MARI e ANA por MahLemes
Capitulo 36 - Um dia tranquilo
Acordei com uma sensação de vazio e fui abrindo os olhos devagar. Estava tudo muito iluminado e demorei uns segundos para me situar. Antes mesmo que eu me sentasse na cama vi Márcia entrando no quarto com uma bandeja nas mãos.
-Bonjour, ma petite. Dormiu bem? -Ela me perguntou com um sorriso lindo no rosto.
-Divinamente bem, meu amor. Dormir abraçadinha com você faz milagres.
-A é? Que tipo de milagres?
-Do tipo que me faz acordar de ótimo humor oito horas da manhã num sábado.
-Então quer dizer que a senhorita não é uma pessoa muito matinal?
-Só prefiro dormir mais no fim de semana. Mas ao seu lado eu acordo a hora que você quiser. -Eu disse de olho na bandeja que ela havia colocado na cama.
-Tá com fome, mon amour?
-E quando não estou? -Respondi rindo.
-Fiz suco de laranja e mamão e coloquei um pão na torradeira. Não queria sair e correr o risco de você acordar e eu não estar aqui. Tem café também.
-Assim vou ficar mal acostumada, gatinha.
-Vai nada. Amanhã quem vai trazer café na cama para mim vai ser você.
-Só se eu for o café, Ma. -Respondi com uma cara nada inocente.
-Pode ser. -Ela disse e me olhou dos pés a cabeça. Eu estava com o mesmo pijama do dia em que ficamos pela primeira vez, portanto ela estava me vendo praticamente pelada. Ela foi se aproximando devagar até ficar por cima de mim apenas me olhando. Seus olhos haviam me paralisado desde o início de sua inspeção e tudo que eu conseguia pensar era que ela estava muito sexy apenas de calcinha e uma regata colada no corpo e que eu devia estar alucinando de febre para ter aquela mulher sexy, gostosa e decidida me desejando daquela forma. Ela então desceu sua boca até a minha. Na mesma hora desviei de seu beijo. Ela se assustou com o meu movimento e seu corpo todo se retesou.
-O que foi, Mari? O que foi que eu fiz? -Ela perguntou num tom desesperado.
-Eu tô de bafo, Ma. -Respondi tapando minha boca.
Ela não disse nada. Apenas segurou minhas duas mãos e me beijou, mesmo sob protesto.
-Ma petite, não me importa se você tá de bafo. Quando eu quiser te beijar, eu vou te beijar. -Ela disse isso e me beijou novamente, dessa vez já com suas mãos passeando pelo meu corpo.
-Você acorda assanhadinha, eim? -Eu disse entre um gemido e outro.
-Isso te incomoda? -Ela perguntou saindo de cima de mim e se levantando.
-Nem um pouco. -Respondi quase chorando pela perda de contato. Ela então pegou a bandeja e colocou no criado, voltando para a posição anterior.
-Você acordou bem insolente, né? Me negando beijo, me chamando de assanhadinha. Acho que vou te ensinar uma lição, mademoiselle. -Dito isso ela começou a morder e ch*par meu pescoço enquanto rebol*va em mim. Com uma das mãos ela segurava meus pulsos e com a outra ela apertava meus seios. Sem que eu percebesse, ela conseguiu amarrar meus pulsos à cabeceira da cama com o lençol. Apenas senti que algo me impedia de lhe tocar quando ela me soltou. Ela fez uma cara safada e olhou para o meu rosto confuso. -Algum problema, ma petite?
-Você me amarrou? -Perguntei ainda confusa.
-Sim. Eu disse que vou te ensinar uma lição. -Ela então se levantou e saiu do quarto rebol*ndo aquela bunda nua com uma calcinha fio dental. Um minuto depois ela voltava com um canudinho na mão. -Hoje você é minha prisioneira, mon amour. E eu faço o que bem entender com você.
Sua fala gerou um gelo na minha barriga que subiu, me fazendo tremer com um arrepio de excitação. Eu nunca havia imaginado um cenário daqueles, mas ser prisioneira da Márcia me parecia prometer muitas horas de prazer. Ela colocou o canudo no copo de suco e ofereceu para mim.
-Toma um pouco de suco, Mari. Não quero que você fique desidratada. -Ela disse com uma voz sexy bem próxima do meu ouvido. Se eu já não estivesse com a garganta seca ela secaria nesse momento. Ela aproximou o canudo da minha boca e quando fui pegá-lo, ela tirava-o do lugar. -Ops. Acho que errei o rumo. -Ela dizia com uma cara lavada. Na terceira vez que tentei pegar ela deixou que eu bebesse o tanto que eu quis. -Agora deixa eu te alimentar pra você ficar forte porque minha prisioneira não pode perder as forças. Vou precisar de cada gota de energia sua.
Eu não precisava de mais nada. Se ela me mandasse goz*r naquele momento eu não duvido que o faria, tamanha a excitação que ela criava com aquele cenário. Ela levou a torrada à minha boca e mordi um pedaço. Ela também tirou um pedaço e saboreava a torrada como se fosse algo muito divino, fazendo com que aquele simples ato se transformasse em algo muito sexy. Ela comeu e me alimentou nesse ritmo, conseguindo fazer com que tudo aquilo me deixasse muito excitada sem nem me tocar e nem mesmo dizer nada.
-Você tá bem, ma petite? Tá muito calda. -Ela disse um pouco preocupada quando terminamos com a bandeja.
-Eu tô muito excitada, Ma. Como você consegue fazer isso comigo sem nem me tocar?
-Eu tenho meus truques, mon amour. -Após uma pequena pausa ela completou: -É tudo psicológico, Mari. Você é muito responsiva. Só preciso te dar um empurrãozinho que você já faz o resto.
-E isso é bom? -Perguntei entre curiosa e insegura.
-Tudo que vem de você é bom, ma petite. E isso de ser responsiva é um bônus que você não tem noção. -Ela dizia isso enquanto acariciava meu rosto com carinho.
Eu tinha certeza de que meu rosto estava estampado com um sorriso bobo, mas não conseguia me controlar. Sua mão desceu pelo meu pescoço, passou pela lateral do meu corpo e chegou na minha bunda, apertando-a forte e me fazendo gem*r baixinho. Ela então colou nossos corpos, entrelaçou nossas pernas e me pegou pela nuca para me dar um beijo sem cuidado algum. Ele era puramente de desejo, daqueles mais primitivos e necessitados. Essa foi a primeira vez que percebi que ela sempre se segurou quando havíamos feito amor. Ela nunca havia deixado o desejo tomar conta dela, mas naquele momento, comigo totalmente entregue acho que foi demais para ela se segurar. Não é que ela fosse bruta, mas todo aquele cuidado que ela sempre teve comigo deu lugar ao desejo, à vontade. Experimentar aquilo foi diferente e acordou algo em mim que eu nem sabia que existia. Eu correspondi à sua necessidade no mesmo nível, com o mesmo desespero por ela. Era como se fôssemos uma, como se nossas vontades se misturassem. Ficamos nos beijando e sentindo corpo com corpo por longos minutos, até que Márcia subiu minha camiseta até os meus olhos e tirou meu short e calcinha. Pude sentir que ela também se despia. Senti seu corpo sobre o meu novamente e sua voz rouca de desejo no meu ouvido.
-Você confia em mim, ma petite?
Eu não tinha voz para respondê-la, portanto apenas assenti com a cabeça.
-Eu preciso que você fale, mon amour.
-E... -Tentei dizer, mas minha garganta estava seca demais devido ao desejo. Engoli em seco e tentei novamente. -Eu confio, meu amor.
Não ouvi mais nada. Apenas senti sua boca explorando cada pedacinho do meu corpo. Com meus olhos vendados e minhas mãos amarradas, podia apenas imaginar meu toque na sua pele clara e macia e suas posições para me explorar daquela forma. Ela ch*pou meus seios por algum tempo depois de beijar meu pescoço e continuar descendo sem pudor algum. Sua boca chegou ao meu umbigo e lá ficou me atiçando passando a língua por ele até alcançar meu sex*. Esse ela fingiu esquecer e descer pela minha perna esquerda até meus pés e subir pela direita. Voltando ao meu centro ela abriu minhas pernas e por alguns instantes não fez absolutamente nada, até que senti uma mordida na parte interna de uma das coxas, rendendo um grito meu, parte por susto e parte pela sensibilidade do local. Ela passou para a outra coxa e subiu para meu centro. Lá ela ainda mordiscou e passou a língua por toda minha extensão, sem nunca tocar meu clit*ris. Ela era mestra em fazer isso, em criar a expectativa, em me deixar à beira do abismo para que eu pedisse que ela me libertasse com um orgasmo. E eu adorava que ela fizesse isso. De repente ela parou com tudo e eu senti que ela subia até minha boca. Ela então me beijou daquela forma urgente outra vez e tirou a camiseta dos meus olhos.
-Eu quero ver seus olhos enquanto te faço goz*r, Mariana. -Foi a primeira vez que ela falou meu nome sem que estivesse acompanhado pela frieza da sua persona profissional. Isso me fez tremer de excitação outra vez, o que rendeu um sorriso safado de sua parte.
Ela então desceu novamente beijando meu pescoço, seios, barriga até que chegou ao meu centro e então nossos olhos travaram um no outro. Sua boca foi direto ao meu clit*ris, ch*pando ele de leve, mordiscando, passando a língua sem forçar para fazer com que o orgasmo demorasse o máximo possível. Eu me remexia debaixo dela, tentando aumentar o contato e tomar o controle da situação, mas suas mãos logo foram para minha cintura, me impedindo de me mover. Eu sentia o orgasmo próximo e fechei meus olhos para me concentrar nele e então ela parou com sua boca.
-Abre os olhos, Mariana. Eu quero ver eles enquanto te faço goz*r. -Aquela voz sexy num tom controlador foi quase a gota d’água para me fazer ir. Com muito custo abri os olhos e novamente nossos olhares se encontraram.
Márcia voltou a me ch*par com vontade, levando apenas alguns segundos para me fazer goz*r divinamente bem. Não imaginava ser possível goz*r mais e melhor do que ela já tinha me feito, mas ela conseguiu. Assim que tentei fechar as pernas para que ela parasse de me ch*par, ela subiu em cima de mim e começou a rebol*r, procurando sua própria liberação. Esse estímulo extra num momento tão sensível como aquele me levou a goz*r novamente, dessa vez ao mesmo tempo que ela. Ela então caiu deitada em cima de mim e apenas teve forças para me desamarrar para que eu a abraçasse.
Algum tempo depois acordei abraçada a ela e fiquei observando seu rosto sereno enquanto dormia. Ela parecia em paz e tranquila. Em nada lembrava aquela figura autoritária que minutos atrás me dava um orgasmo de matar.
-Sua mãe não te ensinou que é feio encarar? -Márcia disse com uma voz sonolenta sem nem ao menos abrir os olhos.
-Sim, mas ela também me ensinou que as coisas bonitas da vida são feitas para admirar. -Respondi sem me abalar.
-E não é que ela tem resposta para tudo? -Ela sorriu e finalmente abriu os olhos.
-Oi, meu amor. -Disse buscando seus lábios.
-Oi, ma petite. Como você tá?
-Melhor impossível depois de uma manhã dessas, gatinha.
-Então quer dizer que a mademoiselle gosta de uma encenação?
-Parece que sim, né? Você ficou muito sexy no comando daquela forma. Só de pensar já sinto um frio na barriga.
-Talvez então não seja a encenação em si, mas sim o controle. -Ela disse pensativa.
-Tá pensando em que com essa cara aí?
-Tô pensando em como você deve ficar durante minha aula. Já me disseram que posso ser assustadoramente controladora dentro de sala. -Márcia respondeu me analisando.
-Digamos que sua aula é uma tortura muito sexy. Você se impõe. Muda completamente. Tanto é que quando descobri que era professora não acreditei, não lembra? E na sua primeira aula que eu estava em choque por não saber que seria minha professora eu fiquei perdida entre te odiar por não ter me contado ou babar colorido. A segunda eu tava com muito ódio por estar me tratando daquela forma, então até que consegui ignorar um pouco o quão sexy estava. Mas agora, sabendo que você é minha e eu sou sua, vai ser praticamente impossível prestar atenção à um minuto sequer da sua aula sem imaginar o que fazemos aqui.
-E eu te digo o mesmo, Mari. Já estava complicado te dar aula pensando que você não me queria, agora então vai ser mais ainda.
-Tá falando sério? -Perguntei desconfiada.
-Claro que tô, ma petite. Ou você acha que não tem efeito algum sobre mim?
-Acho que ainda não acredito que você se interesse por mim. Não é que duvido de você, amor, mas é que para mim ainda é muito surreal pensar que uma mulher como você possa ter olhos para mim.
-A, mon amour, você precisa começar a se ver pelos meus olhos. Isso te faria tanto bem. Você precisa começar a se ver pela mulher extraordinária que é. Ainda vou conseguir isso. Bom, chega de filosofar. Estou com fome. Anima ir à um restaurante?
-Claro, amor, mas não acha um pouco arriscado? Podem nos ver.
-Esse restaurante é bem pequeno e fora da cidade. Na verdade, é um hotel fazenda que abre algumas mesas para não hóspedes nos fins de semana.
-Então vamos. Mas preciso passar em casa para trocar de roupa.
-Se quiser pode usar uma camiseta minha com a sua calça.
-Pode ser também.
-Então vem, vamos tomar um banho para irmos.
Nosso dia passou tranquilo e muito divertido. Após o almoço nos deitamos numa rede em um dos quiosques ao redor do lago e ficamos conversando e admirando a natureza. Depois fomos cavalgar um pouco. Nosso sábado não poderia estar melhor. Antes mesmo de voltarmos para casa da Márcia ela recebeu uma mensagem do Diego nos chamando para irmos à uma boate LGBT.
-Quer ir? -Márcia perguntou tentando disfarçar sua vontade.
-Quero sim, meu amor. Quero te ver dançando bem soltinha. -Respondi imaginando como seria ela relativamente bêbada dançando. Só de pensar já fiquei excitada.
Ela respondeu Diego, que nos convidou para jantarmos lá no restaurante deles quando estivessem fechando para podermos sair de lá mesmo. O resto do dia passamos vendo filme e cochilando na sala dela. Umas oito da noite, depois de mais de meia hora de despedida, consegui sair da sua casa para me arrumar na minha. Combinamos de nos encontrar no restaurante às onze.
Fim do capítulo
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