Capitulo 33 - Sophia
Sophia
Acordei com o barulho da porta fechando e notei mais um bilhetinho da Marcela. Claro, ela tinha um compromisso. As coisas entre nós não andavam muito boas ultimamente e eu me encontrava cada vez mais insegura: ao mesmo tempo em que via no seu olhar que ela sentia algo por mim, sabia que ela não estava sendo completamente sincera. Isso me deixava maluca! Eu a amava e não tinha dúvidas de nada, enquanto ela me pedia um tempo e sumia sem dar satisfações...
Foi em meio a esses pensamentos que saí da casa dela aos prantos e, ao atravessar a rua, fui atropelada por uma moto. O mais estranho era que eu jurava que o farol estava aberto para pedestres...Enfim, ao sentir o impacto da moto, fui lançada no chão e, então, tudo escureceu.
Só acordei no Hospital, com minha mãe apreensiva ao meu lado:
- Filha? Graças a Deus! Como você tá?
- Tudo bem, mãe, tudo bem. – falei, com um pouco de dor na cabeça.
- Você precisa tomar mais cuidado Sophia! Quase me mata do coração! – ela disse, bastante nervosa.
Eu assenti e olhei ao redor, tentando me situar, enquanto instintivamente procurava por um par de olhos verdes...não encontrei.
- Filha, o médico disse que você vai precisar ficar em observação por 24h, porque bateu a cabeça no chão. Vou ficar aqui grudadinha em você, ouviu mocinha?
Achei fofo da parte da minha mãe e logo ia responder, quando vi a Marcela desesperada do lado de fora da janela do quarto.
- Quem é aquela na porta, filha? – Minha mãe perguntou.
- Ah é a minha professora e orientadora de pesquisa na faculdade! – Menti.
- Nossa, e como ela soube do acidente?
- Acho que a Aninha contou para ela. – Menti de novo.
Minha mãe foi, então, abrir a porta para a Marcela:
- Bom dia, muito prazer, sou a Flávia, mãe da Sophia.
- Oi! Bom dia! Prazer! Soube do acidente e fiquei muito preocupada. – disse a Marcela, sem jeito. Ela estava abatida e parecia ter chorado.
- Pois é! Você acredita que essa desajuizada foi atravessar a rua e acabou sendo atropelada por uma moto? Sempre falei para ela ter atenção, mas ela anda sempre com a cabeça nas nuvens!
- Mãe! – falei, contrariada.
Marcela esboçou um sorriso discreto para mim:
- Sua filha é ótima, dona Flávia!
- É, eu sei. – Minha mãe riu. - Bom, vou deixar vocês uns minutinhos a sós enquanto pego um café.
Marcela assentiu. Assim que minha mãe fechou a porta, ela correu para o meu lado:
- Meu amor, fiquei tão preocupada com você! Como você tá? Está sentindo dor? – Vi seus olhos marejados.
- Tô bem, Ma. Só a cabeça que dói um pouquinho. Acho que foi mais o susto mesmo.
- Graças a Deus. – Ela suspirou. – Não sei o que eu faria se te acontecesse algo...
- Ei, fica tranquila. Tá tudo bem.
Ela então me deu um beijo na testa:
- Queria ficar aqui com você...
- Também queira que você ficasse, mas minha mãe não vai sair daqui tão cedo hahah. E ela não sabe de nada sobre a gente. Mas, já já tô de alta e aí quero ficar agarradinha com você.
Marcela ia se inclinando para me beijar, quando a porta se abre. Minha mãe voltou. Ótimo, mãe, timing perfeito. Nos afastamos rapidamente e Marcela se despediu de nós, me deixando já com saudades.
Fim do capítulo
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