3. Elos

 

Durante toda a vida construímos elos, em diferentes momentos e com inúmeras pessoas. Aly, Brigite e Cecilie começaram a construir na adolescência um forte elo de amizade.

Amizade, assim como amor, é escolha. Nós escolhemos e cultivamos no decorrer das nossas vidas. Os amigos, são a família que selecionamos, para os momentos mais importantes, sejam eles difíceis ou felizes. Aly se aproximou de Cecilie, por intermédio do seu irmão e escolheu ter a sua amizade. Enquanto Cecilie se aproximou de Brigite por curiosidade e ela por sua vez foi por afinidade. Foi assim que começaram a cultivar a amizade, com carinho, de forma leve, transparente e muito agradável. Uma amparando o medo da outra, auxiliando a lidar com as inseguranças, cuidando muito uma da outra.

A vida é um grande ponto de interrogação, na adolescência então, são diversos os questionamentos e quando temos amigas, com quem podemos contar, é ótimo! Elas se tornaram abrigos e colo, uma da outra e elos assim são indestrutíveis. Algumas pessoas entram nas nossas vidas e nos auxiliam tanto, a lidar com quem somos e até a suavizar os fardos que somos obrigados a carregar. Algumas conexões são tão valiosas e impactantes. O universo conspirou a favor do encontro e do elo formado entre elas.

Uma amizade sem julgamentos e com muito acolhimento. Amizade boa, é aquela que conseguimos construir histórias memoráveis, que o tempo não apaga. Elas se tornaram melhores amigas, compartilhando dúvidas da adolescência e também seus sonhos.

Cecilie se viu tantas vezes encantada por Brigite, admirando sua força e inteligência, ouvindo ela dizer coisas, que ela não conseguia, mas, se identificava. Já com Aly, viu ela assumir medos que também compartilha, em algumas situações parecia até que estava olhando para o espelho, com tanto receio, nela viu como enfrentar seus abismos.

Quando a adolescência estava insultando sua autoconfiança, Brigite não se perdeu, por ter o apoio das duas e gostava de saber que ambas se inspiravam na sua intensidade e verdade, na força que ela não sabia que tinha, pois, antes ela não fazia ideia que poderia ser inspiração, devido às suas experiências e por não ter medo de viver.

Quando se tem parceria, se tem muita sorte e descobriram isso juntas, construindo uma amizade repleta de paixão, compartilhando muitas risadas, confidências e ajudando a secar as lágrimas quando necessário, já que temos que lidar com tantos dissabores.

É importante ter uma amiga que te incentiva, que te escuta quando você precisa desabafar e que te aconselha com maestria, pois, ninguém consegue ser forte sozinho.

É fundamental fazer bons amigos ao longo da vida, com quem podemos contar.

O primeiro, mais antigo e fiel amigo de Cecilie, é o seu irmão Christopher, que ela tem certeza que sempre estará em sua vida, ela quer que Aly e Brigite também permaneçam. Só que eternidade, é um desejo que nem sempre se realiza, já que na vida tudo pode acontecer, mas, algumas amizades, tinham que ser para todo o sempre.

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- Cecie!

 

- Eu gosto que você tem um jeito só seu de chamar meu nome.

 

- Eu também gosto. O que vamos ler hoje?

 

- Olha que legal essa HQ.

 

- Cecie, não está traduzida (reclamou).

 

- Você disse que era a minha vez de escolher, eu gosto!

 

- ok, se eu não entender você traduz.

 

Começaram a leitura e comentaram sobre algo que necessitasse de tradução.

Brigite não tem o inglês fluente como a mais nova, mas, se vira bem e não tem problema em ler, mas, sem dúvida prefere literatura brasileira.

 

- Oi, quem quer chocolate?

 

- Eu (as duas responderam).

 

Aly deu risada e entregou a barra de chocolate para elas.

 

- Vocês vão ficar lendo ou torcendo para o meu time?

 

- Os dois (Brigite respondeu).

 

- Sabe do meu irmão? Minha mãe só me deixou ficar depois da aula, quando ele disse que também ficaria. Ele não me esqueceria aqui né?

 

- Não. Ele está com a Bel.

 

- Explicado o sumiço.

 

- Eles ficam?

 

As duas confirmaram.

 

- Nossa esse shorts fica ótimo em você, pensando bem nem vou ficar lendo não.

 

- Mas que safada, deixou a Aly até vermelha.

 

- Pequena, ela é impossível. Sai com cada uma que fico até sem jeito.

 

- Não menti. Se você perder, fica tranquila que te consolo e se você vencer vou te dar um prêmio (falou dando risada).

 

- Loira, melhor nem perguntar qual será a premiação, em respeito a minha pessoa (brincou Cecilie).

 

Chamaram por Aly e logo a partida de vôlei começou.

 

- Só da a Aly no bloqueio.

 

- Ela é muito alta.

 

- É de família, a mãe dela é alta, toda elegante e o pai dela quase uma girafa.

 

- Chega ser mancada com o outro time, as meninas todas baixinhas e ela este paredão.

 

- Verdade, as adversárias sofrem.

 

- Estão ganhando? (Cristopher perguntou se aproximando delas na arquibancada).

 

- Sim! Vão vencer.

 

Realmente venceram, com facilidade, o time dela se saiu muito bem.

A partida terminou e no vestiário ela tomou um banho rápido, tinha ficado muito suada. Depois foi ao encontro dos amigos.

 

- Parabéns!

 

- Pequena, obrigada.

 

- Jogou muito Fleming.

 

- Valeu Cris.

 

Brigite cochichou em seu ouvido:

 

- Campeã, sou toda sua. Vamos para minha casa comemorar?

 

- Assim, vou querer ganhar sempre (respondeu dando risada).

 

Se despediram e seguiram para comemoração. Os pais de Brigite estavam trabalhando e a casa estava vazia, foram direto para o quarto.

 

- Quer ir mais devagar? (Perguntou ofegante).

 

A loira balançou a cabeça em negativa.

 

- Você já?

 

- Poucas vezes quando namorei.

 

- Só que agora é com uma mulher. Linda, você está bem com isso?

 

- Estou (deu um longo beijo nela).

 

- Eu te quero, mas, posso te esperar, sem pressa.

 

- Obrigada! Já esteve assim com outra?

 

- Igual você, só com uma pessoa e poucas vezes.

 

- Eu quero (afirmou com o olhar brilhando).

 

- Eu também Anjo (afirmou fazendo carinho nela).

 

- Você é tão cuidadosa.

 

- Sou sim e eu te amo, então você tem todo o meu cuidado e afeto.

 

- Nossa que declaração linda, eu não esperava, não sou tão boa em lidar com tudo isso, mas, vou aprender contigo, também estou te amando.

 

- Então faz amor comigo!

 

Aly sentiu na pele a diferença entre fazer sex* e fazer amor, com Brigite tudo se tornava mais belo e especial.

 

- Linda, não tem nem como comparar. Uau eu amei!

 

- Seus olhos estão brilhando e os meus não devem estar diferentes.

 

- Eu ainda estou com desejo.

 

- Minha linda, eu adoraria passar horas aqui assim contigo. Mas, preciso ver o horário.

 

- Meu Deus! Os seus pais (falou assustada).

 

- Calma! Só não quero que sejamos pegas de surpresa.

 

- Vou embora (falou levantando e procurando suas roupas).

 

- Linda, não precisa correr, eu tranquei a porta.

 

- Fiquei nervosa.

 

- Eu sei, vem cá, está tudo bem (pegou nas mãos dela).

 

- Tem certeza?

 

- Tenho.

 

- Me ajuda a achar as minhas roupas.

 

- Ajudo, eles ainda vão demorar para chegar. Fica tranquila.

 

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Cecilie ficou toda animada, quando iniciou um curso de curta duração, de pintura em tela, foi ali que teve certeza que não conseguiria mais viver sem arte.

Com o passar dos dias as três ficaram ainda mais próximas, sempre que possível estavam juntas, as duas mais velhas com ainda mais frequência, pois, estavam apaixonadas.

Certa tarde foram ver Brigite andar de skate e Cecilie resolveu fazer uma trança enraizada em Aly.

 

- Cecie faz a trança e eu desmancho toda.

 

- Ela está de safadeza?

 

Aly confirmou balançando a cabeça e dando risada.

 

- Brigite se comporta!

 

- Mas é verdade.

 

- Você não vale nada. Vai, volta para as suas manobras e toma cuidado para não se machucar.

 

- Tá bom mãe (brincou e voltou a subir no skate).

 

- Ela é terrível.

 

- É mesmo.

 

- E vocês estão bem?

 

- Sim, muito bem, ela é um amor comigo.

 

- Fico feliz, meu casal!

 

- Porque o seu irmão está correndo?

 

- Não sei.

 

- Ciça temos que ir, a mamãe está nos procurando.

 

- Tchau meninas (pegou sua mochila e acompanhou o seu irmão).

 

Quando atravessaram a rua encontraram a mãe, que tinha saído mais cedo do trabalho.

 

- Só concorda com o que eu falar.

 

- ok!

 

- Onde vocês estavam?

 

- Fomos dar uma volta no novo parque, foi legal né Ciça?

 

- Foi sim (concordou sem nem saber de qual parque ele estava falando).

 

- Olha onde você fica indo e levando a sua irmã junto, não quero vocês com más influências. Vamos para casa. Deixei o carro perto do colégio, o guardinha me avisou que vocês tinham vindo para essa direção.

 

Cristopher tinha visto ele fazendo sinal, ainda bem que tinha dado tempo de chamar a irmã, se sua mãe tivesse encontrado ela sozinha na pista de skate, seria castigo na certa, pior se visse ele aos beijos com a namoradinha. Teriam que ser mais cuidadosos.

Fim do capítulo