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MEU PRIMEIRO AMOR por Raquel Santiago

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Palavras: 3667
Acessos: 1729   |  Postado em: 28/03/2024

Capitulo 25

 

Lívia Duarte

Minha cabeça estava uma loucura. Era muita coisa para entender e processar.

É óbvio que eu já tinha me apaixonado antes, muitas vezes até.  Só que o que sentia agora por Kimi era bem diferente. Esse sentimento bagunçava minha mente e era muito mais intenso do que qualquer coisa que já senti na vida. Estava com medo.  Sempre tive um carinho enorme por ela, afinal somos melhores amigas e durante anos fizemos tudo juntas.  Mas agora, eram todos esses sentimentos de amizade e mais tantos outros que eu não conseguia entender. Só sei que eram intensos, muitas vezes evasivos, que me impediam de pensar em outras coisas. Chegava a pensar que estava ficando louca.

- Lívia, não agenda nada para hoje. Vamos comemorar a crítica que você recebeu. - Meu chefe falou se aproximando da minha mesa.

- Que isso Rodrigo, não precisa.

- É claro que Precisa. E acredite, não é apenas por você.  Uma crítica vinda de alguém tão importante, tem impacto na editora inteira. Vamos ser mais visados e vamos receber mais credibilidade de nossos leitores. Esse é o motivo perfeito para comemorar.

Ele se virou para todos e falou em bom tom convidando todos os funcionários do nosso andar para uma comemoração no boteco da esquina onde costumávamos ir quando alguém fazia aniversário. 

Não tive como recusar, talvez fosse bom distrair minha mente e pensar com mais clareza.

O expediente não demorou a terminar. Quando chegamos no boteco pedimos muitas bebidas e comidas. Todos estavam empolgados.

Sei que devia ser a mais empolgada, só que não era. Meu celular tocou indicando uma mensagem.

KIMI 💕
Boa noite Lili, estou passando perto do seu trabalho. Pensei em te buscar, quer fazer alguma coisa? 20:32.

Meu coração acelerou em saber que Kimi estava por perto. Sei que devia ter mandado alguma mensagem pra ela, mas como iria falar alguma coisa se mal conseguia formular um pensamento lógico.  Minha ansiedade estava a mil, mas também estava com muita vontade de vê-la.

LÍVIA
Boa noite 😊. Estou no boteco perto da empresa. Você sabe onde Fica? 20:33.

KIMI💕
Sei sim, logo chego aí. 😘 20:33.

LÍVIA
Tá bom, te espero. Beijos.  20:33.

Não demorou muito e Kimi chegou. Ela cumprimentou vários dos meus colegas. Era comum ela me deixar na editora, então já conhecia a maioria deles.

- Oi. - Ela me abraçou e beijou minha bochecha. - Você está linda.

Tenho certeza que fiquei vermelha por causa do seu elogio.

- Obrigada. - Olhei para o seu estilo despojado. Ela estava muito bonita. Com seu cabelo cacheado e longo quase encostando em seu quadril. Era novidade pra mim pensar em Kimi de uma forma tão íntima. - Você quer comer alguma coisa? - Perguntei.

- Vou ficar só na bebida mesmo. - Ela pegou seu copo de Chopp e tomou um longo gole.

- É estranho te ver bebendo tão naturalmente. - Deixei escapar.

- Tenho feito isso mais do que gostaria. - Seu comentário me deixou pensativa e cheia de perguntas. Mas não consegui perguntar nada, meus colegas nos rodearam e começaram a puxar conversa. 

A noite foi passando com muitas brincadeiras e bebidas. Não queria beber, a lucidez agora, seria a minha melhor amiga. Do jeito que as coisas estavam uma bagunça na minha mente, não queria correr o risco de falar demais ou falar besteiras.

- Vocês estão muito quietas aqui no canto, vamos dançar? Hoje é para se divertir. - Ivete, uma menina do RH  falou se sentando ao nosso lado.

- Você quer dançar Lili? - Kimi me perguntou.

- Não sei, aqui tá muito lotado. - A verdade é que eu não queria correr o risco de expor Kimi ou a mim mesma na frente dos meus colegas. Não é que tenha vergonha, apenas quero ir com calma.

- Se ela não quer eu quero. - Ivete segurou a mão de Kimi e a puxou. - E quero dançar com você gracinha.

Quem aquela garota pensava que era? Toda se oferecendo para Kimi.

- Vamos Kimi, sei que você dança muito bem. Samantha me contou. - Ela continuou insistindo.

Pelo vista Kimi era conhecida pelas meninas da Editora.

Cada palavra que saia da boca de Ivete só me deixava com mais raiva. Até aqui o nome da Samantha me perseguia.

- A Sam deve ter exagerado, não danço tão bem assim.

Sam? Tudo era a Sam agora.

- Melhor você ir dançar Yana, pelo visto tem uma fila de mulheres esperando. - Revirei os olhos odiando a ideia de ver qualquer menina pendurada no pescoço de Kimi. 

Kimi me olhou, mas desviei o olhar não queria encará-la. Estava com raiva. Já devia imaginar que ela era super disputada em qualquer lugar que estivesse. Senti vontade de ir embora.

- Divirtam-se, tenho que ir. - Me virei seguindo para a porta. Caminhei o mais rápido que consegui. Quando cheguei no estacionamento ouvi a voz de Kimi atrás de mim.

- Lívia, espera. Eu levo você pra casa.

- Não precisa. Vou pedir  um uber.

- Espera, Você não pode ir  sozinha com um estranho a essa hora da noite. 

- Tenho certeza que você tem coisas mais interessantes do que ser minha motorista Yana, vai aproveitar sua noite.

Não queria ficar aqui para ver aquela oferecida da Ivete se insinuando para ela.

- Porque você não para de dizer besteiras e me escuta? - Kimi andava a passos rápidos atrás de mim.

- Eu já escutei tudo que precisava ouvir Kimi.

Senti uma não me puxar e não tive como reagir. Kimi me puxou até que estivéssemos  próximas ao seu carro.

- Me solta Yana. - Ela estava me deixando com mais raiva.

Ela me puxou pela cintura contra o seu corpo.

- Porque você é tão teimosa? - Ela falava tão próxima a mim que era possível sentir sua respiração em meu rosto. - Quer ver as coisas interessantes que quero fazer? - Ela me colocou sentada no capô do seu carro e se colocou entre as minhas pernas.

Sua atitude me surpreendeu, e ao mesmo tempo, só queria que ela me mostrasse esse seu lado que eu ainda não conhecia.

- Você não ver como me deixa? - Kimi me puxou para perto envolvendo seus braços ao redor da minha cintura. Seu toque era possessivo e ao mesmo tempo delicado. Uma mão se emaranhou em meu cabelo e puxou levemente. - Não ver que estou ficando louca, Lívia? - Via uma mistura de dor e desejo em seus olhos.

Estava chocada com cada palavra que saia de sua boca , ela nunca, nunca deixou suas emoções dominarem suas ações. Então era difícil entender o que se passava na sua mente. 

- Me mostra. - A sua proximidade estava me dominando a ponto de não existir um pingo de lucidez em todo meu corpo.

Ela me olhou surpresa, e ao mesmo tempo com muito desejo. 

- Me mostra o que você quer fazer  comigo. - Falei, quase como uma ordem.  Minha mente já não comandava nada, meu corpo só queria ser desejado e tocado por Kimi.

Kimi puxou minha nuca colando nossos lábios.  Logo ela abriu espaço e explorou cada canto da minha boca com sua língua. Seus toques se tornaram cada vez mais desesperados. Me agarrei ao seu pescoço e aprofundei mais o beijo. Sua mão tocou em minha coxa e logo ela me carregou com uma facilidade que me deixou chocada. Envolvida em seu beijo, só percebi que estávamos dentro do carro quando ela fechou a porta. Kimi ajustou o banco e me ajeitei em seu colo. Todo meu corpo implorava pelo seu toque.

- Você é tão cheirosa. - Sua voz estava rouca, o que a deixava mais sexy. - Se isso for um sonho, não quero acordar .

- Isso não é um sonho. - Toquei em seu lábio e depositei um beijo suave.  - Estou bem aqui com você. - Coloquei sua mão em cima do meu peito, onde as batidas do meu coração estavam desenfreadas. 

- Por favor, não se afaste mais de mim. - Seu pedido era como uma súplica. Percebi que não era a única que estava sofrendo com uma enxurrada de pensamentos.

Beijei Kimi, até que todos aquelas incertezas, todos aqueles sentimentos confusos fossem embora da minha mente. Beijei ela por vários minutos, sem me importar com o que viria a seguir, apenas deixei com que cada canto do meu ser fosse preenchido por aquela sensação maravilhosa de prazer. 

Mas a consciência me bateu muito rápido. O que estava fazendo? Kimi era minha melhor amiga, estava confundindo todas as coisas entre a gente. Por um tempo esqueci que aquela mulher linda em baixo de mim, também era minha amiga. Eu não podia estragar nossa amizade. Se ultrapassássemos esse limite, não teria mais volta. Se alguma coisa desse errado, eu a perderia para sempre.  

- Kimi, precisamos parar. - Falei ajeitando minha roupa.

- Porque? Não quero parar. - Ela reclamou e achei super fofo o biquinho que ela fez.

Era perigoso tentar me explicar quando ainda estava no colo de Kimi, e a sua mão tocando em meu corpo não ajudava em nada. Saí do seu colo e sentei no banco do passageiro, era mais seguro para pensar e voltar ao meu normal.

-  Não podemos fazer mais isso, estamos confundindo as coisas. Não quero nos colocar nessa situação. Acho que só estamos confusas....

- Não estou confusa, Eu te amo. 

Ela disse que me amava? Não, ela não podia dizer essas coisas. 

- Você não me ama desse jeito, talvez esteja confusa.

- Não Lívia, eu não estou confusa. Eu te amo desde a primeira vez que conversamos no ensino médio. Tem sido uma tortura pra mim viver todos esses anos sufocando esse sentimento que sinto por você, então não me diga que eu não posso te amar desse jeito, porque é o que tentei evitar todo esse tempo e nunca consegui.

Suas palavras me deixaram sem palavras, era muito para processar. 

- Todo esse tempo tentei com todas as minha forças te esquecer. Te ver com outras pessoas, beijando outras pessoas, era como um soco no meu estomago. Mas saber que você nunca me olharia dessa forma era o que mais me machucava. Juro que tentei estar lá pra você como apenas a sua amiga, mas todos os dias me machucava mais ainda. E depois que esse clima começou a rolar entre a gente me apeguei a uma esperança que nunca me permiti sentir. E ficar com você dessa forma é tudo que eu sempre quis, todas as noites que você me abraçava ou nas noites que você me beijava me fizeram entender que eu não consigo mais fingir ser apenas a sua melhor amiga. Quero muito mais. 

- Kimi, eu não sei...

- Espera, deixa eu terminar de falar por favor. - Ela segurou minha mão. Sua voz estava firme, eu a conhecia muito bem para saber que não poderia impedi-la de falar. 

Apenas afirmei com a cabeça e lhe ouvi, mesmo que tudo aquilo fosse muito para lhe dar de uma vez só.

- Me afastei de você porque você confunde os meus sentimentos. O que pra mim parecia um sinal claro de interesse, para você era apenas uma demonstração de carinho. Mas Lívia, você precisa ser sincera comigo, porque eu sei bem como me sinto, mas não vou insistir em algo que só vai me confundir, algo que vai me expor e me machucar ainda mais.

Por um tempo fiquei apenas em silencio tentando assimilar tudo o que ela havia dito. Mas não sabia realmente o que responder.

- Não sei como me sinto Kimi, gosto de estar ao seu lado, sempre gostei. Você é a pessoa que eu mais confio nesse mundo. Você é minha melhor amiga. Eu não tinha a mínima ideia que você tinha tantos sentimentos por mim, durante todos esses anos. Não quero te perder, não quero que se afaste de mim. Só que... - Não sabia como dizer.

- O que?  

- Não estou pronta. Não sei o que sinto, nem sei se realmente gosto de mulheres. Estou confusa. É muita coisa para processar. Sinto que vamos estragar tudo se continuarmos a ir por este caminho. - Eu devia ter pensado melhor antes de falar, não era daquela forma que queria me expressar. Mas quando me dei conta, já era tarde demais. 

Yana Kimi

Um tiro no peito teria doído menos que a confissão de Lívia. Conseguia entender que era confuso para ela toda essa questão de sexualidade, porque eu também ainda estava no processo de sair do armário. Mas não era apenas isso, ela não tinha a menor responsabilidade afetiva comigo. Me beijava e tinha crises de ciúmes, e depois dizia que estava confusa, que estávamos estragando tudo. Não queria mais ter que lhe dar com toda aquela situação, estava no meu limite. 

- Tudo bem. Vamos, vou te deixar em casa. - Foi o que consegui dizer.

- Kimi...

- Não, está tudo bem. - Liguei o carro e saí do estacionamento. Minha cabeça estava pesada, me forcei a prestar atenção no caminho, pois se pensasse demais, acabaria chorando ali mesmo.

Lívia ficou calada durante o trajeto inteiro. Também não puxei assunto, queria ficar só, pensar no que faria dali pra frente. Por que do jeito que estava não tinha como ficar. Estava enlouquecendo. 

A promessa que fiz para o pai de Lívia ficava martelando na minha mente. " Prometa que vai ficar ao lado de Lívia". 

Todos eles estavam errados, seu Fernando e Cris, Lívia não sentia nada além de amizade por mim. Ela gostava de brincar com meus sentimentos, gostava da atenção que eu dava pra ela. Quanto mais pensava, mais furiosa ficava. 

Estacionei na frente da casa de Lívia e esperei ela sair do carro, mas ela não saiu. 

- Kimi. - Lívia soltou o seu cinto e se aproximou de mim. Segurou minha mão e tocou no meu rosto. Tentei sair do seu toque. - Por favor, não se afasta de mim. Não vou conseguir seguir em frente sem você. Sei que sou complicada, sei que não mereço sua amizade e muito menos o seu amor. Mas por favor, não se afasta de mim. 

Vê-la tão exposta me fazia lembrar de tudo que já passamos, de tudo que ela já me contou. Do quanto falar sobre sentimentos é difícil para Lívia. Mas precisava me afastar pelo menos o suficiente para conseguir ser sua amiga de novo. 

- Vamos seguir a partir daqui, não vou mais voltar a falar dos meus sentimentos para você. Esquece tudo que eu disse, não quero te assustar e muito menos te deixar desconfortável. Sei que não vai ser mais o mesmo, mas vou continuar sendo sua amiga. Só vou precisar de um tempo para ficar bem.

- Estraguei tudo né? - Algumas lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Lívia, aquilo partiu meu coração. 

- Vai ficar tudo bem.  - Abracei Lívia e deixei as minha próprias lágrimas caírem.

 

...

 

Alguns dias depois...

Me manter longe de Lívia não foi a tarefa mais difícil, o pior era não conseguir parar de pensar nela. 

As vezes achava que alguma coisa no universo gostava de me sabotar. Sempre que tudo estava começando a dar certo, acontecia algo e as coisas voltavam a desmoronar. Pelo menos, na minha vida amorosa era assim.

Lívia mandou varias mensagens nos primeiros dias, mas depois ela parou. Talvez ela esteja respeitando o tempo que pedi. 

Batidas na porta do meu escritório fizeram com que minha atenção voltasse ao trabalho.

- Pode entrar . 

- Filha, a Samantha me falou que você já estava aqui. - Papai veio até mim e me deu um beijo no rosto. 

- Sim, estava adiantando alguns relatórios. 

- Estava pensando se você não quer tomar café da manhã comigo. O que acha? 

Fazia tempo que não tínhamos um tempo só para nos dois. Essa paixão por Lívia me consumia tanto que estava deixando de lado várias outras coisas importantes pra mim.

- Claro pai, quero sim

- Nossa, que notícia boa minha filha, por um momento achei que iria recusar.

Como pude me fechar tanto para o resto da minha vida. A ficha estava começando a cair de que não era nada saudável continuar a nutrir esse amor desenfreado que sinto por minha amiga.

- Me desculpa pai, sei que tenho estado meio ausente. 

- Está tudo bem meu amor. Vamos ao nosso restaurante favorito?

- Vamos sim. 

Peguei minhas coisas e saí junto com meu pai. 

- Samantha, confirme minha reuniões do dia e transfira meu compromisso das 9hs para a parte da tarde. - Falei para minha secretária assim que passamos pela recepção.

- Pode deixar Senhorita Yana. Tem um recado de Lívia para você. Gostaria de ver agora?

A menção ao nome de Lívia me surpreendeu. Ela me mandava várias mensagens, mas não queria levar aquela situação como se já estivesse tudo bem. Só que agora, mesmo odiando Samantha ela passou por cima do seu orgulho e falou com a minha secretária. Será que aconteceu alguma coisa  séria?

- Mande o recado para o meu celular. Obrigada Samantha. 

Caminhei com meu pai até o elevador tentando agir naturalmente. Seguimos em direção a garagem e entramos em seu carro. 

- Não sabia que Lívia precisava passar pela sua secretária para conseguir falar com você.

Estava torcendo para que meu pai não comentasse nada sobre o ocorrido, mas ele era observador demais para deixar essa passar.

- Não estamos muito bem. 

- Vocês brigaram? Porque se foi isso, as coisas podem se resolver. Não precisa envolver sua secretária nisso. 

Sabia que ele tinha razão, que eu poderia muito bem responder as mensagens de Lívia, mas as coisas não estavam sendo fáceis. 

- Acho que dessa vez as coisas não podem se resolver. 

Papai me olhou horrorizado. Sei que deixei ele de fora de toda essa situação. Me sentia culpada por não me abrir com ele, só que nunca me senti pronta para falar dos meus sentimentos. 

- É tão sério assim? 

- Digamos que não tenha nada que eu faça que possa resolver essa questão. 

- Filha, porque está dando voltas nas palavras. Ainda sou o seu pai sabia? Você pode conversar qualquer coisa comigo. 

- Eu sei pai. 

Seu Roberto estacionou em frente ao restaurante seguimos para a nossa mesa de sempre. Sabia que ele não iria me pressionar a falar, mas também sabia que ele estava magoado. Sempre foi só nos dois, e sempre conversei com ele sobre tudo. Menos quando o assunto envolvia a minha sexualidade. E não era o medo que impedia, mas a insegurança de decepcioná-lo. 

Depois de uns minutos nossos pedidos chegaram e começamos a comer. Aproveitei para olhar o recado de Lívia em meu celular.

" Kimi, assim que possível poderia me ligar? Preciso falar com você."

Já imaginava que ela não daria muitas informações para Samantha. Deve ter sido um tortura ter que deixar um recado com minha secretária. 

- Yana, por favor minha filha. O que está acontecendo com você? Sempre me orgulhei da nossa boa relação, mas de uns tempos pra cá você está tão fechada.

- Me desculpa pai. Não sei o que fazer. - Não conseguia mais manter tudo só pra mim, precisava desabafar.

- Isso tem haver com aquela desilusão amorosa que você comentou há um tempo? - Ele se lembrava da nossa ligação, é claro que ele se lembrava.

- Sim. 

- Posso te perguntar uma coisa filha? 

- Claro pai. 

- Essa pessoa que você gosta, sente o mesmo por você?

- Acredito que não, é complicado. Tem muita coisa envolvida. 

- Não quero ser evasivo filha, mas venho observando muitas coisas nos últimos anos. Espero que não fique chateada comigo, mas qualquer pessoas que observe bem, percebe que você e Lívia são muito mais que amigas. - Ele sabia sobre Lívia, ele sabia sobre mim. Fiquei surpresa com sua declaração. - E antes que diga qualquer coisa, isso não é e nunca foi um problema pra mim. Saiba que eu te amo demais e quero ver você feliz, não importa com quem seja, desde que  você se sinta feliz.

- Me desculpa pai, me desculpa por não ter falado antes. Só não sabia como dizer. - Comecei a chorar. 

- Está tudo bem meu amor. - Ele me abraçou. - Vai ficar tudo bem, estou aqui com você.

- Porque você não liga para Lívia e ver o que ela tem a dizer? Talvez as coisas se resolvam.

- Estou cansada de correr atrás dela, estou cansada de sentir que sempre estou lá por ela. Preciso focar em mim agora. Lívia não sabe o que quer, estou me dando conta disso agora. Tudo bem ela estar confusa e ela pode se sentir assim, é direito dela. Sou eu que preciso tirar o meu time de campo. Seguir em frente, me focar em outras coisas. Sei lá, viver por mim mesma sem depender do amor de ninguém para ser feliz. - Era doloroso e ao mesmo tempo um alívio botar tudo aquilo para fora. 

- Que bom que enxerga isso filha, você não acha que ir para Nova York seria uma boa forma de espairecer?

- Não sei. 

- Sei que não concorda, mas acho que seria bom para você. 

- Posso pensar mais um pouco?

- Claro meu amor. 

- Obrigada pai, desculpa se não me abri com você antes.

- Não tem problema Yana, de verdade, eu te entendo. - Podia ser impressão minha, mas a maneira como ele falou, parecia que realmente meu pai já passou algo parecido. Será que ele estava se referindo a minha mãe? Será que ela não correspondia ele e por isso não deu certo? 

- Eu te amo pai. 

-Também te amo minha filha.

Era muito bom passar um tempo com meu pai, ele já me ensinou tanto.

- Vamos voltar para a empresa, Vanessa acabou de me informar que alguns clientes querem falar conosco. 

Depois daquela manhã "terapêutica" o dia seguiu caótico com muito trabalho. Todas as minhas energias foram direcionadas para os problemas a serem resolvidos. E as vezes pensava na possibilidade de viajar a negócio, como meu pai tinha sugerido. Talvez fosse uma ótima forma de recomeçar.

 

 

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 25 - Capitulo 25:
Lea
Lea

Em: 30/03/2024

Um passo para frente e dez para trás.

O pai de Kimi foi muito compreensível e amoroso.

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