Bom dia, leitoras!
Mais um capítulo pra vocês, espero que gostem!
Não deixem de comentar!
Capitulo 12 – O que precisa ser dito
Júlia
Maria?
Em que momento ela passou a gostar de ser chamada assim? Além de ela não gostar – e inclusive me culpar pela escolha do nome sempre que tinha a oportunidade – a gente nunca a chamou desse jeito. Ela era a minha... a nossa Sofia. Sempre foi...
A minha Sofi.
E que merd* foi aquela?
“Essa é uma amiga da minha mãe”?
Porr*, ela precisava mesmo fazer aquilo? Eu era a amiga da sua mãe, e mais nada?
Uma enxurrada de lembranças passa pela minha cabeça, enquanto as observo da janela da cozinha, que a propósito, tem uma ótima vista, em especial para a piscina.
“Uma amiga da minha mãe”.
E as piadas internas que eu tinha só com ela e com mais ninguém? Ou os segredos que eu guardava a sete chaves quando ela me fazia jurar que eu não contaria para a sua mãe? Ou então as nossas noites de filme na piscina e uma infinidade de outros momentos...
Não, eu não era só isso, nós temos coisas que são só nossas, não da Marta, nossas. Bem, pelo menos, tínhamos.
Acho que a Sofia estava mesmo disposta a me ferir e, bem, dessa vez, ela tinha meio que conseguido. A essa altura, o “quase madrinha” teria me magoado bem menos, com toda a certeza.
Volto a minha atenção para a piscina. A Sofia está sentada na borda, com as pernas dentro d’água, enquanto que a Emma está nadando em sua direção. A garota para quando chega onde a Sofia está e as duas se aproximam o suficiente para que seus lábios encostem um no outro.
Uma garotinha loira bem parecida com a Emma – que deduzo que seja a sua irmã – chuta uma bola de futebol na direção das duas, que se afastam minimamente com a interrupção. Elas riem e jogam a bola de volta para o gramado, retomando o beijo assim que a Lili se afasta.
A Emma investe com mais intensidade dessa vez, pegando nos seus cabelos com uma mão enquanto segura a sua cintura, com a outra. A Sofia afasta um pouco mais as pernas, o suficiente para que a garota consiga aninhar melhor o seu corpo ali.
Fecho as mãos em punho e tão forte que minhas unhas acabam ferindo a minha pele. Sinto minhas bochechas arderem de raiva, mas não consigo negar que também sinto o desejo de me imaginar ali, no lugar dela... Como seria a sensação de estar assim, entre suas pernas?
Só que eu não sou a Emma, não mesmo.
A olhando de “perto”, só me faz constatar o que eu já sabia desde que encontrei aquela foto das duas, lá no quarto da Sofia. A Emma é mesmo uma menina linda e tem um corpo de dar inveja, desde o tom de seu bronzeado até os peitos firmes e a bunda durinha.
Não que eu não estivesse bem para trinta e cinco anos, ou que não sentisse bastante orgulho da medida da minha cintura, por exemplo. Não era nenhuma barriga sarada, mas eu sabia que era uma barriga muito “ok” para a minha idade, com as costelas aparecendo dependendo do movimento que faço. E meus peitos também estavam lá em cima e apesar de sempre terem sido de um tamanho abaixo da média, isso me possibilitava não precisar usar sutiã para segurar coisa alguma, o que transformava qualquer look simples em algo bem sexy.
Não que isso venha ao caso agora. Aliás, eu nem deveria estar pensando no assunto. Só que fica um pouco difícil, enquanto que a Emma está basicamente seminua e tão perto assim... dela.
Acho que eu tinha me precipitado sobre ela ser uma boa garota. Que tipo de “boa garota” iria para a casa da sogra vestindo um maiô daqueles? Tipo, super provocativo na parte da frente e atrás então... nem se fala. Eu nem mesmo sabia que um maiô poderia ser assim.
Me sinto mal de repente. Eu estava sendo uma idiota. E machista também. Quero dizer, ela pode vestir o que quiser e aquilo não deveria ser da conta de ninguém, muito menos da minha. Fora que ela só devia estar querendo agradar a namorada, que por sinal, está com o rosto radiante, sorrindo não só com a boca, mas com todo o restante do seu rosto também.
É, ela com certeza parece estar amando tudo aquilo.
Sinto a minha garganta apertar só de pensar que ela costumava a sorrir desse mesmo jeito e o tempo todo antes, só que para mim. Não que eu estivesse com ciúmes ou algo assim. É que a Sofia vivia me fazendo parecer a pessoa mais importante do mundo, pelo menos para ela. E era bom ter alguém para levantar o seu ego dessa maneira. Era disso que eu sentia falta. Ela tinha me deixado mal acostumada. Só isso.
Um sorriso sarcástico escapa dos meus lábios e acabado rindo para o nada.
Merda.
Se tudo isso não é sentir ciúmes...
– Você sabia que a garota tem uma irmã pequena? – Aquela voz faz o meu corpo dar um leve solavanco.
Vejo que a Marta está parada bem atrás de mim e que eu nem havia percebido.
Mas que droga.
Fico desejando que ela não esteja ali há muito tempo, porque com certeza a forma com que eu estava olhando para a sua filha instantes atrás pareceria no mínimo estranho, aos olhos dela.
– O nome dela é Emma. – Agora que eu tinha o conhecimento disso, não achava certo não a chamar pelo nome, ainda mais sabendo que a Marta fazia aquilo de propósito, só para diminuí-la. Diminuir as duas, na verdade. – E não, eu não sabia disso.
– Nós deveríamos ir até lá. Podemos perguntar se estão precisando de alguma coisa e aproveito para conhecer a figura.
Reviro os olhos.
Acho que vou ter que começar a concordar com a Sofia quando ela diz que a Marta não tem mais jeito. E não, aquilo definitivamente não era uma boa ideia. A Sofia já tinha deixado bem claro, ao menos nas entrelinhas, que não me queria por perto.
– Acho que ela só quer ficar sozinha com a namorada. Com certeza não vai querer a mãe e a.... madrinha por perto. – Me forço a dizer aquela palavra.
Eu já a tinha dito várias vezes, para chateá-la, mas nenhuma de nós duas levava muito a sério. Era apenas divertido, uma provocação nossa, já que ambas sabíamos que éramos... muito mais do que isso, eu acho. Bem, pelo menos era assim que costumava a ser.
– Mas e a criança? – A Marta insiste no assunto. – Aposto que a Sofia não deu nada para a menina comer. Você sabe como a Sofia é, oito ou oitenta. Quando não está comendo demais, está comendo de menos.
Se eu sabia? É claro que eu sabia, quem parecia não saber era ela. E a Sofia não era mais assim, graças a mim. Fico tão puta que tenho vontade de jogar isso na cara dela. Mas não o faço.
Também, que péssimo momento para isso, não? Agora que estou ficando aqui de favor enquanto ela parou a sua vida para organizar esse jantar maluco. Meio que contra a minha vontade? Sim, mas eu também não podia negar os seus esforços.
Merda, o jantar...
Eu ainda não contei para a Sofia sobre isso. Simplesmente não consegui. Nunca pareceu uma boa hora. Como chegar nela e despejar essa bomba, sendo que nem chegamos nos nossos cem por cento ainda?
Esse é o meu problema. Nunca parece um bom momento para dizer o que precisa ser dito.
– A Sofia já levou comida para as duas, sim. Mas vai lá, Marta, se você quiser. – Digo, por fim.
Ela é a mãe e é até bom que faça parte disso, mesmo que seja desse jeito atravessado dela. Mas eu tô fora.
– Prefiro ficar aqui. – Digo de uma maneira firme, para que ela perceba que não vai conseguir me convencer, pelo menos não dessa vez.
xxx
Sabe-se lá há quanto tempo estou aqui nesse sofá procurando algum filme para assistir. A casa está silenciosa desde que a Emma foi embora. A Sofia subiu para o quarto, a Marta ficou um pouco comigo, mas já tinha se recolhido faz algum tempo. Não que eu esteja reclamando, fico feliz por ela ter o costume de dormir cedo, não sei se eu aguentaria longas horas de conversas noturnas.
Mas a verdade é que a minha cabeça está em mil lugares, menos aqui. Primeiro fiquei pensando na Sofia com a Emma, depois, na conversa por telefone que tive com o Clóvis ontem à noite, para falar sobre o jantar.
Já era quase uma hora da manhã quando consegui falar com ele, e a primeira coisa que me perguntou foi se eu estava usando algum pijama de renda, tipo??? Será que absolutamente todo homem é assim? Ou eu só não dei muita sorte e todos que conheci valiam menos do que a média? Daí eu tive que desapontá-lo e dizer o óbvio: é claro que não?? Pelo contrário, eu estava com a minha camiseta folgada da banda Led Zeppelin.
Enfim, em resumo, ele topou assim que repassei o convite da Marta sobre dormir aqui amanhã e jantar no sábado, para a minha decepção. Só que isso eu já esperava, o que eu não esperava é que ele fosse ficar tão animado, ou que ele parecesse estranhamente misterioso depois disso, dizendo que queria mesmo conversar e que essa seria uma ótima oportunidade. É, aquilo foi mesmo bem estranho, parando para pensar agora.
– Daqui a pouco algum filme se escolhe sozinho. – Meu coração bate mais forte assim que ouço a sua voz.
– Não seria nada mal. – Digo inclinando a cabeça para a Sofia e lhe entregando o controle remoto, enquanto tento controlar o meu sorriso bobo.
– Posso? – Ela me pergunta enquanto aponta o controle para o sofá.
– A casa é sua, não é? – Falo em um tom descontraído, mas ainda assim fico com medo de ter soado meio rude e tento concertar. – O que você acha? – Digo o que ela sempre me dizia quando eu fazia uma pergunta muito óbvia.
Ela dá um meio sorriso e senta ao meu lado. Sua cabeça afunda no encosto acolchoado do sofá.
– Pensei que você achava pizza de estrogonofe nojenta. – Ela diz e eu noto que está olhando para a mesa de centro, onde eu havia colocado a pizza que pedi e que tinha chegado há meia hora atrás.
– E eu ainda acho, mas... me deu saudade de repente.
Não ia dizer que eu estava com a patética ideia de que ela poderia querer comer comigo por algum motivo, ou então que eu a pedi porque simplesmente não sabia mais pedir outro sabor, que me recusava a pedir qualquer outro que não fosse os nossos, na verdade.
Talvez eu não estivesse tão iludida assim, já que a vejo pegar um pedaço de pizza com a mão e levar até a boca enquanto que, com a mão livre, aperta alguns botões do controle remoto, fazendo as capas de diversos filmes da plataforma rolarem diante dos nossos olhos. Acabo sorrindo para a televisão.
Então me permito olhar um pouquinho para ela, aproveitando que está distraída. As suas bochechas estão levemente avermelhadas, assim como o seu nariz, devido à exposição ao sol. O seu cabelo castanho escuro ainda está bastante úmido, provavelmente do banho que ela tomou assim que a Emma e a irmã foram embora. Ela está usando um shortinho de pijama bem curto, deixando o melhor das suas coxas à mostra, a pele brilhando com o reflexo das luzes vindas da televisão.
Acho que o tempo que ficamos afastadas tinha me feito dar mais valor a cada momento, a cada detalhe. E por cada detalhe eu quero dizer...
Minha respiração vai ficando mais pesada e tento me controlar enquanto agarro uma almofada contra o peito.
Porr*, por que ela tinha que ser tão linda e tão... tão gostosa?
– Nem pensei que eu estivesse com tanta fome assim. – Ela diz de repente, e percebo que já estava na sua segunda fatia.
– Foi um dia e tanto na piscina... É claro que estaria com fome.
Me lembro das várias tardes de verão que passamos juntas, desde que ela era bem pequenininha. No final do dia, ela já estava faminta e eu sempre procurava preparar alguma comida divertida para nós duas.
Só que ela não era mais a criança aqui.
– A irmãzinha da Emma parece tão fofa. – Tento puxar assunto.
Até onde eu sei, a Sofia mal tinha comentado sobre a Emma com ninguém da família, principalmente com a mãe. Mas eu não estava fazendo isso pela Marta, estava fazendo isso por ela, por nós duas, para honrar com a relação sincera que sempre tivemos, ou pelo pouco que ainda tinha restado dela.
Sem falar que eu tenho quase certeza que a Sofia não entrou em detalhes por não se sentir confortável em falar disso com alguém. Só quero que ela saiba que ainda pode ter esse lugar confortável comigo, por mais que eu tenha quase certeza de que não vai ser nada confortável – ao menos, para mim – se ela começar a entrar em detalhes sobre o relacionamento das duas.
– A Lili é um amor. – A Sofia responde e nós trocamos um sorriso. – Eu só me preocupo com o pai dela, padrasto da Emma. – Ela volta a ficar séria. – O cara é um babaca, e super homofóbico. Ele nem deixa a Emma ver a Lili, acredita? A gente teve que trazer ela escondido.
– É sério? Isso deve ser uma droga... E vocês se arriscaram demais, né? Podia ter dado em merd*, mas você sabe disso.
A Sofia pode parecer destrambelhada e até um pouco inconsequente, às vezes, mas ela sempre foi uma pessoa responsável, ciente das consequências.
– Vai me recriminar, agora? – Ela retruca, mas não parece mais tão na defensiva, como no dia da guacamole.
– Não, claro que não. E eu aposto que você quem ofereceu a casa para as duas se encontrarem, tô errada? – Ela concorda com um aceno de cabeça e eu deixo escapar um sorriso. – Isso é tão é a sua cara... Você sempre teve um coração enorme, principalmente com quem se importa de verdade.
Não sei em que passo anda a relação das duas, mas isso com certeza significava que ela se importa com essa Emma, tipo, bastante.
Sinto um aperto no peito.
– Você parece feliz, com ela. – Digo.
– É. – Ela faz uma pequena pausa, como se estivesse pensando no que falar. –Você também deve se sentir assim, com ele. – Diz, por fim, dando ênfase na última palavra.
Provavelmente, não. Eu com certeza não me via aos mil sorrisos quando estava com o Clóvis – como se nada mais no mundo importasse – assim como ela parecia estar hoje mais cedo, na piscina. Mas eu também não tinha mais dezoito anos, então...
– É. – Finjo concordar.
Clóvis
Merda.
Eu preciso contar sobre o jantar. Ela precisa saber por mim e estava mais do que na hora de aceitar que nunca teria um bom momento para isso. Precisa ser agora.
Minhas mãos estão geladas e sinto o ar ficar mais pesado, é quase impossível de respirar. De jeito algum eu queria ter que tocar no assunto com ela, ainda mais sabendo que foi justamente depois da possibilidade desse jantar que tudo começou a desandar entre a gente. Mas já que ia mesmo acontecer, ela precisava saber. E seria muito melhor se soubesse por mim dessa vez, eu acho.
– Sobre isso... – Engulo para molhar a garganta, e na tentativa de desfazer o nó que parecia ter se formado ali. – A sua mãe vai mesmo dar aquele jantar. – Não consigo a olhar enquanto digo aquilo, apenas mantenho o olhar fixo na tela da TV. Respiro fundo. Eu ainda precisava anunciar a parte mais difícil. – Bem... – Esfrego a palma da mão no sofá. – Ele deve chegar aqui amanhã à noite. Sua mãe achou melhor ele passar a noite aqui e...
– O quê? – Ela parece mais surpresa do que irritada. Não que isso fosse um bom sinal. – Pensei que você tinha dito que ia embora. – Ela me confronta.
– Eu ia... – Tento olhar em seus olhos e tudo o que consigo ver são ares de decepção. É só o que eu sabia fazer. Acabei de decepcioná-la mais uma vez.
– Bem, parece que o pessoal da obra teve alguns novos problemas e... eu tentei parar a sua mãe, mas você sabe... – Minha voz sai fraca.
E é como eu me sentia, a merd* de uma fracassada.
– Eu sei. Você acabou cedendo, como sempre. – Ela devia estar com raiva, mas o seu tom de voz denuncia que ela está mais frustrada do que qualquer outra coisa.
– Você ama ele de verdade, Júlia?
Meu coração começa a bater descontroladamente.
– O quê?
Que merd* é aquela?
– Perguntei se você ama o Clóvis de verdade.
– Eu ouvi, mas... você não deveria me perguntar essas coisas.
Por que eu tinha que provar isso para ela agora? A Sofia não pode me cobrar esse tipo de coisa.
– Ah, é? E por que não? Pensei que estávamos tendo uma conversa sincera aqui.
Merda, ela tinha razão, não é isso o que eu queria? Contar a verdade, ou... pelo menos um pouco de sinceridade?
– Eu... Eu... – Tento acabar logo com aquilo. Se eu disser que o amo, provavelmente ela ficaria sem reação e me deixaria em paz, mas, por mais que eu tente, a palavra não sai da minha boca. – Você não entenderia. – É o máximo que consigo dizer, o que não é nada satisfatório, nem para mim, muito menos para ela.
– Na verdade, eu entendo sim. E quer saber? Não parece que você ama ele, o que está parecendo mesmo é que você não quer fazer isso... que você só quer agradar a todo mundo, como sempre faz. – Ela faz uma pequena pausa, mas que parece durar uma eternidade. – Ao menos uma vez você já fez alguma coisa por si mesma, Júlia?
As suas palavras me atingem em cheio, como um martelo. Sinto vontade de gritar, de explodir. Como ela tinha coragem de falar essas coisas para mim, sem nenhum rodeio? A Sofia me deixa tão perturbada, mas tão perturbada, que a vontade que eu sinto é de dizer de uma vez por todas que não amo ele, que o Clóvis é só uma desculpa, só uma passa tempo, que o mais perto que eu senti de amar alguém foi...
– E por acaso você ama a Emma de verdade? – Estouro. – Ou só está fazendo isso para provocar a sua mãe? Ou melhor, só está saindo com ela de birra, porque não queria sobrar?
Droga.
Eu, com certeza, não deveria ter dito aquilo, mas ela também não deveria ter me falado aquelas coisas. A Sofia já tinha me magoado o bastante só hoje e eu... parecendo ter uns dezoito anos de novo, só queria que ela sentisse um pouco do mesmo também, por um momento.
Ela se levanta do sofá.
– Eu pensei que pelo menos poderíamos ter um momento nosso de novo. – Ela balança a cabeça percebendo que havia se enganado sobre isso.
O Bolo na minha garganta vai ficando cada vez mais impossível de engolir.
– Mas você não consegue, não consegue ficar sem estragar isso. – Ela diz, por fim, jogando o controle remoto onde ainda pouco estava sentada, ao meu lado.
– Sofia... por favor, espera. – Me apresso em dizer, antes que ela vá embora.
O que funciona, porque ela para e mantém o olhar fixo em mim.
Estremeço.
– Foi você quem começou com esse interrogatório. – Continuo. – Eu só estava tentando te contar sobre isso, porque queria que você ficasse sabendo por mim dessa vez. – Ela não esboça nenhuma reação. – Sinceramente, eu não te entendo, Sofi, o que você queria que eu fizesse?
Vejamos, talvez não a insultado na sua própria casa enquanto estou ficando aqui de favor? Já seria um bom começo.
– O que eu queria que você fizesse? – Ela repete a minha pergunta com indignação, mas não consegue me falar mais nada, nossos olhares permanecem travados um no outro por um longo período.
Droga. Ela parecia tão triste, tão desapontada. E eu me sentia uma merd* por saber que eu era a responsável por isso, de novo e de novo e que continuaria sendo sempre assim, como se estivéssemos presas numa merd* de um looping infinito.
Percebo que ainda estava esperando que ela continuasse quando a vejo me dar as costas como se não estivéssemos tendo uma conversa há meio segundo atrás.
Olho para a televisão e vejo a imagem congelada na grade de filmes da Netflix. Nenhum filme havia sido escolhido. Direciono o meu olhar mais para baixo, para a mesa de centro de madeira, e encontro a sua fatia de pizza de estrogonofe mordida pela metade, abandonada no canto da caixa de papelão. Me sinto completamente vazia de repente.
Aqui estávamos nós, de novo. Tínhamos voltado pelo menos umas cinco casas para trás. Que inferno, desde quando passamos a brigar tanto? Desde quando eu parecia não conseguir mais manter uma conversa normal com ela, como com qualquer outra pessoa? Ela só tem dezoito anos, como pode me tirar tanto do sério? Tantas perguntas, poucas respostas. Apesar de um lado meu já ter cada uma delas na ponta da língua.
Mas não.
Balanço a cabeça na tentativa de afastar para longe qualquer pensamento.
Clico em um filme qualquer sem nem me ater ao nome enquanto me obrigo a fixar o olhar na tela da televisão. Essa será uma longa noite. Só não mais longa do que os próximos dias que eu terei pela frente.
Fim do capítulo
Boom dia, leitoras!
Não sei vocês, mas para mim essa semana durou um século de tanta coisa que tive que fazer kkkk por isso, já estava morrendo de saudades!
Eu sei que não parece, mas esse é o início da reaproximação - definitiva - das duas, eu prometo!
E tem muitaaa coisa boa pela frente ainda - treta também, mas faz parte kkkkk
Mas confesso que meu coração também fica apertado com cada briga das duas, pois sou muito cadelinha de #Sojú (principalmente da Júlia) kkkkkkk
Espero que não tenham me abandonado, pois estou notando que vocês andam meio sumidas nos comentários kkkk mas muito obrigada para quem continua aqui acompanhando a história, de qualquer forma, e para todas que estão chegando agora, sejam muito bem-vindas!
Não deixem de comentar, por favor, para eu sempre ter um norte do que estão achando.
Até segunda que vem!
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Zanja45
Em: 02/04/2024
OI,
Essa casa da Marta não é "BBB", mas tem olhos que são piores do que de câmeras. Julia, "filmou" legal, o casal Emma e "Maria", e ainda idealizou como se fora ela no lugar da Salva - vidas. - Ela está num fogo que só para o lado de Sofi, já até fantasiou sendo tocada por ela, se masturbou pensando nela. Autora, tenha piedade dela, não a deixe subir pelas paredes. Rsrsrsr! - Brincadeiras a parte - Muito boa, a maneira como está levando os personagens. - Particularmente, gosto desses conflitos, confrontos e embates, só fazem o jogo ficar mais interessante.
Até breve!
Sem cadastro
Em: 02/04/2024
Olá, Alina, boa noite!
Cada capitulo fico mais "embriagada" pela escrita,sua narrativa, pelos personagens em si. Diz que só dá o devido valor quem de fato aprecia - Por isso tenho permanecido firme, acompanhando esse drama belíssimo, pois gosto muito da forma que é conduzida, cada sequência. - Já sinto até falta de um final que ainda nem chegou. Porém, como se sabe que tudo tem começo, meio e fim. - Tomara, que demore para chegar esse dia.
Até mais!
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