Capitulo 14 - Marcela
Marcela
Cheguei bem atrasada na festa da sogrinha. Dei a desculpa de que tinha muito trabalho e ficou tudo bem. Marcos, como sempre, me exibindo como um troféu para sua família enquanto eu apenas cumprimentava, sorria e balançava a cabeça, como um perfeito robô. Mas, sempre que eu me distraia, Sophia vinha em minha mente. Eu a feri com minhas palavras e tive vontade de correr atrás dela dizendo que...que...eu estava completamente apaixonada por ela. Mas não consegui. Ela me proporcionou momentos maravilhosos e eu só consegui ser estúpida com ela...mas era melhor que fosse assim. Agora só faltava convencer meu corpo e...meu coração de que o caso com Sophia teve fim.
As horas se passavam naquele lugar entediante e minha preocupação aumentava. Eu não deveria me importar com o estado de Sophia ou o que ela estaria fazendo, mas o jeito tão...perturbado com que ela saiu de casa me deixava aflita. Pedi licença para ir ao banheiro e tentei ligar para ela: não consegui, o celular estava desligado. Droga!Por que ela tinha que ser tão teimosa?
Então, só me restou, ao final da festa, dormir com o Marcos. Fizemos sex*, ou melhor, ele fez, porque eu parecia uma estátua. Sinto muito por ele, era um cara legal e carinhoso, mas, depois do prazer que senti com Sophia, nosso contato íntimo passou a ser até doloroso. Além disso, me sentia culpada por tê-lo traído.
A segunda chegou lentamente. Passei o final de semana com Marcos, pensando em Sophia. Que ótimo Marcela, você não consegue ser sincera com ninguém, porque tem...medo? Minha vida pessoal nunca exigiu tantas preocupações, tantos riscos. Sempre fui regrada, namorei poucos caras e todos eram pessoas bacanas e bem-sucedidas. Sinto que muitas vezes os alunos e alunas acabam me jogando um charme, mas sempre os vi com muito respeito e nunca tive nenhum caso com algum deles, pela ética e também por falta de interesse. Então, de repente, certa menina me fez quebrar todas as regras... e tudo o que eu pensava ao meu respeito se desfez. Eu gostava de mulheres? Eu era uma pervertida? O que eu iria fazer tendo que conviver um semestre inteiro com Sophia? Em meio a essas dúvidas angustiantes, me dirigi à sala de aula.
Estava lotada e eu tentei manter as aparências, procurando discretamente por um cabelo loiro ou um sorriso travesso, sem sucesso. Vi então que Ana estava sozinha, confirmando minhas suspeitas: ela havia faltado. Claro! Como poderíamos nos encarar depois de tudo aquilo? Será que ao menos ela veio à faculdade hoje? Não poderia se prejudicar por minha causa...
Assim que terminei a aula, criei coragem e fui procurá-la, pedir para que tudo tentasse voltar à normalidade...Fui à biblioteca, aos jardins, aos refeitórios e nada. Já ia me conformar, quando me lembrei daquele lugar, o lugar do nosso beijo. Encontrei com dificuldade a escada que dava acesso ao terraço e, quando cheguei, vi uma cena encantadora: Sophia estava sentada em um banco, de costas para mim, tomando um café distraidamente. Pensei em me aproximar, mas pude então perceber que ela ouvia música. Não iria interromper e causar mais problemas.
Então, tive a ideia de escrever um bilhete a ela e deixar em um dos banquinhos. Quem sabe, assim, ela se sentisse melhor e compreendesse que nossa situação era impossível. Depositei o bilhete com cuidado e, contrariando meu coração, fui embora.
Fim do capítulo
Próximo capítulo em 02/09!
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Marta Andrade dos Santos
Em: 27/08/2023
Eita, mulher convarde custa se entregar ao lado bom da vida. Sofia mantenha firme no gelo seja um iceberg.

GMS
Em: 27/08/2023
Autora da história
Hahahah será que a Sophia vai conseguir?
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NovaAqui
Em: 27/08/2023
Aiai ela é medrosa kkkk
Pelo menos deixou um bilhete! Tomara que não tenha escrito alguma coisa ruim
Melhor logo acabar esse namoro kkkkk vai ficar transando com esse cueca mesmo?
Até o próximo

GMS
Em: 27/08/2023
Autora da história
O que será que ela escreveu, né?
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