Capitulo 4
Wongsa
Estávamos na casa de Ayla conversando animadamente sobre a empresa, quando olho para a mão da minha amiga, ela ainda não tinha percebido que estava encarando sua mão, então me virei para olhar feio em direção a Ploy.
- Er… Som, por que sua mulher me olha assim, está me dando medo Anon. - Cruzei os braços arqueando a sobrancelha, sim eu era ciumenta em questão a Ayla, mas pelo fato de considerar ela como minha “Nong”(Imã).
- Você a irritou com alguma coisa? - Perguntou Som despreocupada, Ploy balançou a cabeça negando, ela me olhou confusa. - Então o que houve? - Ayla parou de falar na mesma hora que me virei encarando de novo sua mão, ela seguiu meu olhar e sorriu.
- Ayla Franco, o que significa isso no seu dedo. - Olhei dura para ela, incrível que ela ficou noiva e não me falou sobre isso, ela me olhou sem graça dando um sorriso.
- Ploy querida acho melhor você explicar isso. - Disse jogando a responsabilidade para a outra, quando a encarei Ploy ficou mais branca que papel de seda.
- Eu? - Ela balançou a cabeça, Ploy me encarou engolindo em seco. - Ok… Eu pedi Ayla em casamento hoje. - Ayla sorriu para mim feliz, suspirei, estava enciumada sim, mas não podia deixar de estar feliz pela minha amiga.
- Finalmente idiota, achei que não ia mais ter coragem! - Falou Som dando um tapa de leve nas costas de Ploy que resmungou, olhei intrigada para ela.
- Você sabia? - Perguntei, ela deu de ombros concordando.
- Essa idiota passou um mês com esse anel na gaveta. - Ploy a olhou com os olhos arregalados por ter contado algo que não devia.
- Então é isso Thongkham, está me enrolando a um mês para me pedir em casamento. - Falou Ayla em tom sério, mas seus olhos tinham divertimento, Som deu uma risadinha batendo a palma da mão na outra fechada, Ploy encolheu os ombros envergonhada.
E foi assim que passamos a tarde toda conversando sobre o casamento de Ayla com Ploy, convenci a minha futura esposa a fazermos um casamento duplo, já que iríamos nos casar em breve, ela ficou reticente no começo, mas concordou, aproveitamos também para contar a novidade sobre estarmos pensando em ter uma criança, Ploy e Ayla ficaram muito feliz, Somwang parecia até mais animada com a ideia.
Estava no quarto lendo um livro, quando ela se aproximou sentando-se ao meu lado, ficou me encarando até que abaixasse o livro para encará-la.
- Está querendo algo querida? - Pergunto arqueando a sobrancelha divertida, ela dá de ombros passando uma mão no lençol.
- Talvez sim. - Disse receosa, percebi que ela estava bastante tensa, me deixando preocupada.
- Fale comigo Som, seja mais direta. - Pedi pegando em suas mãos segurando para que parasse, ela sempre fazia isso quando estava nervosa, mexia em algo ou balançava a perna.
- E-eu… - Suspirou fechando os olhos tomando coragem. - Eu tenho uma coisa para você, não fique brava comigo, espero que aceite. - Disse se levantando apressada indo pegar um papel que estava dentro da sua bolsa, fiquei ainda mais intrigada quando ela voltou me entregando.
- O que é isso? - Pergunto pegando o papel.
- Leia primeiro depois me dê a resposta. - Falou receosa engolindo em seco.
Olhei com atenção o papel, quando li “Contrato de sociedade”, meu coração começou a bater mais forte, li e reli aquele papel para ver se não estava ficando louca, Somwang me olhava com expectativa, olhei séria para ela sem acreditar que ela fez aquilo.
- Me explica o que é isso? - Perguntei a encarando.
Por favor não me olhe tão dura Anon, eu fiz isso pensando em você, não é porque vai ser minha esposa, mas - pelo fato de você ser competente em tudo que faz, não quero ter que desperdiçar seus conhecimentos a tendo como minha secretária para sempre, você já toma a frente de tudo na empresa, decidir passar a outra parte que minha mãe me deu para o seu nome e ela concordou com isso.- Passei a mão nervosa no rosto, bufei.
- Sua mãe ultimamente só concorda com suas loucuras, já é difícil para mim Somwang ter que ver as pessoas acharem que tenho privilégios porque vou me casar com você, agora isso.- Falei mostrando o papel com desagrado, estava muito brava com ela por ter feito isso, ainda sem me comunicar.- Pode ser egoísmo da minha parte, mas tudo que fiz até hoje foi graças ao meu próprio esforço, sem ter nada de ninguém. - Ela me olhou triste, suspirei cansada agora encarando o papel.
- Eu sinto muito Anon, achei que iria gostar da idéia.- Eu a encarei, sei que Som fazia as coisas para me proteger, mas sua impulsividade me assustava às vezes, ela tinha que conversar comigo primeiro antes de tomar uma atitude.
- Você tem que conversar comigo antes de tomar sua próprias decisões.- Estava muito chateada com ela, me levantei da cama, mas ela segurou meu braço.
- Onde vai?- Perguntou aflita, puxei meu braço de seu toque, me virei sem olhá-la.
- Preciso de um tempo sozinha para processar tudo isso. - Sai do quarto a deixando ali paralisada.
Fui direto para cozinha, enchi meu copo com água e suspirei passando a mão na testa nervosa. Aquela mulher era uma avalanche de emoções, tudo com ela era 8 ou 80, ela fazia as coisas do jeito que achava certo, muitas vezes não me comunicava, igual agora, além de tudo me sentia culpada, Somwang se tornou essa pessoa depois do acidente, seu medo de me perder ficou extremo a ponto dela não conseguir relaxar. Sorri lembrando que por mais que ela tivesse essa personalidade difícil, amava assim mesmo, talvez seja um dos motivos de ter me apaixonado por ela.
No dia seguinte não vi Som no café da manhã, ela tinha saído mais cedo, mas não deixou de fazer uma excelente refeição matinal para mim, olhei a mesa cheia de coisas que gostava, alguns biscoitos dos meus preferidos e sorri, não tinha como ficar brava por muito tempo com ela, encontrei um bilhete escrito à mão com sua caligrafia perfeita.
Anjo,
Tive que vir mais cedo para o escritório, tinha uma reunião marcada com alguns estilistas, fiz tudo que você gosta, tome isso como minhas desculpas por ter sido impulsiva, por favor venha almoçar comigo hoje! Te amo!
Ps: Sua Darling
Sorri mais uma vez quando acabei de ler, cheirei o papel e tinha seu perfume, coloquei-o no peito como se tivesse a abraçando, então suspirei e fui tomar meu café, abri meu notebook aproveitando para ver alguns relatórios pendentes, fiquei pensativa por um momento, tentando entender como que em um piscar de olhos cheguei onde estava agora, com uma noiva que era um pouco difícil de se lidar, mas que tinha seus dias bons, uma casa chique, não podia esquecer do carro que Somwang me deu que era um exagero, mas que me era útil quando saia mais cedo para empresa e não conseguia me dar carona, agora por último virei sócia da empresa da minha futura esposa.
- Meu Deus! Como isso foi acontecer tão rápido. - Falei para mim mesma, antes de balançar a cabeça e continuar com meu trabalho.
Já era horário do almoço quando cheguei no escritório, bati na porta e ela ordenou que entrasse, paralisei olhando aquela linda mulher de costas, quando ela virou e sorriu para mim meu coração quase saiu pela boca, ela estava uma deusa com aquela blusa preta social dobrada até metade do braço, uma calça cinza social, seus saltos caros Scarpin Louis Vuitton preto, ela jogou os cabelos para trás e veio caminhando em minha direção com um sorriso de canto, estava falando com alguém no telefone.
- “Ok, vamos ver isso direitinho Jhonny, te ligo depois para acertarmos os detalhes.” - Disse por fim desligando.
- Atrapalho? - Perguntei divertida, ela se aproximou me abraçando pela cintura.
- Você nunca atrapalha meu anjo. - Disse mordendo o lóbulo da minha orelha me fazendo arrepiar. - Você está bem gostosa nessa roupa.- Fiquei sem graça na mesma hora.
- Eu quem o diga de você. - Somwang me encostou na sua mesa, mordendo meu lábio. - Não podemos fazer nada aqui você sabe que… - Antes que terminasse de falar a porta foi aberta, olhei para Ploy que estava com uma cara espantada.
- Não vão me dizer que iam trans*r aqui no escritório?! - Aquilo não foi uma pergunta, Som fechou a cara e cruzou os braços jogando a cabeça de lado.
- Íamos! - Meu rosto esquentou de vergonha, olhei para ela com os olhos arregalados. Ploy balançou a cabeça indignada com sua sinceridade. - O que veio fazer aqui? - Perguntou levemente irritada.
- A estagiária chegou, posso mandar entrar? - Perguntou e Somwang suspirou concordando, olhei para ela procurando uma resposta a minha pergunta silenciosa “Como assim estagiária?”
Logo uma mulher adentrou a sala, olhei avaliativa pra ela e a achei familiar, então me lembrei da bendita que estava conversando com a minha mulher no dia que fomos para Koh Samui, cruzei os braços já tomada de ciúmes, a mesma me olhou um tanto arrogante e se virou para Som sorrindo de orelha a orelha.
- Oh senhorita Sisuwan, muito bom revê-la! - Disse com uma voz nada profissional e sim carregada de malícia, já não fui antes com a cara dessa mulherzinha, agora mais ainda. - Se lembra de mim? - Somwang franziu confusa.
- Ahh, lembrei Koh Samui, Noprat não é? - Olhei para minha esposa com a sobrancelha arqueada, não acreditando que ela tinha se lembrado daquela mulher.
- Nara Noprat. - Disse rindo, estendeu a mão para comprimentar Somwang, então antes que ela aceitasse entrei no meio estendendo a mão a mulher me olhou com desdém. - E você é quem? - Perguntou recolhendo a mão, dei um sorriso largo falso.
- Anong Wongsa, sua segunda chefe! - Olhei para minha mulher que sorriu emocionada, agora mais do que nunca tinha o prazer de aceitar sua proposta, não iria deixar minha pequena Sisu com essa sonsa.
Não era só o fato de estar com ciúmes da tal Nara, mas olhando bem aquele rosto me era ainda mais familiar, ela se parecia com alguém que conheço, só não lembrava com quem.
Fim do capítulo
"oiii meninas, demorei mas apareci, feliz 2024 para nós!"
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