Capitulo 10
Gunnar
Aquela noite foi difícil de processar, passei algumas horas sentada no alto de uma das torres de vigilância, onde bebi e fumei tudo que consegui, tentando assimilar os acontecimentos de mais cedo.
Eu tinha me afastado de Stephanie a contra gosto, eu acreditei semanas que ela estivesse tentando me manipular assim como a Heimdall, ele me deixou acreditar que estivesse envolvido com ela e isso fez com que eu me sentisse uma idiota. Porém, mesmo aliviada com o fato deles não terem absolutamente nada um com o outro, mesmo sentindo todas as forças do meu corpo querendo correr até ela e tomá-la em meus braços, aquilo definitivamente não importava, não mais, não com o retorno do meu pai e o seu plano que finalmente iria começar.
Eu sabia que em pouco tempo aquele povo seria escravizado, mulheres seriam estupradas e feitas de concubinas, algumas poderiam até serem esposas, porém muitas delas morreriam muitas crianças e a maioria dos homens senão todos. Stephanie poderia ser uma dessas mulheres e só imaginar que isso podia acontecer me incomodava profundamente, eu estava perdendo o controle mesmo sabendo que não deveria se quisesse continuar respirando.
No entanto, naquele momento, nada me preocupava mais do que a burrice que Heimdall havia cometido, ele tinha se envolvido com a mulher que nosso irmão mais velho havia escolhido para ser sua esposa, isso o colocava numa posição muito ruim e perigosa. Eu não podia permitir que ele fizesse a besteira de desafiar o Erling, isso só garantiria a morte dele e nada mais, nada mudaria, ninguém seria salvo, nem Anne e muito menos Stephanie.
Boa parte da manhã passei dormindo, ignorei totalmente a minha mãe, todas as vezes que me procurava para conversar, ela me conhecia e não tinha nada que pudesse fazer para impedi-la de me decifrar e descobrir que alguma coisa estava errada, então a evitei sempre que possível.
Já era de tarde quando nos reunimos em frente ao casarão, onde a maioria do povo nórdico e americano se aglomerava para o anúncio oficial do casamento de Erling e Anne, que oficializariam a união dos nossos povos, ao menos por enquanto.
Anne estava ao lado de sua mãe e irmãs, com os olhos úmidos e assustados, enquanto Lord Harald se esforçava para parecer feliz com aquela situação.
Finn e Ivar ficaram o tempo todo comigo, ao lado de Heimdall, impedindo-o de fazer qualquer besteira que fosse.
– O casamento que unirá os nossos povos acontecerá ao cair da noite de amanhã! Uma grande festa será dada para celebrar essa união! Peço a todos do meu povo, da colônia Nascer do Sol, que recebam de braços abertos o povo nórdico do Lord Agnar. Pois a partir de amanhã, seremos uma única nação!
Lord Harald ostentava um sorriso no rosto, mas podia ver o quão desconfortável estava com aquela situação, Anne já não continha as lágrimas e era amparada pela mãe, enquanto Stephanie não tirava os olhos da minha direção e de Heimdall, suplicando por ajuda.
– La meg gå Finn! Jeg kan ikke tillate dette! “(Me solta Finn! Eu não posso permitir isso!)”
– Jeg kan ikke gutt! “(Eu não posso garoto!)”
Finn e Ivar tentavam conter Heimdall entre a multidão, mas a discussão começava a chamar atenção das pessoas ao redor. Minha cabeça dava voltas e eu não sabia mais o que fazer, amava Heimdall mais do que qualquer outra pessoa da minha família, ainda mais do que amava a minha mãe.
Erling subiu na varanda acompanhado do nosso pai, indo até onde Anne estava, apanhando-a pela mão, arrastando-a até as escadas, onde a exibiu ao nosso povo, que vibrou com a situação.
Heimdall enlouquecido começou a se debater, obrigando-me a tomar uma atitude.
Apanhei-o pela nuca, trazendo-o seu rosto na direção do meu, encostando nossas testas, garantindo o contato visual.
– Du må roe ned og la meg ordne opp i dette Heimdall! “(Eu preciso que você se acalme e me deixe resolver isso Heimdall!)”
– Hvordan i helvete skal du løse det? “(E como diabos vai resolver?)”
– Stoler du på meg? Eller har det endret seg siden vi kom hit? “(Você confia em mim? Ou isso mudou desde que chegamos aqui)
– Jeg elsker henne Gunnar! “(Eu a amo Gunnar!)”
– Jeg vet det! Og det er derfor jeg trenger at du stoler på meg! “(Eu sei disso! E é por isso que preciso que confie em mim!)”
– Hva skal du gjøre? “(O que vai fazer?)”
– Stoler du på meg eller ikke? “(Confia ou não em mim?)”
– Han er den eneste personen jeg stoler på! “(É a única pessoa em quem confio!)”
– Utmerket! Bli her og ikke gjør noe dumt! Ta tak og overlat resten til meg! “(Ótimo! Fique aqui e não faça besteiras! Se controle e deixe o resto comigo!)”
Beijei o topo da cabeça de Heimdall, uma demonstração de afeto que normalmente não tínhamos, andei entre multidão abrindo caminho entre as pessoas, me dirigindo até o centro que formava um círculo, em frente à escadaria, onde Erling estava no topo, exibindo Anne.
Ao me ver se aproximando, meu irmão mais velho me encarou confuso, atento a minha aproximação, assim como todos os demais presentes voltaram suas atenções para mim.
– Lord Agnar! Meu pai e meu líder! Eu venho aqui diante de todos para desafiar um de seus guerreiros para um duelo!
Meus olhos estavam fixos nos olhos do meu pai, que se aproximou de Erling, para me ouvir melhor. Quando concluí a primeira frase, ele me encarou confuso sem fazer idéia de quem era o guerreiro ao qual me referi.
Curioso, meu pai gesticulou com a mão, pedindo-me para concluir.
– Eu desafio o meu irmão Erling, pelo direito de filho mais velho!
Meu pai arregalou os olhos e fechou o semblante no momento que ouviu o nome do seu primogênito, no entanto, a melhor reação foi a do próprio desafiado, que gargalhou alto antes de retrucar.
– Você não pode me desafiar! Não pode ter o direito de filho primogênito, porque nem homem você é!
– Não há nada nas regras do desafio que diga que uma mulher não pode desafiar um homem. A regra diz que um guerreiro pode desafiar qualquer outro guerreiro, e eu sou uma guerreira. E eu te desafio e você deve aceitar, a menos que esteja com medo é claro!
Antes que Erling pudesse retrucar, meu pai se adiantou descendo as escadas, vindo até mim, parando a centímetros do meu rosto.
– Hva tror du at du gjør? Vi er et skritt nærmere å få det vi ønsker! “(O que pensa que está fazendo? Estamos a um passo de conseguir o que queremos!)”
– Vi er ett skritt unna å få det du ønsker! Det jeg vil er å utfordre og kjempe med Erling! Og det har jeg rett på. “(Estamos a um passo de conseguir o que você quer! O que eu quero, é desafiar e lutar com o Erling! E eu tenho esse direito.)”
– Du vil dø! “(Você vai morrer!)”
– Det er ikke akkurat det du er redd for, pappa! Men jeg lover! Hvis han overgir seg trenger jeg ikke å drepe ham. “(Não é bem disso que você tem medo pai! Mas eu prometo! Se ele se render eu não vou precisar matá-lo.)”
Meu pai segurou-me pelos braços apertando com força, enquanto encarava os meus olhos enfurecido.
– Hvorfor i helvete vil du ha oppmerksomhet nå? “(Porque diabos você quer chamar atenção agora?)”
– Jeg vil ikke tiltrekke meg oppmerksomhet! Jeg vil bare ha plassen hans! “(Não quero chamar atenção! Só quero o lugar dele!)”
– For hva? “(Pra quê?)”
– Den er rettmessig min! Fra min mors mage! Det var mitt sted, jeg ble født for dette og han tok det fra meg! “(É meu por direito! Desde o ventre da minha mãe! Era o meu lugar, eu nasci pra isso e ele tirou isso de mim!)”
Aquilo não era verdade, eu não me importava com nada do que acabava de dizer, eu apenas me importava com Heimdall.
Meu pai suavizou a pressão das mãos, e com um tapa no meu ombro se dirigiu novamente a escadaria, indo se colocar ao lado de Erling, que ostentava um sorriso debochado no rosto.
– Se é isso que quer! É isso que você terá Gunnar! O desafio está feito!
Meu pai encarou Erling que pareceu não entender o porquê ele permitiu o desafio, e depois de entender que estávamos aguardando a sua resposta, pigarreou e se voltou na minha direção.
– Prometo que te darei uma morte rápida irmã!
O sorriso debochado mais uma vez surgiu em seus lábios, enquanto nossa mãe se aproximou de Agnar, tentando fazê-lo impedir que seus filhos se matassem. Meu pai como sempre, simplesmente a mandou se calar, sua autoridade não seria questionada, menos ainda na frente de toda aquela multidão.
– O duelo acontecerá amanhã, neste mesmo local, antes da cerimônia de casamento!
Podia sentir na voz do meu pai, a certeza que ele possuía de que Erling venceria o duelo, eu tinha quase certeza disso também, ele era um guerreiro exímio e mesmo que nunca tenhamos lutado entre nós, eu sabia que com o tempo ele havia se tornando tão bom quanto eu era, tão veloz e ainda mais forte. No entanto, aquela era a única alternativa para salvar a vida de Heimdall e livrar Anne do desgosto de ser esposa de Erling, então eu faria tudo ao meu alcance e se porventura eu falhasse, ao menos não estaria ali pra ver o fim daquela história.
Retornei pelo mesmo caminho que havia feito, sendo seguida por nossa mãe, que me apanhou pelo braço, fazendo-me voltar na sua direção.
– Hva gjør du Gunnar? Vil du dø av stolthet? “(O que você está fazendo Gunnar? Vai morrer por orgulho?)”
– Hvorfor er du så sikker på denne moren? “(Porque tem tanta certeza disso mãe?)”
– Hvordan hvorfor? Erling er mann, han er eldre og han har alltid vært sterkest! “(Como por quê? Erling é homem, é mais velho e sempre foi o mais forte!)”
– Det er ikke helt slik jeg husker det! “(Não é bem assim que eu me lembro!)”
– Du vil dø for ingenting! “(Vai morrer a troco de nada!)”
– Hvis det virkelig skjer! Vit at jeg elsker deg mamma! Selv om du ikke fortjener det! “(Se isso realmente acontecer! Saiba que eu te amo mãe! Mesmo a senhora não merecendo!)”
Desde o mundo antigo que não existe mais, as mães são veneradas acima de tudo, mas nem sempre todas as mães merecem e a minha nunca foi mãe de verdade, sempre amou Agnar em primeiro lugar e depois os filhos homens que deu a ele. Não me recordava de uma única vez ter sido prioridade para ela, não seria agora que passaria a ser.
Deixei minha mãe sozinha e me juntei a Heimdall, Finn e Ivar, que me levaram pra longe daquela multidão.
Acendemos uma fogueira assim que a noite começou a cair na beira do rio no alto da montanha, depois das lavouras, onde havíamos queimado nossos irmãos mortos em batalha.
Ivar havia providenciado um barril de cerveja, ele sabia que as coisas tinham ficado muito ruins de uma hora pra outra e assim como eu, duvidava que acabasse bem.
– Det skulle du ikke gjøre! “(Não era pra você ter feito isso!)”
– Det er den eneste veien Heimdall! Jeg har i hvert fall en sjanse. “(É o único jeito Heimdall! Ao menos eu tenho alguma chance.)”
– Jeg er en mann! Jeg må forsvare de tingene jeg vil! Ikke forvent at du gjør det for meg! “(Eu sou um homem! Eu tenho que defender as coisas que eu quero! Não esperar que você faça isso por mim!)”
– Jeg gjør ikke dette bare for deg bror! “(Não estou fazendo isso só por você irmão!)”
– Hva mener du? “(Do que está falando?)”
Nesse momento o restante do meu grupo se aproximou, e dessa vez não eram apenas os 10 homens que eu confiava, e sim todos os sobreviventes dos 30 que passaram esse mês comigo na colônia.
Todos demonstraram apoio, nenhum deles queria que Erling vencesse a batalha, me juraram fidelidade e assumiram que pensavam assim como eu e meu grupo. Ali à beira do rio, os vinte e cinco homens sobreviventes, prometeram que me seguiriam aonde quer que eu fosse caso vencesse o duelo. Eles estavam preparados para lutar por mim e pela colônia, pois assim como eu, não queriam ver o fim de algo tão bom nas mãos de Agnar.
– Hvis noe skjer med meg i morgen! Jeg vil at de skal ta Heimdall og Lords familie langt vekk herfra før bryllupet finner sted! “(Se alguma coisa acontecer comigo amanhã! Eu quero que levem o Heimdall e a família do Lord, pra bem longe daqui antes que o casamento aconteça!)”
Todos concordaram, mas estavam certos de que eu podia vencer aquele duelo, coisa que eu intimamente não acreditava, Erling evoluiu muito nos últimos tempos.
Estávamos distraídos bebendo e cantando, quando Stephanie se aproximou timidamente, os homens sequer olharam em sua direção demonstrando respeito, diferentemente do restante do nosso povo.
– Posso falar com você?
Ela nunca pedia pra falar comigo, sempre chegava impondo sua presença, mas dessa vez estava tímida e parecia nervosa. Levantei-me de onde estava sentada, indo na sua direção, a acompanhando até uma distância confortável dos demais.
– Porque você fez isso?
– Isso o quê?
Tentei sorrir, eu não costumava sorrir, nem mesmo sabia ao certo como fazer.
– Porque desafiou o seu irmão?
– Porque eu precisei!
– Disse que ele é o melhor guerreiro que já viu lutar, que mataria o Heimdall sem fazer esforço.
– Tem uma grande diferença entre Heimdall e eu! Ele é um bom guerreiro, logo será tão bom quanto eu, mas tem muito que aprender ainda.
– Isso significa que vai vencer?
– Isso significa que existe uma pequena possibilidade!
Stephanie abriu e fechou a boca inúmeras vezes, enquanto esfregava uma mão na outra completamente nervosa. Confesso que aquilo mexeu comigo, não sabia ao certo o porquê daquele nervosismo, mas não me agradava vê-la assim.
– Eu sei que é pra defender o seu irmão e não te julgo! Faria o mesmo pelas minhas irmãs! Mas… mas eu não quero que nada aconteça com você!
– Eu não posso simplesmente não fazer nada!
– Se morrer não vai adiantar nada!
– Se eu não morrer vai! Pelo menos a Anne não vai precisar se casar com o Erling!
– Mas vai se casar com você!
Seu rosto demonstrava o quão enciumada estava com aquele comentário, mesmo não querendo ver a irmã caçula com Erling, também não a queria comigo.
– Eu não sou tão ogra quanto ele!
– Sei disso!
Stephanie abaixou os olhos, tentando esconder a umidade deles. Eu não queria vê-la sofrer por antecipação, mas não podia prometer nada, então me calei e deixei que chorasse baixinho, ali na minha frente, tentando esconder dos demais.
Toquei levemente no seu queixo, levantando seu rosto na direção do meu, mantendo meu polegar sobre ele enquanto falava pausadamente para que entendesse.
– Me escute com atenção Stephanie! Isso não é brincadeira, ok?
Ela manteve os olhos fixos nos meus, enquanto prossegui.
– Se eu perder esse duelo! Heimdall, Ivar e os meus homens têm ordens diretas para levar você e sua família para um lugar seguro. Não faça nada idiota, apenas os obedeça e vá embora com eles.
– Pra onde? Como assim?
– Escute! Se eu morrer não será seguro para nenhuma de vocês! Então vão com eles, eles irão protegê-las, se o seu pai não quiser ir, se a sua mãe ou qualquer uma delas não quiser. Pegue a Anne e vá!
Mais uma vez seus olhos se encheram de lágrimas.
– Eu não quero que você morra!
– Eu também não!
Desci meu rosto na sua direção e depositei um beijo suave do topo de sua cabeça, era o máximo que eu podia fazer naquele momento para confortá-la. No entanto, Stephanie não satisfeita, rodeou minha cintura com seus braços, depositando seu rosto no meu peito, entregando-se ao choro.
O dia seguinte passou arrastado, evitei conversar com qualquer pessoa da minha família que não fosse Heimdall, minha mãe tentou insistir algumas vezes obrigando-me há passar o dia escondida longe das suas vistas. E quando o horário exato do duelo chegou me juntei à multidão que me aguardava em frente ao casarão do Lord Harald.
Meu pai estava no centro do círculo formado pelo povo, cantarolava uma música qualquer, enquanto Erling se alongava juntamente com Enok, que aparentemente já tinha escolhido seu favorito. Helga, Sigrid e Freya, aparentemente torciam por mim, mas não tinham muitas expectativas favoráveis.
No alto da varanda do casarão, Lord Harald aparentava estar muito mais nervoso do que a minha própria mãe, assim como Stephanie e Anne. A família do Lord dividia a varanda com o restante da família de Agnar, mas nenhum importava tanto aos meus olhos quanto Stephanie, que mesmo naquela distância, podia ver seus olhos marejados.
Tentei não prestar muita atenção nela, evitei encarar Heimdall que não se juntou a nossa família e se manteve entre a multidão, acompanhado de Finn, Ivar e os demais, prontos para agir caso precisassem.
Aproximei-me do centro do círculo, onde meu pai estava, e deixei que um dos seus homens me revistasse, certificando-se de que não estivesse armada. Depois andei até um dos lados do círculo, livrando-me da camisa que vestia, ficando apenas com a vestimenta que cobria apenas os seios, livrando-me dos colares que carregava no pescoço e das pulseiras. Despida de tudo que poderia me atrapalhar e com os cabelos presos num coque, aguardei por Erling no centro do círculo, o qual se aproximou vestindo apenas as calças e botas, despido de tudo que poderia atrapalhá-lo também.
– O desafio foi aceito. E o desafiado tem o direito de escolher as armas!
Erling sorriu antes de mencionar sua arma favorita.
– Eu escolho o machado!
Um dos homens do meu pai se aproximou carregando dois machados, qual jogou no chão, um para cada lado.
– As regras do desafio são claras! Até a morte, ou até que um dos guerreiros se renda! Lembrando que, guerreiros que se rendem não têm honra e não merecem Valhalla!
Meu pai sorriu para Erling antes de se afastar, deixando claro sua preferência para aquele duelo, coisa que não me surpreendeu minimamente.
Assim que meu pai se reuniu com Lord Harald no alto da varanda, o duelo foi declarado iniciado.
– Que comece o duelo!
Fim do capítulo
Boa noite meninas!
Capítulo fresquinho e importante, contavam com essa reviravolta?
Comentar este capítulo:
thays_
Em: 21/03/2024
Que orgulho da Gunnar!! Ela é muito foda!!
Natalia S Silva
Em: 21/03/2024
Autora da história
Ela me deixa extremamente orgulhosa também kkk
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