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ACONTECIMENTOS PREMEDITADOS por Nathy_milk

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Palavras: 4144
Acessos: 1192   |  Postado em: 14/10/2023

Capitulo 29

Capítulo 29 - Flávia


         - Deita! - ela olhou pra mim com raiva e incrédula, mas com uma expressão de expectativa muito satisfatória. Ela seguiu minhas ordens, claro que não seria contra. Deitou na minha cama, mantendo uma expectativa. Cheguei perto da cama, sem tirar os olhos dela, abri o zíper da calça e fui tirando a peça, sem desviar. Eu já estava sem camiseta, aproveitei para tirar o top e a calcinha, de um jeito duro. O olhar da Bruna me acompanhou em tudo, desejando cada pedaço daquela experiência. 

            Voltei minha atenção para ela, que estava deitava sem saber o que poderia ou não fazer, ainda não temos nossas regras bem estabelecidas, mas já sei um pouco do que ela gosta. Deitei por cima da Bruna, beijinho na orelha direita, com uma ch*padinha. Desci a língua pelo pescoço, arranquei um gemido dela. Excelente. Desci mais um pouquinho, nos seios, que delícia. Enchi a mão esquerda e apertei, o direito ficou com inveja e eu meti minha boca nele. Primeiro abocanhei o peito, e fui puxando de leve, até tracionar o mamilo. Mordidinha, gemido! Ch*pei forte os dois peitos, sempre olho no olho, quero conhecer ela, saber o que ela gosta. E mordida no mamilo…. Gosta! 

           Soltei os peitinhos e desci pela barriga, dando beijos e leves mordidas. A Bruna foi tentando se esquivar, uma espécie de cócegas, sei que posso explorar isso. Fui mordendo bem de leve, acompanhado de beijinhos e lambidas. Até beijar por cima da calcinha preta de renda dela, úmida, molhada! Beijei por cima e a Bruna gem*u, de expectativa, de vontade, de querência. Subi o corpo e lábio no lábio, beijei ela, puxei lábio, mordi. 

            - Vira! 

            - Que? 

      - Vira de costas. Quero morder sua bundinha - ela riu, mas deu uma travadinha no corpo. Pela nuca, comecei a descer o corpo, enchendo de beijinhos, mordidas leves, dando carinho aquela delícia. Fui passando a mão, sentindo a pele aquecida e tensa. Encaixei minhas pernas na coxa dela, dando um certo atrito a mais, um plus. Arranhei as costas, com calma, sem machucar. E mais um gemido dela. Gosta do arranhar. Fui beijando as costas até os glúteos, onde beijei a polpinha e dei uma mordida suave. Puxei a perna dela, firme e delicada, colocando a Bru de frente pra mim. 

       Com a coxa entre as pernas dela, apertei de fora pra dentro, mais um gemido gostoso, suave. Subi o corpo beijando cada partezinha do abdome, passei pelo pescoço, mordi a orelha - Gostosa! - falei no ouvido dela, suave. Senti o x dela contraindo. Apoiei meu braço ao lado dela, com a outra mão fui percorrendo seu corpo e o nariz brincando com o dela, procurando um beijo. Encostei lábio no lábio, mordendo o de baixo, puxei forte, língua na língua e quando minha mão apertava o peito direito, pinça no mamilo. A mão da Bruna passeava pelas minhas costas, estreitando mais nosso contato, pedindo, querendo. O beijo continuou e intensificou, mais ardente, mais sentimental.

         Estiquei a mão lá embaixo, por fora a renda estava mais úmida ainda. Apertei fora, forçando e ela gem*u mais uma vez. Ainda olhando ela, nos olhos, fui esticando a mão pela lateral, puxando um dos lados da calcinha. Depois o outro lado, mantendo o olhar nela. A Bruna ajudou com a perna e tirou a peça que faltava. Passei o dedo por dentro explorando como mais cedo, úmido, molhado, bem lubrificado. 

      - Bem molhadinha! Assim que eu gosto - falei bem sacana, olhando pra ela, que ficou com vergonha, vermelhinha. Procurei por fora, subi e desci explorando, leve, suave, apenas sentindo ela. Tirei o dedo dela e olhando ela nos olhos, ch*pei. Pude ver que o olho dela ardeu, aqueceu! Levantei e tirei a minha calcinha que estava bem úmida também. Joguei minha peça para a lateral da cama, encaixei meu corpo na coxa dela, queria que a Bruna sentisse o o efeito que causou em mim enquanto fui beijar rapidamente ela. Me esfreguei em sua coxa, sentindo o quando eu estava entregue aquele momento. 

     Desci a mão novamente. Com calma e cuidado, deslizei dedo na entradinha, procurando explorar. A Bruna estava com o corpo tenso, com expectativa. Dois dedos dentro, firme e ela gem*u baixinho. Encaixei o polegar em cima, estimulando o clit*ris enquanto eu mexia o dedo dentro. Tudo em uma velocidade baixa suave. O corpo da Bruna estava quente, contraído, atento a tudo, consciente. Tirei os dois dedos de dentro e passei em cima do clit*ris, durinho e bem sensível. Empurrei ele com força, duro, mais um gemido. 

      - Isso é bom! Eu gosto - falou com dificuldade. Eu não pude deixar de sorrir, me encanta ver uma mulher tendo prazer e a Bruna sabe bem disso - gosta de me ver assim, prontinha pra você né? - subi pertinho do ouvido dela, mas sem tirar os dedos, na verdade, encaixando eles melhor e começando a mexer suave  e ritmado.

              - Gosto de ouvir seu gemido! - continuei ritmando e acelerando, ela esticou um pouquinho o corpo - de ouvir querendo mais! - fui acelerando mais um pouquinho - De você pedindo pra eu não parar! - ela esticou o pescoço pra trás, expondo-o. Sem parar de tocar ela, mas também sem acelerar, mantive a mesma velocidade estimulando, desci para o mamilo direito e mordi, forte. 

              - Aí amor! Tá gostoso! - mordi mais forte, apertando e lá embaixo continuei tocando o clit*ris.

              - Gosta quando eu te toco né?! 

             - Hum Hum - acelerei mais um pouquinho - Só não para agora - acelerei mais um pouco, firme, forte - Eu demoro muito pra chegar! - falou no meio da frase, com uma certa vergonha.

         - Tenho o tempo todo pra te tocar - continuei acelerando. 

      - Não para! Tá gostosinho! - acelerei mais, enquanto mordia seu mamilo, firme, mais rápido - Isso Flavinha! Assim! - acelerei mais um pouquinho. A Bruna estava tensa, rígida, gem*ndo continuamente - Não para amor! Não … - rapidamente desci dois dedos e coloquei dentro. Forte! Seu corpo e o sex* estavam contraídos, apertadinho. Não dei tempo dela chiar ou opinar, entra e sai, rápido e forte. Ela continuou gem*ndo, e a cada entrada ela gemia mais uma vez, mais sofrido, mais acelerado. Entra, sai, entra, sai, entra sai - Isso Flávia, isso amor! Não para, não para, não…. Isso - apertou meus dedos mais forte, quase quase lá. 

        Eu que sou bem ruim, não deixei ela goz*r ainda, tirei rápido os dedos de dentro dela e voltei pro clit*ris, acelerado, intenso, frenético! 

   - Isso amor! Assim! Tá vindo - continuei acelerado - Aí Flávia, ai amor! Não para, não para - ela foi esticando o corpo com mais intensidade, mais força. O gemido ficou mais sofrido, mais visceral e menos racional. Subi rápido e tampei a boca dela com a minha, continuando a tocar forte e rápido. Senti sua unha enfiar na minha pele, acelerei mais, mais um pouco, contraída, firme, rígida, com a cintura elevada, pedindo querendo. A respiração estava sofrida, difícil, o corpo arquivado, quente, convulsionado - Ahhhhhhhhhhhhhh! Isso amor! Que delícia - segurou minha mão, protegendo o corpo do atrito, pedindo uma pausa. 

            Parei o movimento, mas não tirei o dedo do clit*ris, deixei ela respirar com mais calma. Seu olho fechado não impedia o sorriso relaxado no rosto, de quem acabou de goz*r gostosinho. Minha maldade fez eu passar o dedo sob o clit*ris novamente, primeiro fui levinho, tentando mais uma rodada, mas logo a Bruna colocou a mão pedindo pra eu parar. 

              - Foi Flavinha, tá sensível.

         - só mais um pouquinho! - pedi com jeitinho, passando o dedo bem suave. Mas a carinha dela mostrou que não era uma opção. Tirei a mão e passei meu braço por baixo do pescoço dela, trazendo seu corpo febril para mais perto - vem, deita aqui comigo. 

         A Bruna se aninhou em mim, passou a mão na minha costela, e me abraçou. Ela abriu os olhos e ficou me olhando, procurando algo. Sei que depois do sex* ela gosta de fumar, acho que mais um hábito que uma necessidade, enquanto passei a mão no cabelo dela, fazendo cafuné e comecei a conversar. 

         - Você é tão linda! 

         - Hummm, não sou nada - falou com uma voz fazendo charme. 

          - Claro que é, principalmente gem*ndo. - na hora ela ficou vermelha, com vergonha - e tá linda agora com vergonha - dei um beijinho rápido nela. 

            - Obrigada. 

       - Bem romântico, obrigada. De nada! - dei risada dela, tentei levar de boa 

          - Obrigada por ser paciente comigo, por ser romântica, carinhosa. Por ter me trazido na sua casa. E por me dar a oportunidade de ser a pessoa que te ajudou a seguir em frente. 

     - Humm, não tem o que me agradecer. Saiba que estou aqui - cheirei seu cabelo, em forma de carinho e continuei a fazer cafuné nela. 

        - Posso fazer uma pergunta? 

        - Hummm, sabe que para cada pergunta eu cobro um orgasmo né?!

       - Pago o quanto quiser - dei mais um beijinho nela - Eu não fiz nada em você. Fiquei meio travada, não sei o que posso ou não fazer. 

         - Meu amor, estamos nos conhecendo. Eu também fiquei com dúvida e fui testando, não sei como você gosta de ser tocada. Fica calma que aos pouquinhos vamos descobrindo isso tudo. 

       - Sim, mas sobre eu tocar você, não fiz nada. 

         - Com o tempo acho que vou me soltando mais. Acho que ainda estou muito travada com tudo. 

         - Se travada você fez tudo isso, não sei se dou conta com você soltinha - olhou pra mim, dando risada.

      - Que nada, vem cá! - puxei ela mais pertinho, dei um beijinho na testa e fiquei fazendo mais cafuné nela. Aos pouquinhos ela foi relaxando o corpo, relaxando e fechou os olhos, pegando no sono nos meus braços. Me mantive um tempinho ali, em silêncio fazendo cafuné nela, pensando na vida. Puxei a coberta e cobri ela, protegendo a Bruna do frio de são Paulo. Gosto de estar com ela, me faz bem, me traz uma energia boa que a muito tempo eu não estava sentindo. Aquela energia do calor humano, do coração batendo perto de coração, uma energia de vida. 


      Apesar de todo o amor e carinho que tivemos, eu consegui dormir muito pouco, quase não preguei os olhos. Tanto que quando deu umas 2 da manhã eu desisti de tentar dormir, levantei de vez. Me desvenciliei da Bru com bastante cuidado, tentando não acordar ela. Joguei minha camiseta por cima, peguei minha mochila e segui, se eu conseguir estudar um pouquinho, já estou no lucro. Segui pelo corredor e de pronto tomei um susto. Na poltrona na sala tinha uma sombra. Acendi a luz rapidamente e identifiquei a Bia sentada, com os joelhos dobrados, ela abraçando eles. Levantou a cabeça com a minha presença. O rosto vermelho de choro. Desolada. 

         - Bia, meu deus, o que aconteceu? - falei me aproximando dela, ainda em pé. Ela manteve a cabeça levantada, mas com os braços segurando as pernas - Você está machucada? Alguma coisa? 

        - Não é nada não! - falou gaguejando, tentando segurar o choro. 

        - não mesmo, você está chorando pra lubrificar os olhos - falei dando risada agachando para atingir a altura dela  - Vem aqui na cozinha, vamos fazer um café e você conversa um pouquinho comigo. Pode ser? 

              - Não quero, não precisa se preocupar. 

              - Ah tá, você chorando aí no sofá e não vou me preocupar. Vem - estiquei a mão pra ela. A princípio só me olhou, não querendo levantar, mas continuei lá, com os olhos firmes nela. Até que a Bia aceitou e esticou a mão pra mim, se apoiando para levantar. Assim que levantou, passei meu braço pelos seus ombros, puxando ela para um abraço. Ao encontrar um lugar seguro no meu abraço, amoleceu o corpo inicialmente rígido e desabou no choro. Desabou de soluçar, um choro sofrido, intenso. Delicadamente coloquei meu corpo no sofá e ela me seguiu, sem soltar o abraço, sem parar o choro, sem melhorar ou se acalmar. Seu sofrimento era nítido, palpável. Achei uma posição confortável pra mim e me mantive com a Bia agarrada ao meu ombro, com o rosto na minha blusa. Não sei exatamente o que fazer, mas em silêncio ofereci meu apoio, ela chorando eu comecei a fazer cafuné no cabelo dela e em alguns momentos assoprando seu rosto, tentando dar alguma paz. 

          Ficamos ali, não sei, uns 10 ou 15 minutos. Até que aos poucos a respiração dela foi normalizando e a Bia foi se acalmando. Ficou no meu colo ainda um tempinho, até que levantou o rosto de falou - Aquele café ainda está de pé? - eu sacodi o rosto pra cima e para baixo, sorrindo. Sei um beijo em sua testa, carinhoso e levantei do sofá. 

      - Enquanto faço o café, você lava o rosto e volta aqui, que ainda não terminamos mocinha - ela ficou sem graça, mas acenou que sim e seguiu em direção ao lavabo da sala. Eu fui para a cozinha, pequena, mas minha, aconchegante. Caneco, água, fogo. Ao lado, funil, pó. Duas xícaras separadas, uma com adoçante, outra sem nada. A água começou a borbulhar quando a Bia entrou na cozinha, o rosto inchado, ainda bem vermelho, mas com uma expressão um pouco mais leve. Ela parou na porta e ficou olhando eu coar o café, como se pedisse autorização. Coloquei a água no filtro até a borda e depois o caneco, ainda com água na pia, e estiquei o braço livre, chamando ela. A Bia então chegou mais perto e encaixada no abraço, ganhou mais um beijinho na testa. 

        - O cheiro está bom! 

        - Para todos os problemas e comemorações, café é a solução - soltei ela do abraço e voltei ao caneco, jogando a última porção de água no filtro - Quer me contar o que aconteceu? 

       - Querer eu não quero - e olhou pro chão, pensativa. 

         - Acho válido eu saber. Principalmente se for coisa do seu ex namorado - Ela imediatamente levantou o rosto, com uma expressão de medo. Cheguei perto dela - Bia, eu estou aqui com você, sabe disso não sabe? O que aconteceu? 

        Ela respirou fundo, tentando segurar o choro que estava voltando, tentando sair mais uma vez. Levantou o rosto novamente.

            - Essa noite ele.. - voltou a olhar pro chão e chorar.

          - Bi, levanta o rosto e respira fundo, como treinamos. - ela puxou o ar e soprou longe, como uma vela, fez mais duas ou três vezes esse exercício. 

            - Ele me seguiu até aqui no prédio - puxou o ar novamente - falou que me ama, que ele era por conta de me amar. Essas idiotices de sempre. 

               - Humm, mas você não acreditou nisso né?!

               - Claro que não. Eu deixei de acreditar nele há muito tempo. 

               - Tá Bia, e de sentir? Parou de sentir algo por ele? - ela voltou a olhar para o chão, envergonhada, de certo modo dando a resposta que eu não precisava. Mas isso me dá mais uma ideia do problema. Ela enrolou um pouco com os olhos no chão, até que respirou com força, puxando o ar novamente e levantando o rosto novamente molhado. 

                - Ele falou que se eu não estiver com ele, não vou estar com ninguém. Que ninguém pode me fazer feliz além dele. É que ele vai garantir que ele será o único na minha vida. - falou tremendo a voz. 

                - Percebe o quanto de ameaça tem nessa fala dele, o quanto ele promete vingança e te machucar? O quanto ele ameaçou o Cantão? Precisamos entrar com uma ordem de restrição Bia. E você precisa contar pro Gabriel o que está acontecendo. 

                - Não. Eu não quero envolver a polícia. Tenho medo do que ele pode fazer. 

                - Como não vai envolver a polícia Bia? Seu namorado é um delegado,  sua colega de república é investigadora e o próprio cara é da corregedoria! Não tem como não envolver a polícia Bia. 

                - Ele vai parar, só está tentando marcar território. O que me machuca é que nem sempre ele foi assim. Já foi dócil, gente boa, carinhoso. 

               - E quando ele aparece com essa cara de cachorro sem dono você cai na ladainha dele. Esse é um dos ciclos da violência. Eles sempre são bons no começo, ameaçam, batem, se desculpam, prometem nunca mais fazer isso. Aí a mulher aceita e volta, assim o ciclo se reinicia. Até um dos dois colocar um ponto final. - ela voltou a chorar com intensidade, abaixou a cabeça e fechou os olhos em direção ao chão - Ele está te seguindo, te ameaçando.  O mínimo do primeiro passo é um boletim de ocorrência. Você não está sozinha Bia, sabe que eu estou aqui pra te ajudar, te proteger, só que você precisa deixar eu e o Cantão fazer isso. 

               - Eu já perdi tanto por causa dele. Não consigo parar quieta em uma delegacia, não posso conhecer ninguém, não posso ter um amigo. Estou tão cansada de tudo isso. 

          - Bia, não posso imaginar o que você está sentindo agora, não posso. O que posso é te oferecer ajuda, estar ao seu lado, te acompanhar pra fazer um BO. Isso eu posso. Só que você tem que querer, ir atrás. 

             - Obrigada pela ajuda Flavinha. Você está sendo um Porto Seguro que nunca tive - falou envergonhada, ainda com os olhos molhados.

           - Você tem tudo pra voar Bi, só não deixa ninguém cortar suas asas. Isso só depende de você. - ela sacudiu a cabeça para cima e para baixo, concordando com o recado, sabendo bem o significado do alerta - Vem, agora para de chororo e toma um café fresco. 

  Ela deu um sorrisinho leve, confortável, aceitando o fim da conversa. Secou os olhou com os dedos gordinhos e puxou o ar com intensidade mais uma vez, como se tentasse aerar o cérebro e a alma. Estiquei meus braços e enchi duas canecas de café. A minha com adoçante, a dela pura. Depois isso, entreguei fumegante. Ela olhou a fumaça e o líquido escuro com calma, obtendo a energia que um café oferece. 

          - Acho que eu só precisava de um copo do seu café. Nada melhor pra acalmar a alma. 

          - Hahaha, se a vida melhorasse fácil assim, eu viveria de café. Porque você não me acordou? Estava aí chorando mal. 

        - Ah, eu vi que tinha gente com você. Nesse tempo você nunca trouxe ninguém aqui. Achei melhor não atrapalhar - senti meu rosto dar uma queimadinha. Acho que fiquei com vergonha. 

        - Desculpa. Fizemos barulho? 

        - Não, nem prestei atenção também. Mas tinha umas peças de roupa no chão. Deixei dobrada no sofá. 

          - Aí, desculpa Bia. Que vergonha. 

         - Flávia, sua casa, lembra? Eu trago o Gabriel aqui o tempo todo. Porque você não traria alguém? 

          - Sei lá, só rolou. Tenho um pouco de vergonha em trazer a Bruna aqui. Ela mora em um apartamento bonitão, tem um estilo de vida diferente do meu. Acho o meu tão simples. 

          - Pode ser simples, mas é seu, conquistado com muito suor e dedicação. Não tem que ter vergonha de onde veio não Fla, sua história te faz tão especial. 

           - Isso Bia, me faz ficar com vergonha essa hora, faz - falei em um tom de risada, que logo a Bia me acompanhou, quase gargalhando juntas. Jogamos um pouco de conversa fora, enquanto tomávamos uma segunda xícara de café. Quando bateu o relógio das 3:00, a Bia falou que estava com sono, me deu um abraço e agradeceu ao apoio, seguindo em direção ao seu quarto, bem mais calma que quando encontrei ela. Eu voltei para a sala, abri a mochila e tirei minha apostila de questões do concurso, fiquei deitada no sofá fazendo uma ou outra questão.


      - Flavinha! Amor! - acordei num susto. A Bruna estava na minha frente, vestida com a minha camisa. Não exatamente vestida, estava com a camisa sobre o corpo. Sorri para ela, feliz em vê -la - Seu despertador tocou! Porque dormiu aqui na sala? 

         - Eu perdi o sono. Não queria te acordar. Você dorme tão bonitinho! - sentei no sofá e joguei os braços em sua cintura e puxei a Bruna pra próximo a mim. 

           - Se tivesse me acordado ia ter bastante coisa pra fazer - falou em um tom sacana, com os cabelos aloirados ainda bagunçados, os olhos vivos, mas sonolentos. Dei um beijo em sua barriga, na altura do umbigo, apoiando as mãos nos glúteos. Ficamos ali, alguns segundos, nessa posição, abraçadas, esperando o espírito voltar ao corpo - Achei melhor te acordar, já que seu despertador tocou! 

           - É bom eu não atrasar mesmo. Tenho tanto trabalho parado. Você vai pro jornal agora cedo? - conversamos nos soltando e eu levantando do sofá. 

             - Na verdade não sei o que fazer. Posso tomar um banho aqui? 

             - Claro, meu amor. A casa é simples mas pode ficar à vontade. Rapidinho, você tem roupa pra trocar? Vai fazer como? 

              - Aí…. Eu não sei. Me empresta uma roupa sua? Se eu for pra casa vou me atrasar e com a caça a Bruna que está rolando, é melhor não dar motivo. - levantei do sofá dando uma risadinha. 

            - Vamos ver se alguma coisa cai bem em você. Fiz café fresco, quer um pouquinho? 

              - Ah, me dá um pouquinho. Café sempre acalma a alma - segui em direção a cozinha, acompanhada por ela. Coloquei o café em uma caneca e estiquei pra Bruna, ela abriu um sorriso tão bonitinho, meigo, que em automático dei uma bitoca em seu rosto. E adoro seu café Flavinha.

- Humm, só o café? - falei dando um beijo no pescoço dela e ambos demos risada juntas. Fomos em direção a cozinha micro, enchi uma caneca com o café ainda bem quente e entreguei pra ela. Adoro seu rosto perdido quando acaba de acordar. 

           Voltamos ao quarto e fomos ver se alguma roupa minha encaixava nela. Sem chance na verdade. Um pelo tamanho, eu tenho 1,80 de altura e ela 1,60 no máximo. Um segundo ponto são as diferenças de estilo, eu uso camisa ou camiseta, ela usa blusas coloridas, soltinhas, sociais. Conforme foi vestindo minhas camisas, percebeu que sem chance dela usar uma roupa minha para ir trabalhar. Demos risada novamente. 

- Você é muito menininha para as minhas roupas de sapatao Scania. 

          - Quero só ver os comentários depois de eu chegar com a mesma roupa. Sem contar as complicações. 

            - Que complicações? 

          - Se dê ao respeito, você é editora, vai comandar tudo isso um dia - ela falou com as mãos na cintura, dando risada, tentando imitar a voz do padrinho dela. 

             - Bru, se lá não é um lugar bom pra você, por que continua trabalhando com ele? 

           - Acho que não consigo me ver em outro lugar. Aprendi a ser jornalista lá, com ele, com o jeito dele de escrever. 

         - Do jeito que você comenta as coisas, parece que está vivendo a vida dele, os sonhos dele e não os seus - tentei falar na leve, como um toque, sem grosseria, sem brutalidade. 

           - Não sei exatamente se você está certa ou errada nesse assunto, está cedo demais para esse papo cabeça - entendi que essa era a deixa do “não se intromete”. 

Já passava das 9 horas da manhã quando eu finalmente cheguei a delegacia, tão cansada como o habitual por simplesmente não ter dormido nada. Passei na copa, enchi a caneca de café e segui para os dois andares acima. Parei direto na minha mesa, antes mesmo de apoiar a xícara, o  Cantão me chamou. 

- Preciso falar com você. Senta aí.

- Nossa, dormiu comigo também? Bom dia pra você também. 

- Aí Flávia, sem sentimentalismo. Às vezes eu não sei quem é o investigador e quem é o delegado aqui. 

- Bonitão, sem choro. Quem pegar primeiro passa pro próximo, simples. O que aconteceu?

- O legista acabou de me ligar. 

- Descobriu alguma identidade?

- Saiu a identificação de dois corpos. 

            - E daquele que foge ao padrão, que está com o coração?

           - Não sei se saiu desse. Ele quer conversar com alguem, então vai você. 

- Sério? - falei realmente aliviada por evoluir alguma coisa nesse novelo de lã catastrófico.

- Você precisa ir lá conversar com ele, mas a princípio a família já foi notificada e vai retirar o corpo hoje às 10 horas. 

- Tipo agora?

- Exatamente. 

- Pega uma viatura e sobe lá, dá uma olhada, faz sua arte - levantei rapidamente e fui em direção a porta - não destrói minhas viaturas!!    

 

Fim do capítulo


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Comentários para 29 - Capitulo 29:
Zilla2.0
Zilla2.0

Em: 22/03/2024


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mtereza
mtereza

Em: 15/10/2023

Pesada essa relaçao abusiva que a Bia teve complicado demais e a relação do padrinho de Bruna com ela é bem autoritária e também com alguns níveis de abuso ela precisa se empoderar com e colocar limites nele . A Flávia como sempre uma fofa com todas rsrsr

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 15/10/2023

Tá difícil em Bia tem que cortar o mal pela raiz esse vai e vai só termina em tragédia.

Aí Bruna da um chega pra lá no seu Padrinho ele precisa te respeitar.

Responder

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