Capitulo X
A semana seguinte começou em clima de ansiedade. Como havíamos planejado, Madison passaria na cafeteria ao fim de meu expediente para irmos juntas até a biblioteca pública em busca de mais informações sobre o relógio. Enquanto a ruiva não chegava, resolvi seguir até o segundo andar do Middlem para organizar alguns livros deixados em cima das mesas de leitura. O espaço não estava tão desorganizado como minha mãe sugeriu mais cedo naquele dia, mas para Dona Vitória uma folha fora do lugar era sinônimo de "bagunça completa", rindo incrédula do costumeiro exagero da senhora minha mãe, sigo recolhendo os exatos três livros dispostos na caixa de doação e ajeitando a única cadeira fora do lugar. Apesar de pequeno, aquele espaço conseguia trazer o conforto e aconchego buscado pelos ávidos leitores, para se entregarem às linhas de uma história desfrutando da boa e velha cafeína. Tinha algo de mágico e poderoso na junção de livros e uma caneca contendo o líquido escuro.
Me dirigi à fila de prateleiras, enquanto lia os títulos e autores para adequá-los melhor às estantes organizadas metodicamente por autor e ordem alfabética. Na prateleira da letra C encaixei o livro Mulheres do excêntrico escritor Charles Bukowski, narrando as desventuras de seu alter ego Henry Chinaski e a singularidade das mulheres que passaram por sua vida. O segundo, ganhou espaço na letra E, o clássico da literatura inglesa, O Morro dos Ventos Uivantes da escritora Emily Brontë. Mas quando cheguei ao terceiro, sua capa vermelha fez meus olhos brilharem entusiasmados, o título dourado no meio da capa dura reteve toda minha atenção. A contenda envolvendo sua história e suas citações marcantes, trouxeram à tona uma lembrança há muito esquecida.
"O entra e sai monótono dos clientes compunha o típico cenário de uma quarta-feira, e como de costume, estava escondida no fim do corredor das negras estantes abarrotadas de livros do segundo andar da cafeteria, com um livro qualquer sob as mãos. O aroma de café mesclado ao cheiro inconfundível das folhas nos compelia a sentir muito além das palavras escritas, havia o convite claro para se permitir vagar em aventuras inimagináveis.
Havia escolhido o gênero ficção-fantasia, o qual estava devorando suas páginas durante um par de horas sem me preocupar com o mundo ao meu redor. Aproveitava bem aquele luxo, enquanto no andar de baixo, Nicole e Aidan atendiam muito bem as escassas demandas dos clientes. Entre goles de café e páginas desgastadas, encerrei mais um livro em meu acervo pessoal, e me levantei no intuito de guardá-lo na seção correspondente para só então estar de volta ao primeiro andar. Chegando próximo ao balcão de madeira, Nicole se adiantou estendendo um livro vermelho.
— Pediram para te entregar diretamente, Aly! – olhei hesitante para sua mão e o seu sorriso sugestivo em nada ajudou em minha desconfiança. Vendo minha hesitação, a garota balançou impaciente o objeto enfatizando para que eu o pegasse logo. Assim que o tomei de sua mão, vaguei meus olhos por cada letra dourada do título. Conhecia seu conteúdo, ainda assim, movida pela curiosidade passei os dedos por entre suas folhas desgastadas absorvendo algumas palavras avulsas impressas naquele exemplar. O movimento contínuo do passar das páginas acabou fazendo com que um pequeno pedaço de papel se soltasse voando para fora, me assustando pelo movimento repentino. Apanhei-o, caído aos meus pés, desdobrando-o devagar como se fosse pegar fogo com qualquer movimento brusco. A tensão da expectativa tomava conta dos meu dedos, junto a uma frio ridículo no estômago. Havia algo escrito ali. A letra cursiva transparecia a firmeza do escritor, as curvas bem-feitas transcreviam uma citação.
Tenho tido sonhos que ficam comigo o resto da vida e alteram minhas ideias. Vão mergulhando dentro de mim, como o vinho mergulha na água e mudam a cor do que penso.
— Emily Brontë
As palavras encheram meus olhos de apreciação. Seja lá quem fosse, acertou na indicação — se é que era uma. Por que havia uma nota de uma escritora inglesa junto ao livro de outro escritor? Fora esquecida ali antes de doarem o livro? Essas eram algumas das perguntas que me rondavam enquanto relia cada conjunto de letra. Dando de ombros, guardo o papelzinho no bolso do meu jeans surrado, logo retomando meus afazeres no balcão. Não dei muita importância ao episódio da nota esquecida, apesar de ter sondado Nicole a fim de conseguir alguma pista sobre quem deu o livro, mas contrariando minhas expectativas, foi inútil já que ela insistia em não dizer um detalhe sequer. Na ausência de novidades sobre o doador misterioso, a curiosidade caiu em esquecimento. Todavia, na terça-feira da semana posterior, enquanto arrumava alguns livros deixados sob as mesas, achei outro papelzinho caindo pelas bordas de um deles, e para meu espanto era daquela mesmo livro de capa vermelha.
Ele está sempre, sempre, no meu pensamento. Não por prazer, tal como eu não sou um prazer para mim própria, mas como parte de mim mesma, como eu própria.
— Emily Brontë
Mais uma vez, a intenção contida nas palavras daquele ícone literário me surpreendeu. Alguém queria me mostrar que estava pensando em mim? Soava assustador num primeiro momento, sequer sabia de quem se tratava, nem mesmo tinha qualquer indício facilitando sua identificação, somente o simplório pedaço de papel e a citação aleatória. Seria mesmo para mim? Ou uma breve fixação pela escritora? A forte ideia de ser uma brincadeira de mau gosto martelava na minha cabeça, soava como coincidências demais, porém minha curiosidade em descobrir quem era e o que pretendi sobressaía. Tendo isso em mente, e considerando o evidente esforço do remetente, embarquei na ideia absurda de mandar-lhe uma resposta, percorrendo novamente meus olhos sobre o livro, percebi o marca-página que não estava ali antes, provavelmente a pessoa ainda o estava lendo. Então me arriscando, procurei um pedaço de papel e rabisquei uma das citações mencionadas naquela mesma obra literária, logo o colocando junto ao marcador devolvendo-o à estante. Agora restava esperar para confirmar meu palpite.
O ser humano gosta de complicar as coisas, é só uma brisa, quem sabe ela bagunce teu cabelo, quem sabe te acaricie o rosto, quem sabe, quem sabe…
— Dom Casmurro
Contrariando meus planos, nos dias seguintes não tive tempo de ir até o bendito livro e ver se havia alguma resposta. Voltei a pegá-lo somente na tarde de um sábado chuvoso e pouco movimentado e para minha satisfação encontrei o que esperava.
O pensamento é maior que o céu. Coloque lado a lado os dois: o céu cabe no pensamento, e ainda cabe você depois.
— Emily Dickinson
Sua ousadia me resultou um largo sorriso, que aumentou depois de perceber que caí nas suas intenções, lhe dando a atenção desejada. O desconhecido sabia bem o que queria, o livro foi mero instrumento de sua vontade de contato direto comigo, o que me fez deduzir estar sendo observada a algum tempo. Mas quem poderia ser? A maioria dos clientes eram conhecidos e durante todos aqueles dias, não lembrava de ter visto alguém estranho. Então, é uma pessoa conhecida?
Nos dias subsequentes, o mesmo roteiro se seguiu, ao fim de cada expediente eu ia até o nosso livro— porque o via assim agora, como sendo nosso — e trocávamos citações literárias. Por um tempo questionei suas pretensões, ganhando os gracejos eloquentes de Shakespeare como resposta, por outro lado, lhe trazia de volta a sanidade através de Oscar Wilde e suas sentenças sóbrias — afinal não conhecia meu interlocutor para acreditar facilmente no seu aparente apreço. Consciente da mútua vontade de nos conhecer, o conteúdo das citações acompanhava implicitamente nossas intenções. Por vezes lhe provocava usando de seus próprios venenos…
A pólvora permaneceu tão inofensiva quanto areia, porque nenhum fogo chegou perto para a fazer explodir.
— Emily Brontë
... recebendo em troca a ironia dos meus…
Capitu era também mais curiosa. As curiosidades de Capitu dão para um Capítulo. Eram de várias espécies, explicáveis e inexplicáveis, assim úteis como inúteis, umas graves, outras frívolas; gostava de saber tudo.
— Machado de Assis
Aquele jogo de declarações implícitas se tornou a parte favorita do meu dia. Entre citações, contamos segredos, nos provocamos e nos tornamos cúmplices. No entanto, infelizmente, nossa interação que vinha durando o equivalente a três meses, chegou ao fim, quando, consegui convencer meu interlocutor a se revelar, ele ou ela simplesmente sumiu. Não mais me respondendo, nem mesmo retirando o que lhe deixava, por fim se perdendo no tempo.”
A voz animada de minha mãe anunciando a chegada de Madison, me despertou. Guardei o último livro na prateleira à minha frente seguindo depressa pelo corredor, descendo as escadas para o primeiro andar. Chegando lá acabei encontrando minha amiga conversando despretensiosamente com Aidan no balcão. Já próxima a eles, fingi tossir chamando-lhes a atenção. A ruiva me encarou como se não estivesse flertando descaradamente com o garoto, que de tão envergonhado rapidamente se retirou dali murmurando um pedido nervoso de licença. Após o sorriso cintilante de Mads e um incrédulo meu, enfim, seguimos nosso caminho, conversando amenidades durante o trajeto até o prédio da biblioteca da cidade.
— Então... Você e o Aidan, hum? – sugeri curiosa. Eu tinha percebido seu interesse no meu colega de trabalho desde seu retorno, na verdade, suas intenções ficavam cada vez mais evidentes nas constantes aparições à cafeteria e na insistência de ser atendida por ele quase todas às vezes. Minha amiga cínica não fazia questão de esconder que a causa de suas visitas não era por mim, e sim pelo barista moreno, alto e de olhos castanhos-mel. Tinha certa pena do tímido rapaz, a aura atraente da garota ruiva envolvia facilmente os desavisados como abelha ao mel, e com ele não parecia ser diferente. Ela não era nenhuma sem coração, pelo contrário, mas quando colocava algo na cabeça nada tirava, ela era implacável.
— Por que perguntou se já sabe a resposta? – tentou soar indiferente, falhando miseravelmente.
— Não temos conversado muito sobre coisas normais ultimamente, e também a senhora não me falou nada desse seu novo interesse!
Pude perceber a sutil mudança na postura da garota ao meu lado, os dedos se fechando com mais firmeza ao volante, a rigidez atípica no maxilar e o franzir do cenho, transparecia certa insegurança. Falar sobre aquele assunto parecia lhe causar incômodo, o que era incomum, pois Madison tinha grande facilidade em desenvolver qualquer conversa, seja em qualquer circunstância.
— O que foi? Você não iria me contar, é isso? – insisti no assunto. A única vez que a vi daquela forma foi quando tinha sido aceita no intercâmbio e iriamos ficar longe uma da outra, e ela não sabia qual seria a minha reação.
— Não é isso Aly, é só que … não achei apropriado falar da minha vida romântica diante a atual situação. – sua voz saiu cuidadosa.
Não esperava que fosse esse o motivo, mas entendia que fazia sentido para ela, ver sua melhor amiga despedaçada pelo namorado morto e não querer falar de seu novo affair. Era um motivo aceitável. Não pude evitar me sentir culpada por estar tão afundada em meus próprios sentimentos que não lhe dei espaço para falar sobre os seus. Não fui egoísta, eu sabia, até porque cada um passa pelo luto de formas diferentes, mas ver minha melhor amiga guardar sua felicidade com medo de que aquilo pudesse me magoar doeu bastante, não podia negar.
— Mads, não tem por que deixar de contar sobre sua vida amorosa por conta do desastre da minha. O mundo não gira ao meu redor. Sinceramente continua doendo, mas não é mais como antes. Eu ainda posso sorrir e principalmente posso ficar feliz por você estar feliz. – tento transparecer toda minha sinceridade. As pessoas não deveriam temer falar sobre algo porque machucariam. Fingir que não aconteceu seria pior, e Madison esteve ao meu lado nos meus piores momentos, então mostraria a ela que poderia voltar a dividir os melhores também. Sentindo que falava a verdade, o clima estranho entre nós passou e minha amiga desandou a falar sobre seu pequeno affair. Me sentia verdadeiramente feliz por sua empolgação no engenhoso plano de conquistar o gentil barista. Entretidas em nossa conversa, logo chegamos à biblioteca. Após breves orientações, a bibliotecária, uma altiva senhora de uns 65 anos, nos indicou os computadores dispostos ali, onde localizaríamos as informações que queríamos. Devido à variedade de livros, a catalogação manual foi dispensada, portanto, tudo o que procurávamos podia ser consultado nas máquinas alojados na parte central da grande biblioteca pública de São Valeriano.
Apesar disso, a praticidade de não precisarmos procurar manualmente não nos poupou tempo, haviam se passado quase três horas, sem conseguirmos encontrar qualquer informação útil. Ambas nos encontrávamos exaustas naquele ponto, jogadas desajeitadamente sobre a grande mesa de mogno entre nós.
— Vou lá fora comprar algo para comermos, quer ir? –assopro Madison.
Nem me dei o trabalho de lhe responder, só acenei negativamente, não poderia desistir apesar de meus olhos arderem por tanto tempo lendo. Segui os passos da ruiva se distanciando, logo voltando a visão para a tela do computador. Depois do que pareceram longos minutos, uma reportagem prendeu minha atenção. Datada a pouco mais de 60 anos atrás, a matéria relatava a série de assassinatos que aconteceram na cidade vizinha à nossa que chocou a todo o estado. A manchete em letras garrafais levava o codinome do serial killer, Custodibus. Ao que parecia, os corpos das vítimas, mortas asfixiadas, apresentavam as horas do óbito gravadas no corpo, os números em algarismos romanos ditavam o triste fim que as levou. Contudo, não foram os detalhes mórbidos dos feitos daquele indivíduo que realmente atraíram minha atenção, mas sim a foto do objeto encontrado próximo ao corpo da última de suas vítimas. Em preto e branco, o relógio de bolso ganhou a primeira página nos anos 60. Um gosto estranho subiu à boca, meu estômago dava voltas traçando círculos cada vez mais apertados, podia sentir minha cabeça latejar pelo mero vislumbre da foto contida no papel envelhecido na tela. Não sendo o bastante, nas linhas finais daquela reportagem, um nome se fazia presente sob a mira de meus olhos incrédulos, as letras brilhavam em negrito tomando toda atenção que me restava.
Ylena Montelo, havia sido a última vítima do notório assassino, aparentemente dono do relógio.
A garota de 22 anos, provinda de família abastada foi brutalmente assassinada no auge de sua jovialidade, encerrando precocemente sua ascendente carreira jornalística. O destaque dado ao seu nome se devia ao fato dela ter chegado perto demais de descobrir a identidade do indivíduo nomeado Custodibus. Aparentemente, após seu falecimento, o assassino não fez novas vítimas, desaparecendo inexplicavelmente, sem deixar nenhum rastro. Infelizmente, nenhuma informação foi encontrada, assegurando assim seu anonimato.
—Aly, você não vai acreditar no que … Que cara é essa? O que foi? – a voz de Madison se fez presente, interrompendo meu estado absorto de contemplação. Levei meus olhos à sua face levemente preocupada.
— Encontrei. – diante da minha lânguida voz, a ruiva praticamente pulou sob a cadeira ao meu lado, deixando o saco de papel que levava a mão sob a mesa. Sua feição passou de preocupada à desacreditada enquanto seus olhos ganhavam as linhas do artigo à nossa frente. Via os dedos de sua mão esquerda se apertando sob seu maxilar quando também chegara ao fim da reportagem, vendo o nome que tanto buscávamos lá. Minutos depois, voltou-se em minha direção, permitindo-me enxergar os mesmos sentimentos conflitantes nela. Aquela história tinha acabado de se tornar ainda mais bizarra.
— Poderia até sentir pena, se ela não tivesse se tornado uma psicopata sobrenatural. – a ruiva murmurou enquanto passava a página, o pequeno sorriso cético que demos em cumplicidade se desfez quando nas próximas páginas avistamos outra matéria agora destinada a cada uma das vítimas. O texto trazia palavras de estima em homenagem às aqueles que tiveram suas vidas ceifadas pelo notório assassino do relógio. Pequenos recortes de suas fotos emolduravam o centro da cartilha do velho jornal, onde a imagem do rosto de Ylena tomava a frente de todas elas, talvez por ter sido parte do corpo jornalístico quando em vida. Os tons cinzas da folha impressa agora digitalizada não deixavam notar certos detalhes de sua aparência, como a cor dos olhos, porém aparentemente seus cabelos eram claros, possivelmente loiros, o rosto de feições delicadas possuía traços bem delineados como o nariz arrebitado e a boca volumosa, seus cílios longos destacavam o formato arredondado dos olhos. A postura imperturbável transparecia a classe exigida de sua posição social privilegiada. A garota na foto exalava amabilidade, em nada condizia com a versão assassina incontrolável e cruel que imaginávamos.
— Caralh*, ela era linda! – exclamou surpresa, eu não podia discordar, a facínora de face angelical era de fato linda. O belíssimo rosto camuflava bem as atuais intenções homicidas de sua dona, a definição perfeita de uma sereia como na mitologia grega, enfeitiçando suas vítimas com docilidade e inocência para então afogá-las concedendo-lhes o beijo da morte. – As duas, na verdade. Mas sei lá, Kiara tem um ar indomável, deve ser por conta da sua essência latina. Agora, posso entender sua fascinação pelos olhos dela. – completou a ruiva presunçosa, o que me fez voltar os olhos em sua direção com o cenho franzido, lhe causando uma breve risada.
— Do que está falando, maluca?
— Kiara, oras! – tentou soar indiferente.
— Como?!
— A lentidão do seu raciocínio às vezes é decepcionante, eu te falei que iria pedir a foto dela. Então…o que posso dizer?! Ella me enviou um tempinho antes de entrar aqui. – Madison mostrou a tela do celular com a tal foto, e não me espantou ver a garota dos sonhos, em sua versão mais jovem. Seus intensos olhos castanhos claros e o sorriso altivo entregavam a personalidade impetuosa, além de confirmar o ar indomável mencionado por minha amiga.
— Nem precisa dizer nada, só pela sua cara entendi que é ela mesmo! – o sorriso dela se alargou vendo meu espanto de reconhecimento.
— Muito engraçada! – desdenhei.
Ignorando minha atitude malcriada, a ruiva voltou os olhos para a tela do computador ao mesmo tempo em que colocava seu celular de volta sob a mesa de mogno à nossa frente. Ficamos vasculhando outras informações, mas nada se mostrou tão útil quanto àquela reportagem. Por fim, acabamos voltando para casa, com o status atual da situação sendo melhor do que esperávamos. Não mais nos encontrávamos presas a um labirinto sem saída, fadadas ao completo fracasso. O caminho à nossa frente clareava cada vez mais, nos trazendo a ilusória sensação certeza.
Talvez pudéssemos resolver aquilo.
Só talvez.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Sem comentários
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook: