Capitulo 2
Sisuwan
Anong Wongsa, o que dizer sobre essa mulher? Depois que ela chegou em minha vida, tudo mudou dentro de mim, acho que me sinto uma outra pessoa, talvez uma Somwang que sempre esteve comigo, mas que adormecia profundamente dentro da casca grossa que se formou. A novidade da minha mãe estar com câncer me dilacerou, sei que ela teve seus altos e baixos comigo, mas ainda sim era a minha mãe, ela tinha sua parte boa, amava que Nong começou a se dar bem com ela, depois do acidente acho que todo mundo mudou em alguma coisa.
Noite passada Anong me abordou sobre termos uma criança, isso ia acontecer uma hora ou outra, mas não achei que seria tão rápido. Tive uma criação muito rígida, então não sabia como era cuidar de uma criança, via a forma como ela me olhava quando estava com os filhos de Hange, mas uma coisa era os filhos dos outros, outra era ter meus próprios filhos. Nunca tive tempo de brincar, de ter amigos, apenas estudos e me dedicar para ser quem sou hoje. Ouvi alguém bater a porta do escritório e ordenei que entrasse.
- Tudo certo chefinha? - Pergunta Ploy sorridente, olhei a séria, que a fez murchar.- Acho que tem alguém de mau humor hoje! - Falou vindo até minha mesa, suspirei ela colocou um envelope na minha frente, então li a primeira frase, fiquei surpresa.
- Mas já está pronto?! - Ela franziu confusa, estendi os papéis para ela, que prontamente abriu e começou a ler o conteúdo, então me olhou com os olhos arregalados.
- Um testamento? - Concordei balançando a cabeça e mordi a boca nervosa.
- Fiz esse testamento depois que as coisas melhoraram, além dele, tive uma conversa com a minha mãe e depois que ela ficou doente resolveu me dar a parte dela da empresa. - Ploy arregalou os olhos admirada com tudo que falei. - Só preciso da assinatura da Anon para que oficialmente ela herde não só uma parte dessa empresa, mas se algo acontecer ela poderá ser dona de tudo.- Terminei suspirando.
- Ok, ok, muita informação. - Disse puxando uma cadeira para se sentar. - Mas porque tudo isso? - Perguntou me encarando, me levantei da cadeira indo até a minha adega, peguei um vinho e despejei um pouco na taça solvendo o líquido.
- Ela anda tendo uns sonhos estranhos desde aquele dia do hospital, estou com receio de que algo possa acontecer, não paro de ter pressentimentos ruins sobre isso. - Desabafei, me encostei na poltrona ao lado.
- Já conversou sobre isso com ela? - Perguntou, balancei a cabeça em negativo, mordi a boca novamente nervosa.- Certo, mas não me parece que é só isso que te perturba pela sua cara. - Balancei a cabeça novamente e suspirei a encarando.
- Ontem ela tocou no assunto de termos uma criança. - Ploy abriu a boca e fechou várias vezes, então franziu.
- Mas você gosta de crianças, qual o problema nisso? - Bastou um olhar, ela entendeu tudo fazendo um “o”. - Querida não tem que se basear a sua vida, você e Anong são ótimas pessoas, vão ser ótimas mães também. - Falou sorrindo, dei um sorriso triste.
- Queria ser otimista assim igual você. - Falei melancólica, Ploy deu risada.
- Anon vai entender minha amiga, conversa com ela. - Disse e olhou seu celular que vibrou. - Bom deixa ir preciso resolver umas coisas. - Disse saindo apressada me deixando sem entender nada.
Fiquei um tempo refletindo o que Ploy me falou, então resolvi ir em um lugar que a umas semanas não frequentava. Estacionei o carro em frente ao portão, desci do carro olhando para aquela casa e suspirei. Assim que entrei vi mamãe sentada na poltrona lendo um livro, ela estava meio abatida, isso devido aos medicamentos fortes que tomava por conta da fisioterapia. Percebendo minha presença ela sorriu animada.
- ช่างเป็นเซอร์ไพรส์ที่ดีจริงๆ น้อง Sisu! ( Que surpresa boa pequena Sisu)- Disse me estendendo os braços, logo fui em sua direção a abraçá-la, era tão bom vê-la novamente, mamãe tinha mudado muito esse tempo, ficou até mais carinhosa, uma nova Lamai Sisuwan.
- เป็นยังไงบ้างแม่? (Como vai mamãe?) - Perguntei assim que nos separamos.
- วันนี้อาการดีขึ้นมาก เมื่อวานลำบาก ป่วยมากเพราะกินยา. (Hoje estou bem melhor, ontem foi difícil, passei muito mal por conta doa remédios.) - Olhei-a preocupada.
- ทำไมคุณไม่โทรหาฉัน? ฉันพนันได้เลยว่าหน่องคงอยากมาพบคุณ! ( Porque não me ligou? Aposto que Nong ia amar vir vê-la!) - Perguntei passando a mão em seu cabelo, ela sorriu.
- ไม่ต้องห่วงลูกสาว ไม่เป็นไร ครั้งหน้าพาอนงค์มาหาฉันก็คิดถึงเธอเหมือนกัน. (Não precisa se preocupar filha, está tudo bem, dá próxima vez trás Anong para vir me ver, sinto falta dela também.) - Disse e sorri abertamente, até ver um punhado de cabelo em minhas mãos da sua cabeça, olhei assustada para ela, que sorriu triste. - อย่ากลัวนะเด็กน้อย พวกมันล้มไปแล้วเพราะทำกายภาพบำบัด นี่เป็นเรื่องปกติ. (Não se assuste pequena, eles já estão caindo por conta da fisioterapia, isso é normal.) - Então me ajoelhei em frente a ela colocando minha cabeça em seu colo, minhas lágrimas já começavam a rolar sem parar.
- Não estou preparada ainda para deixá-la partir. - Falei chorosa soluça, mamãe passou sua mão no meu cabelo e suspirou.
- Somwang olha para mim. - Ordenou, então fungando levantei devagar, ela segurou em cada lado da minha face, então sorriu. - Quem disse que estou partindo agora, ainda vou ver você se casar, além disso tem meus netos para ver nascer, me recuso a partir agora.- Fiquei paralisada olhando seus olhos gentis, suspirei concordando com a cabeça.
- Você falou com Nong esses dias? Ou ela comentou alguma coisa? - Perguntei e ela ficou confusa.
- Não, ela não me mandou nenhuma mensagem também… está acontecendo algo? - Ponderei por um instante que deveria falar algo sobre a criança, achei até estranho mamãe entrar nesse assunto por pura coincidência.
- Ela veio me sugerir, para termos uma criança. - Mamãe deu um sorriso largo, mas olhei-a com tristeza, que fez seu sorriso murchar na mesma hora, desviei dos seus olhos, por mais que as coisas tenham melhorado, ainda no meu coração tinha um pouco de mágoa de tudo que ela me fez passar.
- Pequena, desculpa pelas minhas falhas, sei que não fui uma ótima mãe, tenho orgulho da mulher que você se tornou, não graças a mim, porém não acho que vá ser igual. - Fiquei surpresa com suas palavras, nunca tinha entrado nesse assunto, achei incrível como ela conseguiu deduzir isso apenas me observando, então ela sorriu. - Não precisa me falar as coisas Somwang, sou sua mãe, por incrível que pareça conheço minha filha, sei que está com medo de uma criança pelo fato de tudo que você passou, mas aquela garota veio no mundo para nós mudar, eu mudei por conta dela, você mudou também. - Falou sincera pegando em minhas mãos, sorri pelo jeito dela falar de Anong, e ela estava certa, meu anjo veio para nos mudar.
- Eu não sei como fazer isso. - Suspirei agora fazendo um carinho na mão dela, ela passou a mão no meu rosto.
- Você sabe, só está com medo…posso te dar um conselho? - Concordei abaixando a cabeça. - Não deixe passar oportunidades por medo, você é dona de um Império, além de ter uma mulher maravilhosa do seu lado, vocês estão juntas nisso, juntas vão conseguir, acredite, você e Anong vão ser ótimas mães. - Sorri emocionada pelas suas palavras, então abracei sua cintura, ela começou a afagar meus cabelos.
- Obrigada mamãe, eu te amo. - Disse fechando os olhos.
- Eu também te amo pequena. - Era acolhedor estar ali, agora com mais clareza sabia exatamente o que deveria fazer, por mais que tivesse todo aquele medo, ninguém era perfeito, mas tentaria ser por ela.
Depois de passar por uma entrevista e tentar amassar o mau humor de Anong Por não ter chamando-a para ir comigo na casa da minha mãe, acordei na manhã seguinte inspirada, fiz algumas ligações enquanto ela dormia, aproveitei e liguei para meu arquiteto que projetou a minha casa marcando uma reunião, então fui para um dos cômodos que tinham no andar de cima, abri a porta e o olhei, não era tão grande, na época que pedi para fazerem, iria ser um escritório ou uma academia pequena, porém agora teria uma outra finalidade. Tinham algumas caixas por lá, amarrei meus cabelos em um coque mal feito, dobrei as mangas da blusa, então fui averiguar o que tinha dentro delas. Constatei que tinham muitos livros velhos, algumas coisas que ganhei de casamento da época de Dao, olhei em desagrado para tudo aquilo, certamente iria jogar tudo fora.
- Atrapalho? - Perguntou ela me fazendo levar um susto, coloquei rapidamente minha mão no peito, Anong deu risada.
- Quer me matar?! - Ralhei brava, ela se aproximou jogando seus braços no meu pescoço. - Bom dia anjo. - Disse colocando uma mecha atrás da sua orelha, gostava de admirar o quanto a minha noiva era linda, se pudesse passava horas memorizando cada traço seu.
- Para de me olhar assim, fico sem graça.- Seu rosto estava todo vermelho de vergonha, outra coisa que achava lindo e fofo era o jeito que ela corava toda vez que me pegava a observando.
- Não tem como se minha noiva é um anjo lindo. - Ela sorriu ficando ainda mais envergonhada, escondeu seu rosto no meu pescoço para não me encarar.
- O que está fazendo aqui? Nunca imaginei que tinham mais cômodos nessa casa. - Me afastei um pouco dela olhando toda aquelas caixas que iria jogar fora.
- Estou fazendo uma varredura, não posso deixar o quarto da minha criança com essa bagunça. - Anong rapidamente me afastou com um leve empurrão, ela me olhava em choque de boca aberta, logo vi seus olhos marejaram e acabei sorrindo.
- I-isso é sério? - Perguntou agora deixando as lágrimas rolarem, balancei a cabeça concordando, ela se jogou novamente em meus braços chorando feito uma criança, por mais que estivesse ainda reticente pela idéia, estava feliz de vê-la feliz.
- Amanhã iremos atrás de algumas coisinhas de bebê, já falei com o arquiteto e você ver do jeito que vai querer o quarto. - Disse e recebi vários beijos na minha face. - Eita, calma, é só um quarto Anon. - Brinquei ela me deu um tapinha no braço leve.
- Sim, é o quarto do nosso bebê. - Falou empinando o nariz petulante, dei risada.
- Eu te amo anjo, sempre vou amar. - Falei abraçando sua cintura, Anong amoleceu em meus braços e nos beijamos apaixonadas. - Mas antes disso tudo precisamos oficializar nosso casamento. - Falei arqueando a sobrancelha, ela mordeu a boca concordando.
- Obrigada Somwang Sisuwan, você me faz a mulher mais feliz do mundo. - Confessou me abraçando forte.
- É para isso que estou aqui. - Sussurrei segurando ela nos meus braços, Anong era tudo para mim e mais um pouco, se ela estava feliz, também estaria.
Fim do capítulo
"Olá meninas estou tranzendo mais um capítulo pra vcs, espero que gostem, até a proxima ótimo final de semana! "
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