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Bruxas e Guerreiras vol. 03 por Bel Nobre

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Palavras: 2057
Acessos: 395   |  Postado em: 20/09/2023

CAPITULO XXXVI

 

                         CAPÍTULO TRINTA E SEIS                            


      Ainda demoramos conversando e tecendo planos de quem faria o que após ser definido quem ficará encarregado das buscas de informações sobre Camille e sua namorada Sandra, passamos para o próximo passo. Ouvir o que Esther e Manon tinham descoberto.

— Agora que essa parte foi esclarecida, no modo de dizer, o que vocês descobriram Esther? — Eu perguntei afastando para o lado, dando espaço para Nyxs sentar próximo a Nalum, que cedeu o seu lugar para Calíope. 

— Se as crianças já resolveram onde vão querer sentar o rabo, eu posso pensar em dizer. 

O susto foi geral, todas de uma única vez olharam para Esther, o mais engraçado é que ficaram na mesma posição em que estavam, como se brincassem de estátua, foi preciso outro grito da minha beta para que todos sentassem de vez. 

— Pode falar Esther. — Usei a voz mais neutra que podia para acalmar minha beta, se ela percebesse que eu queria rir da situação, iria sobrar gritos para mim também, não que eu desse importância ou alguma das meninas ali pensassem que não tenho moral, 

no nosso meio, e entre nós, não existe essa frescura de o líder não poder ser repreendido, ao contrário, meu grupo íntimo fazia isso com frequência, e nem por isso na hora de ouvir e obedecer, ela fariam algo diferente do que foi planejado e ou ordenado. 

— Encontramos um rastro de sangue de muitos dias atrás, lá para os lados inabitáveis da ilha, onde as cobras vivem a cerca em torno do local está intacta, não tem como uma delas ter saído do seu habitat e passado para esse lado. 

Ao ouvir Esther, lembrei que meu pai, há muito tempo tinha me dito que justamente aquela área deserta da floresta era o viveiro das serpentes, e que nada que entrava ali com vida, conseguia escapar para contar os horrores sofridos lá dentro, e que, quem passasse por um julgamento, encontrava naquele lado da ilha sua última moradia. Nunca me interessei em saber quantos ali já morreram, isso era problema para o Darius. 

Manon me tirou dos pensamentos, sua voz única hipnotizava quem escutava,  um dom herdado da sua mãe Aldra.



— Encostei a mão na cerca e não senti movimento recente, já faz muito tempo que por ali não passa um ser vivo, também não vimos nenhuma cobra por lá, elas desapareceram, só tem peles secas. Muitos, mas digo uma quantidade imensa mesmo, de ovos quebrados, e ossos, o que me deixou mais intrigada, é que já faz muito tempo que houve uma troca de pele das cobras, isso é anormal. — Manon se teletransportou rapidamente, quando ia pensar onde ela fora, já estava de volta no mesmo lugar com uma garrafa de água cheia de rodelas de limão dentro, bebendo goles generosos da sua bebida favorita. 

—  Entendi direito Manon? Está dizendo que tem alguma coisa ou alguém, que está dizimando as cobras?? Todas?? — Nyxs me pareceu assustada com o relato, ela tinha um lance de controlar as serpentes, muito antes de ser gerada, a primeira vez em que nos falamos, ela trazia junto consigo muitas cobras horrorosas. 

— Isso mesmo, todas! Esther também jogou seus pozinhos mágicos e o que ouvimos foi um soluço de choro, e pareceu ser de humano por ser esganiçado, isso nas proximidades da casa de show. — O que Manon dizia, era que o choro não podia ser de lobo, ou outro ser com magia, somente os humanos têm um choro esganiçado quando são expostos a um momento de perigo, nós lobos rosnamos e atacamos sem pensar nas consequências. 

Esther tomou a garrafa das mãos da filha da Aldra e bebeu grande quantidade de água com limão, devolveu o resto do líquido e voltou a falar. 

— Quando Manon falou que estava sentindo a falta de vida no ar, corremos em sentido opostos fazendo uma varredura em todo o perímetro, bem próximo à casa de show, eu senti algo como uma turbulência numa frequência repetida bem fraquinha, tem ou tinha alguma coisa viva lá não era humano ou lobo, mas não dá para saber onde. — Esther terminou o que dizia e Manon concordava com a cabeça. 

— Desde quando chegamos aqui  nem eu e nem Nalum sentimos a existência de cobras, no entanto eu sei que tem uma muito antiga  e seu veneno mais mortal ainda, nós até já falamos sobre isso, eu pensei que com o tempo tivesse perdido esse dom, mas sentimos a presença em horas alternadas, acredito que nos momentos em que ela caça.  Se esta única cobra matou e comeu os ovos das outras que viviam na ilha, de alguma forma o habitat natural  delas foi modificado junto com todo o ecossistema da ilha. — Nyxs falava pensativa. 

Fiquei examinando o que tinha acabado de ouvir, o padrão das pessoas que apareceram mortas, o pavor no olhar de cada um, a espuma na boca, nariz e 


a falta de sangue, mas foi o olhar dos cadáveres que chamou a atenção, cada um dos mortos viram algo anormal durante seus últimos segundos de vida, o que eles viram para ficar com o'olhar aterrorizado, e o grito preso na garganta no momento em que escancarou o maxilar e não deu tempo pedir ajuda. 

— Nyxs! Você, Nalum e Manon, façam um exame detalhado de todo o local, de preferência invisível, da mesma forma as gêmeas e Calíope que já conhecem o ambiente. Procurem o que está gem*ndo, não se deixem ser pegas, Esther e eu, vamos aceitar o convite, assim que a casa de show abrir, nós vamos estar na festa. 

— Acho melhor não Nara, elas são barra pesada, tem alguma coisa na bebida que deixa a gente sem ação. — Todo mundo parou para olhar Calíope, que parecia envergonhada com a atenção. 

— Pensei ter escutado que vocês eram amigas? — Esther olhava daquele jeitinho só dela, cabeça inclinada para o lado e olhar torto, quase deitando a cabeça no ombro. 

— Nunca falei isso, falei que a conhecia, não que éramos amigas. — Calíope tinha o mesmo tom imperioso da minha mãe. Depois de uns segundos encarando Esther, ela continuou o que dizia, minha beta disfarçou sorrindo de canto, tenho certeza que ela admirava a arrogância da minha irmã caçula. — Eles têm um palco onde o casal que vai se apresentar para um público, para o prazer do casal e da plateia, duas ou três pessoas em cabines particular e na plateia as pessoas que pagaram para assistir ao show. 

A pessoa que tem total controle do parceiro, seja sexual ou psicológico, faz tudo na frente de uma plateia, que vai ao delírio. — As meninas ficaram aguardando mais esclarecimentos que não foram dados, mas eu e Esther sabíamos do que ela falava.

— Não vejo onde está o perigo, andar aqui na ilha está se mostrando mais cheio de perigo. — Nalum não entendia, era muito novinha para saber certas coisas da vida adulta, e Calíope parece que entendia isso. 

— Você chegou a beber a tal bebida? — Nyxs perguntou e minha irmã confirmou. 

— Bom, eu achei a cor meio estranha, mas o cheiro e sabor não era ruim ao contrário, antes de beber, vi que o outro casal, que fazia sua apresentação em outra cabine, a que ficava de frente a minha, também foi servido e eles 


Beberam, no momento em que eu ia beber a minha dose, o passivo da cabine ao lado desmaiou causando uma grande confusão, seu “Dom” exigia uma explicação. Não dei muita importância, afinal somos lobas, temos mais resistência que os humanos, então bebi a minha, não desmaiei, mas fiquei muito alegre, drogada para dizer a verdade. — Calíope se calou e todas entendemos que ela não foi responsável pelo que aconteceu naquela noite, e a pessoa que ela confiava a traiu e permitiu que a violentassem, um vento frio começou do nada e foi descendo a temperatura  caiu rapidamente, em algumas partes do chalé notava-se gelo se formando, no chão estava criando uma camada fina e pegajosa de gelo frio, estávamos congelando. 

— Pára com isso vadia vai matar a todas. — Um tapa estalou no rosto de Iara que abriu os olhos assustada com Calíope em cima dela gritando, das mãos da minha irmã pequena tochas de fogo azul tomavam forma em seus dedos deixando-a literalmente em chamas, as duas se olharam, com Iara voltando ao normal prendendo os pulsos da Calíope que se preparava para desferir outra tapa. 

— Está louca? Não pode fazer isso a cada vez que entrar na minha cabeça, sua idiota, isso é problema meu, não seu. —Calíope, sentada em cima da barriga da Iara, tentava se livrar das mãos da loba que a encarava sem nada entender, 

— Pois aprenda a se defender, você é muito forte, para deixar que ela te domine assim, Você é linda de umaforma diferente de tudoque javi, e tem essa bondade que chega a vazar se valorize, você é muito melhor que ela, porr*! E apague o cacete esse fogo, antes que incendeie tudo.


Esther olhava as duas sem nada dizer, mas algo grave minha irmã deve ter passado para Iara perder o controle com tanta facilidade. 

— Você está muito enganada Calíope, tudo que afeta uma das guerreiras é problema de todas, se suas emoções estão vazando pelos seus poros e atingindo Iara dessa forma, é problema nosso. Sugiro a Iara que comece a treinar um ponto de equilíbrio, para não alucinar com suas lembranças, e você, minha irmã, vai ter que aprender a erguer seus escudos para não deixar suas emoções saírem, aquela conversinha que tivemos outra noite, temos que ter a continuação, só assim você se livra dos seus fantasmas. 

Não era preciso ser adivinho para ver o quanto essa conversa deixava minha irmã incomodada, minha beta também compartilhava da mesma opinião, achei respeitosa da parte dela a oferta que fez a minha irmã. 

— Eu te ensino, garota, a erguer seus escudos e trancar suas emoções lá dentro. — Esther se ofereceu e vi sinceridade na oferta, minha irmã concordou,  saindo de cima da lobinha e voltando a prestar atenção na reunião sem conseguir disfarçar seu desconforto. 

— Meninas, tudo que foi dito aqui não pode sair dessa sala, entenderam? — Sei que as meninas não falariam, mas infelizmente não tinha certeza quanto a minha irmã e sua amizade com Amkaly, até que me provassem o contrário, ela estava envolvida no abuso que minha irmã sofreu. 

— Calíope, das vezes em que você foi ao “lobos bar”, notou se era servido essa bebida que falou que tomou? — Esther perguntou o que eu já deveria ter perguntado. 

— Só fui poucas vezes lá, na última, fui para ver se descobria alguma coisa, mas não, pelo que descobri, aquele drink específico chamado Bloody Mary, só é oferecido quando o dom supremo, no caso a dona do bar, pretende dormir com outro dom e quebrar seu poder de sedução, fazendo dele ou dela sua cadelinha na cama por uma noite, ou final de semana, mas a garçonete me confidenciou, que a Camille só fica um final de semana com o escolhido, depois ela descarta e passa para o próximo.

— Mas que filha da puta! Ela me ofereceu um drink desses outro dia, quando estava na barraca, lembra Esther? — Lembro da insistência da mulher para que eu bebesse. 

— Claro que sim, ela também estava muito drogada, talvez ela faça uso da tal bebida, em pequenas quantidades, só para ter o controle da situação. 

— É possível. Calíope descubra os hábitos da Camille, por onde anda, onde costuma ficar para relaxar, se fica só ou acompanhada, essas coisas, pode fazer isso para mim? — Pedi, Calíope balançou a cabeça afirmativamente sem pestanejar. 

— Eu vou com você, assim evito a proximidade de certas pessoas, e não é um pedido, só estou avisando. — Comentou Iara. 

Fiquei surpresa quando minha irmã não esperneou ou esbravejou, como sempre acontecia entre as duas, para surpresa geral ela só levantou e aguardou que Iara acompanhasse, as duas passaram pelo portal conversando como velhas amigas. 





 

                                     

                                            

 

 

 

 

                    






 

 

 

  


                            

 

Fim do capítulo


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Comentários para 37 - CAPITULO XXXVI:
Bruna Oliveira
Bruna Oliveira

Em: 20/09/2023

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