CAP 10

POV SOPHIE

- O que foi que aconteceu aqui Braseeellll??????

Cheguei em casa pulando, gritando com uma alegria que explodia em meus poros. Quando que eu ia imaginar a minha delegata me beijando? Nunquinha na vida, mas aconteceu e eu estou feliz demais da conta. Peguei o telefone e liguei imediatamente pra papai.

- Papai se estiver em pé senta porque o babado é forte.

- Lá vem ela com os exageros, mas vai lá conta o babado.

- A Vitória me beijou, tudo bem que eu fiz de tudo pra isso e até fui na metade do caminho, mas papai ela me beijou. O senhor sabe o que isso significa.

- Ah sim, deixa eu explicar como você faz esse purê.

- Como assim, purê papai? Eu estou falando da Vitória e o senhor falando de purê?

- Menina avoada, sua mãe tava perto de mim, se ela escuta metade do que estamos aprontando eu durmo no sofá pelo resto da vida.

- Ah sim, já ta longe?

- Agora sim, fala aí como aconteceu.

- Eu estava toda tristinha ontem né, estava esperando ela entrar em contato comigo, mas isso só aconteceu hoje a tarde e eu estava no restaurante com as meninas aí eu convidei ela pra se juntar a nós, quando ia saindo do restaurante chamei ela pra dá uma volta na praia ai eu levei ela pra bem longe e me declarei, quando terminei de dizer que estava apaixonada ela me beijou.

- E o que foi que aconteceu depois?

- Bom... Depois ela ficou muda e muito envergonhada, eu tentei levar na boa e falei pra ela que ia dar tempo e quando ela se sentisse à vontade a gente conversava, mas pai eu acho que ela gostou porque depois de tudo a gente ainda voltou agarradinha feito namoradas.

- Eu estou amando essa novela, depois me manda fotos da minha nora, quero conhecer, mas antes vamos pros próximos passos. Você ainda não pode se dar por vencida, o fato de ela ficar calada pode ter muito significado e você tem que saber agir em cada atitude que ela tiver. Eu posso estar muito enganado, mas acho que ela não vai cair nos seus braços numa boa assim tão fácil. Amanhã você não vai falar nada, vai manter a pose e ficar esperando uma atitude dela, mas o fato de não falar não significa não fazer. 

- Eu estou entendendo, mas se eu não posso falar nada vou fazer o que?

- Que mulher lerda foi essa que eu criei?  

- Papai...

- Enfim... Você vai se fazer presente, leva um café ou um lanche, se mostra, se faz presente.

- Ah, já sei, vou correr amanhã de manhã com ela, pode ser isso né?

- Ótima ideia. Agora outra coisa, se ela lhe chamar pra conversar não pode deixar brechas, tem que ser sincera sobre seus sentimentos e sobre suas intenções porque ela pode achar que tá só brincando.

- Pai se aquela mulher acha que eu só estou brincando tá ruim porque o que eu já fiz pra deixar claro meus sentimentos não foi pouca coisa mas eu sei que ela vale a pena.

- Então pronto, estamos conversadas agora vou voltar senão sua mãe desconfia.

Dormi feito anjo naquela noite e acordei com um humor ótimo apesar de ser cinco horas da manhã. Depois que me acertar com a minha delegata vamos ter uma conversinha sobre ela sair da cama às cinco da manhã. Me produzi lindíssima e fui atrás do meu amor, vi de longe que ela estava correndo novamente feito uma desesperada e com fones de ouvido. Me alonguei e sai correndo e como se fosse um dejavu esbarrei nela nos levando ao chão.

- Caralh*...

Ela esbravejou tanto que eu fiquei com remorso.

- Tá bom, eu já entendi que você está com muita raiva.

- Eu não estou com raiva, eu estou com muita ira mesmo, você fez isso de propósito?

- Claro que não, tá doida? Me desculpa, eu tropecei e acabei te derrubando.

- Tá ok.

Levantou e saiu mancando e eu com medo de chegar perto e levar um fora.

- Vi, você quer ajuda pra ir pra casa?

Ela parou sua caminhada, respirou fundo e virou pra mim.

- Vem me ajuda, isso tá doendo demais.

Meu sorriso foi de orelha a orelha e eu percebi seu semblante amenizar, passou os braços pelos meus ombros e fomos caminhando em silêncio. Quando chegamos em frente ao seu prédio ela se afastou de mim e um pouco envergonhada falou:

- Sophie, a gente precisa conversar.

- Eu sei, mas eu vou esperar você colocar sua cabeça em ordem, só queria deixar claro que o que falei pra você na praia não foi da boca pra fora.

- ...

- Eu preciso ir, ou seja, nós precisamos, temos que trabalhar e sobre nossa conversa, vai ser no seu tempo. 

- Tudo bem, então eu vou subir, até daqui a pouco.

Eu vou ficar louca com essa mulher, até às cinco da manhã ela é cheirosa desse jeito? Saí às pressas em direção ao meu carro, precisava correr pra não perder a hora. No caminho pro trabalho lembrei das palavras de papai, passei em uma ótima cafeteria e peguei dois cafés pra gente e fui lá entregar, mas me fiz de desentendida, entrei, dei o café a ela e saí como se não estivesse acontecendo nada. Percebi que ficou me olhando como se esperando eu dizer alguma coisa, mas eu não precisava, meus gestos e atitudes falariam por mim. Agi assim durante todo o meu plantão, minha conversa com ela foram raras as vezes e puramente profissional, já era quase oito horas da noite quando resolvi ir pra academia que fica dentro da delegacia, iria treinar um pouco jantar e ir dormir, cheguei e não tinha ninguém o que adorei pois pelo horário o pessoal estava jantando. Quando estava quase terminando Vitória entra, acredito eu que com a mesma intenção.

- Não sabia que estava aqui.

- Gosto desse horário pois o pessoal está jantando.

- Eu tive a mesma ideia.

- Já estou acabando ai vai poder ficar a vontade.

- Você não me incomoda Sophie, na verdade queria te chamar pra treinar boxe, me ajudar quem sabe.

- Claro que ajudo.

Os próximos minutos foram de uma luta bastante acirrada entre nós duas, quando terminamos ela me pediu para segurar o saco pois ela queria treinar os chutes. Fui para trás e segurei o saco e ela parecia que estava com raiva de alguém pois seus chutes estavam violentos. Quando ela terminou, parou um pouco e me olhou.

- Sophie, porque me olha desse jeito?

- Eu não sei como te olho. Como você acha que eu te olho?

- Eu não sei definir, mas me incomoda.

- Nossa, desculpa então, vou evitar te olhar se isso te deixa tão incomodada.

- Não é isso. Droga...Eu acho que depois do que aconteceu na praia as coisas entre nós ficaram diferentes.

- Então agora você notou meu olhar? Depois que me beijou eu passei a te incomodar é isso Vitória?

- Eu não disse isso. Para de colocar palavras em minha boca, por favor.

- Foi o que você falou.

- Olha só vamos nos acalmar até porque aqui não é o lugar nem a hora pra conversarmos.

- Você não precisa conversar nada, eu já entendi tudo. O fato de eu estar apaixonada por você não te deixa à vontade então vou resolver o seu problema, não precisamos de conversa e pode ficar tranquila que de mim você não terá nem um olhar pra te deixar incomodada. 

Já ia saindo, mas voltei arretada, cheguei bem junto, apontei o dedo na cara dela e completei:

- Eu só quero deixar uma coisa clara entre nós, foi você que me beijou então nada mais justo do que eu retribuir o favor. A mão que estava com o dedo apontado foi em direção a sua nuca e puxei ela em direção a minha boca, o choque foi tão grande que início ela não reagiu, mas quando percebi estávamos as duas esbarrando em todos os cantos daquela academia, Vitória ch*pava minha boca como se estivesse saboreando uma fruta, eu ch*pava sua língua com o desejo explodindo dentro de mim, ela puxava o meu corpo de encontro ao seu e eu já estava quase enlouquecendo, de repente escutamos uma zuada no corredor e nos separamos depressa. Virei as costas, peguei minha bolsa e saí rebol*ndo só pra ela apreciar, estava com a alma lavada.

- Essa morena ainda vai me chamar de meu amor.

Fim do capítulo