seg gleden av å drepe deg med mine egne hender! “(Ninguém vai me tirar o prazer de matar você com as minhas próprias mãos!)”

 

 

Meu pai jogou a sua espada no chão, encarando-me ainda que na penumbra, éramos guerreiros e sabíamos bem o que aquilo significava.

Me desfiz da minha própria lâmina e corri na sua direção, apanhando-o pelo tórax, fazendo-o recuar alguns passos com o contato. Soquei seu abdômen inúmeras vezes enquanto tentava derrubá-lo, mas fui golpeada nas costas com o seu cotovelo e depois recebi uma joelhada no rosto, perdendo momentaneamente as forças. Fui arremessada contra a parede, caindo sobre um móvel, derrubando todos os objetos que estavam sobre ele, cortando algumas partes do corpo. 

 

Estava me levantando quando meu pai tentou chutar meu rosto, obrigando-me a me defender por puro reflexo com um dos braços e agarrar sua perna me colocando imediatamente em pé. Empurrei seu corpo para trás enquanto ele tentava livrar-se das minhas mãos, chutei-o na altura do tornozelo, finalmente derrubando-o de costas sobre a pequena mesa.

Projetei meu corpo rapidamente na direção do seu, tive minha cintura agarrada por suas pernas, enquanto desferi golpes com as mãos no seu rosto, incansavelmente enquanto o mesmo se defendia com os braços. 

Senti o sangue quente espirrar nos meus braços enquanto meus dedos doíam cada vez mais com o contato contra o seu rosto. Fraquejei por um momento, estava exausta e fraca devido à má alimentação, foi o suficiente para meus pulsos serem agarrados por suas mãos e seu rosto se projetar contra o meu, atingindo meu nariz que sangrou imediatamente, obrigando-me a me afastar do seu corpo, tentando recobrar os sentidos, que naquele momento estavam atordoados.

 

 

 – Tror du virkelig at du kan slå meg? “(Acha mesmo que pode me vencer?)”

 

 

Sua fala foi acompanhada de um chute na lateral da minha coxa, obrigando-me há recuar um pouco mais, enquanto ele avançava na minha direção desferindo socos, os quais bloqueei com certa dificuldade, até que um atingiu meu rosto com força, derrubando-me uma vez mais.

 

Eu estava de bruços no chão da sala, ao lado da lareira, enquanto meu pai se aproximou e começou a socar minhas costas na altura das costelas e quanto ele me agarrou pelos cabelos levantando meu rosto do chão, estendi a mão na direção do fogo, apanhando um galho que estava parcialmente em chamas e o acertei no rosto.

 

 

 – Helvete! “(Inferno!)”

 

 

As brasas voaram por todos os lados, senti imediatamente o cheiro de pele e cabelos queimados, enquanto ele cambaleando se afastou com as mãos no rosto, qual ao me pôr em pé, constatei que um de seus olhos haviam sido queimados.

Me livrei do galho, não dando importância ao fogo que iniciava nos sofás da sala e tapetes no chão, não dei tempo para que se recuperasse e corri na sua direção, jogando todo o peso do meu corpo no seu peito, atingindo-o com ambos os pés. 

 

Meu pai caiu com força no assoalho e rapidamente tentou se levantar, porém, envolvi seu pescoço num mata leão, me agarrando pelas suas costas, com ambas as pernas ao redor da sua cintura, impedindo de se movimentar enquanto o asfixiava.

 

 

 – Din skammelig! “(Sua… desgraçada!)”

 

 

Sua voz estava rouca e entrecortada, ele se debatia contra o meu corpo e tentava se agarrar aos meus cabelos de forma desesperada, porém, eu estava a um passo de acabar com aquela história de uma vez por todas.

 

 

– Jeg elsket deg pappa! Men du er et monster! Og monstre fortjener ikke kjærlighet eller respekt! “(Eu te amava pai! Mas você é um monstro! E os monstros não merecem amor nem respeito!)”

 

 

Eu estava exausta, meu corpo tremia, seu corpo ainda se debatia, não conseguia segurar por mais tempo, então empurrei seu corpo para longe, ouvindo sua respiração pesada buscando desesperadamente por ar.

 

Engatinhei pelo chão me afastando do meu pai, qual conseguia ver nitidamente devido à claridade causada pelo fogo que se alastrava pela casa de madeira.

 

 

 – Jeg skal drepe deg! Jeg skal drikke... ditt blod Gunnar! “(Eu… vou… matar você! Eu vou beber… o seu sangue Gunnar!)”

 

 

Meu pai tentou se levantar, ainda que estivesse enfraquecido assim como eu, e quando me apoiei no chão para me colocar em pé e me defender do seu ataque iminente, minha mão tocou no cabo de uma espada a qual apanhei imediatamente quando ele correu na minha direção.

 

A lâmina atravessou o seu peito, me permitindo sentir o sangue quente escorrendo pelas minhas mãos e braços, enquanto seu corpo estava empalado na espada e seu rosto a poucos centímetros do meu. 

 

Ninguém sobreviveria aquele ferimento, nem mesmo ele.

 

Me coloquei em pé enquanto seu corpo caia de joelhos à minha frente, ainda agarrada ao cabo da espada e com os olhos fixos nos dele.

 

 

 – Heimdall lever! Herre Haralds døtre lever! Du mistet pappa! Og sønnen din, som er der oppe, vil leve uten å vite at du noen gang har eksistert. “(Heimdall vive! As filhas do Lord Harald vivem! Você perdeu pai! E o seu filho que está lá em cima, vai viver sem nem saber que um dia você existiu.)”

 

 

Seu rosto tremeu, sua boca abriu e fechou inúmeras vezes, enquanto o sangue escorria pelos seus lábios.

 

 

 – E… Enok?

 

 

 – OG! Enok forrådte deg også! Og han vil være Herre over disse folkene, mens du … du vil bli glemt av oss alle! “(É! Enok também traiu você! E ele vai ser o Lord desse povo, enquanto você… você vai ser esquecido por todos nós!)”

 

 

Seu corpo não conseguia mais verbalizar qualquer palavra, porém, conseguia ver todo seu ódio no seu olhar. Encostei um dos meus pés no seu peito, soltando o cabo da espada, e com os olhos ainda fixos nos seus, o empurrei contra o tapete que ardia em chamas.

 

Fiquei ali por alguns minutos vendo seu corpo se contorcer entre as chamas, até que não se movesse mais e tivesse a certeza de que ele estava morto.

 

 

Me afastei sentindo o calor das chamas que naquele momento estavam por toda a parte, avistando na escadaria a empregada que descia as pressas com o bebê enrolado num cobertor, protegendo-o da fumaça e do fogo.

 

 

 – Venha! Vamos sair daqui!

 

 

Me apressei na direção da mulher, guiando-a para o corredor que levava aos fundos do casarão, pois a porta da frente já estava sendo consumida pelo fogo.

 

A chuva ainda caía impiedosamente lá fora, empurrei a empregada para próximo da parede protegendo-a da chuva e corri na direção dos dois corpos no jardim, apanhando suas espadas e bainhas, pois estava desarmada e teria trabalho para atravessar a colônia e chegar aos portões.

Depois, andei apressadamente na direção das escadas que levavam ao porão.

 

 

 – Espere aqui!

 

 

A mulher nada disse, apenas se manteve no mesmo lugar agarrada a pequena criança no seu colo.

 

Desci as escadas às pressas, precisava tirar Astrid e Enok dali o mais rápido possível, logo a casa cederia devido ao fogo e eles morreriam com toda a certeza. 

Ao chegar ao porão me vi diante da escuridão, não dava pra ver praticamente nada, me esforcei para encontrar Enok, mas ele não estava no local onde havia deixado mais cedo. Ignorei esse fato, já suspeitava que não estivesse ali, desde que ouvi a conversa dos guerreiros e meu pai pouco mais cedo, esperava que ele tivesse recobrado a consciência e deixado a casa para não chamar a atenção do nosso pai, então me dirigi para o cômodo onde Astrid estava presa e me deparei com a porta entreaberta.

 

Com cautela, empurrei a porta devagar e adentrei, esforçando meus olhos para enxergar minimamente o que havia no interior, foi quando ouvi um ruído baixo vindo do corpo caído no chão. 

Me aproximei devagar constatando que se tratava de Astrid, que aparentemente estava ferida.

 

 

 – Astrid? O que aconteceu?

 

 

Me ajoelhei ao seu lado tateando seu corpo, constatando o ferimento em sua barriga, pelo qual o sangue escorria.

 

 

 – Forbannelse! Quem fez isso com você? “(Maldição! Quem fez isso com você?)”

 

 

 – Hu… Hul… Hulda!

 

 

Astrid estava partindo e eu sabia bem, não conseguiria cumprir minha promessa de tirá-la dali e nem mesmo poderia proporcionar o reencontro dela com as filhas ou com o bebê. No entanto, eu segurei sua mão enquanto ela balbuciou o nome da minha mãe, deixando claro que era ela a culpada por sua morte.

 

 

 – Tem minha palavra! Vou cuidar das suas filhas e criarei o seu bebê até o dia em que ele se tornará um grande homem!

 

 

Astrid nada disse, apenas apertou suas mãos contra as minhas, enquanto seu corpo se entregava a Hela, a deusa da morte que veio ao seu encontro.

 

 

 – Jeg lover! “(Eu prometo!)”

 

 

Me desprendi das mãos de Astrid e deixei rapidamente o porão, não podia fazer mais nada por ela. Então, me dirigi até onde a empregada estava, agarrada ao bebê e com uma sacola nos ombros.

 

 

 – Procure a sua família! Fique com eles! Enok deve assumir a liderança da colônia, ele não será tão severo quanto nosso pai!

 

 

Apanhei o bebê dos braços da empregada e o mesmo começou a chorar copiosamente. Pendurei no ombro a sacola com os agasalhos da criança e quando me preparava para partir a empregada finalmente se manifestou.

 

 

 – Me deixe ir com você!

 

 

Eu não tinha tempo para ela e nem mesmo me importava.

 

 

 – Não posso cuidar de você! Volte pra sua família!

 

 

Andei pelo jardim sentindo a água fria cair contra o meu corpo, enquanto tentava proteger a criança. 

 

 

 – O seu pai matou o meu marido! Eu estava grávida e a criança nasceu morta. Só tenho meu filho de doze anos agora!

 

 

Ignorei o fato de que a mulher corria atrás de mim debaixo da chuva e me dirigi para a lateral do casarão que ardia em chamas, na intenção de dar a volta e me dirigir para os portões.

 

 

 – Fique com seu filho! Você só iria me atrapalhar!

 

 

 – Desculpe senhora! Mas seja lá para onde vai, você vai precisar alimentar essa criança. Já pensou nisso?

 

 

Interrompi meus passos me voltando na direção da mulher, eu não fazia idéia de como alimentaria o bebê.

 

 

 – Meu bebê nasceu morto e eu tinha muito leite! Foi pra isso que seu pai me colocou pra cuidar dele até que se acostumasse com o leite de vaca.

 

 

 – Onde está o seu outro filho?

 

 

 – Com uma amiga! Posso ir buscá-lo rapidamente! Também consigo alguns suprimentos para a viagem!

 

 

 – Não faça eu me arrepender!

 

 

 – Não vai senhora! Venha por aqui!

 

 

A mulher se dirigiu para o pomar, que ia totalmente contra os meus planos, já que se afastava da frente do casarão e consequentemente dos portões da colônia. No entanto, eu precisava garantir que aquela criança chegasse viva até as ilhas e não conseguiria isso sozinha. 

 

Eu teria que dar uma chance a uma completa desconhecida, estava colocando em suas mãos as nossas vidas e a possível fuga da colônia.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Então meninas, aí está a nossa Gunnar, sempre surpreendendo!

Queria um final melhor para Astrid, mas foi necessário.

Fiquem bem, beijos!


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Comentários para 26 - Capitulo 26:
Sissi
Sissi

Em: 15/07/2024

Emocionante!

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DixonDani
DixonDani

Em: 09/04/2024

Mulher que capítulo foi esse??? Escrita absurda de boa parabéns! Fazia tempoooo que não me envolvia tanto numa estória como a sua! 


Resposta do autor:

Não sabe como é satisfatório ler isso.

Muito obrigada

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lindacy
lindacy

Em: 02/04/2024

Nat de Deus, meu coração só faltou sair pela boca e eu senti muito pela Astrid, nao merecia ter esse fim. Falando sério, sua história, atualmente, estar sendo a melhor da Lettera e sem falar do seu comprometimento de nos brindar sempre com suas atualizaçoes diárias. Obrigada querida e seja sempre bem-vida com suas histórias.


Resposta do autor:

Menina, que felicidade ler o seu comentário.

Não atualizei ontem devido ao meu time que estreou na libertadores kkkkk mas já estou postando.

beijos e obrigada

Responder

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Mmila
Mmila

Em: 02/04/2024

Nossa, quanta emoção e suspense. Confesso que li bem devagar com medo de cada palavra que lia.

O pai de Gunnar mereceu a morte dessa forma. 


Quanto a mãe de Sthefenie, que pena, mas não teria mesmo como contornar essa situação.

Vou te falar viu. Essa família da Gunnar, poucos se salvam.

Agora é esperar o próximo capítulo. Que venha logo.


Resposta do autor:

Olá, pois é, há coisas que são inevitáveis infelizmente.

Obrigada por acompanhar, já já tem novo capítulo.

Beijos

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