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Striptease por Patty Shepard

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Palavras: 5126
Acessos: 1741   |  Postado em: 05/01/2024

Capitulo 46

 

Mia só foi embora no finzinho daquele domingo, deixando Helena parada na porta de sua casa e com um pequeno sorriso no canto dos lábios. Seu fim de semana havia sido completamente perfeito e não tinha como ela estar de uma forma diferente se não sorrindo à toa.

Ainda parada na porta e prestes a entrar, Ally entrou em seu campo de visão, caminhando pela rua devagar e bem agasalhada em seu casaco, mas um sorriso desenhou-se em seus lábios assim que seus olhos encontraram Helena parada na porta. Helena acabou sorrindo de volta para a amiga e calmamente deu alguns passos para fora, deixou a porta encostada e caminhou devagar até chegar a uma das cadeiras que tinha na pequena varanda, sentou-se com calma e com a mesma lentidão ergueu as pernas, as cruzando em uma posição de meditação e respirou um pouco fundo, fechou os olhos por alguns segundos e apreciou o clima frio.

— Está parecendo tão serena que eu já tenho a resposta para a minha pergunta. — Ally comentou enquanto subia os poucos degraus e ia em direção a amiga logo em seguida para poder sentar-se ao lado da mexicana.

— Se iria perguntar se meu encontro foi bom, está certa. — a morena deu um sorriso um pouco mais largo desta vez e então deu uma pequena risada. Olhou para a amiga por alguns segundos e Ally a olhou de volta, tanto que acabou rindo da cara apaixonada de Helena.

— Você não imagina o quão feliz eu fico em ouvir isso. — Ally soltou um suspiro que parecia ser de puro alívio. — Mas eu quero detalhes.

Helena, é claro, ocultou alguns bons detalhes de Alyson, principalmente aqueles aos quais ela nem ainda havia “digerido” de fato, sendo a maioria relacionados aos próprios sentimentos e o quão fortes eles estavam, muito mais do que Helena esperava.

Porém, naquela mesma noite de domingo, quando Helena deitou em sua cama pensando que a sua vida estava enfim entrando nos eixos e fazia muito tempo que ela se sentia tão bem como andava se sentindo... Mas entendeu que era só uma fase. Afinal, em algum momento da madrugada a morena se viu acordando em mais um episódio de terror paralisada em sua cama, dessa vez sem vozes, ou sem figuras no escuro, apenas uma lembrança longínqua de que ela havia se iludido pelos dias de paz que tivera, ela ainda não estava 100% livre.

Foi assim que o resto da madrugada até que o dia amanhecesse, passou-se com Helena sentada na poltrona em seu quarto, com um olhar vazio fixo em um ponto qualquer e perdida em tantos pensamentos que parecia que sua mente explodiria a qualquer momento, por que estava sentindo tudo aquilo quando na verdade ela deveria estar bem? Sua vida estava perfeita, seu relacionamento estava maravilhoso, mas sempre havia um “mas”, ela só não sabia o porquê.

Durante toda aquela semana, Helena passou-a mais quieta, sempre perdida em seus pensamentos, sem conseguir se concentrar 100% em seu trabalho, tendo péssimas noites de sono e conversando com Mia apenas por telefone já que a semana fora corrida para a Designer.

— Então todos os dias da semana teve pesadelos? — Samantha questionou naquele familiar tom sereno e carinhoso enquanto calmamente fazia as anotações na prancheta apoiada em sua perna.

— Não, não todos os dias. Houveram dias que eu apenas não consegui dormir, minha mente não desligava, meu coração acelerava como se eu estivesse sempre com medo de alguma coisa e isso é tão sufocante... Eu me sinto tão... Estranha. É contraditório, sabe? — Helena se ajeitou no sofá e respirou um pouco fundo, a expressão cansada deixando claro que já fazia alguns dias que ela não dormia muito bem. — Eu estou ou estava em um momento tão pleno da minha vida e parece que eu simplesmente não aceito isso.

— É só o seu instinto de proteção falando, querida. Todos nós temos um instinto de proteção que nos faz reagir das mais diferentes formas, o seu é extremamente mais aflorado que o meu por exemplo, pelo motivo ao qual você já sabe.

Helena concordou com um aceno de cabeça, sabendo que o motivo eram os abusos sofridos.

— Você não pensou isso diretamente, mas lá no fundo você relacionou esses dias genuínos que você teve, com alguns dias genuínos que você teve com o Trevor... Isso também é por que seu sentimento por Amélia está evoluindo.

— Você quer dizer amor? — Helena questionou, no mesmo momento sentiu sua boca seca e precisou erguer-se do sofá e caminhar até a parte da sala onde ficava a jarra com água.

— É só você que tem essa resposta, minha querida. — Samantha ergueu os olhos para acompanhar a movimentação de Helena, um claro sinal de algum certo desconforto com aquele assunto.

Silêncio.

Helena olhou para o jardim do outro lado do vidro, jardim este que Samantha cuidava com muito carinho, assim caminhou devagar até o mesmo, parou a um ou dois metros dele e então ergueu o copo com água até a boca e deu alguns goles generosos antes de respirar fundo.

— Ela me deu flores... Não flores realmente, mas sim mudas, para que nós plantássemos juntas...

Samantha anotou mais algumas coisas antes de questionar:

— E como você se sentiu?

— Me senti a mulher mais especial do mundo, como se eu fosse merecedora até do mundo e como se a Mia fosse capaz de me dar se eu o quisesse.

— E você é?

— Merecedora? — Helena questionou.

Samantha apenas acenou com a cabeça, mesmo sabendo que Helena não estava vendo seu gesto, então, aguardou a resposta.

Diante do silêncio, Helena olhou para trás para encarar a sua terapeuta e encontrou os olhos ternos de Samantha, olhos que sempre lhe passavam um tipo de conforto, mas infelizmente a sua resposta foi um aceno negativo com a cabeça. Seu coração acelerou dentro de seu peito, não aquela sensação boa que sentia com Mia, mas sim aquela ansiedade péssima que lhe trazia desconforto. Respirou fundo, deu mais alguns goles na água e voltou a caminhar de volta para o sofá.

— Sabe o que tenho percebido, Helena? — Samantha questionou.

Helena apenas negou com um aceno de cabeça.

— Você não encerra seus ciclos e por isso os remói dentro de você com tanta frequência. Você apenas... Joga para debaixo do tapete e espera que fique tudo bem. — Samantha explicou enquanto se ajeitava um pouco em sua poltrona. — A Esperanza é um ciclo ignorado que você jogou para o canto mais profundo de sua mente, mas sabemos que é algo importante para a sua vida. O Trevor é um ciclo que a sua autodefesa faz você ignorar das formas mais profundas e por isso ele sempre consegue te assombrar de alguma forma e interfere diretamente nas coisas mais simples da sua vida como a autoaceitação, ou seja, com o fato de você não aceitar que é merecedora de algo que claramente você é. A dançarina é outro ciclo, por mais que eu saiba que você não sente falta... Certo?

— Sinto falta as vezes só do sentimento de poder, de não ter medo de nada. — Helena comentou em um tom baixo, sua mente correndo em torno das palavras de Samantha e concordando com cada uma delas.

— Existem outras coisas não existem? — Samantha insistiu.

Helena concordou com um aceno de cabeça.

Samantha ficou em silêncio, como se estivesse dando margem para que Helena continuasse a falar.

— A garagem da minha casa... Todas as coisas do Trevor estão lá, alguns quadros antigos, coisas que eu já havia comprado pra Esperanza... Está tudo lá. — emaranhou os dedos finos nos fios escuros de seu cabelo e devagar os jogou para trás. — E eu tenho um pavor imenso de chegar perto daquele lugar, é sufocante só pensar em entrar. — sua voz falhou e em seguida precisou umedecer os lábios enquanto sentia seus olhos queimando e lutava com a vontade de chorar.

— Eu sei que uma sessão ou duas de terapia não são suficientes para contar tudo o que você guarda aí dentro, mas isso era algo que você já deveria ter me dito. — Samantha pontuou em um tom de bronca, o que fez Helena apenas dar de ombros enquanto enxugava uma lágrima que descia contra a sua vontade.

A mexicana observou em silêncio o momento em que Samantha passou alguns segundos em silêncio escrevendo em sua inseparável prancheta. Não se importava, apesar de as vezes querer saber o que sua terapeuta tanto escrevia ali.

— Mais alguém sabe disso? — Samantha questionou.

— A Ally. — respondeu quase imediatamente enquanto cruzava os braços e mais uma vez respirava fundo.

— Ok... Vamos trabalhar nisso, são ciclos que vamos precisar enfrentar e encerrar juntas e eu sei que você é capaz disso, você também sabe... Afinal, você tem plena consciência de tudo isso não tem?

— Um pouco sim, acho que eu só não queria enxergar de verdade, é muito mais fácil ignorar do que enfrentar. — Helena confessou. — Outra coisa... Ando tendo sentimentos que não gostaria de ter e faço justamente isso... Ignoro.

— Que sentimentos? — Samantha franziu o cenho e calmamente uniu suas mãos em cima da prancheta, calmamente seus dedos se entrelaçaram e seus olhos estavam plenamente fixos em Helena.

— Ciúmes.

— Ok... Me fale um pouco mais sobre isso.

Helena respirou fundo mais uma vez, era como se isso fosse algo necessário para acalmar seu coração e lhe dar coragem para continuar falando.

— Eu não sei... Ah... Eu percebo que algumas mulheres dão descaradamente em cima da Mia e ela não faz absolutamente nada sobre isso, é... Sufocante e me faz pensar que é tudo coisa da minha cabeça, me deixa apavorada por que... Por que... — Helena começou a gesticular de forma um pouco excessiva demonstrando certo nervosismo com suas palavras, Samantha não precisou de muito mais que isso para entender, tanto que ela mesma completou as palavras de Helena:

— Por que com o Trevor... — incentivou Helena.

— Por que com o Trevor toda vez que eu demonstrava o mínimo de ciúme eu era taxada de louca e isso sempre acarretava em um verdadeiro momento de inferno e eu não quero que isso aconteça novamente e se for só coisa da minha cabeça?

— Você deveria conversar sobre isso com a Amélia, você sabe que ela é diferente.

Helena negou com a cabeça de forma rápida e um pouco exagerada e então respirou fundo.

— Eu só acho que certas coisas é melhor evitar.

— Evitar até o momento que vai te sufocar não é? — Samantha rebateu e arqueou uma sobrancelha.

E aquelas palavras atingiram Helena com uma força verdadeiramente absurda, tanto que a terapia a partir dali não correu de forma tão fluída como estava indo e findou-se algum tempo depois, resultando logo em uma Helena extremamente pensativa caminhando pelas ruas frias de Boston. Naquela sexta feira em questão, havia combinado de ir para o apartamento de Mia passar a noite, a ideia obviamente fora extremamente bem vinda, afinal, sabia que se dormisse só mais uma vez em sua casa seria mais uma noite perturbadora e cheia de pensamentos intrusivos e a maior verdade era que o corpo de Helena implorava por um descanso.

Já passava um pouco das 18h quando enfim Helena tomou um rumo da casa de sua namorada, enviou apenas uma mensagem dizendo que já estava a caminho e foi rápido, não soube se por que estava distraída demais ou por que realmente tudo estava contribuindo para que o caminho fosse bem fluído. Pagou o taxi e deixou troco como uma boa gorjeta e logo estava caminhando pelo prédio de Mia, sua entrada foi liberada sem qualquer burocracia, alguns segundos no elevador e já sentia uma certa ansiedade por enfim rever a namorada depois de uma semana que mais havia parecido um mês de tão exaustiva que fora.

— Cheguei! — anunciou a sua chegada no exato momento em que abrira a porta destrancada do apartamento de Mia, mas o que vira fora bem diferente do que o esperado.

— Amor! — o sorriso de Mia foi verdadeiramente largo, porém, bem ao seu lado a figura masculina e muito conhecida incomodou Helena.

— Amor? — Charlie questionou, seu cenho se franzido imediatamente enquanto olhava para Mia e em seguida para Helena. O rapaz estava extremamente relaxado no sofá, bem ao lado de Mia, colado a ela na verdade, seu braço direito passava pelos ombros da morena em um abraço, os pés cobertos por meias estavam apoiados na mesinha de centro, claramente se sentindo em casa até demais. Mia por sua vez, estava tão confortável quanto, aconchegada ao rapaz, com roupas confortáveis e seu notebook apoiado em suas coxas. — Vocês estão namorando! — o louro deu uma risada e retirou o braço que envolvia Mia apenas para bater palmas.

— Você acha mesmo que eu resistiria a essa beldade? — Mia questionou o amigo como se isso fosse algo obvio.

— Isso me ofendeu um pouquinho. — ele brincou enquanto erguia-se do sofá para poder cumprimentar Helena. — É bom te rever Helena.

Helena até então estava parada ainda próxima a porta, ainda surpresa com o que havia acabado de ver, aquele mesmo sentimento o qual ela tanto lutara nos últimos dias, voltando com tanta força que chegava quase a ser sufocante, mas ainda assim a mexicana cumprimentou Charlie com um breve abraço como se absolutamente nada estivesse acontecendo dentro de sí.

— Eu digo o mesmo! — ela sorriu para o rapaz e em seguida olhou rapidamente para a namorada. — Eu não esperava te encontrar aqui.

— Eu sei, eu apareci de surpresa pra alugar a Mia profissionalmente falando, mas eu já vou! Eu não quero interromper nada da noite de vocês...

— É claro que você já vai, eu iria te expulsar se você insistisse em ficar, mas antes eu preciso só te mostrar só mais uma coisa. — Mia pontuou, chamando o amigo com um aceno de cabeça.

— Então eu não vou atrapalhar vocês... Eu vou tomar um banho, eu passei o dia na rua. — Helena foi falando enquanto retirava seus sapatos, deixando-os próximo a porta e em seguida deixava a sua bolsa em uma das poltronas para poder já ir caminhando para longe da sala.

— Ei! Você tem certeza que não ta esquecendo de nada? — Mia arqueou ambas as sobrancelhas, Helena parou no meio do caminho e encarou a namorada com o cenho levemente franzido, Mia fez um pequeno bico, foi o suficiente para Helena entender e dar um pequeno sorriso, não perdeu tempo e foi até a sua garota, fora por trás do sofá, o que fez Mia deitar a cabeça no encosto do mesmo e Helena apenas inclinou-se para selas os lábios da namorada em um selinho carinhoso. Mia sorriu de forma orgulhosa logo em seguida. — Fiz um jantar gostoso pra gente.

— Então é mais um motivo pra eu tomar um banho logo. — Helena rebateu e deu um novo selinho na namorada para só então se afastar, com o coração um pouco mais leve do que antes.

Em pouco tempo estava embaixo da água quente do chuveiro, quieta e pensativa mais uma vez, sabia que Charlie era amigo de Mia, sempre soube, mas também sabia principalmente que ele já fora muito mais do que isso, a lembrança a incomodava, mais ideias que não deveriam passaram por sua cabeça, ideias que só lhe causaram mais picos de ansiedade que fazia seu coração incomodar dentro de seu peito. A sensação era horrível. Sabendo que não podia demorar tanto no banho para não levantar nenhuma desconfiança, saiu após algum tempo, vestiu-se com roupas quentes de Mia e enfim saiu a procura de sua namorada.

O alívio foi grande quando não ouviu mais nenhuma voz masculina, na verdade foi bem diferente disso, sentiu um aroma delicioso a medida que se aproximava da cozinha e logo via sua namorada concentrada em frente ao fogão. Como se sentisse que estava sendo observada, Mia virou o rosto e sorriu assim que viu Helena.

— Você demorou. — comentou e em seguida voltou sua atenção ao risoto que fazia, pegou alguns grãos e levou a boca para ver se estava no ponto.

— Estava louca por um banho. — Helena mentiu enquanto caminhava devagar para a ilha da cozinha e então sentou-se em um dos banquinhos, assim podia encarar Mia de frente.

— Eu imaginei. Está tudo bem? — questionou enquanto adicionava mais uma concha do caldo de legumes ao risoto.

— Só cansada, muito cansada. — disse baixo enquanto apoiava os cotovelos na bancada e apoiava o rosto em uma das mãos. Era extremamente satisfatório ver Mia cozinhar. — O que o Charlie queria?

— Faz anos que ele tenta um empréstimo com o banco para poder abrir o próprio negócio dele, ele quer ter um bar. Sempre quis. E agora finalmente o banco aprovou. — Mia sorriu de forma larga e orgulhosa pelo amigo, claramente feliz pela notícia. — Então ele correu diretamente pra cá, tanto pra me contar quanto já pra planejar toda a reforma do local que ele quer e ta de olho a muito tempo, ele também veio atrás do Nando, mas ele ainda não chegou.

Helena sorriu, um sorriso um pouco mais dessa vez, uma mistura de alívio e também satisfação pela realização do rapaz.

— Isso é incrível, eu sei muito bem como é finalmente conseguir algo que você tanto quis.

Mia concordou com um aceno de cabeça.

— Sim, todos estamos eufóricos com a notícia e já estamos planejando uma festa pra comemorar.

— Não podem perder a oportunidade de encher a cara não é? — Helena implicou e Mia riu com orgulho.

— Jamais. — disse segundos antes de provar mais uma vez o seu risoto. — E ele ficou muito feliz pelo nosso relacionamento, disse que já esperava por isso, mas pedi que guardasse segredo por enquanto.

— Você fez bem. — Helena sorriu fraco. Observava atentamente cada movimento da namorada, todos com uma maestria absurda. O risoto foi finalizado com manteiga e queijo e calmamente servido em dois pratos, mas não acabou por aí, Mia pegou outra frigideira, que só agora Helena notou, com dois medalhões, um para cada prato em seguida despejou a redução do molho em cima, Helena nada falava, afinal, aquilo era tão satisfatório que seu estômago protestou em vontade. — Qualquer coisa que você faz sempre parece uma obra de arte...

Mia riu enquanto ia até seu forno e o abria, retirou uma pequena travessa do mesmo, nele haviam alguns legumes assados os quais calma e metodicamente e com a ajuda de um pegador, Mia foi colocando em ambos os pratos de forma idêntica.

— É por que quando eu cozinho pra você, minha vontade sempre é de caprichar o máximo possível, também preciso te manter apaixonada com a barriga.

Helena riu com as palavras da namorada e junto com sua risada pareceu que um peso saiu de suas costas, aquele era o efeito Mia. Quando Mia cuidadosamente pegou ambos os pratos prontos, Helena ergueu-se de onde estava para poder ir para a cozinha.

— Vou pegar algo pra gente beber...

— Não, você vai direto para a mesa, sentar e deixar eu te servir. — o tom dessa vez foi de uma bronca que imediatamente fez Helena parar. — Você acha que eu não percebo cada sinal de cansaço que você está exalando agora?

Helena ficou muda, cerrou os lábios devagar, uma certa ansiedade lhe corroendo por Mia ter percebido com tanta facilidade, como? Pensou. A resposta era óbvia, mas não quis enxergar, só pensou que não estava escondendo bem o suficiente.

Mia colocou os pratos com cuidado na mesa e então olhou para a namorada, caminhou até ela calmamente e parou apenas a alguns centímetros de distância, tocou com carinho o queixo de sua namorada e sorriu de canto.

— Não adianta, eu conheço você. — sussurrou e inclinou-se um pouco para selar aqueles lábios carnudos em um selinho cheio de carinho. — Hoje eu vou cuidar de você.

— Você sempre acaba cuidando de mim, isso não é justo. — a mexicana sussurrou, olha para Mia com um certo pesar.

A designer negou com um aceno de cabeça e calmamente acariciou a lateral da face de Helena.

— Da mesma forma que você cuida de mim quando eu preciso, isso é só reciprocidade, amor. — a acalmou e inclinou-se mais uma vez, mas desta vez o alvo de seus lábios fora a testa de Helena, onde beijou com imenso carinho.

Helena se derreteu, tanto com as palavras quanto com o beijo em sua testa. Mia sempre a desarmava com tanta facilidade...

Cedeu a Mia e foi para a mesa onde esperou por muito pouco tempo. O jantar das mulheres foi um pouco demorado, tudo por causa da conversa calorosa que as duas tinham a respeito da semana que tiveram, por mais tivessem se falado todos os dias por telefone, parecia que não havia sido o suficiente para contar tudo o que havia acontecido.

A verdade é que não era só Helena que estava cansada, Mia estava tanto quanto, havia trabalhado de forma exagerada durante aquela semana e tudo o que precisava agora era relaxar nos braços da namorada. Foi assim que calmamente saiu de seu banheiro enquanto esfregava uma mão na outra, ainda terminando de espalhar o hidratante de mãos que havia acabado de usar. Helena já estava em sua cama, claramente muito confortável embaixo das cobertas apenas lhe esperando.

— Então... — começou enquanto subia na cama devagar e logo ia se enfiando embaixo das cobertas. — A terapia hoje foi tão ruim assim? — finalmente tocou no assunto, evitou o fazer durante o jantar.

— Não exatamente. — Helena respondeu sem qualquer rodeio, já esperava aquela pergunta, conhecia bem sua garota. Mas se aproximou dela apenas para dar alguns “cheiros” na namorada, o que arrancou alguns sorrisos de Mia. — Você está tão cheirosa.

— Disserte sobre o assunto. — Mia insistiu.

Helena deu uma pequena risada com a forma que Mia falou, mas se ajeitou um pouco na cama enquanto envolvia o corpo de Mia com seus braços, trazendo a morena para mais pertinho, queria sentir o calor dela e principalmente queria se inebriar naquele cheiro gostoso.

— Você sempre escolhe o momento certo para insistir nesse assunto não é? — Helena arqueou uma sobrancelha.

— Mas é claro que sim. — Mia respondeu como se isso fosse totalmente obvio. Mas sorriu logo em seguida enquanto espalmava a mão no rosto de Helena ao mesmo tempo em que suas pernas se entrelaçavam as dela. — Aqui não tem como você fugir de mim.

Helena sorriu de forma rendida enquanto seu coração acelerava, mas dessa vez não aquele acelerar ruim que enfrentou durante toda a semana.

— Estou lidando com algumas questões que eu não queria lidar, só mais alguns traumas. — assim falou com certo cuidado.

— Por isso está tão cansada?

Concordou com um aceno de cabeça.

— Não consegui dormir bem essa semana, tive pesadelos todas as noites. — confessou.

— Isso explica o cansaço. — sussurrou, entendendo que as escolhas de palavras de Helena significavam que ela não iria dizer exatamente que questões eram por trás dos pesadelos.

— A Samantha disse que eu não encerro os ciclos da minha vida, eu só os ignoro, o que obviamente não é a forma correta de se lidar.

— E você concorda com ela?

— Completamente. — bocejou e então fechou os olhos, tanto por sono quanto por que assim conseguia apreciar melhor a sensação a mão quente e cheirosa de Mia acariciando seu rosto. — São muitas coisas que eu simplesmente ignoro ou varro para debaixo do tapete por que é muito mais fácil fazer isso do que enfrentar.

— Se você enxerga isso com tanta clareza, já é algo incrível.

— Enxergo... Mas não faço absolutamente nada pra mudar isso, então não vale muito.

— Pare de se martirizar, Helena. — bronqueou.

A mexicana deu um sorrisinho por que sempre que Mia a chamava pelo significava alguma bronca vindo por aí, acha divertido e bom ao mesmo tempo... Haviam tantos significados. Porém, por mais que quisesse continuar conversando com a namorada, não teve controle sobre o próprio cansaço, tanto que não ouviu mais nada, quando voltou a abrir os olhos, ela estava sozinha na cama em um quarto muito bem iluminado sinalizando uma bela manhã ensolarada.

Helena sorriu. Sorriu por que dormiu tão bem e tão pesado que o alívio que tomou conta de seu corpo fora simplesmente absurdo, céus como conseguia relaxar tão bem quando dormia com Mia.

Espreguiçou-se na cama por alguns bons segundos e logo em seguida foi diretamente para o banheiro, onde com muita calma e preguiça fez a sua higiene matinal. O apartamento estava estranhamente silencioso demais, até mesmo quando saiu do quarto e caminho rumo a cozinha, foi recebida pelo silêncio e nada mais que isso, nem mesmo a figura de sua namorada. Franziu o cenho e olhou um pouco ao redor, só assim notando que a porta do apartamento de Mia estava aberta, caminhou até ela e assim que chegou à porta e olhou para o corredor viu outra porta aberta: a de Hernando.

Só precisou dar alguns passos para ouvir algumas risadas e assim que chegou na porta e deu alguns passos cautelosos para dentro pode ver inicialmente as costas nuas de Drew que estava vestido apenas com uma samba canção, mais a frente, do outro lado do balcão e comandando a cozinha, estava Hernando.

— Olha só quem acordou. — Hernando anunciou, já que era o único que conseguia ver a porta.

Foi só aí que Helena encontrou a sua namorada, só viu os pés entre as pernas de Drew sinalizando que Mia estava na frente do homem que a abraçava.

— Não, você não vai sair daqui. — Drew falou assim que Mia fez menção de sair dos braços do amigo que estava tão bem aconchegado a ela que chegava a apoiar seu queixo bem no topo da cabeça da morena. — Helena vai se juntar a nós, eu serei o recheio.

Helena sorriu com a cena, mas entendeu o que Drew quis dizer, tanto que se aproximou da dupla e abraçou Drew por trás envolvendo o corpo do homem e parte do de Mia de forma carinhosa, a lateral de seu rosto repousou preguiçosamente sobre as costas quentes do rapaz.

— Bom dia. — Helena enfim falou, o tom de voz rouco e preguiçoso.

— Drew e Helena ainda estão dormindo pelo jeito. — Hernando falou, mas acabou sorrindo.

— Eu ainda queria estar na cama, mas foram vocês que roubaram minha namorada. — Helena rebateu.

— Ele acordou animado hoje, disse que ia fazer café da manhã pra nós. — Drew explicou.

— Isso significa que você fez bem o seu trabalho ontem. — Mia falou para Drew em um tom de voz que fez o rapaz dar uma risadinha sacana.

— Me comeu a noite toda pra de manhã estar sendo amassado por duas mulheres. — Hernando alfinetou o namorado, o que arrancou a risada do trio de sanduíches.

Helena não estava acostumada com aquilo, mas mesmo assim estava se sentindo tão confortável com aquele abraço triplo que não fazia menção alguma de sair dali, ainda mais quando sentiu os dedos de Mia se entrelaçando aos seus.

— Os três pombinhos vão mesmo continuar nessa safadeza enquanto me deixam fazendo tudo sozinho? — o homem reclamou mais uma vez.

— Foi você que acordou animado pra cozinhar. — Mia rebateu.

E foi assim que iniciou-se uma pequena, mas calorosa discussão sobre o café da manhã que findou-se com Mia se rendendo a ir ajudar o amigo enquanto Drew e Helena ficaram responsáveis de por a mesa.

— O Charlie já falou com você? — Mia questionou para Hernando enquanto levava para a mesa um prato repleto de panquecas.

— Falou, ele está tão empolgado que não me deixou em paz ontem, me ligou sem parar. — comentou enquanto acompanhava Mia, levava junto consigo as frutas, havia acordado com vontade de comer uma boa dose de panquecas com frutas e muito chantilly.

Na mesa já posta Drew e Helena conversavam enquanto aguardavam seus respectivos parceiros.

— A Les deu a ideia de uma festa na piscina. — Drew entrou na conversa.

— Festa na piscina nessa época? — Helena estranhou, afinal, o clima não estava quente.

— É que depois que todo mundo estiver bêbado ninguém liga se a água está fria ou não. — Drew explicou para Helena e a morena rolou os olhos enquanto dava uma pequena risada.

— Mal posso esperar por isso. — Mia garantiu enquanto sentava-se na cadeira ao lado de Helena.

A conversa foi interrompida pelo toque atípico de um celular, era o de Hernando, já que o homem calmamente foi até a sala onde estava seu aparelho e o pegou, não atendeu, só foi caminhando até a mesa onde os outros estavam e o estendeu para Mia.

— Ele sempre acerta. — disse.

— Claro que acerta, as vezes dou graças a Deus que ele não tem o numero da Helena ainda. — disse enquanto pegava o celular do amigo e atendia a ligação. — O que você quer?

— Fred. — Hernando falou para Helena explicando o momento. — Ele deve ter ligado pra ela, como ela não atendeu já que deixou o celular em casa ligou pra mim.

E foi assim que Mia descobriu que trabalharia no restaurante naquele sábado e o dia que havia planejado com Helena havia ido completamente para o ralo, mas é claro que Helena não se importou com isso, sempre entendia quando Mia precisava desmarcar qualquer compromisso que tivesse com ela e naquele caso em específico entendia ainda mais.

E foi assim que o sábado a noite de Helena se resumiu a ela na companhia de Vadia no conforto do sofá de sua casa. Helena sempre amou a própria companhia, mas há alguns dias havia começado a sentir certo medo de ficar na companhia de seus próprios pensamentos por que ficava remoendo sem parar todos os problemas que estavam surgindo em sua vida por causa de seus traumas passados e isso sempre fazia a sua ansiedade atacar. Assim remoeu praticamente tudo o que foi conversado com Samantha em sua última terapia, precisava mudar algumas coisas em sua vida, isso era um fato, ela só não sabia como ainda.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 46 - Capitulo 46:
Eva Bahia
Eva Bahia

Em: 07/01/2024

Que história!!

Que enredo!!

Que mulheres!!

Parabéns Paty, querida autora . Amo essa história. Vc é incrível viu.  Deus te conserve assim!

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