Capitulo 14
Gunnar
Eu não estava bem a um bom tempo, desde muito antes de saber da existência da colônia Nascer do Sol, no entanto, depois de conhecer Stephanie, as coisas pioraram significativamente. Nos últimos dias eu estava vivendo no meu próprio Niflheim, eu não morria de amores por Erling, mas ele era meu irmão, sangue do meu sangue e eu o havia matado.
Meu pai e minha mãe passaram a me odiar, me baniram da família, me tratavam como uma verdadeira traidora e eu não podia culpá-los. Heimdall era o único que estava do meu lado, ele sabia o verdadeiro motivo que me levou a desafiar o nosso irmão mais velho, mas esse motivo era desconhecido para os demais, levando-os a me odiar, ou no mínimo se afastar.
Os únicos momentos que eu me esquecia de tudo que estava vivendo, eram os momentos que passava ao lado de Stephanie, que na última semana me acompanhou todos os dias para ver o pôr do sol na montanha, esses momentos eram bons, nós conversávamos e ríamos como se não existisse nada além de nós e aquela paisagem.
Naquela noite estava mais frio do que nas demais, acendi uma fogueira próximo de nós e estendi um pelego no chão para que pudéssemos nos sentar, estava frio e ela resfriaria com certeza se não se protegesse.
– Quer um pouco de vinho? Trouxe uma garrafa!
– Eu achei que vocês nórdicos, só bebiam cerveja e whisky!
– Que mentira! Já me viu beber espumante! Bebemos vodka e aguardente também.
Stephanie sorriu, se enrolando debaixo do cobertor que tinha insistido em trazer, e olhando para ela enrolada daquele jeito, dei razão, estava frio e ela ficava extremamente afável debaixo dele.
Levantei-me e fui até onde Forseti se encontrava, apanhando a garrafa de vinho que estava amarrada ao lombo do animal. Acariciei as longas crinas do belo Shire negro, que estava comigo desde o seu nascimento á cinco anos atrás, depois retornei na direção de Stephanie que se mantinha com os olhos fixos no horizonte.
Me sentei ao seu lado e puxei a rolha da garrafa com os dentes, jogando-a na fogueira logo em seguida.
– Não tem copos!
Alcancei a garrafa para a mulher ao meu lado, que me lançou um lindo sorriso antes de comentar.
– Você está acabando com os meus modos! Amanhã ou depois vou estar comendo com as mãos!
Ri do seu comentário, aquele era o único momento do dia que me sentia bem, quando a encontrava no estábulo para virmos até ali, o restante do tempo eu evitava ficar perto dela, já que estava mais do que claro pra mim o tanto de sentimentos que nutria por ela e certamente não eram correspondidos, apesar de todo carinho e educação que tinha comigo.
– Até parece!
Stephanie apanhou a garrafa e imediatamente sorveu alguns goles da bebida, mantendo o sorriso zombeteiro no rosto.
Depois de longos minutos de conversa e quando finalmente o sol se escondeu, dando lugar a uma lua gigantesca, havíamos bebido quase toda a garrafa de vinho, então me deitei sobre o pelego admirando as estrelas que surgiam no céu.
– Adivinha com quem sua irmã está namorando?!
– A Anne? Com o Heimdall!
– Não! A Elisabeth?!
– Ela está namorando? Eu não fazia idéia!
– Você não conversa muito com as suas irmãs, não é?
– Temos isso em comum! Já fui mais próxima das minhas irmãs assim como você dos seus!
Sorri diante do seu comentário e aguardei, queria que ela adivinhasse sozinha.
– Eu não faço idéia na verdade! Desde que meus irmãos morreram, as coisas entre nós nunca mais foram as mesmas, nos afastamos, começamos a ter segredo uns com os outros! Anne sempre foi a mais próxima e se não fosse por você, nunca teria descoberto sobre ela e Heimdall!
– Certo! Mas dê um chute!
– Eu não sei! É americano ou nórdico?
– O que você acha?
– Pela sua cara com certeza é nórdico!
Ri com vontade mais uma vez, apoiando o corpo sobre um dos cotovelos, enquanto apanhei de suas mãos a garrafa de vinho.
– Eu não faço idéia de quem é solteiro do seu povo! O Ivar?
– O Ivar é casado e cheio de filhos! Sua irmã não se envolveria com ele, até porque o pobre é feio pra caralh*!
Stephanie riu do meu comentário, se deitando ao meu lado de bruços, apoiada sobre os cotovelos com o rosto entre as mãos, ainda enrolada no cobertor.
– Então só pode ser o Finn! Ele é o único que vejo transitando pelo casarão, desde que o teu pai proibiu o Ivar de fazer isso!
– Acertou! É o Finn!
– Que sem vergonha! E ela vivia falando mal de vocês! Que o seu povo era bárbaro, homens rudes e escrotos!
– Somos bárbaros! Isso não nos ofende!
– Não te ofende porque você não viu o jeito que ela falava!
Stephanie riu do próprio comentário me obrigando a fazer o mesmo, ela estava alegre devido à quantidade de álcool ingerida, que era pouca, mas pra alguém do seu tamanho e sem o costume de beber, era o suficiente pra deixá-la levemente alterada.
– O engraçado é que as suas irmãs não queriam nos ver nem pintados de ouro e as duas se apaixonaram por nórdicos!
– As três!
A voz de Stephanie saiu praticamente sussurrada, como se as palavras tivessem escapado sem intenção.
Fixei meus olhos no seu rosto, estava avermelhado pelo vinho, iluminado pela fogueira, com os olhos fixos em um ponto qualquer do pelego, logo abaixo do seu rosto, evitando encontrar os meus.
Engoli seco, depois bebi mais um gole do vinho e então me fazendo de desentendida, prolonguei o assunto, intrigada com as indiretas que vinham dela, quais não fazia idéia do que queriam dizer realmente.
– Só conheço duas das suas irmãs!
– É porque eu só tenho elas duas!
– Então quem são as três… apaixonadas por nórdicos?
Stephanie abriu e fechou a boca inúmeras vezes, assim como fez com os olhos, desviando-os de mim, até avistar a garrafa de vinho na minha mão, que estava repousada sobre o pelego.
– Se não vai beber mais, eu quero!
Stephanie estendeu a mão tentando apanhar a garrafa, mas a coloquei atrás do meu corpo, impedindo-a de alcançar.
Seus olhos então finalmente cruzaram com os meus, indecisos se sustentam o contato ou não.
– Eu estou um pouco bêbada! Me enganei! Falei bobagem!
Seus olhos desviaram dos meus, enquanto encolheu seu corpo se enrolando ainda mais no cobertor, se deitando de bruços no pelego, com o rosto em cima das mãos.
Deitei-me de costas novamente, eu sentia que ela se importava comigo só não sabia a natureza daquele sentimento, afinal ela podia não gostar de mulheres, na verdade eu estava certa de que não gostava e isso me incomodava, ainda que não demonstrasse.
– Eu… eu acho que eu gosto de você!
A voz saiu abafada, quase não consegui ouvir o que tinha dito, mas meu coração imediatamente começou a bater de forma descompassada. Fechei os olhos e respirei fundo, sem querer criar expectativas com aquele simples comentário vindo de uma mulher aparentemente embriagada.
Sentei-me e terminei de beber todo o conteúdo da garrafa, jogando-a no penhasco, ouvindo-a quebrar alguns segundos depois.
Me levantei e andei até a fogueira, colocando mais alguns pedaços de lenha, garantindo que não apagasse tão cedo, retornando para o pelego logo depois.
Stephanie permanecia na mesma posição, me deitei novamente ao seu lado e a encarei por alguns segundos, até que abriu os olhos e percebeu que a encarava.
– Que foi?
– Tive a impressão que tentou me dizer alguma coisa! Mas eu não ouvi direito!
Seus olhos piscaram algumas vezes e ela se manteve em silêncio, levando pra longe minha coragem de questioná-la.
Voltei a minha posição original, de costas no pelego, com as mãos debaixo da cabeça observando as estrelas, quando ela se aproximou jogando uma parte do cobertor sobre mim, aninhando-se sobre o meu ombro sem fazer contato visual, talvez para não perder a coragem.
Estendi o braço dando espaço para se aconchegar, enquanto ela se aninhou de frente pra mim com o nariz praticamente colado no meu pescoço.
Nos mantivemos em silêncio por intermináveis minutos, até perceber sua respiração pesada e os meus batimentos descompassados, meu corpo estava quente e eu associei ao fato de estarmos cobertas ao lado da fogueira, mas sabia bem que essa não era a causa, principalmente porque sentia o calor vindo do corpo que estava junto ao meu.
Fiquei nervosa, sabia que ela perceberia aquele caos vindo do meu peito e tive medo que se afastasse, com medo da minha reação. Soltei o ar preso nos meus pulmões tentando não fazer muito barulho, quando senti uma mão tímida surgindo sobre o meu peito, indo na direção do meu pescoço, obrigando-me a prender completamente a respiração.
Meus ouvidos zuniam, eu não ouvia nada além dos meus próprios batimentos descompassados, enquanto suavemente ela deslizou a mão até a lateral do meu pescoço, deslizando e indo na direção do meu queixo, trêmula e inexperiente. Soltei o ar com força, não conseguia me concentrar e deixá-la fazer o que queria, estava histérica e complementarmente excitada com aquele simples toque.
Sua mão me segurou delicadamente pelo queixo, virando meu rosto na sua direção, enquanto de olhos fechados, aproximou sua boca procurando a minha, roçando levemente no meu nariz, antes de me beijar suavemente.
Automaticamente sua boca se abriu encobrindo os meus lábios com um beijo molhado, deslizando suavemente contra a minha, até que finalmente percebi o que estava acontecendo e reagi, lentamente sem querer assustá-la.
Dei passagem para sua língua que deslizava devagar dentro da minha boca, tão macia e quente, enquanto o seu nariz roçava no meu.
Ainda com os olhos fixos no seu rosto, beijei-a com a vontade que estava presa dentro do meu corpo á semanas, sem querer assustá-la, fui me aproximando e trazendo seu corpo pra mais perto.
Quando percebi, a mão que estava debaixo do seu pescoço já se encontrava enrolada nos seus cabelos negros e ondulados, forçando sua boca contra a minha, enquanto ela me beijava com vontade e rispidez, completamente diferente de quando começou.
Instigada com a situação, enfiei minha mão livre debaixo do cobertor, procurando sua cintura, a qual rodeei e puxei, trazendo seu corpo para cima do meu, arrancando um gemido baixo contra os meus lábios.
Stephanie estava apoiada sobre uma das mãos e com a outra agarrada ao meu pescoço, infringindo certa força enquanto me beijava, me deixando ainda mais excitada. Com uma das pernas de cada lado do meu corpo, fui obrigada a deslizar minha mão pelas suas costas, apertando sua bunda, empurrando-a contra o meu corpo com certa violência, ansiando sentir a sua excitação.
O beijo foi interrompido bruscamente, seu rosto se afastou do meu e eu procurei seus olhos que naquele momento me encaravam de um jeito que até então não tinha acontecido.
– Eu tinha dito que… que eu gosto de você!
Sorri, controlando o gemido que quase escapou da minha garganta, enquanto sentia uma forte pulsação entre as pernas, ela estava completamente sexy, jogada sobre mim e desprovida de pudor.
– Quer ir pra casa?
Eu não queria, queria fazer ali mesmo, queria senti-la o mais rápido possível, mas não queria ser a bárbara que estava acostumada a ser, não com ela, não com a minha esposa. Então dei a opção de voltarmos para o aconchego do nosso quarto.
– Não! Não quero esperar!
– Vai ficar doente!
– Com esse calor?
Sorri, eu podia esperar, eu era forte o bastante pra esperar até chegarmos ao casarão, mas ela não fez questão nenhuma de me ajudar.
Rapidamente me sentei deixando-a na altura do meu rosto, sobre o meu colo, com os cabelos esvoaçantes e semi coberta. Deslizei as mãos pela sua cintura, enfiando-as debaixo do seu casaco, encontrando sua pele macia e quente, enquanto enfiei meu rosto no seu pescoço, beijando e mordendo todo centímetro de pele que encontrava.
Stephanie emaranhou os dedos entre os meus cabelos, puxando e prendendo entre suas mãos até que um ruído atraiu minha atenção.
Rapidamente retirei uma das armas do coldre, empurrando Stephanie de cima de mim, derrubando-a sentada sobre o pelego enquanto me levantava ficando na frente do seu corpo, com a arma em punho.
– Rolig søster! Det er bare meg! “(Acalme-se irmã! Sou só eu!)”
Enok surgiu entre as árvores com as mãos para cima, enquanto eu mantive a arma apontada na sua direção. Coloquei-me em pé, apanhando a pequena lanterna que carregava no cinto, apontando na direção de onde meu irmão surgiu, tentando me certificar se ele estava sozinho ou não.
– Det er bare meg Gunnar! Faren vår ba meg passe på deg! “(Sou só eu Gunnar! Nosso pai me mandou te vigiar!)”
Senti verdade nas suas palavras, mas não podia confiar cegamente, principalmente porque ele era um dos mais revoltados com a morte de Erling.
– Det er ikke slik du ser på noen! Tanken er ikke å bli tatt! “(Não é assim que se vigia alguém! A idéia é não ser pego!)”
– Jeg ble ikke tatt! Det var jeg som lot deg se meg! Jeg er ikke lenger den lille gutten du alltid har overgått i alt. “(Eu não fui pego! Eu que deixei você me ver! Não sou mais o garotinho que você sempre superou em tudo.)”
– Hva vil du? “(O que quer?)”
– Jeg vil snakke! Og dette var den beste muligheten jeg fant! “(Quero conversar! E essa foi à melhor oportunidade que encontrei!)”
– Snakke om hva? “(Conversar sobre o quê?)”
– Kan du senke dette? “(Dá pra abaixar isso?)”
Enok apontou para a arma empunhada em minha mão, enquanto se aproximou se sentando do lado oposto da fogueira.
Apanhei Stephanie pelo braço, levantando-a do pelego, colocando-a atrás de mim, onde pudesse protegê-la.
– Jeg vil ikke skade kona din Gunnar! Selv om jeg var sint på sviket ditt! Hun har ingenting med det å gjøre, og du slo broren vår i en duell, noe han godtok. “(Eu não vou machucar a sua esposa Gunnar! Apesar de ter ficado com raiva da sua traição! Ela não tem nada com isso e você venceu o nosso irmão em um duelo, o qual ele aceitou.)”
– Jeg synes ikke du reagerte så bra! “(Não me parece que você reagiu tão bem assim!)”
– Jeg kan ikke vise faren vår hva jeg egentlig tenker. Eller han vil gjøre mot meg det han alltid har gjort mot deg, fordi du er annerledes. “(Eu não posso mostrar ao nosso pai o que penso de verdade. Ou ele fará comigo o mesmo que sempre fez com você, por ser diferente.)”
– Hvor vil du dra Enok? “(Aonde quer chegar Enok?)”
– Jeg vet ikke om du la merke til det! Men i mellomtiden reiste vi tilbake til bebyggelsen for å hente resten av folket vårt, Norabel kom ikke tilbake med oss. “(Não sei se você percebeu! Mas no meio tempo em que voltamos para o assentamento para buscar o restante do nosso povo, Norabel não retornou conosco.)”
Eu realmente não a tinha visto desde a chegada do nosso povo a colônia, Norabel era a filha mais velha de Enok, de apenas 12 anos de idade.
– Hvor er hun? “(Onde ela está?)”
– Død! Norabel døde på vei tilbake til kolonien! “(Morta! Norabel morreu durante o caminho de volta à colônia!)”
– Jeg visste ikke! Hvordan døde hun? “(Eu não sabia! Como ela morreu?)”
– Jeg trodde du var for opptatt med amerikanerne til å skjønne at niesen din var død. Jeg hatet deg for å legge større vekt på disse menneskene enn våre! “(Eu percebi que você estava ocupada demais com os americanos pra perceber que sua sobrinha estava morta. Eu odiei você por dar mais importância a esse povo do que ao nosso!)”
– Jeg kjente ikke Enok! Jeg er veldig lei meg! “(Eu não sabia Enok! Eu sinto muito!)”
– Helt fint! Å slåss med deg vil ikke bringe henne tilbake. “(Tudo bem! Brigar com você não vai trazê-la de volta.)”
– Hvordan skjedde det? “(Como aconteceu?)”
– Hun falt utfor en klippe! Jeg utforsket et område hvor vi tok en pause for å hvile. Da vi gikk for å gjenoppta turen, fant vi henne livløs på steinene. “(Ela caiu de um penhasco! Estava explorando uma área em que fizemos uma pausa pra descansar. Quando fomos retomar a caminhada, a encontramos sem vida sobre as rochas.)”
Finalmente abaixei a arma, percebendo as lágrimas que brotavam dos seus olhos.
– Jeg er veldig lei meg! “(Eu sinto muito!)”
– Dette er ikke alt! Jeg har ikke fortalt deg det verste ennå! “(Isso não é tudo! A pior parte ainda não te contei!)”
– Så snakk! “(Pois fale!)”
– Den natten du utfordret Erling, så jeg ikke etter at du skulle slåss, jeg ville lufte deg, men Heimdall tolket alt feil. Han var alltid din forsvarer! “(Na noite que você desafiou o Erling, eu não te procurei para brigar, eu queria desabafar com você, mas o Heimdall interpretou tudo errado. Ele sempre foi seu defensor!)”
– Hva ville du snakke om? “(Sobre o que queria falar?)”
– Om Erling, jeg stolte ikke på ham, ikke lenger, ikke etter de siste tingene som skjedde. Han var den siste som ble sett med Norabel i live og sa at han ikke husket å ha vært sammen med henne før fallet. “(Sobre o Erling, eu não confiava nele, não mais, não depois das últimas coisas que aconteceram. Ele foi o último a ser visto com Norabel viva e dizia não se recordar de ter estado com ela antes da queda.)”
– Hva insinuerer du? “(O que está insinuando?)”
– Jeg insinuerer ikke! Jeg sier det! “(Não estou insinuando! Estou afirmando!)”
Enok finalmente enxugou as lágrimas com as mãos, tentando conter o choro.
– For en uke siden da bryllupet ditt fant sted og Erling døde! Faren vår ba meg få de beste klærne hans til begravelsen. Og det var da jeg fant dette med ham. “(Há uma semana quando o seu casamento aconteceu e Erling morreu! Nosso pai pediu para que apanhasse as melhores roupas dele para o funeral. E foi aí que eu encontrei isso com ele.)”
Enok estendeu a mão em minha direção, ele segurava um pingente dourado, qual pertencia a Norabel desde o seu primeiro aniversário.
– Jeg la merke til noen blåmerker på armene hennes da jeg fant henne, jeg syntes det var rart, men jeg trodde fallet hadde forårsaket det. Dette var imidlertid beviset jeg trengte for å være sikker på hva som egentlig hadde skjedd. Erling drepte datteren min. Og jeg ber Odin om at han ikke gjorde noe mer, for i det øyeblikket ville det drepe meg, siden jeg ikke kan hevne hans død. “(Eu percebi alguns hematomas nos bracinhos dela quando a encontrei, achei estranho, mas pensei que a queda havia causado aquilo. No entanto, isso aqui era a prova que eu precisava para ter certeza do que realmente tinha acontecido. O Erling matou a minha filha. E eu peço a Odin, que não tenha feito nada além, porque nesse momento isso me mataria, já que não posso vingar a sua morte.)”
Um arrepio tomou conta do meu corpo, eu sabia que Erling era capaz de realmente ter feito aquilo com a sobrinha, ele nunca foi um bom homem, mas era difícil de digerir, principalmente vendo o estado de Enok. Voltei na direção de Stephanie, que me encarava com os olhos arregalados sem entender uma única palavra que havíamos dito até então, entreguei a arma para ela e sorri tentando tranquilizá-la.
– Está tudo bem!
Ela concordou com um gesto antes de me voltar novamente na direção do meu irmão e andar até onde ele estava, me agachando ao seu lado.
– Erling er død! Det er ingenting å gjøre med det! Og jeg beklager virkelig at det ikke var av dine hender! “(Erling está morto! Não há nada a ser feito em relação a isso! E eu sinto de verdade, que não tenha sido pelas suas mãos!)”
– Jeg også! Og jeg vet at du ikke er enig i måten faren vår leder folket vårt på! Så jeg kom hit for å be deg om en tjeneste! For Erling var bare den han var takket være vår fars lære. Alt dette er hans feil. “(Eu também! E eu sei que você não concorda com a forma que o nosso pai lidera o nosso povo! Então eu vim até aqui pra te pedir um favor! Porque o Erling só era quem era graças aos ensinamentos do nosso pai. Isso tudo é culpa dele.)”
– Hva vil du? “(O que quer?)”
– Du vet like godt som meg at han kommer til å ødelegge dette stedet! Du vil ikke klare det, og alt vil brenne ned til grunnen! Han kommer til å drepe disse menneskene, han kommer til å voldta alle kvinnene han kan, inkludert dine! “(Você sabe tão bem quanto eu que ele vai destruir esse lugar! Não vai conseguir administrar e vai levar isso tudo às cinzas! Vai matar essas pessoas, vai estuprar todas as mulheres que conseguir, incluindo a sua!)”
Apertei o maxilar e me coloquei em pé, cerrando os punhos enquanto o sangue fervia dentro do meu corpo instantaneamente.
– Det er hans ord, Gunnar! Og jeg er ikke enig, du fortjente den retten i en rettferdig duell! Han burde ære vår tradisjon og ikke ønske hevn på deg! “(São palavras dele Gunnar! E eu não concordo, você ganhou esse direito num duelo limpo! Ele deveria honrar a nossa tradição e não querer se vingar de você!)”
– Da dreper jeg ham! Det er tjenesten, er det ikke? “(Então eu vou matá-lo! É esse o favor não é?)”
– Nei! Du kan ikke bare drepe ham! Du er smart nok til å vite at dette vil føre til krig! Dine betrodde menn er ikke gode nok til å beseire hele farens hær. “(Não! Você não pode simplesmente matá-lo! É inteligente o suficiente pra saber que isso causaria uma guerra! Seus homens de confiança não são bons o suficiente pra derrotar todo o exército do nosso pai.)”
– Og hva foreslår du? “(E o que sugere?)”
– Ett slag! Jeg foreslår at du tar med flere menn til vår side, og så ja, vi dreper ham og tar makten fra folket vårt og denne kolonien! “(Um golpe! Sugiro que traga mais homens para o nosso lado, e depois sim, nós o matamos e tomamos o poder do nosso povo e dessa colônia!)”
– Og hva er planene dine for denne kolonien? “(E quais seus planos pra essa colônia?)”
– Du kan få det! Med din kone og kommandoen over kolonien kan du gjøre hva du vil med disse menneskene, så lenge du lar vårt folk stå under min kommando og holder avtalen stående! Dette stedet er velstående! Jeg vil oppdra barna mine her! Sikkert, hvordan kunne ikke Nora klare det! “(Você pode ficar com ela! Com a sua esposa e com o comando da colônia, pode fazer o que bem entender com esse povo, desde que deixe o nosso povo sob o meu comando e que mantenha o acordo em pé! Esse lugar é próspero! Quero criar os meus filhos aqui! Em segurança, como a Norabel não conseguiu!)”
Soltei com força o ar dos pulmões, voltando meu rosto na direção de Stephanie, que permanecia encolhida com a arma nas mãos.
– Jeg bryr meg ikke om disse menneskene, jeg bryr meg ikke om Herren! Men jeg bryr meg om henne og hun bryr seg om dem. Så hvis du våger å skade henne, vil jeg drepe deg og spise innmaten din foran din kone og barn! Forsto du? “(Eu não me importo com esse povo, não me importo com o Lord! Mas eu me importo com ela e ela com eles. Então se você ousar machucá-la, eu te mato e como as suas entranhas na frente da sua mulher e filhos! Entendeu?)”
– Det er rettferdig! “(É justo!)”
Enok se colocou em pé.
– Vi vet om Heimdall og jenta! Agnar vet at du utfordret Erling til å forsvare ham! “(Sabemos sobre Heimdall e a garota! Agnar sabe que você desafiou o Erling para defendê-lo!)”
– De er bare barn! “(Eles são só crianças!)”
– Ja det er de! Men Agnar vil drepe dem for dette. Jeg foreslår at du snakker med broren vår og holder ham under øynene. “(Sim, eles são! Mas Agnar quer matá-los por isso. Sugiro que converse com o nosso irmão e o mantenha debaixo dos seus olhos.)”
Concordei com um gesto, enquanto Enok tentou colocar um sorriso no rosto.
– Skal du fullføre det du holdt på med? Det er kaldt og jeg kan bare komme tilbake etter deg! “(Vocês vão terminar o que estavam fazendo? É que está frio e eu só posso voltar depois de vocês!)”
– Faen deg! “(Vai se fuder!)”
Enok riu e começou a descer o morro, agarrando-se nos galhos das árvores, enquanto me dirigi até onde Stephanie estava, apanhando a arma de suas mãos.
– O que foi isso?
– Eu te conto na colônia! Não é mais seguro virmos aqui!
Rapidamente apanhei o cobertor e o pelego do chão, jogando sobre o lombo de Forseti, depois apaguei a fogueira e ajudei Stephanie a montar no cavalo, colocando o cobertor sobre seus ombros, protegendo-a do frio, voltando imediatamente para a colônia.
Fim do capítulo
Boa noite!
Agora as coisas estão andando não é?
Beijos
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thays_
Em: 21/03/2024
Q delicia de beijo!
Gostei do plano do Enok, infelizmente o Agnar é capaz de tudo. Acho que só vão conseguir viver minimamente em paz se ele for morto. Gunnar se torna a rainha se conseguir eliminá-lo?
Resposta do autor:
Pois é!
Difícil dizer...
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Jeh RZk
Em: 17/03/2024
Geeeente. Esse cap foi um misto de sentimentos. Arrepiei. Ansiosa pra ler o próximo e ver esse casal junto. Ps Espero que Enok não traia Gunnar kkk
Resposta do autor:
Oi!
Eu fico ansiosa na mesma proporção que você kkkk
Já estou postando o próximo, espero que goste.
Beijos
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