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Inefável por Maysink

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Palavras: 2319
Acessos: 507   |  Postado em: 29/01/2024

Capitulo II

Uma nova semana se iniciava, e junto a ela o familiar efeito de uma noite mal dormida. A desorientação comum de todas as manhãs me dava seu bom dia, através do reflexo do meu sorriso cansado visto pelo espelho, enquanto me arrumava para trabalhar. Desde meus 17 anos ajudava meus pais no Bar-Café Middlem, e por isso tinha certa noção de todo o funcionamento do lugar, além é claro de ser um dos meus locais preferidos também. A agitação rotineiro do lugar, fazia com que me sentisse viva, por isso tomava conta diretamente, enquanto meus pais faziam toda a parte burocrática necessária. 

Middlem possuía o estilo rústico de bar suavizado pelo requinte das cafeterias, a larga vidraçaria substituindo a parede de entrada e o lado esquerdo do estabelecimento, permitia a claridade natural do dia se infiltrar por todo o primeiro andar evidenciando os detalhes amadeirados de seu interior. As paredes em cores sóbrias estavam preenchidas de desenhos aleatórios, como também de quadros com mensagens divertidas e alguns discos de vinil emoldurados que meu pai gostava. Por ser um ambiente bem espaçoso, as mesas e cadeiras negras se encontravam próximas às vidraçarias, dando aos clientes a vista da avenida principal e da praça da cidade. No segundo andar, tínhamos uma pequena biblioteca solidária, com poucas mesas e pufes dispostos para aqueles que – assim como eu – se diziam amantes de livros e que quisessem passar boas horas por lá. Esse espaço me servia de refúgio particular. Em dias de pouco movimento, era certo que me encontrasse escondida por ali, com um livro e café forte, perdida nas linhas torrenciais de uma história qualquer. 

Ao chegar na frente do pub, como de costume, dou bom dia aos dois outros funcionários que me esperavam, ajeitando com dificuldade meus rebeldes cabelos num coque improvisado, guardo a mochila, preparo o café, organizo as mesas e depois de todo o aquele ritual diário, lá se vão às horas. O movimento naquele dia foi o comum das segundas-feiras, sendo mais agitado apenas ao fim do expediente, próximo às 18 horas. Como não funcionávamos nas noites de segunda a quarta-feira como pub, eu já me preparava para voltar direto para casa. Após conferir os últimos detalhes do fechamento do caixa, me direciono até a porta na intenção de ir embora, no entanto vejo Caleb sentado em uma das mesas próximas à saída. Apesar de suas visitas regulares ao café, poucas foram as vezes que ele aparecia no fim do meu turno, por isso, não consegui esconder minha surpresa em vê-lo tão aleatoriamente ali.

— Tenho algo para você! – sorriu disfarçando muito mal sua empolgação ao se levantar da cadeira, subitamente, e vir andando ao meu lado quando não parei meus passos em direção a porta.

— O que é dessa vez? – respondi evidenciando minha total desconfiança através do um tom monótono, enquanto esperava-o passar pela porta para trancá-la. A menção de um presente faria qualquer pessoa ficar ansiosa e empolgada, mas vinda de Caleb, me causava apreensão e receio.  É que ele não era bom com presentes, sabe.

— Ah…deixe disso, dessa vez me superei. – aperto os olhos descrente, quando o ouço desmerecer minha preocupação. Aquilo só me fez o olhar ainda mais desconfiada. 

— Não me atacando ou dando alguma reação alérgica Cal, está de bom tamanho. – o rapaz sorriu presunçoso, se colocando a minha frente com as mãos nos bolsos da calça jeans surrada, me fazendo parar os passos e erguer a cabeça confusa pela interrupção tão abrupta. Estávamos próximos à Praça Lavínia Hotth, agora. Podíamos sentir o cheiro das várias flores que enfeitavam a construção que tomava bons quarteirões de distância com suas majestosas árvores. Aos domingos podia-se ver ali várias tendas com produtos orgânicos e artesanais dos pequenos comerciantes locais montadas entre os caminhos asfaltados, um ou outro artista de rua se arriscando em apresentações - quase todas às vezes jovens músicos nos presenteavam com uma bela trilha sonora. Entretanto, naquele momento, havia somente o silêncio de outra noite se iniciando.

Meu bobo namorado, por fim, retirou as calejadas mãos dos bolsos de sua calça jeans, estendendo um objeto redondo e escuro, que não identifiquei a princípio. A fraca luz dos postes acima de nós, não ajudava muito a vê-lo facilmente, mas bastou me aproximar, totalmente curiosa, para notar o relógio de bolso daqueles modelos antigos, preto fosco. Seu pingente carregava o fundo oco de engrenagem em bronze com números romanos para as marcações dos segundos em branco e detalhes em vermelho vivo para as horas. Cal, realmente, havia superado as expectativas daquela vez, era o relógio mais bonito que já vira. Não consegui deter o sorriso em total fascínio.

— Não disse? – exaltou o garoto em puro júbilo. Meio a contragosto, acabei acenando positivamente, não iria menosprezar sua pequena conquista.

Cal estendeu o objeto na minha direção com entusiasmo, me fazendo recuar um pouco assustada por toda aquela animação repentina. O olhei desconcertada, não pareceu certo aceitar o objeto, havia algo de estranho com aquele relógio, na verdade, uma urgência incomum se apossava de mim, me fazendo recuar outro passo, completamente alarmada. Meu namorado ignorou meu evidente espanto, tomando minha mão sob a sua onde depositou delicadamente o objeto gelado ali. Aquele simples contato desencadeou sensações ainda mais estranhas, fazendo eu me sentir sufocada e angustiada. O pesado objeto pulsava intensamente ondas enérgicas que foram percorrendo da palma de minha mão até o meu coração, numa rapidez absurda. Eu estava apavorada. Num lampejo de consciência, soltei o relógio fazendo com que Cal o pegasse novamente, evitando que se despedaçasse no chão com a iminente queda. Seu semblante passou de animado para preocupado, com minha reação desesperada. Que merd* havia acontecido? Me sentia tão bagunçada que não sabia como ainda estava de pé depois daquela sensação tão esquisita e desagradável. Aquela coisa parecia estranhamente viva. Como se tivesse tentando se prender a qualquer coisa que estivesse à sua disposição. Pude sentir um forte anseio querendo tomar egoisticamente tudo o que pudesse encontrar, até que não restasse nada que não fosse apenas seu, como se estivesse ávido em se fazer notado.

— O que houve? Está se sentindo mal? – demorei a respondê-lo, conseguindo proferir apenas um mísero murmúrio – totalmente precário, foi o máximo que pude fazer, já que minha mente e corpo buscavam se recuperar da tormenta inexplicável. Tinha algo de muito errado com aquele relógio. Não deveria parecer consciente. 

Mal percebi o momento em que Cal nos levou a um dos inúmeros bancos que havia na praça, me puxando delicadamente pelo braço, e nos sentando sob o assento gelado pela brisa noturna. Estávamos em uma época do ano, de dias insuportavelmente quentes e noites frias, com breves e repentinas chuvas de gotas finas ao fim da tarde. 

Elevei meus olhos ao garoto preocupado do meu lado, queria poder verbalizar – sem parecer uma louca, o que acabara de acontecer, explicar que de alguma forma havia sido jogada num paradoxo de sensações angustiantes. No entanto, foi impossível proferir qualquer palavra que fosse, só saiam sons estranhos pela minha boca, uma apatia totalmente incomum para mim. Caleb me olhava quase em completa aflição, pois me conhecendo sabia que não era pouca coisa que me abalava daquela forma, nem mesmo às vezes que tentou me assustar, conseguiu um resquício de reação como aquela. Estava anestesiada, e não era de um jeito bom.

— Ayla, está me assustando, por favor diga alguma coisa! –  meu namorado pediu tenso.

Olhei minhas mãos apertando a lateral do banco que estávamos, os nós dos dedos quase brancos devido à força sendo aplicada, nem sequer percebi o instante em que as havia colocado ali, nem mesmo sentia a pressão da madeira envelhecida em minha pele de tão sobrecarregada que eu estava. Voltei meus olhos a Caleb, suspirando, tentando encontrar palavras. Eu simplesmente não conseguia falar. Com meu silêncio, ele também suspirou pesado, passando a mão nervosamente sob seus cabelos, os bagunçando ainda mais. Reparei que o relógio ainda jazia em sua mão direita, e meu olhar alarmando atraiu imediatamente os olhos verdes dele na direção ao alvo da minha atenção, fazendo-o esconder o maldito relógio em seu bolso com pressa. Eu queria aquela coisa o mais longe possível de mim, não aguentaria passar por aquela situação insana de novo, não teria a menor possibilidade de tocá-lo outra vez. Agradecendo mentalmente, por Caleb entender minha aversão apenas pelo meu olhar agitado e temeroso. 

Acabamos ficando por lá mais tempo do que posso contar, no mais profundo silêncio. Cal relutou quando o pedi para ir embora, o fez ainda mais quando afirmei que ficaria bem sozinha, mas se foi não acreditando numa só palavra minha, respeitando minha escolha e me cedendo espaço. Minha cabeça estava bagunçada e pesada. Eu precisava ficar sozinha e digerir aquela situação tão estranha.

Assim que cheguei em casa, fui direto para o quarto, precisava descansar e colocar a cabeça em ordem, de todas as possibilidades cogitadas nenhuma fazia sentido, as ideias soavam absurdas e fantasiosas além do limite aceitável. Por fim, me convenci ser cansaço, era isso, só podia ser. Esgotada, optei por um banho a fim de relaxar e dormir, não havia um só pedaço meu que não estivesse exausto. Aquela experiência surreal me esgotou a ponto de ao fechar os olhos acabar caindo de imediato no mais profundo sono. 

“Estava em meio ao jardim do Château. 

Se estendendo feito a imensidão do mar, o manto escuro de flores negras junto a estrutura sóbria e imponente do velho casarão compunha perfeitamente o cenário clichê de filme de terror. O impacto daquela imagem me paralisou, causando um misto de inquietação e admiração. As pétalas dos lírios negros se destacavam em meio ao jardim, a aura que as cercava causava gostosos arrepios na minha pele. Nunca havia estado tão perto daquele lugar e agora me encontrava ali, sob o céu estrelado, tão escuro e cintilante quanto meus olhos curiosos. 

Se durante o dia e a certa distância me perdia em seus detalhes, estando mais perto do que jamais estive, a fascinação me dominava por completo. Devorava avidamente cada pedaço que meus olhos podiam alcançar, desde as largas janelas de contornos brancos até o padrão irregular das escadas em “v” da grande porta de entrada. O lago próximo à campina do lado direito da casa trazia seu frescor úmido, ajudando a brisa da noite a banhar minha pele. Contudo, meu pequeno encanto foi quebrado. 

Eu já não estava mais sozinha. 

Pude sentir a pressão dos olhos desconhecidos varrendo cada centímetro de mim, como numa carícia gelada, me convidando a buscar por meu observador. Não muito distante, havia uma garota, sorrindo timidamente e apesar da feição cansada, transparecia certo alívio. Vívidas avelãs me encaravam de volta em pura expectativa, os longos cabelos castanhos caiam pelos ombros em cascatas desordenadas, concedendo-lhe a aparência selvagem, a pele dourada reluzia sob a luz pálida da lua acima de nós rivalizando com seu brilho. Tentei me aproximar, todavia em reflexo ela se afastava, quase provocativa. A brisa leve que nos cercava fazia seu longo vestido negro ondular, dançando com o vento, passando a ligeira impressão dela estar flutuando entre as flores, quase como se fizesse parte delas. Seus pés descalços movimentaram-se, traçando o caminho às cegas por entre o jardim a suas costas, o fazia sem desprender os olhos dos meus, aprisionando toda a minha atenção em si. Sem me dar conta, estava a seguindo, um passo após outro, indo cada vez mais rápido. Ela me puxava para si por uma linha invisível, me atraindo sempre que sorria, dando passos apressados por entre as flores. Dançávamos uma música sobrenatural silenciosa, envolvente. Quanto mais me aproximava mais o sorriso de lábios grossos se expandia. Precisava alcançá-la!

Infelizmente a pequena brincadeira foi interrompida. A familiar sensação angustiante nos alcançou num segundo, a garota olhou da casa para mim, e em seus olhos pude reconhecer o medo e aflição. O vento ao nosso redor se tornou denso, intragável, sufocando minha garganta como o aperto de uma mão pesada. A garota tentou me ajudar, mas não em nada adiantaria pois quando ela ousou se aproximar, fora arrastada para longe de mim, sendo tragada para dentro da escuridão da casa.”

Acordei sobressaltada, os ouvidos zumbindo de um jeito insuportável, meu coração martelava frenético no peito tão desordenado que acreditei que pularia para fora, tamanha era a força de suas batidas. Meu corpo suado tremia bastante, ainda conseguindo sentir a sensação do aperto daquela mão invisível sobre o meu pescoço, que gradualmente ia se desfazendo. Minha mente estava confusa, não bastasse o acontecimento inexplicável da noite passada, agora o tormento também veio através de sonho. A ideia de aliviar aquela tensão com uma dose da garrafa de Macallan escondido na cozinha iluminou minha mente, como um pedido mudo de alívio líquido. A lembrança do prazer único vindo da sensação quase anestésica causada pela bebida chegou a fazer cócegas em minha língua, no entanto, para minha infelicidade tão rápido quanto cogitei aquela ideia tão tentadora a dispensei, a única coisa que aconteceria se a bebesse naquele instante, seria uma grande dor de cabeça no dia seguinte. E definitivamente não queria acrescentar mais nenhum item na minha lista de desconfortos. A nova onda de frustração me fez bufar irritada, me jogando novamente na cama. O que estava acontecendo comigo?

 

Ainda irritada aproveitei a pouca coragem que me restava e levantei para tomar outro banho, um bem longo dessa vez. Seguindo pelos corredores do apartamento escuro e silencioso bem lentamente os efeitos daquele sonho ia se desfazendo. Passando pela sala, aproveito para consultar as horas no relógio da sala, meia-noite em ponto. Suspiro cansada, quase não havia dormido direito. Definitivamente, estava exausta. Enquanto continuava minha lamentação ridícula rumo ao banheiro, desejei a chegada do dia seguinte na mesma proporção que ansiava sentir o gosto envelhecido da maldita dose do líquido âmbar. Seria uma madrugada daquelas!

Fim do capítulo


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