Capítulo 2 - A guerra da chupeta
Normalmente Alice saía do trabalho todo dia por volta das cinco para buscar as crianças na escola às cinco e meia. Naquela sexta, no entanto, eles iriam para a casa com o pai.
Já fazia oito meses desde de que Gustavo saíra de casa. Ou melhor. Desde de que ela descobriu que ele dormia com a babá e o expulsou. Demorou até que eles conseguissem estabelecer uma rotina amigável com os meninos, mas enfim pareciam ter atingido um período de paz.
Apesar de ainda não estarem legalmente divorciados por conta da lerdeza do sistema judiciário brasileiro, Alice já se sentia livre sem Gustavo em casa. Eles já não eram felizes há um tempo e apesar da traição, ela sentia uma grande parcela de culpa pelo casamento arruinado.
Ela acostumou-se à rotina em casa sem Gustavo rapidamente, apesar de ter sido um tempo muito doloroso em sua vida. Desde aquela época ela não mais quis contratar uma babá integral e quando precisava de alguém para ficar com os meninos em datas específicas, geralmente contratava de forma temporária alguma funcionária da creche quem eles já conheciam. Nunca mais alguém que passaria o dia-a-dia com eles e isso fez com que Enzo tivesse que ir para a escola um pouco antes do que desejavam, no fim do ano anterior. Eles tinham conversado sobre ele entrar na creche apenas com dois anos, diferente de Gael que precisou ir com apenas seis meses. Sem uma babá fixa, o tempo em que ficavam na escola também aumentou novamente. Depois de Gael precisar ficar na escola por doze horas logo que se mudaram, Alice havia se prometido não fazer aquilo com o filho mais novo e não repetir o ato com o mais velho também. Logo que Enzo nasceu contrataram uma babá e reduziram o horário escolar de Gael para seis horas. No entanto, com o divórcio e sem babá, os meninos passavam agora dez horas na escola.
Gael amava a Escola Pindorama e ele geralmente ficava bem, não importando-se com o aumento do tempo, mas com Enzo era bem diferente. A adaptação dele havia sido muito difícil e ele ainda tinha crises de choro e dificuldade de se despedir dela ou de Gustavo quando o deixavam na escola. Pior ainda quando era a avó que acabava levando os meninos.
Sua ex-sogra Sônia havia se mudado para a cidade quando o marido faleceu, a fim de ficar mais perto de seu filho único e de seus netos. Alice sempre teve uma boa relação com ela e era muito grata por todo o auxílio que ela dava com as crianças. Depois da separação Gustavo foi morar com ela, o que fez com que ficasse ainda mais presente na vida dos meninos.
Alice respirou fundo e decidiu ficar até um pouco mais tarde no escritório. Ela estava exausta, mas aquilo não era novidade. Ela comandava uma empresa sozinha e ainda cuidava de duas crianças. Ela sempre estava exausta.
Quando saiu da empresa já eram quase sete horas da noite. Precisava otimizar o tempo que tinha.
Sábado ela acordou cedo como de costume, mesmo tentando se forçar a dormir mais e descansar. Enquanto tomava o seu chá matinal, Alice pensava no que faria aquele dia. Ela não era muito boa em não fazer nada então foi arrumar a casa que tinha brinquedos espalhados por toda a parte. Não importava quantas vezes ela arrumava, parecia que sempre havia passado um furacão. Ela tinha uma faxineira que ia duas vezes por semana, mas a bagunça sempre estava lá.
Todo fim de semana em que os meninos estavam com o pai, Alice sentia-se perdida. Ao mesmo tempo que gostava de ter um descanso, não sabia muito bem o que fazer. Ela lia livros, assistia séries, trabalhava, mas ainda tinha dificuldades para viver a sua vida além daquilo. O máximo que fazia era encontrar-se com Ana, mas a amiga era casada e tinha sua própria família e responsabilidades. Alice tinha dificuldades em criar novas relações e além de Ana, tinha apenas alguns conhecidos com quem trabalhava, porém ninguém mais que considerasse amigo de fato.
Domingo à noite, quando Gustavo chegou para deixar os meninos, Enzo dormia em seu colo e Gael foi logo contando do seu dia.
– A gente foi no shopping e a vovó mandou para você! – falou entregando-lhe um pote com comida.
– Obrigada, meu amor! Se divertiu?
– Muito! Eu aluguei um carro vermelho e o papai dirigiu em um controle! Depois eu conto mais, vou no banheiro! – falou correndo para dentro da casa.
Alice sabia que ouviria tudo em detalhes assim que ele voltasse. Quando pegou Enzo do colo do pai, certificou-se de que Gael estava longe antes de falar irritada.
– Eu já falei para não deixar ele dormir assim tão tarde.
– Ele dormiu no carro até aqui, o que eu podia fazer? – Gustavo falou na defensiva.
– Fácil para você falar, você vai voltar para a sua casa e dormir. Ele vai acordar daqui a pouco e vai ficar cheio de energia. Quando der a hora de dormir, ele não vai dormir! E eu que vou ter que ficar acordada com ele!
Gustavo sabia que não iria vencer aquela discussão.
– Desculpa – ele sabiamente esperou alguns segundos para que ela se acalmasse antes de falar – Nós precisamos conversar sobre ele e sobre a fono.
– Eu sei eu sei... Mas eu não tenho tempo no momento para lidar com isso.
– Talvez eu devesse ajudar um pouco mais com os meninos.
– Se você quiser marcar uma fono e se comprometer de levá-lo, acho ótimo! Você tem horários melhores que os meus.
Gustavo era dentista e por ser autônomo tinha mais flexibilidade.
– Mas não só isso... Eu queria mais dias com os meninos.
Aquilo fez Alice dar uma pausa. Eles tinham combinado de revezar os fins de semana e fora isso, normalmente eles ficavam com Alice, mas volta e meia Gustavo pedia um dia outro da semana de forma não oficial.
– Eu não sei... – ela respondeu instintivamente.
– Você está sempre sobrecarregada e eu quero passar mais tempo com os meus filhos. Nós dois saímos ganhando!
Diante do silêncio de Alice, ele continuou.
– Pelo menos um dia na semana – ele pediu – Eu sinto falta deles!
Por mais que ele tivesse sido um marido ruim no final do casamento, ele sempre fora um pai acima da média e Alice sabia que era um pedido justo.
– Tudo bem. Vamos ver um dia que funciona para nós dois.
– Obrigada! – ele agradeceu e antes de se retirar adicionou – E vamos conversar com mais calma sobre o Enzo depois, a gente podia tentar tirar a ch*peta ou alguma coisa para ver se ajuda ele a começar a falar.
– Vou pensar nisso.
Como ela previra, Enzo acordou logo em seguida, mas quando chegou o momento de ir dormir, ele estava completamente sem sono. Já era mais de meia noite quando conseguiu fazer com que ele dormisse e ela só conseguiu relaxar uma hora depois. A semana mal havia começado e ela já estava cansada.
=====
A quarta-feira de Bruna começou como qualquer outro dia de semana. Ela acordou as cinco e quinze da manhã e se arrumou bem rápido. Ela odiava acordar cedo e sempre dormia até o máximo possível. Colocou o sanduíche que havia preparado na noite anterior em sua mochila, pegou seu almoço e saiu de casa ainda sentindo-se sonolenta. A caminhada da sua casa até o ponto era de uns vinte minutos, mas Bruna já estava tão acostumada que geralmente levava quinze, caminhando rápido. O tempo de espera pela van era sempre um mistério, mas naquele dia ela só precisou esperar quinze minutos antes de entrar no veículo cheio e apertado. Depois de mais ou menos quarenta minutos, finalmente saltou no ponto perto da escola e caminhou por mais dez até chegar na porta da Pindorama, completamente desperta e com muita fome.
Depois de se trocar e colocar o uniforme, ela ainda tinha alguns minutos antes de entrar para a sua sala, e foi em direção à geladeira dos funcionários para guardar seu almoço. Ela precisava desesperadamente de café e se serviu de um copo considerável antes de abrir sua mochila para pegar seu sanduíche.
Outras professoras estavam também tomando café e elas conversaram por alguns minutos.
– Não te vi na van hoje, achei que você ia atrasar – ela falou para uma das auxiliares da escola, Isabela, que morava no mesmo bairro que ela e tinha acabado de chegar.
Quase sempre as duas acabavam na mesma van de manhã.
– Vim de carona com o meu marido hoje – ela falou toda sorridente.
– Nossa, que chique! – Bruna brincou.
Isabela era uma das pessoas da escola com quem Bruna tinha a melhor relação. Ela se dava bem com todos os funcionários, mas ela e Isabela trabalhavam lá desde o inicio e por isso se conheciam há muito tempo. O fato de morarem perto ajudava mais na amizade. Isabela era cinco anos mais velha que Bruna, mas já era casada com dois filhos, o que fazia com que tivessem vidas muito diferentes.
– Bruna, você já terminou? Maria Tereza está te chamando – Gisele, outra auxiliar veio lhe chamar.
Bruna checou o relógio para ver que ainda tinha cinco minutos antes de entrar quando ela ouviu o choro do Enzo vindo da entrada.
– Enzo chegou e a Carolzinha está atrasada – Gisele explicou falando de sua auxiliar.
Geralmente era a própria Bruna ou ela que recebiam o Enzo porque ele geralmente entrava chorando e recusava-se a ir com qualquer um.
– Bom café, meninas – Bruna falou antes de levantar da mesa mastigando ainda o fim do seu sanduíche.
Enzo estava agarrado no colo da mãe, que estava claramente ansiosa para ir embora, olhando em seu relógio.
– Bom dia! – Bruna falou sorridente, mas não teve a simpatia retornada.
– Eu estou atrasada – Alice falou séria – Você consegue pegar ele?
– Claro! – Bruna tentou manter o sorriso, mesmo que por dentro estivesse irritada por ter tido que engolir seu café da manhã na correria apenas para receber o Enzo, enquanto a sua mãe não dava o mínimo valor – Vamos, meu amor.
Ela falou com carinho com o menino, que se agarrou mais ainda em Alice. Chorando e gritando. Bruna foi puxando-o para o seu colo o mais gentilmente possível, enquanto o menino resistia e Alice tentava entregá-lo.
– A mamãe precisa ir trabalhar, mas ela vai voltar depois da janta – Bruna falava com carinho, mas ele não queria ouvir, gritando e chorando como fazia quase todo dia.
Como uma última tentativa de não sair do colo da mãe, Enzo agarrou-se em sua blusa, puxando conforme ia à contragosto para o colo da professora. O movimento fez com que o sutiã de Alice ficasse visível por alguns segundos e Bruna não conseguiu desviar o olhar. Ela era humana e foi instintivo! Era uma mulher gostosa e estava bem à sua frente! O que ela poderia fazer? Para a sua sorte Alice não pareceu reparar que Bruna estava aproveitando-se daquela situação para tentar olhar seus seios e assim que o menino estava fora de seus braços, ela virou-se para ir embora, sem nem se despedir.
Bruna carregou-o para sala, chamando os outros alunos de sua turma que estavam na recepção com uma auxiliar. Enzo continuou chorando por alguns minutos enquanto ela tentava acalmá-lo, era todo dia a mesma coisa. Normalmente ele se acalmava depois de uns quinze minutos no máximo, mas estava sem ch*peta e quando Bruna foi procurar na mochila, não encontrou.
Assim que sua auxiliar atrasada chegou, ela foi até a secretaria para falar com a diretora.
– Ciça, você pode dar uma ligada para os pais do Enzo e avisar que esqueceram a ch*peta?
– Ah sim, eu ia mesmo falar com você. A mãe mandou mensagem na agenda falando que vão tirar a ch*peta dele. Para ajudar no desenvolvimento da fala.
– Assim do nada? – Bruna perguntou desacreditada.
– Pois é – Ciça fez uma cara como que concordando.
– Então ela não vai mais mandar ch*peta?
– Pelo visto não.
Bruna era a favor de tirar a ch*peta das crianças para que pudessem melhor desenvolver a fala e também para que começassem a perceber que não eram mais bebês. Era um passo importante nessa transição, mas esse processo deveria ocorrer aos poucos, não de uma forma brusca.
– Ele não vai dormir sem a ch*peta – ela falou já pensando que o soninho seria um inferno.
– Vamos tentar conversar com ela melhor sobre isso, mas com calma. Isso é um bom sinal – tentou argumentar – Quer dizer que ouviu o que falamos com ela na reunião e está tentando.
– Ela devia mesmo era levar ele em um neuropediatra, não tirar a ch*peta do menino de um dia para o outro! – Bruna falou irritada, mas Cecília não deu confiança ao seu desabafo e ela retornou para a sua sala.
Como ela esperava, a ausência da ch*peta havia acabado com o seu dia. Enzo passou a manhã chorando e andando até a mochila, mas por mais que ela e a auxiliar explicassem e conversassem com ele incontáveis vezes, ele não parecia entender. Ele não quis almoçar e na hora do soninho chorou tanto que o restante dos alunos teve dificuldades para dormir. Em dado momento precisaram tirar ele da sala do soninho para que não acordasse ninguém e ele foi ficar com os alunos que não dormiam. O problema era que aquele espaço não era da sua rotina e ele não se sentia seguro ali. Juntando isso com o sono que ele estava sentindo, Enzo entrou em uma pequena crise, jogando-se ao chão, chorando e tentando a todo tempo fugir da sala. Bruna precisou ficar com ele em outra sala até que se acalmasse, o que tomou mais da metade do seu horário de almoço. Ela finalmente conseguiu almoçar quando uma outra auxiliar com quem ele estava acostumado retornou do seu horário de almoço e assumiu ele.
Bruna era professora de duas turmas de Maternal 1, uma no período da manhã e outra no período da tarde. Enzo era da turma da manhã e a tarde ele ficava com a turma do Integral, que era mista com outras faixas etárias. No entanto, naquele dia, Enzo acabou voltando a ficar com ela. Na hora do lanche, a auxiliar do Integral não conseguiu fazer com que ele lanchasse e como ele já havia recusado o almoço, a coordenadora pediu para que ela tentasse oferecer. Com muito esforço ele aceitou uma substituição de banana. No meio da tarde, Bruna não aguentou mais ouvir o choro dele vindo da sala do Integral e foi buscá-lo para ficar um pouco com ela. O menino estava caindo de sono, mas resistia para dormir. Enquanto sua turma da tarde foi para a aula de psicomotricidade, ela ficou com Enzo no colo e depois de muito esforço o menino finalmente dormiu em seus braços.
Durante aquele intervalo ela normalmente terminava o planejamento que deveria ser entregue toda quarta-feira e chegando em casa apenas digitava. Agora ela teria que ficar acordada até mais tarde para terminar. Ela não tinha computador e precisava esperar a sua irmã chegar em casa para utilizar seu notebook. Quando ela finalmente terminou já era quase meia noite e ela teria que acordar cinco e quinze. Bruna nunca fora do tipo de pessoa que funcionava bem com poucas horas de sono. Ela mal achava que oito eram suficientes, menos que seis era um pesadelo. Ótimo! Tudo por causa de uma maldita ch*peta.
=====
Quando Alice chegou na escola para deixar os meninos na quinta-feira, deu de cara com a professora do Enzo. A menina estava com olheiras grandes, mas nem aquilo diminuía a sua beleza. Bruna tinha uma beleza típica brasileira e facilmente poderia ter sido modelo ao invés de professora, com seu corpo bem magro, mas ainda assim com algumas curvas bem definidas. Ela tinha cabelos pretos caindo em ondas no meio de suas costas e a pele de uma cor marrom que Alice não saberia definir ao certo. Tudo fazia parte do pacote para Bruna ser uma das mulheres mais bonitas que Alice já tinha visto. Não era a primeira vez que ela reparava. Alice nunca havia sido alheia a beleza da Bruna, mas ela sempre fora muito nova para ela pensar na menina de alguma outra forma. No entanto, ultimamente ela estava ficando mais mulher e Alice tinha cada vez mais dificuldades para esconder de si mesma a atração que sentia.
Uma auxiliar pegou o Enzo no colo com certo esforço e levou-o para sala.
– Tia Bru! – Gael falou animado correndo para lhe dar um abraço apertado.
– Oi, meu amor – ela respondeu apertando-o em seus braços com carinho – Posso conversar com você rapidinho? – perguntou virando-se para Alice e despedindo-se de Gael que foi encontrar sua turma.
– Eu não tenho muito tempo – respondeu séria.
A última coisa que ela queria era ouvir novamente sobre os supostos problemas de seu filho mais novo.
– É rápido! – a menina tentou ser simpática apesar da falta de recepção de Alice e indicou um lugar um pouco afastado do portão de entrada para que pudessem conversar sem a interrupção de pessoas entrando e saindo – Eu só queria falar sobre a ch*peta do Enzo.
– Ah sim. Depois da reunião eu achei que poderia ajudar ele a falar.
– Claro! É o pensamento correto, mas foi feito de uma forma muito brusca. Ele ficou muito sentido, nem dormiu ontem...
– Ele não dormiu? Eu tenho certeza que vi na agenda que ele dormiu por uma hora.
– Ele dormiu, mas não no momento do soninho. No meio da tarde ele estava tão cansado e irritado que acabou dormindo no meu colo.
– Bom... é claro que ele vai ter que se acostumar e passar por um período de ajuste.
– Sim, mas mudanças são muito difíceis para ele – Bruna disse como se estivesse explicando de uma forma didática e aquilo deixou Alice irritada, ela não precisava ouvir uma pessoa explicando-lhe algo sobre o seu próprio filho – Seria melhor se tirássemos a ch*peta aos poucos. Podemos ir reduzindo durante o dia até ele usar apenas para dormir. Tirar do momento do sono é sempre um pouco mais difícil e demora um pouco mais.
Quem aquela menina pensava que era para continuar lhe dizendo como deveria cuidar do próprio filho?
– Ele dormiu muito bem essa noite! – Alice falou, omitindo o fato de que ela havia tentado fazê-lo dormir sem a ch*peta sem sucesso, até finalmente se render e dar a ele. Bruna não precisava saber daquela informação.
Ela parecia não ter acreditado muito no que Alice falou, mas não apontou a mentira deslavada.
– Você também tirou a ch*peta dele em casa? Porque não adianta nos esforçarmos aqui na escola e em casa ele continuar usando.
– Claro que eu tirei – mentiu. Ela havia acabado de tirar a ch*peta dele no carro antes de entrar na escola e a guardar no porta-luvas para o momento da saída.
– Ainda assim em casa é diferente do que na escola. A ch*peta é algo que o deixa acolhido aqui. A gente não precisa ter pressa para tirar completamente. Mantendo pelo menos no horário do soninho por um tempo já seria suficiente.
– Não precisa ter pressa? Não foram vocês que estavam com tanta pressa do meu filho se desenvolver que marcaram uma reunião e escreveram um relatório apontando tudo que ele ainda não consegue fazer?
Com aquele comentário, a calma que Bruna sentia e a forma diplomática com que ela estava falando desapareceram.
– Não estamos com pressa para ele se desenvolver. Você claramente não entendeu nada da reunião!
Que audácia daquela garota falar assim com ela! Quem ela pensava que era?
– Eu entendi perfeitamente. Eu sei ler e já li aquele relatório várias vezes – antes que Bruna pudesse falar alguma coisa, ela finalizou aquela conversa desagradável – Como eu já falei, ele vai ficar sem a ch*peta e se acostumar e eu vou trabalhar porque eu falei que meu tempo era curto.
Sem dizer mais nada, ela saiu da escola.
=====
Durante o horário de soninho, vários insultos nada gentis passaram pela cabeça da Bruna ao lembrar da conversa com Alice aquela manhã.
– Que raiva! Por causa daquela “M” eu vou perder tempo do meu almoço de novo! – Bruna sussurrou irritada para as auxiliares que estavam no soninho com ela, referindo-se à Alice. Como algumas crianças choravam ao ouvir a palavra “mãe” e outras repetiam o que ouviam em casa, era comum que usassem o termo “M” ao conversarem na frente das crianças para se referirem as mães de alunos.
– Vai almoçar. Se ele não dormir não dormiu – uma delas falou.
Bruna queria muito fazer isso. De repente depois de uma semana sem dormir ela finalmente aceitaria que estava errada e aceitaria realizar o processo com mais calma. Só que enquanto isso o Enzo que iria sofrer. Se ela fosse almoçar, ele com certeza não dormiria no soninho sem ela e ficaria nervoso em outro espaço. Ele não merecia sofrer só porque tinha uma mãe idiota e arrogante.
– Se ele não dormir vai ficar reclamando a tarde inteira igual ontem – argumentou.
Mesmo ficando quase que o seu horário de almoço inteiro no soninho, Enzo não dormiu e uma rotina muito parecida com a do dia anterior repetiu-se no restante da semana sem a sua ch*peta, fazendo com que Bruna ficasse exausta. No sábado, olhando as suas redes sociais, ela viu uma foto publicada pela dona da escola, que havia aparentemente saído com Alice e seus filhos. Gabriel, filho da Ana, era da mesma turma do Gael. Na foto, ela viu que o Enzo estava de ch*peta.
– Filha da puta!
Fim do capítulo
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S2 jack S2
Em: 14/05/2024
Nossa! Que rotina pesada da Alice...
Bruna também não teve uma semana muito tranquila...
Ansiosa pelas faíscas que sairão entre essas duas...rs
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jake
Em: 16/01/2024
Alice mentiu feio .Agora vai ficar mais intensa a briga das duas.o famoso amor e ódio...
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Quem não gosta da trope enemies to lovers? rsrs
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Sem cadastro
Em: 14/12/2023
Agora o bicho vai pegar, certeza que a Bruna não vai deixar isso passar.
Carol Barra
Em: 20/12/2023
Autora da história
Bruna não deixa nada passar!
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Brescia
Em: 06/12/2023
BEssa Alice é bem espertinha,rs.
Carol Barra
Em: 20/12/2023
Autora da história
E como!
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Brescia
Em: 06/12/2023
Mentira tem perna curta e essas suas estão cada vez mais vorazes.
Carol Barra
Em: 20/12/2023
Autora da história
Elas são bem vorazes mesmo!
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Marta Andrade dos Santos
Em: 23/11/2023
Filha da puta mesmo viu .
Carol Barra
Em: 23/11/2023
Autora da história
Alice nao eh facil!
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Sem cadastro
Em: 20/11/2023
Saudade dessa autora, que bom que pode nos proporcionar essa leitura nesse momento. Obrigada, e é claro que já iniciou otima. Sucesso!
Carol Barra
Em: 23/11/2023
Autora da história
Fico muito feliz em estar de volta! Tb estava com saudades! Que bom que gostou do inicio da historia!
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Dessinha
Em: 20/11/2023
Saudade dessa autora, que bom que pode nos proporcionar essa leitura nesse momento. Obrigada, e é claro que já iniciou otima. Sucesso!
Carol Barra
Em: 23/11/2023
Autora da história
Fico muito feliz em estar de volta! Tb estava com saudades! Que bom que gostou do inicio da historia!
Carol Barra
Em: 23/11/2023
Autora da história
Fico muito feliz em estar de volta! Tb estava com saudades! Que bom que gostou do inicio da historia!
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NovaAqui
Em: 20/11/2023
Ele dormiu sem chupeta! Kkkkk a fake já foi desmentida
Alice sente atração por Bruna? Isso vai pegar fogo em breve
Carol Barra
Em: 23/11/2023
Autora da história
O nome do titulo não tem fogo a toa!!! ????????
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Lea
Em: 19/11/2023
Bruna é de uma paciente sem igual!
Coitado do garoto!
Alice,não pode jogar todas as suas frustrações em cima da professora. Ela precisa de uma terapeuta!
Carol Barra
Em: 23/11/2023
Autora da história
Bruna tem paciencia com criança, com adultos nem tanto kkk
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Carol Barra Em: 18/05/2024 Autora da história
As duas tem rotinas intensas mesmo apesar de muito diferentes!