MARI e ANA por MahLemes
Capitulo 38 - Sara
Eu estava nervosa para a aula da Márcia. Não tinha ideia de como eu reagiria, ou melhor, como o meu corpo reagiria. Cheguei faltando dez minutos pra aula começar e escolhi uma cadeira nos fundos da sala que estava vazia. Ela logo chegou também, mas não me notou. Esperei que chegasse até a mesa para então falar.
-Bom dia, professora Márcia.
Ela levou um susto tão grande que chegou a dar um grito meio abafado e ficou toda vermelha, como se tivesse sido pega em flagrante.
-Nossa, que susto foi esse? Tava fazendo alguma coisa de errado? – Perguntei já imaginando a resposta.
-Você quase me matou do coração, Mariana! -Ela fugiu da pergunta.
-Esse negócio de namorar velha realmente é perigoso. Preciso testar seu coração pro caso de você ter um troço na cama. -Disse e sorri pra ela, provocando.
-Eu vou te dizer uma coisa, Mariana. -Nesse momento ela foi interrompida por duas meninas que chegavam à sala conversando e nem reparam na nossa interação. -Vai ter volta. -Ela mexeu com os lábios me avisando. Aquelas palavras me deram um frio na barriga. Não sabia se por excitação, antecipação ou se foi medo mesmo. Eu tinha provocado ela o dia todo no domingo sem nenhuma retaliação dela e percebi que ela tinha chegado ao limite nesse momento. Ninguém poderia dizer que eu não encontrei o que procurei.
-Nossa, amiga, madrugou hoje? -Júlia perguntou sentando-se ao meu lado.
-Pois é, acordei mais cedo. Estava com medo de perder a hora e chegar atrasada outra vez e resolvi vir um pouco antes.
-Aham, sei. Devia tá era doidinha pra ver a professora. -Nanda respondeu só para eu ouvir sentando-se do meu outro lado.
Eu apenas olhei para ela e fiz uma careta enquanto Júlia pegava seus materiais. Levantando meu olhar peguei Márcia me olhando por cima do computador onde mexia para ligar o projetor com a aula do dia. Quando nossos olhos se encontraram, senti que ela havia mudado para o modo professora. Me arrepiei inteira só de lembrar o que aqueles olhos já tinham visto e quanto controle ela conseguia exercer. Não consegui manter seu olhar sem dar muita bandeira, precisa desviá-los, mas pude perceber um sorriso convencido brotando no seu rosto com isso.
-Olha, amiga, nunca tive curiosidade pelo mesmo sex*, mas a Márcia não colabora, né? -Nanda disse só para mim.
-Se você tá assim, imagina eu, Nanda. Eu vou entrar em combustão aqui nessa sala. Tem noção que eu provoquei ela o dia todo ontem e ainda provoquei hoje e ela agora resolveu dar o troco? Com certeza ela vai dar um jeito de me deixar louca nessa sala antes de acabar a aula.
-Vocês tomem cuidado, Mari. Pessoal é esperto, vão sacar logo se não forem cuidadosas.
-É, você tem razão, preciso apagar esse meu fogo. -Respondi tomando consciência de que não seria uma boa ideia ficar fazendo joguinhos na sala. Mal terminei de falar e meu telefone vibrou.
-- Isso mesmo, sua amiga tem razão. Mais tarde eu apago seu fogo. Agora presta atenção na aula senão depois vai me culpar se pegar dependência. --
Eu levantei a cabeça para olhar para Márcia, mas ela parecia concentrada no computador abrindo a aula que já estava projetada na parede. Ela conseguiu o objetivo. Me deu um balde de água fria que me fez concentrar na aula sem ficar cobiçando seu corpo.
Ao fim da aula ela pediu que colocássemos o trabalho na sua mesa ao sair. Fiquei enrolando na sala conversando com as meninas e fingi esquecer meu estojo para elas irem na frente. Consegui então ficar sozinha com a Márcia na sala novamente. Confirmei se estávamos realmente sozinhas e disse baixinho:
-Bom dia, meu amor. Dormiu bem? -Márcia levantou a cabeça de suas anotações, olhou ao redor e sorriu para mim.
-Bonjour, ma petite! Dormi divinamente bem sonhando com você. E você?
-Dormi mais ou menos. Prefiro quando você me abraça. -Aquilo não era só uma coisa boba que namoradas dizem, mas eu realmente senti diferença dormindo sozinha depois de dormir duas noites seguidas com ela.
-Você não pode falar essas coisas pra mim quando não posso te abraçar e beijar, Mari. -Ela respondeu com um sorriso bobo no rosto. – Você tem aula agora?
-Não, só depois do almoço. E você, dá aula agora?
-Também não. Preciso corrigir os trabalhos de hoje senão eles acumulam, mas quer me fazer companhia na minha sala? Você pode ficar estudando, lendo, mexendo no telefone, dormindo...
-Eu entendi, amor. -Respondi salvando-a do seu desespero. -Quero sim. Qualquer coisa pra ficar na sua presença. E eu realmente preciso estudar, mas antes vou lanchar com as meninas e pegar um livro na biblioteca e te encontro lá, pode ser?
-Claro, mon chérie. Te vejo mais tarde então.
-Até, Ma. -Despedi e fui encontrar as meninas na lanchonete.
***
Bati na porta da sala da Márcia e esperei, mas não ouvi nada. Sentei-me então nos bancos que ficavam pouco a frente e mandei mensagem para ela.
--Tô na porta da sala, Ma --
Esperei uns dez minutos e nada de resposta da Márcia. Abri o livro que o professor tinha indicado para estudarmos a matéria dele e comecei a procurar os capítulos que ele havia citado. Estava concentrada no livro quando percebi um movimento com o canto dos olhos e levantei a cabeça para ver o que era. Vi uma mulher trancando a sala da Márcia e saindo com uns papéis na mão. Na mesma hora recebi uma mensagem da Márcia.
--Tô chegando --
Menos de dois minutos depois ela já estava lá.
Assim que fechou a porta eu a pressionei contra ela, lhe beijando como eu queria fazer desde que ela tinha me deixado em casa no dia anterior. Todo o fogo que eu estava sentindo antes do seu balde de água fria voltou com força, mas estava com minha mochila nas costas e um livro na mão, então não tive muita opção a não ser soltá-la para me livrar de tudo.
-Que beijo gostoso. Tava com saudades? -Márcia brincou.
-O tempo todo, gatinha. -Respondi com sinceridade.
-Desculpa a demora, ma petite. -Ela disse colocando suas coisas na mesa. -Acabei encontrando com outros professores e aproveitamos para resolver algumas pendências.
-Sem problemas, Ma. -Disse me aproximando dela.
Márcia passou seus braços na minha cintura e eu coloquei os meus em seu pescoço e ficamos nos olhando alguns segundos.
-Você é linda, sabia? -Márcia disse olhando bem fundo nos meus olhos.
-Para, Ma. -Respondi sem graça ficando vermelha.
-É sério, Mari. Você é muito linda. De corpo e de alma. Eu sinto que sua alma é tão leve, tão pura, sabe? Como se você não fosse nem desse planeta onde a maioria das pessoas só pensam em dinheiro e poder. -Ela dizia isso ainda me olhando nos olhos. Eu estava tímida, mas não conseguia desviar meu olhar do dela e eu conseguia ver sinceridade nos seus olhos. -Eu sei que ainda é cedo, que temos três dias de namoro, mas eu consigo ver um futuro nosso.
-E o que você vê? -Foi então a sua vez de ficar vermelha.
-Muitas coisas. -Ela disse tentando escapar da pergunta. Quando eu ia pressioná-la um pouco a porta se abriu e a mulher que eu havia visto antes entrou na sala e nos viu abraçadas. Retirei meus braços do pescoço de Márcia na hora, me afastando um pouco.
-Nossa, me desculpa, Márcia, acabei de sair daqui e não tinha ninguém, achei que estivesse em aula. -Ela disse de uma forma que não me convenceu muito.
-Sara? Quando você voltou? -Márcia perguntou entre surpresa e desconfortável.
-Voltei na sexta pra cidade, mas estou no país há uma semana já.
-Entendi. Essa é a Mariana... hnm... é...
-Sou amiga de infância da sobrinha dela, prazer. -Percebi que ela não quis dizer que eu era sua namorada. Alguma coisa não estava certa ali.
-Prazer, Mariana. Sou a Sara. Eu sou pós-graduanda da professora Márcia.
-Você não tinha ainda seis meses de bolsa nos Estados Unidos, Sara? -Era como se Márcia houvesse despertado de um susto.
-Sim, mas tive um problema com o meu orientador de lá e resolvi vir embora.
-Como assim teve um problema? Você não me comunicou nada. Eu sou a responsável por você perante a universidade, eu preciso estar a par dessas coisas.
-Imaginei que não fosse querer saber, da última vez você disse que eu deveria resolver meus próprios problemas. -Ela respondeu bem cínica.
-Mas esse problema afinal não era apenas seu, não é? Abandonar um programa de pós-graduação no exterior é algo que sua orientadora deve saber. Isso pode gerar muitos problemas para mim e para você. Sabia que pode ser que eles peçam para que você devolva a bolsa que recebeu lá? -Márcia estava furiosa, mas se segurava para não perder a compostura. Senti que eu não deveria estar lá nesse momento.
-E daí? Se pedirem meu pai paga. -Essa foi a gota d’água para Márcia, mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa eu me intrometi.
-Vou deixar vocês conversarem à sós. -Disse já pegando meu material e me encaminhando para a porta. -Tchau, Márcia. Prazer, Sara.
-O prazer foi meu, Mariana. -Senti como se ela destilasse veneno ao dizer meu nome. -Parece que espantei a sua... como é mesmo? Amiga da sua sobrinha? -Ela disse ironicamente enquanto eu fechava a porta.
Fiquei um pouco preocupada com aquela mulher. Não tinha ideia de quem ela era, nunca tinha ouvido Márcia falar dela e sua atitude não era das melhores, mas tinha certeza de que a Márcia saberia lidar com o que quer que acontecesse, afinal, por que ela não conseguiria? Resolvi então tirar isso da minha cabeça e ir estudar na biblioteca mesmo e foi lá que a Márcia me encontrou uma hora mais tarde.
-Te encontrei! Você não me respondeu, fiquei preocupada. -Olhei ao meu redor preocupada, mas não havia ninguém no setor e ela falava baixo.
-Nem vi que tinha mandado mensagem, fiquei concentrada na matéria aqui. Que horas são?
-Hora do almoço. Quer almoçar comigo?
-Quero sim. Aonde vamos?
-Lá em casa. A moça que limpa lá fez comida. Pedi pra ela fazer hoje para podermos almoçar lá. -Ela disse piscando para mim.
-Te encontro lá? -Perguntei já pegando meus materiais.
-Melhor não darmos tanta bandeira, né? Até mais. -Márcia disse isso e saiu rebol*ndo mais que o normal com uma calça justa que deixava sua bunda mais gostosa que tudo.
Chegando na sua casa senti o cheiro de comida pronta. Meu estômago roncou e ela riu de mim, me deixando vermelha. Ainda na garagem ela me agarrou e me beijou forte, gostoso e com sabor de quero mais. Suas mãos desceram para minha bunda me apertando contra ela, aumentando nosso contato e meu fogo. Márcia percebeu e me empurrou contra seu carro e começou a ch*par meu pescoço e massagear meus seios.
-Amor, tem gente aqui. -Eu disse entre um gemido e outro.
-Tem não, ela já foi embora.
-Então me leva pra dentro e me faz sua, porque não aguento mais de vontade de você desde cedo.
-Você quer que eu te coma gostoso, Mariana? -Márcia disse no meu ouvido com uma voz muito sexy.
-Quero, Ma.
-Que pena que a gente não tem muito tempo. Tô te devendo um joguinho. Ou você acha que eu não peguei todas as suas provocações desde ontem?
-A é? Que tipo de joguinho? -Enquanto conversávamos Márcia me ch*pava, arranhava, apalpava e eu só me segurava ao seu pescoço sentindo tudo.
-Do tipo que você vai pedir pra eu parar. -Ela disse isso e parou tudo para dramatizar mais ainda sua fala.
-Vamos ver então. -Respondi lhe desafiando e fui entrando na casa.
-Tá abusada mesmo, né? -Márcia disse rindo e me seguindo. Quando passei pela sala para ir lavar minhas mãos no banheiro ela me jogou no sofá e se sentou no meu colo de frente para mim, com uma perna de cada lado. -Onde você tá indo? Ainda não terminei com você.
Eu ia responder, mas ela me calou com um beijo. Não perdi tempo e agarrei sua bunda, fazendo ela rebol*r em mim. Mais um pouco e sua blusa estava no chão junto com seu sutiã. Minha boca passava de um peito para o outro enquanto ela rebol*va em mim e gemia com sua cabeça pendida para trás. Márcia tirou minha camiseta e sutiã e nos levantou para tirarmos o resto das roupas. Ela me deitou no sofá e voltou a me beijar, dessa vez buscando meu centro, que pulsava de vontade.
-Meu amor, você tá molhadinha. Que delícia. -Ela dizia isso e circundava meu clit*ris de leve até que colocou um dedo dentro e começou a mexê-lo e aumentar a pressão em cima. Eu rebol*va debaixo dela tentando aumentar o contato e a pressão até que ela parou.
-Não. -Foi tudo que consegui gem*r antes dela passar a língua por toda minha abertura e ch*par meu clit*ris com força. Eu gemia alto, sem controle sobre nada mais em mim. Ela diminuiu a intensidade e aumentou a velocidade e foi aumentando a intensidade de novo até que eu g*zei gritando seu nome. Márcia não parou. Simplesmente subiu em mim e começou a esfregar nossos centros até que ela também gozou e se deitou em cima de mim. Nossas respirações estavam descompassadas e ficamos em silêncio abraçadas até que elas se acalmassem.
-Vamos tomar um banho pra almoçar, ma petite? -Márcia disse depois de alguns minutos.
-Vamos. -Respondi ainda letárgica pelo orgasmo.
Tomamos um banho rápido e fomos almoçar.
-Ma, quem é a Sara? -Perguntei quando estávamos comendo.
-Uma pós-graduanda muito problemática, meu amor. Era para ela ficar nos Estados Unidos até fevereiro, mas ela conseguiu arrumar problema lá e ser expulsa. Na verdade convidada a se retirar porque se fosse expulsa seria ruim para mim também e eles perceberam que ela é um problema.
-Você nunca falou dela.
-Achei que estivesse livre até ano que vem.
-Mas tem mais alguma coisa nisso, né? Eu percebi como você ficou e o ódio dela direcionado a mim foi muito forte.
-Ela está acostumada a ter o que quer, o pai dela é rico. Digamos que você tem o que ela queria.
-Ela queria você? -Perguntei assustada.
-Sim. Foi uma bênção ela ter ido para fora, mas agora ela tá aí de volta.
-Ela fica dando em cima de você? -Perguntei com os ciúmes já crescendo.
-Eu vou te contar tudo porque se ela tentar alguma coisa para nos separar você já está avisada, tudo bem? Mas não precisa ter ciúmes porque nem quando estava solteira eu a quis, agora então é que a chance é zero.
-Tá bom, amor, fala logo.
-Ela já tentou me seduzir. Quando viu que não deu certo ela tentou me deixar bêbada na festa de fim de ano do departamento. Minha sorte é que eu não estava muito à fim de beber então quando ela me abordou eu ainda estava em minha mente perfeita e recusei os drinks que ela me oferecia. Uma hora fui ao banheiro e esqueci que deixei meu copo perto dela. Quando bebi que me dei conta do que poderia acontecer. Na hora mandei mensagem pro Diego me buscar com o Miguel pra ele levar meu carro embora e fui para perto dos outros professores dizendo que estava um pouco tonta, mas que já tinha pedido uns amigos para me buscarem. Nem cinco minutos depois eu comecei a sentir a cabeça meio leve e a Sara veio pedir para conversar comigo em particular, mas como já havia dito que não estava bem os outros professores mesmo a dispensaram. Logo os meninos chegaram e me levaram embora. Se eu não tivesse pensado na possibilidade dela me drogar ela provavelmente teria conseguido o que queria. Os meninos disseram que eu apaguei por umas cinco horas. Eles estavam quase me levando para o hospital.
-Nossa, Ma, mas essa mulher é louca. Você não a denunciou?
-O pai dela é muito poderoso, isso poderia estourar pro meu lado, então preferi apenas ficar na minha. Na semana seguinte ela conseguiu essa bolsa pros Estados Unidos e eu me vi livre dela, então nem pensei muito sobre a possibilidade de denunciar.
-Mas então ela não vai nos deixar em paz agora. -Eu disse pensando no que ela tinha visto.
-Provavelmente não, meu amor. Então vamos ter que ser mais discretas na faculdade, porque logo ela descobre que você é minha aluna e aí pode dar problema.
-Mas que merd*, eim, Ma?
-Mas fica tranquila porque tivemos notícias do João e ele deve voltar em poucas semanas, aí eu não vou mais te dar aula e estaremos fora de perigo.
-Graças à Deus! -Respondi um pouco aliviada. Terminamos nosso almoço e logo voltamos para faculdade.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]