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  • Capitulo 35 - Ela é professora

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MARI e ANA por MahLemes

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Palavras: 4868
Acessos: 820   |  Postado em: 02/09/2023

Capitulo 35 - Ela é professora

As 19 horas em ponto eu estava na porta de sua casa. Antes que eu pudesse mandar mensagem o portão abriu. Dessa vez ela não me esperava na garagem como antes, mas peguei as sacolas e fui entrando e chamando-a. 

-Ma? Cadê você?

-Tô na cozinha, Mari. Vai entrando aí. 

Segui sua voz e consegui encontrá-la.

-Oi, gatinha. -Disse deixando as sacolas sobre a mesa. 

-Oi, mon chérie. -Ela respondeu vindo ao meu encontro e me dando um beijo delicioso e demorado. -Nossa, você tá muito cheirosa. Isso tudo é pra mim?

-É sim. É um creme novo. Gostou?

-Amei.

Foi só nesse momento que me dei conta da roupa que ela usava. Ela estava com uma camiseta de alcinha e um short minúsculo. O bico dos seios era visível pela camiseta fina e sua bunda estava quase totalmente de fora. Eu não me aguentei e a beijei novamente, dessa vez levando minhas mãos a sua bunda e apertando forte. Ela correspondeu, me puxando para si. Ainda nos beijando guiei-a até a pia, onde ela sentou-se e encaixou suas pernas na minha cintura. Aproveitei para ch*par seus seios por cima da blusa, lhe arrancando gemidos. Voltei para sua boca mantendo minhas mãos trabalhando em seus seios. Ela rebol*va contra minha cintura sem pudor. Eu beijava e ch*pava seu pescoço e recebia mil gemidos diferentes no meu ouvido. Aquilo estava me deixando doida. Tudo que saía daquela boca era sexy e me deixava excitada. Decidi que ela merecia que eu a levasse com a mão, e não apenas se esfregando em mim. Desci minha mão lentamente até encontrar seu short e enfiá-la dentro dele. Não esperei nem que ela tivesse reação e já estava com dois dedos dentro dela. Ela estava tão molhada e tão pronta para mim que não tive dificuldade nenhuma para isso. Ela então inclinou seu corpo para trás, se apoiando nos cotovelos e deixou a cabeça cair para trás, deixando seu lindo pescoço completamente à mostra, me fazendo subir de seus seios para ele ch*pando, mordendo, lambendo e beijando sem piedade. Minha outa mão passou a apertar um seio de cada vez, fazendo ela gem*r loucamente. Eu evitava encostar em seu clit*ris para prolongar ao máximo seu momento de prazer, deixando-a louca de vontade. Sua cintura mexia, procurando alívio para aquela sensação que crescia nela. Até que ela não mais se aguentou e me pediu:

-Me faz goz*r, ma petite, por favor. -Eu não podia lhe negar mais o orgasmo depois desse pedido.

-Então goz*, meu amor. -Respondi massageando seu clit*ris com o polegar e enfiando mais um dedo nela.

-MARI!!! -Ela gritou enquanto apertava meus dedos dentro dela. As convulsões de prazer que ela teve foram bem fortes e logo se misturaram com os soluços. Ela começou a chorar antes mesmo de voltar à consciência. Retirei meus dedos lentamente abraçando-a apertado e deixando-a colocar tudo para fora. Ficamos assim por cerca de cinco minutos. Ela chorando muito forte e eu abraçando-a e fazendo carinho nas suas costas dizendo que eu estava lá e que ela podia ficar tranquila que eu ia cuidar dela.

-Se segura em mim. -Eu disse, tirando ela da pia e levando-a para o sofá. Me sentei com ela no colo. Ela tentou se afastar de mim, mas não permiti, abraçando-a mais forte ainda. -Aonde você vai? Fica aqui mais um pouco.

Ela não disse nada, mas continuou quieta no meu colo. Comecei então a acariciar seu cabelo e senti que ela relaxava cada vez mais até que senti que sua respiração estava bem superficial. Ela havia dormido escorada no meu peito. Continuei as carícias e aproveitei o momento para refletir um pouco sobre como havia ido parar lá. Eu havia conhecido a tia de uma amiga que me quis por uma noite e que quatro meses depois reapareceu, sumiu mais dois meses e agora que havíamos nos declarado estava com a ex no hospital que pensava que ainda era a atual. Mas pensando por outro lado eu havia tido minha primeira vez com uma mulher linda, incrível e experiente que soube me dar prazer desde o início. Uma mulher que conseguia me deixar louca de desejo e tesão com poucas palavras, que quando me tocava me fazia ir à Lua e voltar e ainda por cima despertava um sentimento em mim que eu desconhecia. Eu ainda tinha minhas dúvidas se estar com ela era uma coisa boa ou ruim. Meu lado pessimista dizia que não ia durar e que depois dela seria difícil encontrar uma mulher que eu não comparasse a ela. Já meu lado otimista dizia que estar com uma mulher madura como a Márcia, que já tinha tido várias experiências e estava profissionalmente onde queria, evitaria muitas discussões desnecessárias. 

Márcia se mexeu, me tirando do debate interno.

-Bom dia, bela adormecida. -Brinquei com ela quando me olhou.

-Já tá de dia? -Ela perguntou assustada.

-Não, tô só brincando, gatinha. -Respondi rindo da sua cara de desespero.

-Eu apaguei. Desculpa.

-Não precisa pedir desculpa, Ma. Você tá emocionalmente exausta, é visível. Se dormiu é porque se sentiu segura aqui. E pra mim isso é o importante.

-Meu Deus, eu chorei! -Ela praticamente gritou e escondeu seu rosto no meu pescoço.

-E daí, meu amor? Você tá melhor agora? -Ela respondeu apenas balançando a cabeça. -Então pronto.

-Como você consegue ser tão calma assim, Mari? -Ela perguntou realmente intrigada. -Se eu estivesse no seu lugar eu teria saído correndo se uma mulher chorasse quando teve um orgasmo.

-Saía, é? -Perguntei desacreditando do que ela havia dito.

-Não saía, mas não ficaria confortável como você tá agora.

-Se alguém tivesse me perguntado, acho que diria a mesma coisa que tá dizendo, mas eu não pensei nem um segundo sequer em que faria. Foi tudo tão natural para mim. Eu sabia que seu choro não era relacionado a mim diretamente, então acho que isso me ajudou a não desesperar.

-Tu es parfaite, mon amour. J’avais de bonne chance de te connaître maintenan et pas quand j’étais plus jeune. -Ela disse olhando nos meus olhos. (Você é perfeita meu amor. Eu tenho sorte de ter te conhecido agora e não quando mais nova.)

-O que você falou, Ma? 

-Só que sou muito sortuda por te conhecer.

-Só isso? -Perguntei desconfiada.

-Basicamente isso. -Ela disse sorrindo. -Eu ouvi o que você disse, viu?

-O que eu disse? -Perguntei preocupada imaginando que estivesse pensando em voz alta enquanto ela dormia.

-Você me chamou de meu amor duas vezes. -Ela disse e riu da minha cara que ficou vermelha como um pimentão.

-Chamei, é? -Fingi que não havia percebido.

-Chamou sim e nem precisa tentar disfarçar porque sei que você estava bem consciente disso.

-E você se incomoda comigo te chamando de “meu amor”?

-Claro que não, mon amour. -Ela respondeu e me beijou o mesmo beijo da noite anterior, quando nos declaramos uma à outra. Pelo toque dos nossos lábios ela me transmitiu cuidado, carinho e desejo. Este último prevaleceu conforme o beijo se prolongou. Nossos corpos começaram a se mexer em sincronia enquanto nossas bocas se mantinham grudadas. Eu estava com muito tesão acumulado, afinal desde o dia anterior que ela havia começado e não terminava nunca. Eu havia quase goz*do com ela mais cedo. Precisava de apenas mais um toque e teria ido. Seu choro, no entanto, me tirou completamente do momento, mas toda a vontade de mais cedo voltou dobrada.

-Ma, eu to com muita vontade.

-Vontade de que, Mari? -Ela perguntou descendo sua boca para meu pescoço.

-De goz*r, Ma. Me faz goz*r. -Respondi com a voz entrecortada pelo prazer que suas mordidas me proporcionavam.

-Faço, mon amour. Como você quer goz*r? -Ela perguntou ch*pando o lóbulo da minha orelha.

-De qualquer jeito, só me leva, Ma.

Márcia não respondeu, mas foi descendo sua boca até chegar à minha calça.

-Acho que isso tá atrapalhando, né? -Disse tirando a calça e a calcinha com facilidade e logo colando sua boca ao meu centro. Não tinha como ser melhor. Ela sabia como levar uma mulher à loucura e deixou isso bem claro na forma como me ch*pou.

-Para de me torturar, amor. Me deixa goz*r, vai.

-Não é tortura, Mari. Seu orgasmo vai ser muito mais forte assim. Só relaxa e sente. -Ela disse entre ch*padas e lambidas. E então, finalmente, me fez goz*r. Eu não sei como descrever a sensação de prazer e relaxamento que tive. Me pareceu que o tempo parou e que eu não tinha mais corpo. Eu podia jurar que estava tão leve que voaria. Comecei a sentir que Márcia me acariciava e então ouvi sua voz dizendo alguma coisa no meu ouvido, mas não entendi o que era. -Oi. -Ela disse quando abri os olhos.

-Oi. -Respondi com um sorriso bobo no rosto.

-Tá bem?

-Tem como não estar?

Ela caiu na gargalhada com a minha resposta.

-Parece que não, né?

-Tô com fome.

-Tá, é? 

-Eu disse isso em voz alta? -Perguntei sentindo meu rosto esquentar.

-Disse sim, mon amour. -Márcia respondeu rindo de mim. -Não tenho nada aqui. A não ser que queira comer bolacha. Ou você consegue esperar uns 15 minutos?

-Consigo sim, Ma.

-Perfeito então. Vou pedir um macarrão a bolonhesa para nós no restaurante de um amigo meu. Você vai amar. Ele agiliza pra gente o pedido. Você gosta?

-Gosto sim. Pode pedir, porque se for pra eu fazer nossa janta acho que não aguento. -Respondi rindo da minha barriga roncando.

-Vou ligar pra lá então. -Ela disse me dando um beijo antes de se afastar para pegar seu telefone.

-Ma, preciso de um banho urgente. -Disse enquanto ela procurava o contato no celular.

-Vamos lá pra cima, Mari, também preciso de um.

Apenas peguei minha calça e calcinha e fui me direcionando para a escada. Márcia veio logo atrás se aproveitando da minha nudez e pegando na minha bunda sem pudor algum.

-Oi, Miguel! Tudo bem? Aqui é a Márcia... Tudo bem também... Miguel, preciso de um favor seu. Na verdade, do Dani. Será que vocês conseguem agilizar um pedido meu, por favor? To morta de fome... Você é o máximo, Miii!! Vai ser um macarrão à bolonhesa inteiro... Isso, esse endereço mesmo... Perfeito! Quanto tempo?... Quinze? Você é demais!! Obrigada! Manda um beijão pro Dani pra mim. -A essa altura já estávamos em seu quarto e eu tirava minha blusa. -Tô sim... Pode deixar, levo sim, essa vale a pena, viu? -Ela disse essa última frase me olhando de forma bem significativa. -Você também. Beijos.

-O que vale a pena? -Perguntei curiosa pelo olhar que ela havia me dirigido.

-Você, mon amour.

-Como assim?

-Ele disse pra eu te levar lá no restaurante qualquer dia para eles te conhecerem.

-E como ele sabia que eu tava aqui? -Perguntei desconfiada.

-Porque eu pedi um macarrão inteiro. Normalmente peço meio só. Então ele imaginou que eu estivesse acompanhada. O Miguel e o Dani são muito amigos meus. Eles são casados há uns três anos, mas estão juntos há séculos. -Ela foi falando e tirando a roupa. -Ele está doido pra te conhecer. Nesse momento ele deve estar na cozinha do restaurante fofocando com o Dani que eu estou acompanhada. Quer ver que já já chega uma mensagem pra mim? -Ela mal terminou de falar e o telefone apitou. Na tela estava escrito “Dani diz: me conta tudo, mulher!!!”.

Caímos na risada e entramos para tomar banho.

-Parece que se conhecem bem, eim?

-Eles são uns amores. Conheci numa das saídas com o Jonas numa boate LGBT. Começamos a conversar e acabamos trocando contatos. Na época estava muito afastada dos meus amigos por causa do término e acabei me aproximando muito deles. Você vai ser a primeira mulher que vou apresentar pra eles.

-Vai me apresentar pra eles, é? -Perguntei esfregando suas costas.

-Vou sim. Minha vontade é te apresentar pro mundo, Mari. -Ela respondeu se virando para me encarar. -Mas isso vai ter que esperar um pouco. -Ela disse com um semblante triste.

-A única pessoa que me importa é você, Ma. Desde que estejamos bem não preciso que mais ninguém saiba.

-Tá falando sério? -Ela perguntou um pouco desconfiada.

-Minha gatinha, a Camila, a Ritinha e a Nanda já sabem. São as pessoas mais próximas de mim que eu precisaria contar para poder ter com quem conversar. De resto só preciso que meus pais saibam, mas isso só mais pra frente. -Agora ela quem esfregava minhas costas.

-É mesmo, nunca falamos sobre isso. Seus pais sabem da sua orientação sexual, ma petite?

-Não tinha muito o que saber até o início do ano, né? Eu nunca havia nem ficado com uma mulher. Tinha tido um casinho ou outro com garotos da minha idade na escola, mas nunca durava o suficiente pra levar eles em casa como namorados, mas meus pais sabiam quando estava saindo com alguém. -Terminamos o banho e fomos nos enxugar.

-Mas eles são cabeça aberta? -Ela parecia um pouco preocupada.

-Bom, eles têm alguns amigos LGBT, que inclusive iam muito lá em casa. Nunca disseram nada sobre a Juliana dormir lá em casa no meu quarto de porta fechada e nunca falaram nada sobre nossa amizade e eles souberam desde o início que ela é lésbica.

-Mas é diferente quando é com a filha, né?

-Não tenho ideia de como vai ser, Ma. Acho que eles vão arrumar briga mais pela diferença de idade que por qualquer outra coisa.

-Ainda tem isso, né?

-E sua mãe? Ela sabe de você?

-Sabe sim. Não foi fácil. Ela se culpava, achava que tinha sido a falta de um modelo masculino na minha vida, mas hoje ela entende que não tem nada a ver com criação, que é apenas quem eu sou e ponto. 

-Que bom então que ela te aceita.

-Ela é ótima mesmo. Só não sei como ela vai reagir com relação à nossa diferença de idade também. 

-Mas você não disse que ela e seu pai tinham essa diferença também? Isso há trinta anos.

-Vamos torcer para que ela se lembre disso. -Márcia respondeu pensativa.

O clima pareceu pesar um pouco com essa conversa e resolvi mudar o assunto para aliviar.

-Vamos comer lá nas árvores?

-Vamos sim, ma petite. Será que tá frio lá fora?

-Acho que não. Quando cheguei o tempo tava gostoso.

Descemos e enquanto ela ligava as luzes eu passei um pano na mesa. Quando ela ia pegar as louças a campainha tocou.

-Nossa, que rápido.

-Eu te falei que ele agilizava as coisas pra nós. Eu vou lá pegar. Os pratos estão no armário em cima da pia e os talheres na primeira gaveta. 

-Sim senhora. -Fui pegar as louças e a TV do circuito interno estava ligada. Pela câmera pude ver Márcia chegando ao portão enquanto uma pessoa de capacete esperava do outro lado. Ela estava próxima da câmera, portanto não dava para ver muita coisa, mas notei que ele não usava aquela bolsa térmica de entregadores nas costas. Achei estranho, mas não tive tempo nem de raciocinar, pois assim que Márcia abriu o portão ele a empurrou e entrou, apontando uma arma para ela. Logo vieram mais dois homens atrás dele. Eu congelei no lugar. Não sabia o que fazer. Apenas escutei um deles perguntando se ela estava sozinha, mas ela não respondia. Eu não sabia se me escondia e tentava chamar a polícia ou se mostrava que estava lá para ela não ficar sozinha. Novamente não tive tempo de reagir, pois logo eles estavam na cozinha gritando comigo e mandando eu ficar com as mãos para cima. Eles então amarraram nossas mãos com abraçadeiras de plástico e nos sentaram no sofá dizendo para ficarmos quietas.

-Nos demos bem dessa vez, chefe. Quais as chances de encontrarmos duas gatas assim de uma só vez?

Até então eu apenas temia pela minha vida, mas ouvindo-o falar dessa forma comecei a imaginar que eles pudessem fazer outras coisas conosco. Márcia tremia visivelmente ao meu lado. Eu ainda estava em choque e não tinha assimilado nada.

-Cala a boca. Nós não fazemos isso. Vem, me ajuda a pegar as coisas aqui e colocar no carro delas. Deve ter um na garagem. Vai lá procurar as chaves enquanto eu prendo os pés delas também. -Os dois homens que entraram por último saíram do nosso campo de visão e o homem de capacete se abaixou para prender nossas pernas. Márcia se encolheu na hora, com medo do toque dele. -Eu sou ladrão, dona, não vou tocar vocês. É só não reagir que rapidinho saímos daqui.

Márcia continuou tremendo calada, mas deixou-o amarrar nossas pernas juntas. Depois disso ele saiu do nosso campo de visão.

-Meu amor, olha pra mim. -Nenhuma resposta. -Ma, olha pra mim. -Nada ainda. -Márcia! -Eu disse de forma mais enérgica e consegui com que ela me olhasse. -Respira fundo. Você não tá respirando. -Ela finalmente respirou e pareceu voltar um pouco a si.

-Não vou deixar eles te machucarem, viu? -Foi a primeira frase dela. Eu queria rir, mas o momento não me deixava.

-Eles não vão tentar nada, meu amor. É só a gente ficar quietinha que eles logo saem daqui. Vamos pensar assim que é melhor.

-Sim, vamos pensar assim. -Ela disse sem muita convicção. Foi então que minha ficha caiu que estávamos correndo sérios riscos. Comecei a tremer e me escorei na Márcia para tentar me tranquilizar.

Estávamos ambas tremendo quando um movimento me chamou a atenção. Olhei para o lado e vi uma policial empunhando uma arma e mais dois policiais atrás dela também armados. Ela mexeu a boca perguntando quantos eram. Tentei responder que eram três, mas não conseguia abrir a boca. Ela então levantou um dedo e mexi a cabeça, dizendo que não. Dois dedos. Não outra vez. Três dedos. Fiz sinal afirmativo. Ela fez sinal de arma e afirmei novamente.

Eles entraram com cuidado até saírem do nosso campo de visão. Escutamos um estampido e um grito. Não tínhamos ideia do que estava acontecendo. Apenas nos encolhemos no sofá tentando proteger uma à outra até que chegou alguém perto de nós e eu dei um grito antes de ver que era a policial.

-Calma, tá tudo certo já. Pegamos eles. Vocês deram muita sorte. Estávamos fazendo a ronda aqui perto e um entregador nos parou, dizendo que havia visto três homens entrando numa casa onde ele deveria entregar um pedido. -Ela dizia isso enquanto cortava as abraçadeiras que nos prendiam. -Tá tudo bem. Tem alguém que eu possa ligar pra vocês?

-Meus pais. -Respondi sem nem pensar duas vezes.

-Tudo bem, me fala o telefone que eu ligo.

Passei o número para a policial e enquanto ela falava com eles ouvimos uma comoção na porta. Dois homens tentavam entrar na casa e um policial tentava impedir.

-Pode deixar eles entrarem. -Márcia disse.

-Meu bem, como você tá? O que aconteceu? -Um deles disse e já foi abraçando-a. Nessa hora a policial me passou o telefone.

-Sua mãe quer ouvir de você que está tudo bem.

-Oi, mãe. Eu tô bem. Só vem pra cá, tá?... Tá bom. Aqui. -Disse entregando o telefone de volta para a policial passar o endereço.

Márcia então me pegou de surpresa me abraçando.

-Você tá bem, ma petite? -Ela perguntou me olhando nos olhos.

-Acho que tô meio abalada, Ma. Mas no geral tô bem. E você?

-Nem sei ainda. Bom, não tinha sido assim que eu havia planejado que se conhecessem, né? Mas já que estão aqui. Mari, esses são o Daniel e o Miguel. Dani, Mi, essa é a Mari. -Eles me olharam um pouco desconfiados e olharam de volta para Márcia. Resolvi tomar a iniciativa para as coisas não ficarem mais estranhas do que já estavam.

-Oi, Miguel, oi, Daniel. Prazer. -Disse estendendo a mão para cumprimentá-los. Eles saíram do transe e apertaram minha mão. -Meninos, não precisam ficar assim, eu sou maior de idade, se é isso que estão pensando. -Eles riram sem graça.

-Meu Deus, gente, não é possível que vocês ficaram em dúvida se ela é maior de idade. Pelo amor de Deus, não sou pedófila. -Márcia ficou indignada com os amigos.

-Desculpa, Ma. É só que não esperávamos uma... uma...

-Pirralha? Menininha? Criança? Podem escolher o adjetivo. -Respondi desafiando-os a dizerem alguma coisa.

-Uma mulher tão jovem. -Completou Miguel, salvando o Daniel.

-Conversem com ela por dois minutos que vocês vão entender minha fascinação. -Márcia respondeu me abraçando de lado. Você ligou pros seus pais, ma petite? -Ela perguntou se virando para mim.

-A policial ligou. Eles estão vindo. 

-Acho que vamos descobrir a reação deles agora. -Ela disse um pouco nervosa.

-Meu Deus, eu não pensei nisso. Só queria eles por perto mesmo depois desse susto.

-Não se preocupa, Mari. Se quiser dizer que estávamos esperando a Ritinha eu mando uma mensagem pra ela e ela salva a gente.

-Não. Uma hora eu vou contar pra eles mesmo. Não vai fazer muita diferença agora ou depois.

-Certeza?

-Tenho sim, meu amor. -Respondi olhando nos seus olhos lhe passando toda a certeza que eu tinha.

-Tudo bem então. Só precisamos de uma coisa então.

-De quê? -Perguntei confusa.

-De um termo pra me apresentar a eles. Vai me apresentar como?

-Posso te apresentar como namorada? -Perguntei sorrindo igual a uma boba para ela.

-Mariana, você está me pedindo em namoro com um monte de policiais ao nosso redor, logo após sermos assaltadas à mão armada e minutos antes dos seus pais chegarem aqui?

-Tô sim. Senão vou ter que te apresentar como minha professora. -Brinquei com ela.

-Oi? -Dessa vez foi o Miguel.

-Eu aceito ser sua namorada. -Ela respondeu me dando um beijo mais comportado.

-Você tem algumas histórias para nos contar pelo visto. -Disse Miguel.

-Ô se tenho! -Respondeu Márcia rindo ainda me abraçando. -Mas só para adiantar, eu conheci ela antes de dar aulas pra ela, viu? Não precisa ficar preocupado com assédio. 

Miguel e Daniel pareceram respirar aliviados.

-Mariana? -Era a voz do meu pai.

-Oi, pai, oi, mãe. -Abracei os dois de uma vez e me pareceu que naquele momento pude desmoronar. Comecei a chorar convulsivamente. Todo o desespero de minutos atrás finalmente me pegando. Minha mãe me abraçou e nos sentou no sofá.

-O que aconteceu? A policial não quis entrar em detalhes. -Ele se dirigia à Márcia.

-Pedimos comida do restaurante e quando fui atender a campainha não era o entregador. -Ela continuou contando o que havia acontecido tanto para os meus pais quanto para a policial e seus amigos. Quando ela terminou a história eu já estava mais calma e pude contar o que eu tinha visto.

-Vi pelo sistema interno que não era o entregador, mas não deu tempo nem de avisar a Ma e nem de fazer nada e eles já estavam aqui dentro.

-Nossa, agora que me dei conta que nem nos apresentamos. Sou o Joaquim e essa é minha esposa, Sandra. -Antes que a Márcia pudesse dizer qualquer coisa eu me intrometi.

-Esse é o passarinho loiro, mãe, pai. A Márcia. Minha namorada. -Disse pegando sua mão. Meus pais ficaram em silêncio por um momento, até que Daniel nos salvou.

-Eu sou o Daniel e esse é o Miguel, meu esposo. -Disse estendendo a mão para meu pai e depois minha mãe.

-Vocês também estavam aqui? -Meu pai perguntou tentando entender o papel deles na história.

-Não. Somos amigos da Márcia. A entrega era do nosso restaurante. O entregador conhece a Márcia também e nos avisou assim que conseguiu falar com a polícia e viemos imediatamente para ver como ela estava.

Minha mão ainda estava na da Márcia. Podia perceber como ela suava e como minha mão estava fria até que minha mãe falou:

-Esse seu passarinho tá mais pra um avião, minha filha. -Era só para mim, mas todos se calaram na hora e ouviram o que minha mãe disse. Ela ficou vermelha na hora.

-Olha só, é um traço de família ficar vermelha. -Márcia disse brincando para mostrar que não ficou nem um pouco chateada com o comentário.

-É sim. Eu adorava deixar a Sandra envergonhada quando nos conhecemos só para ver o rosto dela corar. -Meu pai disse sorrindo para Márcia.

-Vocês estão de boa por eu namorar uma mulher? -Perguntei ainda sem ter certeza se eles tinham entendido.

-Claro, minha filha. Nós tínhamos certeza de que era uma mulher quando não quis falar muito sobre e ficou chamando de passarinho. Você sabe que não temos preconceito.

-Eu sei, mas fiquei com medo. 

-Minha filha, você não precisa ter medo de contar nada para nós. Nós nunca vamos te estranhar. Você é nossa filha independente da sua orientação sexual, da sua religião, das suas convicções. Se não fizer mal para ninguém e nem para você, nós te apoiamos.

-Quantos anos você tem, Márcia? -Meu pai perguntou na lata. 

-Pai, isso não importa.

-Se não importa, deixa ela falar.

-Tenho trinta, seu Joaquim. -Márcia respondeu sem titubear.

-Não é uma diferença muito grande. Você faz qual curso na faculdade?

-Oi? -Márcia engasgou-se na hora.

-Mariana nos disse que a pessoa que ela estava conhecendo era da faculdade. Deve ser sua segunda graduação, né?

-Ahn, na verdade...

-Ela é professora, pai. -Respondi antes que Márcia pudesse se enrolar sem saber se era para contar ou não.

-O que? -Nesse momento só restava a policial que havia entrado primeiro e nos desamarrado. Ela se levantou e foi saindo de fininho enquanto Miguel e Daniel faziam o mesmo, levando-a na porta.

-Calma, pai. -Eu disse me levantando e indo pro lado da Márcia. -Não foi assim que nos conhecemos. Ela é tia da Ritinha. Nos conhecemos na casa da Ritinha e só depois descobri que ela era professora na faculdade. Já estávamos envolvidas. -Uma pequena mentira para não piorar as coisas.

-Mas isso não está certo. Você é professora dela? -Minha mãe perguntou para Márcia.

-Por um acaso do destino sim. O professor que dava a disciplina que estou ministrando sofreu um acidente de carro e tive que assumir a turma dela. Quando descobrimos uma sobre a outra eu não seria sua professora.

-E como funciona isso na sala de aula?

-Como funcionava quando você era chefe da mamãe, pai? -Respondi lhe desafiando.

-Tá bom, entendi o recado.

Márcia me olhava com uma cara de quem não esperava tudo que eu havia dito. Os meninos estavam fora do campo de visão do meu pai e faziam gestos me incentivando. 

-Gente, vocês me perdoem, mas eu tô com fome. Já estava antes desses caras entrarem aqui. Agora imaginem como estou.

-Fica tranquila, Mari. Já pedimos pro Val trazer um pedido para seis. Vocês comem macarrão a bolonhesa? -Dani perguntou para os meus pais. 

-Comemos sim, Daniel, obrigada. -Minha mãe logo respondeu. 

Se alguém me contasse como minha noite terminaria eu ia chamar a pessoa de louca. Eu aceitaria até que dissessem que eu e a Márcia iríamos nos desentender novamente, mas nunca que iríamos terminar a noite com um jantar entre mim, Márcia, meus pais e os amigos dela. 

-Muito obrigada pelo jantar, meninos. Estava ótimo. Depois vou levar o Joaquim para um jantar romântico lá. -Minha mãe disse piscando para o meu pai. 

-Gente, eu estou aqui. -Respondi fingindo nojo. 

-Cria tipo, Mariana! -Meu pai respondeu, entrando na brincadeira. -Vamos, minha filha? Já está tarde. 

-Na verdade, seu Joaquim, eu gostaria que a Mari dormisse aqui, se ela quiser, claro. -Márcia disse envergonhada. 

-Gente, parece até que tá pedindo a mão da menina em casamento pro sogro. -Daniel brincou. Márcia então corou no mesmo tom que eu ficava quando me envergonhava. 

-Olha só, parece que não é só na nossa família que as mulheres ficam adoráveis coradas. -Meu pai disse em resposta. -Brincadeiras a parte, a Mariana é adulta, Márcia. Confiamos muito na educação que demos a ela e, principalmente, ao exemplo que sempre tentamos demonstrar. Pela carinha dela ela já se decidiu por ficar e nem que nós disséssemos que ela não iria ficar ela ficaria. Você tem uma namorada de personalidade forte e muito decidida. Não a subestime pela idade. 

-Eu já pude notar isso mesmo, seu Joaquim. E esse é um dos traços da personalidade dela que mais me chamaram atenção. Não vou negar que a beleza foi a primeira que notei, mas quando conversamos pela primeira vez pude notar o quão especial, madura, decidida e forte ela era apesar de aparentar uma inocência que nos faz querer cuidar dela. -Márcia disse tudo isso olhando para mim. 

-Márcia, isso não são os votos de casamento, meu amor. Assim você vai dificultar seu trabalho lá na frente. -Miguel brincou. 

-E você pelo visto não fica atrás dela, né? -Minha mãe disse para Márcia. -Vocês ainda vão ter boas discussões. Prevejo tempestades quando elas acontecerem. Só espero que tenham sabedoria em ceder uma para a outra as vezes para o bem da relação. 

-Obrigada, mãe, obrigada, pai. -Disse abraçando-os forte. 

-Pelo que, minha filha?

-Por confiarem na educação e exemplo que me deram. E por me permitir viver minha vida. 

-Por nada, princesa. Dê notícias, viu? Até mais, Márcia, meninos. 

-Também estamos de saída. -Disse Miguel se despedindo de nós, seguido de Daniel.

-Ma, vamos dormir? Eu tô morta.

-Eu ia sugerir a mesma coisa, ma petite.

Em menos de meia hora estávamos as duas deitadas e quase dormindo abraçadinhas.

Fim do capítulo


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Comentários para 35 - Capitulo 35 - Ela é professora:
Lea
Lea

Em: 22/09/2023

Uma noite conturbada,mas que,no final tudo acabou bem.

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