• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Fronteiras
  • Capitulo 51 Uma trilha de migalhas

Info

Membros ativos: 9502
Membros inativos: 1631
Histórias: 1948
Capítulos: 20,235
Palavras: 51,302,523
Autores: 775
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: jazzjess

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (849)
  • Contos (476)
  • Poemas (232)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (183)
  • Degustações (30)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • RECOMEÇAR
    RECOMEÇAR
    Por EriOli
  • Horrores, delirios e delicias
    Horrores, delirios e delicias
    Por caribu

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Nórdicos
    Nórdicos
    Por Natalia S Silva
  • Por caminhos inesperados...
    Por caminhos inesperados...
    Por brinamiranda

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (849)
  • Contos (476)
  • Poemas (232)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (183)
  • Degustações (30)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Fronteiras por millah

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 8792
Acessos: 381   |  Postado em: 09/08/2023

Capitulo 51 Uma trilha de migalhas

Me acordei bem mais quente do que pensei que ficaria dormindo naquela velha caminhonete e tudo se resumia a Marga.Marga esqueceu do seu lado da nossa cama improvisada e invadiu meu espaço. Olhei para ela em minhas costas e seu sono ainda me parecia profundo e depois de tudo que passamos ela bem que precisava de um bom descanso.

Já era de manha e Marga foi esperta estacionando o carro bem embaixo dessa arvore onde a sombra nos protegia do sol e nos entregava o maravilhoso ventinho de bom dia, porem ver ela dormindo tão próxima a mim fez meu sono desaparecer em segundos. Ela dormindo ainda mantinha a pose em alerta e ate achei graça ao pensar isso. A poderosa Marga dormindo não me amedrontava na verdade me fascinava.seus olhos fechados, as mechas finas e lisas da sua franja totalmente bagunçadas em seu rosto não a incomodavam mas a deixavam estranhamente engraçada pra mim porque ate dormindo ela se mantinha séria apesar de estar ali em sua forma mais cansada. E tinha também sua boca de lábios rosados e tão inertes. Ela era linda em cada detalhe, cada linha em seu rosto me deixavam com vontade de toca-la ainda mais tão perto de mim.

Um pigarreado rouco me fez sentar veloz e não imaginei que Marga estaria tão presa a sensação de me proteger que dormira agarrada na minha camisa e sentir que ela me segurava só mostrou que seu sono não era tão pesado quanto pensei.ela abriu os olhos nada feliz por ter acordado.

Era o Arthur e Marga e eu nos olhamos e nunca vi uma mulher se separar tão rápido de mim como ela fez. Ela suspirou arrumando o cabelo ao se sentar e fiz o mesmo vendo Arthur nos esperar para falar.

--pensei que tinham partido mas vejo que a noite foi interessante.--disse ele cheio de insinuações.fiquei caladinha e Marga o encarou soltando um longo suspiro com a cara cansada. ele não parecia ser um homem tão liberal mas não se envergonhou em se manter na nossa frente.

--pois é, imaginação faz milagres.--respondeu ela no mesmo tom.

--não vai precisar de mais nada Arthur?--criei coragem e perguntei,cruzando os olhares fixos dos dois.

--não,posso resolver o resto sozinho.tem os animais para cuidar e estamos bem protegidos com as cercas da fazenda. Sem contar que ela é bem afastada da estrada, não teremos problemas tão cedo..e esse machucado logo vai sarar.

--que bom né.agora se nos da licença..—Marga desceu da caminhonete e puxou o zíper de seu casaco e Arthur não esperou um segundo com a gente. Seguiu para o celeiro e Marga adorou sua partida.

--se pegarmos a estrada agora teremos um bom tempo de estrada e chance de encontrar um lugar bom para passar a noite.--disse ela virando a mim.

--legal.

Arrumamos o carro com nossas mochilas, alguns lanches da senhora e como Marga e Arthur dividiram as bolsas de armas sobrou para nós duas pistolas, uma escopeta e um rifle e para o velho uma pistola e duas escopetas. A disputa pelas caixas de balas se comparou a uma divisão de bens onde nenhum dos dois queria ceder mais do que deveria. Eu não julguei,só deus sabia o que enfrentaríamos.

--quer deixar a Marga levar um pouco mais Arthur?elas vão precisar.—a senhora reclamou e Arthur soltou a caixa de balas quase obrigado pelo pedido.

--a gente também vai precisar sabia?

--do jeito que a Mari ta doida pra chegar a essa reserva, sei que não iremos parar ate chegar. Serão necessárias.

--e se não acharem nada? O que vão fazer?—pergunta do Arthur fez Marga me lançar aquela olhada desconfiada e não escondi meu receio disso também.

--a gente se vira.—respondi e Marga caminhou para dentro do carro.

--espero que consigam.—a senhora me abraçou e por um momento tanta coisa voltou a mim, minha mãe..

Me separei dela e apertei a mão do Arthur com ele e seu jeito rígido de me dar boa sorte. Entrei no carro e Marga ligou o carro.

--poe o cinto.—pediu ela e o coloquei.—olha a gente vai enfrentar muita coisa na estrada e é importante que me escute sempre.

--ou o quê?vou levar um tiro?

--(rs) bem isso mas não de mim..nem posso prometer que não mas faça de tudo para não chegar no meu limite.

--cuidem-se!sério marga,cuide dela.--a senhora se aproximou da janela da marga a qual dirigia e seu olhar me tocou em cheio.

--vou tentar.

Marga dirigiu para fora da fazenda e a estrada voltou a ser nossa prioridade. Apesar da bela vista da manha eu ainda tinha sono então me agarrei a mochila no meu colo e cochilei.

******

De repente um solavanco me acordou.olhei pela janela,procurando o espelho e vi o corpo na pista.olhei para Marga e ela nem ao menos ligava.tínhamos acabado de passar por cima de um corpo e ela fingiu que não.

--o que?queria que eu desviasse?--perguntou ela e eu pensei que isto era óbvio.

--poderia?

--sério?depois de três horas de sono você me vem com essa?

--só acho que não cabe mais isso em nós.

--é mesmo?explique-me.

--foi tão maneiro a gente se abrindo ontem uma pra outra,ser insuportável agora fica fora do padrão. A gente é melhor do que isso não é?--sorri a ela mas Marga preferiu fingir que não se importava,como sempre.

--eu vou atropelar qualquer zumbi que aparecer e pronto e acabou.--respondeu ela me encarando como uma birrenta que era.

--esse é o problema.você faz questão de me irritar! A propósito,deveríamos criar um código.

--código?

--para situações de emergência. Quando entrarmos em um espaço e encontrarmos mais de três contaminados, dependendo do local e necessidade caímos fora.

--o mesmo com gente.

--não.

--por que não? É o mesmo perigo.

--ainda tem gente que assim como nós só ta tentando sobreviver. A gente pode ter a capacidade de decidir a vida delas mesmo que por um centésimo de segundo. E foi sorte o que aconteceu com a gente. Arthur e a senhora nos receberam mas o que custou a eles? Com pessoas não podemos vacilar.sejam boas ou más se acharmos um grupo maior que três não nos aproximamos ate ter certeza de quem são.

--por que três?o que tem de especial nesse numero?

--levo como uma estatística de vida. se tem três tem mais que isso e não é difícil de achar ou tipo,a possibilidade de dar merd* é bem maior. Como por exemplo,achar três mangas em uma mangueira,você errar um tiro três vezes.

--(rs) to vendo que vou me divertir bastante nessa viagem. Você tem cada uma. Sabe quando vou errar um tiro?

--você adora se sentir superpoderosa não é?tenho certeza que também tem uma regra de vida como essa.

--tenho,não erra a porr* do tiro.

Era impossível conversar sem respirar bem fundo quando ela entrava nessa neura de estar sempre na defensiva.me calei e mesmo que o silencio no carro fosse bem interessante uma vontade me invadiu.eu estava apertada e ficar sentada ali começava a ser bem desconfortável.

--eu preciso fazer xixi.--falei rápida e ela me encarou digamos que quase puta.

--(rs) mal saímos da fazenda!!por que não fez lá?

--você me apressou para partir como eu poderia lembrar disso?!

--arrggr!! só tem três horas que saímos. Não poderia segurar ate encontrarmos um lugar para ficar?

--nem fudendo!—peguei o mapa da região que Arthur nos deu e avistei a próxima cidade daquela estrada.—você vai parar na próxima cidade daqui uns quatro quilômetros.--falei desesperada apontando para o mapa para ela ver também mas seu sorrisinho sem vergonha apareceu para me atormentar.

--agora vai me dar ordens também?assim não chegaremos nunca.--respondeu ela fingindo não se importar.

--pensa na sua vez.quando quiser fazer xixi ou melhor o numero dois. Eu vou adorar parar no canteiro da estrada e arrumar o matinho para você.--falei e ela controlou-se com aquele sorrisinho.

--(rs) ainda bem que apenas eu dirijo por aqui.por que eu odiaria ficar no canteiro da estrada de calças arriadas vendo meu carrinho indo embora.

--não me faz implorar!—falei sentindo que meu esforço apertando as pernas uma na outra não adiantaria por muito tempo mas para Marga parecia que me ver naquela posição tão necessitada dela era algo a se admirar porque ela me olhava e sorria satisfeita.—o que foi??

--(rs) não vou negar,essa cara que você faz só me faz querer que você implore.

--como você é horrível!!!!--reclamei sentindo que ela tomou gosto de dizer aquelas palavras.

Me calei e respirei fundo. Ela fazia isso porque adorava me irritar mas esperei bem controlada ate avistar a próxima cidade e não demorou muito.minhas pernas já estavam travadas e o silencio de marga era apenas um suspense para o que eu queria. Eu queria que ela parasse e de imediato e vendo que não havia de primeira vista nenhum contaminado minha vontade só aumentava. Era uma cidade pequena de beira de estrada,nada me impedia de seguir ao primeiro banheiro e colocar tudo para fora. Era uma visão tentadora e a vontade de pular daquele carro só me perturbava. Eu a olhei e ela tomou o mapa da minha mão.

--olha que bom,estamos perto de outra cidade.--disse ela com um grande sorriso no rosto.

--pra porr* Marga,eu quero descer aqui!

Marga entrou em uma das ruas e era como uma volta no interior de qualquer cidadezinha. As arvores altas,as casas baixas e bem simples.tudo parecia intocável mas também sinistramente vazio.era como se todo mundo tivesse ido embora na primeira chance.

--vamos parar e você vai mijar e só isso.ok?--ditou a ditadora.

--tem mais alguma coisa aqui para se fazer?

Ela bufou e mais alguns metros vimos um posto de gasolina e sua lojinha de conveniência.ali se concentrava uma certa bagunça da loja saqueada e alguns carros deixados para trás mas Marga resolveu parar na rua atrás deste posto, e claro, antes que eu pudesse soltar meu cinto ela me parou e observou bem a rua em que estávamos.

--o que foi?

--temos que nos certificar que estamos sozinhas.

Parei por um minuto e tudo que eu ouvia era o som do silencio e da floresta ao redor daquela pequena cidade.

--não tem ninguém.—soltei o cinto e deixei o carro.Marga fez o mesmo me seguindo mas com seu radar para problemas bem ligado.

Caminhamos ate o posto e na bagunça da loja achamos a chave do banheiro no lugar de sempre,dentro da gaveta do balcão.

--eu volto rapidinho.--falei apressada.

--eu vou com você.

--pensei que só eu queria usar o banheiro.

--ah você não sabia?eu amo ver as pessoas mijarem.

--por que você é sempre assim?

--é um banheiro bem grande.

--sei que posso cuidar de mim sozinha lá dentro.

--beleza.vou dar uma volta por ai,grite se precisar de papel ou algum contaminado morder sua bunda.

--ha ha tão engraçada.

Marga tomou outro rumo para explorar,e me apressei para entrar no banheiro. A luz do sol invadia uma janela alta e iluminava um pouco o interior mas não me liguei para isso, invadi o primeiro box e desci meu jeans. Foi um alivio porem com aquele silencio depois que terminei só comecei a pensar besteira. Marga não me deixaria aqui..

Afastei meus péssimos pensamentos e me virei pegando o papel. Isso era uma ironia,pois para quem estava cogitando limpar tudo com folha de mato de estrada nessa eu tinha me safado. Me arrumei porem um barulho em outro box me alertou.uma batida fraca.tentei identificar mas o silencio quando retornou foi avassalador e eu não ia esperar o pior por ali. Por isso,abri a porta do box e caminhei para sair mas tudo que fiz foi cair ao piso.

Olhei para minha perna e lá estava,com unhas sujas e dedos manchados de sangue a mão do contaminado apodrecido arranhava meu jeans descendo ate meu tênis. Senti bem o quão forte ele segurou meu tornozelo e já o puxava para morder.tive que ser rápida para me puxar de volta.

Me apoiei ao piso e fiz força para faze-lo soltar porem ele tinha força e me puxou de uma vez para dentro do box dele.minha perna estava exposta e me apressei para chuta-lo com a outra e acertei.ele me soltou e fui rápida para me levantar.

como ele gritava e como fedia.seu corpo não podia atravessar totalmente então ele apenas se contorcia se chocando por dentro do outro box tentando passar por baixo.eles não eram inteligentes e graças a deus por isso mas de tantas tentativas ele logo entendeu como tudo funcionava.ele passou por baixo do seu box e veio veloz na minha direção. Outra ironia que percebi foi que eu não estava armada então tudo que me restava era correr.

Segui em direção a saída do banheiro e apenas vi aquele corpo se chocando em tudo que podia para ajuda-lo a me pegar.era um saco de sangue sem coordenação alguma onde tudo que tocava deixava sua marca.fui rápida abrindo a porta deixando o banheiro correndo mas e agora?seu grunhido ecoou alto atrás de mim voraz.

--Marga!!!—gritei e o tiro que ouvi foi alto de tão perto.

Me virei vendo ele cair e Marga aparecer bem próximo de mim.

--viu só como era um banheiro bem grande? –disse ela sorrindo a mim ignorando minha cara apavorada.eu estava quase sem ar.

--ele apareceu do nada.falei quase fora de mim, pasma e agradecida.

--espero que não tenha feito o que foi fazer nas calças.(rs)

--porr*..—peguei minha bombinha mas aquela porcaria estava acabando e mal conseguia soltar um bom jato de ar.

Marga olhou para mim e suspirou pesado.

--anda, vamos procurar uma farmácia por aqui.consegue segurar?

--da pra aguentar.

--eu deveria ter entrado..

--a culpa não é só sua, eu esqueci minha arma.—assim que falei Marga tomou minha frente e tive que parar meus passos de imediato.

--onde deixou sua arma?--perguntou ela com toda sua seriedade a minha frente que me senti prestes a levar um esporro.movi meu olhar para longe do analitico olhar dela e cruzei os braços.

--no carro.--respondi baixinho.eu sei que estava errada.olhei para ela e a vi balançar a cabeça e de certa me chamando de burra na cabeça dela.--eu estava apertada!--tentei me defender.

Ela retirou o coldre afivelado da sua perna e se abaixou colocando na minha. O peso da arma guardada ali realmente não me faria esquecer dela e com Marga apertando bem a fivela na minha coxa e me encarando tive que focar na minha segurança.

--ta apertado.--falei.

--que bom.você não vai tirar dai.--Marga se ergueu e seguiu a minha frente caminhando pela rua vazia e a segui.

Tudo estava uma perfeita desordem. Carros abandonados, lixo para todo lado. As casas estavam com portas quebradas e janelas que um dia tentaram proteger famílias e que agora estavam manchadas de sangue.as lojas saqueadas era nosso alvo mas principalmente a farmácia. O barulho dos pássaros ao longe nas arvores parecia inalterado. Eles viviam suas vidas como sempre viveram despreocupados do nosso apocalipse de contaminados. Deveria ser uma gloria não saber de nada.

Depois de duas quadras,o que já era praticamente o centro daquela simples cidadezinha encontramos uma farmácia ou o que sobrou dela.suas vidraças estavam quebradas e o resto de mercadorias roubadas espalhadas pela frente da loja já me davam um exemplo do que estaria o seu interior.

--quanto ainda tem? Sua bombinha?

--pouco.

Ela entrou na frente e o silencio no interior da loja não me espantou mas já me deixou apreensiva. O dia iluminava o salão e as prateleiras vazias.o que tinha sobrado estava no chão. Marga quis checar mais o salão e fui no balcão principal onde dois corpos caídos tinham sido devorados.eram dois atendentes e pelo cheiro podre estavam ali desde a explosão de contaminados na cidade. Entrei cautelosa tentando pular por cima deles e só me senti confiante depois de ver os tiros em ambas as cabeças. Eles não voltariam.

--contei uns cinco aqui. Funcionários e clientes. Quem que tenha sido..veio aqui porque realmente precisava. Todos já estavam transformados.

--eu vi.deve ter sido uma merd* tentar achar algo aqui com tudo já bagunçado.

--é como estar na black Friday do apocalipse.tenho certeza que deve haver algum por ai.—ela me deu uma esperança e comecei a procurar.

Era uma cidade pequena e a possibilidade de ter mais gente ali com o mesmo problema que o meu eram minúsculas.um porcento seriam as chances. Contudo era uma obrigação de toda farmácia possuir os inibidores.

Mantive a calma e continuei minha procura. Marga por outro lado abasteceu uma caixa de antibióticos, protetores solares, garrafas de agua e alguns kits médicos.

--vejo que aprendeu bem comigo.--falei e não escondi a felicidade vendo marga cuidando de algo tão importante.

--é, muitas idas ao posto com você me deixaram paranoica. E vamos precisar na estrada. O caminho é longo e quero estar prevenida. Ainda mais com você do meu lado.

--acha que não aguento?—parei de procurar minha bombinha e me virei a ela somente para alcançar ver aquele sorrisinho debochado.

--não, acho que podemos achar tudo e ao mesmo tempo nada. A reserva ainda que seja um local que você e a doida da Milena juram que existe, pra mim é apenas uma ultima opção.

--só ta vindo comigo porque perdeu tudo. Essa eu já sei Marga.—voltei a revirar a prateleira bagunçada mas Marga se aproximou do balcão.

--(rs) pois é,ir para o fim do mundo no meio dessa merd* não estava mesmo nos planos de viagem. Só você para escolher essa aventura maluca.—ela pulou e sentou no balcão e era óbvio que íamos brigar.

--preferia ficar e catar os pedaços do morro?ou os pedaços de todos que conhecemos?

--eu só preferia ter lutado ate o fim!

--e fizemos isso!

--não,sua mãe e Lina fizeram.

--você queria morrer como uma capitã, sendo a ultima a deixar o morro. E isso é muito honroso mais isso não funciona pra gente Marga.

--e acha justo isto? Eu viver e elas não? Eu sou a pior coisa que aquele morro criou Mari.—disse ela quando finalmente achei duas caixas das bombinhas de asma.foi um alivio tanto para minha preocupação como para o fim daquela conversa.

--não, não é!—retornei a ela e como aquilo me enchia de agonia. Ela pensava a mesma coisa que todos pensavam dela. O mesmo pensamento desnecessário que eu pensava antes de conhecer ela. Depois de tudo que vivemos Marga foi mais que necessária mas acho que quando se tratava de nos denominar o peso sempre era o maior.

--(rs) elas mudaram...eu não Mari.

--é isso que acha?(rs)eu penso diferente.—coloquei minhas bombinhas dentro da caixa de marga e deixei o balcão sob o olhar atento dela e me dirigi ate ao freezer onde por incrível que parecesse ainda tinha sorvete no fundo.—eu fugi de contaminados com você em um roubo ao banco,fiz autopsia em contaminados com você no posto, ajudamos a Alice a resgatar a mãe dela,sem contar todo o resto dos dias caóticos que tivemos ate agora.(rs) sério que depois de tudo isso você acha que não mudou? Devo ter mudado umas setenta vezes.(rs)..pensar no que foi deixado para trás só me lembra todos que perdemos. O morro da prata sempre vai estar lá mas e eles?serão corpos queimados ou boas lembranças?

Marga com aquela pergunta me pareceu mais pensativa do que nunca.era óbvio que ela tinha mudado ela só não admitiria.

--tem sorvete?

Abri a tampa do sorvete e ele estava mais para sopa de morango quente. Era previsível, lembrando que toda rede elétrica tinha sido destruída nos poucos dias depois do surto agora tudo que tínhamos era isso.suspirei mas Marga por outro lado tomou um bom gole e me contentei em fazer o mesmo. Ainda era gostoso pelo menos.

--se liga,eu achei umas garrafas de água aqui.--disse ela tentando me animar.--vamos,quero vasculhar a loja de materiais.talvez tenha um fogareiro esquecido por lá e mais algumas ferramentas.

Saímos da farmácia com marga carregando sua caixa de medicamentos,água e algumas barras de cereais.se dependesse disso morreríamos de fome logo.
--a cidade ficou uma zona.só ficou restos para trás.--comentei desviando meus passos da bagunça na rua.

--tem poucos carros.todo mundo vazou fácil daqui.imagina,toda essa galera que se conhecia,vivendo a vida de sorrisos e bom dia e de uma hora pra outra,a senhorinha tá comendo a cara do vizinho,a criançada agarradas nas pernas,as mulheres devorando seus maridos.deve ter sido uma delícia,eu não esperaria o banquete acabar.--Marga disse tudo isto com um largo sorriso maníaco no rosto.ela adorava o ácido, fúnebre, sarcástico tom de sua voz.

--esse seu humor..não sei se vou aguentar.

--você acostuma.

Passamos a rua e avistamos a loja de materiais ou o que sobrou dela.as prateleiras estavam vazias.todo estoque de madeiras e ferramentas tinha se esgotado.marga apressou-se colocando a caixa de mantimentos no balcão e procurou seu fogareiro.

--pega o necessário.--mandou Marga já tomando a frente.

--tipo o que?

--algumas ferramentas para o carro,corda se tiver,tipo,bem forte.

--espero que seja para qualquer outra atividade que não envolva reféns ou experimentos malucos com contaminados.

--(rs) é sempre bom se prevenir.

Vasculhei mais a fundo na loja e achei uma parte sobre camping.isso só me lembrava minha infância. Minha mãe não tinha dinheiro para essas coisas mas um belo dia ela me levou para uma limpeza noturna na casa de uma madame.a casa era um luxo e no quintal ao fundo da casa eu me deparei com uma dessas barracas do jeitinho que eu sempre queria.o filho da patroa odiava mosquitos e tinha medo do escuro mas eu e minha mãe fizemos uma farra depois da sua limpeza.ficamos lá dentro com uma lanterna fingindo acampar,contando historias e mais uma vez meu sorriso se abriu satisfeito pelas lembranças que ela me deixou.

--o que achou ai dentro?--perguntou Marga me tirando daquela memória.

--(rs) acho que tinha razão. esse lugar vai salvar nossos dias.

tinha de barracas a sacos de dormir. Uma prateleira inteira com luminárias a pilha,lanternas e garrafas térmicas,tudo que um bom camping teria que ter para acampar.
Marga veio a mim curiosa mas assim que viu abriu um belo sorriso.
Pegamos tudo que precisaríamos para seguir mas com isso as horas se passaram mais rápido que percebemos.o carro estava abastecido e bem preparado porém o frio do fim do dia já batia na pele.
--logo vai anoitecer.seria bom procurar um lugar para dormir.

--podemos ver umas das casas.

--é uma boa. Aqui sendo no meio do nada deve fazer muito frio.

Pegamos o carro e demos uma volta na cidade.as poucas quadras se resumiram ao mesmo que já sabíamos mas marga escolheu uma no fim da curva da rua e estacionou o carro no quintal desta.assim o carro ficou escondido e longe dos olhos de qualquer um de passagem como nós.

--presta atenção,vamos entrar com cautela e se você ver algum contaminado tente não correr e atirar bem na testa dele.--lembrou ela como se eu não soubesse.

--aquele me pegou desprevenida.

--essas sempre são as últimas palavras dos idiotas sabia?

--você também já tá se achando.só quero ver quando chegar sua vez.

--(rs) vai demorar.então sugiro que espere sentada.--ela tirou o cinto mas enquanto sorria pra mim,se vangloriando como sempre nem percebera o contaminado vindo correndo em direção a porta dela.
A segurei antes que abrisse a porta e bastou o impacto dele contra a porta para que ela o notasse.
--é inacreditável..--disse ela toda brava abrindo a porta e já atirando contra ele.
Assim que deixei o carro vi apenas marga arrastando o corpo para longe de volta a mata.
Esperei ela voltar alguns minutos depois com a mesma cara embirrada.

--não fala nada.--avisou ela passando por mim e tentei não rir dela.

A casa estava vazia.quem quer que seja que morava ali levou tudo,nem prateleiras sobraram.dos dois quartos vazios e a cozinha tendo apenas a bancada de mármore para separar da sala escolhi deixar nossas coisas ali mesmo.
Marga depois de verificar as janelas e portas finalmente largou a arma e me ajudou a montar tudo.liguei a lamparina elétrica com algumas pilhas que recolhi e a luz fraca iluminou a sala.
Marga depois de abrir dois sacos de dormir buscou algo no quarto e veio veloz com um grande plástico preto onde ela cobriu a janela que tinha vista da rua.

--assim ninguém vai nos ver.

--quem ia nos ver por aqui marga?

--ah sei lá..talvez os amiguinhos dos caras que matamos?estamos andando por aí com um carro da polícia.

--a gente troca.--marga me olhou de uma forma que facilmente eu diria que ela me mataria.--já deveríamos ter feito isso.

--é um carro rápido e tem gasolina suficiente para chegarmos a reserva ou perto dela facilmente e se você tá achando que vou tirar toda essa porr* ch*pando uma mangueira..

--ok!!!!então deixa como tá!você mata todos eles quando aparecerem.--falei e ela nada mais disse praticamente concordando que isto era mais fácil pra ela do que todo resto.
Depois de pegar a caixa de suprimentos escolhi meu cantinho com meu saco de dormir e me sentei.
Tínhamos água e barras de cereal para o jantar e isso sentindo fome era desanimador.

--deveríamos ter olhado algum mercadinho.

--eu olhei.--disse ela sentando na minha frente sobre seu saco de dormir.--e não tinha nada além de restos com baratas e ratos pelo piso.você queria comer isso?e eu avisei pra você que seria uma droga sair por aí sem nada.

Peguei uma das barras e abri e comi.marga fez o mesmo mas não escondeu a cara insatisfeita.realmente os dias seriam um saco se fossem terminados assim. Ela não ficou um segundo mais sentada ali e seguiu para outro cômodo.marga era impaciente e minha única preocupação era que ela cansasse de mim mas ela me tirou desse pensamento quando voltou mais animada.

--tem água no banheiro.--ela pegou da mochila uma toalha e não nego que me levantei na hora para segui-la.

--como é possível?--perguntei animada da mesma forma.

--essas cidadezinhas tem reservas.deve ser o tanque que vi próximo ao posto de gasolina no alto da torre. (Rs) pelo menos um banho digno vamos tomar.

Marga tirou toda a roupa e correu para baixo do chuveiro.a água saiu forte e ela quase se arrependeu de ter sido tão afobada ao sentir a água cair pelo visto fria sobre ela.seu grunhido saiu raivoso de sua boca mas ela não deixou sua posição abaixo da agua.

--você vai acabar se resfriando assim.--avisei.

--besteira.anda logo.

--eu espero você terminar.--virei caminhando deixando o banheiro mas marga me agarrou pela cintura e me puxou de volta e isso até me assustou me pegando de surpresa.senti todo seu corpo molhado atrás de mim.

--o que tá fazendo?

--eu sei que está preocupada...mas a gente vai ficar bem.a gente tem nossas faíscas e eu te cobro bastante mas é só isso.eu prometi ficar contigo e vou ficar.--sua voz se tornou tão branda e suave que tive que olhar para ela e vi que ela mais que tinha percebido meu mau estar.ela se preocupava comigo e sorri diante disto.

--você tá me molhando inteira marga.(rs)

--que bom saber disso.--ela me soltou e não tinha jeito.ela sorria sem jeito e desconcertada pelas palavras de apoio e esperou pela minha resposta.respirei fundo e tirei minhas roupas e marga me deu um pouco de privacidade dando as costas.

--se quiser eu posso sair..

--depois de tudo isso?você já viu tudo meu.

--nem tudo..--peguei ela me olhando de canto de olho e o disfarce dela foi de imediato.ela voltou ao chuveiro para lavar o cabelo e com ela dando espaço pude me refrescar.como nossa ida a farmácia tinha gerado bons achados marga tinha encontrado um kit de shampoo e sabonetes então a meta era bem simples,ficar limpa e longe do cheiro dos contaminados.

--Mari.

--oi

--a gente esqueceu só uma coisa.

--o que?

--só tem uma toalha.

--como é?--quando dei por mim marga já se encontrava com ela enrolada ao seu corpo.

--espera marga..como eu...eu pensei que tinha duas toalhas.

--pois é sua amiguinha só lembrou de uma.agradeça a velhice dela.

--mas eu me lembro dela colocando a minha toalha na mochila.--e a resposta daquilo era óbvia. Marga sorriu assim que viu que percebi toda sua esperteza.--ah ok. Minha toalha.pode usar.

--só me lembre de pegar uma pra mim quando passarmos na próxima cidade.

--poderia catar uma agora!pra mim, o que acha?

--por que?a vista está tão boa.

--você é uma idiota sabia?!adora me torturar e dessa forma tá me fazendo repensar suas palavras.

Marga riu alto, tanto que se esqueceu dos contaminados que poderiam estar por aí vagando mas ela se desenrolou da toalha e me jogou ela.
não estava de completo molhada e marga caminhou nua de volta a sala esfregando a cabeça molhada para amenizar os fios molhados.
Depois de me vestir novamente,uma simples combinação de calça pijama e um moletom básico voltei a sala onde marga mais uma vez conferia as portas e janelas.ela diferente de mim vestia a mesma roupa e calçava suas botas como se a qualquer momento fôssemos correr dali.a arma parecia até parte dela e estava ali em sua mão.

--não vai dormir?--perguntei ao me sentar no meu cantinho.

--alguém tem que ficar de olho.

--podemos revezar.

--(rs) aposto minha barrinha de cereal do café da manhã que você não aguenta.

--apostado!

--daqui duas horas eu te chamo.

Me deitei para dormir e marga ficou a espiar por entre o plástico preto e a vidraça da janela e com aquela fraca luz da lamparina eu adormeci vendo ela permanecer ali resistente em seu turno de vigia.
E quem me dera se meus sonhos fossem capazes de tirar de mim o pesadelo que foi esses duros dias.
eu só queria sonhar com minha mãe mais uma vez,ter ela perto de mim e sentir toda sua proteção.aquele aperto gostoso que meu corpo registrou,seu beijo na minha cabeça,a sua voz me dizendo que tudo ficaria bem mas tudo que vinha a mim era as grades que nos separaram,o fogo que nos perseguia e as cinzas que cobriam a mim e a marga.tudo fedia a sangue e os contaminados que nos viam como gloriosos banquetes nos cercavam na rua.

--Mari.--a voz da marga veio a mim como um susto mas no momento certo de alivio.

Eu olhei para ela e era minha vez de vigiar.
Me ergui sonolenta e segui até a janela.

--a cada meia hora você dá uma volta na casa.

--ok..

--(rs) força,esse ainda é o primeiro turno.--ela me avisou enquanto deitava com um sorriso duvidoso no rosto. Eu ia mostrar pra ela que eu conseguia e assim foi.

meu turno se resumiu a ver a rua escura e vazia onde apenas o movimento das árvores era a única coisa que se mexia lá fora e a cada meia hora eu conferia as portas da casa. Marga nem percebera o tempo passar dormindo confortavelmente no seu cantinho.por um lado eu a invejava mas aquele sonho ficou na minha mente.
Logo duas horas se passaram e acordei marga. Ela abriu os olhos curiosa pelo meu estado.
--como foi?

--de boa.

Estendi minha mão e ela se ergueu.o sono estava batendo na porta e me deitei louca para dormir.o sonho podia ser mil diferentes possibilidades mas voltei a ver nossa batalha no morro. Era tão real. Eu sentia os pingos de chuva caírem sobre mim, eu via os becos tão reais e ouvi Lina falar e meu coração quase saltou do meu peito.fugíamos com marga e como eu queria que fosse de verdade.poderíamos mudar tudo.poderíamos salvar todos se não fosse a imprevisibilidade daquele sonho e o que só me fez lembrar que eu estava em um.marga foi pega de surpresa pelo grupo de contaminados e em sua mão a granada foi sua escolha naquele combate.a explosão me fez acordar e dar de cara com marga terminando mais um turno.

--você tá bem?

--tô.--minha fala saiu mais cansada do que meus dias no posto no morro.

--se quiser posso ficar mais um turno..

--não mesmo.eu consigo.--falei me erguendo e marga tentou não duvidar de mim.

Eu me sentia derrotada.dormir não estava ajudando,estava mais cansada do que nunca mas eu não queria mais dormir. Não hoje pelo menos, pois se fosse para voltar para aquele sonho eu preferia continuar vigiando e assim fiquei mesmo tombando de sono.pelas minhas contas deveria ser umas quatro da madrugada.quando voltei a sala marga já se encontrava sentada a minha espera.
Sentei do seu lado e acho que era nítido meu cansaço.

--o que foi?

--não tô com sono.

--é mesmo?não parece.--ela me falou em um tom que duvidava de mim e ainda mais agora que eu só queria mostrar pra ela que eu podia ajudar e seu deboche só aumentou minha vontade de continuar meu turno.

--posso continuar se quiser.--eu estava pronta pra me levantar mas marga me segurou.sua mão ao redor do meu pulso estava firme e seu olhar era certo do que ela queria.

--quero que fique aqui comigo.--disse ela para minha surpresa.

--e a vigilância?--perguntei e ela deu de ombros como se tudo não valesse a pena.

--esquece.você precisa descansar.--assim que Marga me falou isto voltei a me sentar.

--só que eu não consigo dormir.tudo aquilo que aconteceu com a gente fica voltando pra me atormentar.é só fechar os olhos que tudo se repete e até pior..

--dessa vez eu morro?--foi uma pergunta direta mas surpreendente.tanta que a olhei sem palavras.--nos meus sonhos todos morrem.menos eu..--o jeito que Marga me disse isso me doeu,ela parecia invejar os mortos.

--fico me perguntando se tivesse sido diferente assim como você, se todos ainda estariam vivos?se ao invés de sairmos do morro tivéssemos ficado e resistido.

--você mesma me disse que foi isso que fizemos.a ideia dos portões ao redor do morro foi brilhante e nunca pensaria que usaria esta ideia para deter zumbis mas fizemos o certo.mesmo dando terrivelmente errado..todos morreriam. Blaze nos cercaria e eu ia morrer para um bostinha.

--eu não consigo ser como você.assim fria com tudo que vivemos.

--e nunca vai ser.eu passei por muita merd* nessa vida.coisa que se você soubesse me condenaria.coisas que eu tive que fazer para sobreviver..para suportar quem eu sou.

--tipo o que?--minha pergunta curiosa fez ela olhar pra mim com um breve sorriso.parecia até que ela estava gostando de me ver interessada mesmo caindo de sono.

--eu acho que tá na hora de você dormir.--disse ela recostando as costas na parede. Fiz o mesmo e permaneci ali pensativa. Para marga tudo era mais aceitável mas para mim tudo era muito novo e traumático. Ela tinha historia e eu um bruto começo.

Eu só sei que eu ia continuar a sonhar com minha mãe e mesmo que isso me doesse eu queria não me sentir péssima por isso.

--hey..--marga me chamou e do nada ela me puxou para próximo dela.

Foi estranho porque eu não sabia o que fazer com minha cabeça sendo deitada no colo dela.ela arrumava meu cabelo e minhas mechas e isso vindo de marga era uma estranha e boa novidade e com ela tão quentinha não tinha como negar aquele raro carinho.não demorou para que meu sono me pegasse e dessa vez não temi nada com marga cuidando de mim.

Me acordei com um barulho de carro parar bem do lado da casa em que estávamos e no mesmo instante marga me calou com sua mão em minha boca.seu olhar cheio de seriedade foi de mim a porta e com isso me separei dela tentando não fazer barulho algum, bem diferente do movimento de gente a se encaminhar até nossa casa.
--se esconde.--falou marga baixinho já caminhando em direção a porta traseira com sua arma em mão e isso me foi uma surpresa. Como eles nos acharam?viram nosso carro?não me demorei e segui para o banheiro.
Foram segundos até a porta ser arrombada e um tiro foi ouvido.eu gelei pensando em marga mas cinco tiros a mais disparados.

--Mari!--ela me chamou e tremi minhas pernas para caminhar até lá mas mesmo assim fui.

Deixei o banheiro e na sala dois tinham caído com dois tiros certeiros na cabeça.sai da casa esperando o pior e lá fora achei uma trilha de sangue que marcava a terra e mais a frente um cara nas últimas sendo confrontado por marga e sua arma.
Ele tinha ambas as pernas perfuradas e a barriga à sangrar e mesmo assim mantinha-se a se arrastar para longe dela.

--dessa forma você vai chegar do outro lado da rua em...meia hora.--disse marga se deliciando com a imagem do homem se arrastando pela terra até a calçada.--não vieram aqui para se vingar daqueles putos né?porque eu vou ficar decepcionada.o que querem?

--o carro...ele tá recheado de cocaína.--revelou ele com dificuldades em falar.

--o que?como assim?--me surpreendi lançando um olhar para o carro.ele me parecia como outro qualquer.

--(rs) você com essa farda da nossa cidade fazendo isso com seus amiguinhos é uma decepção pra mim.deve ser muito fácil tirar dinheiro dos trouxas que vocês prendem.onde está a droga?--perguntou Marga e ele a olhou puto de raiva pelo sermão.

--o carro todo.ele esta no capô, nas portas,nas laterais..--marga o olhou surpresa e até eu me espantei.--o carro ta rastreado e íamos levar ele para uma base próxima a Rolland.eles estavam esperando essa encomenda e íamos usar como entrada.

--que prestação de serviços.--retrucou ela sarcástica.

--como assim?o mundo acabando e tem militares envolvidos com isso?quero dizer..ainda tem gente preocupada com drogas quando o mundo tá tomado de contaminados??!--aquilo era o absurdo para mim.

--o mundo tá fodido mas os ricos ainda querem ficar loucões,pensando que estão seguros nos seus bunkers e suas fortalezas..eu faria o mesmo se tivesse dinheiro.--disse ele tentando não demonstrar toda a dor que sentia mostrando seu sorriso vermelho de sangue.

--pff seu idiota.--Marga chutou a terra com sua bota jogando terra nele.--no máximo com esse dinheiro eu contrataria um bom médico pra você agora.

--essa cidade não me é estranha.--parando para pensar ela me lembrava algo.

--é mesmo?

Corri para pegar o mapa na minha mochila e vi que a cidade que aquele policial falava era bem próximo do ponto onde ficava a reserva.
Voltei até marga e ele e mostrei o mapa a ela.

--(rs) era só o que me faltava. Hey,então você conhece a reserva.--perguntou Marga e ele enrijeceu todo o semblante.uma amargura horrível surgiu.

--não!

--não?

--uma base cheia de policiais corruptos numa cidade próximo a reserva,o paraíso prometido.sério que você não vai me falar?

--(rs)...eu quero que vocês se fodam!..(rs)..saber que também vão morrer já..me deixa feliz.--ele riu e foi pela última vez pois seu semblante foi perdendo os detalhes e sua feição endureceu no pálido e sem vida.

--vamos embora.

--o que?a gente não pode sair por aí com esse carro.

--eles com toda certeza não são os últimos a virem Mari e não vamos perder tempo trocando de carro.

--se essa história de base for certa eles vão nos seguir até lá.

--talvez.

--(rs) talvez?merd*!

Marga pegou uma faca e abriu a porta do carro e apalpando todo o forro ela rapidamente abriu um pedaço e tudo que tinha lá eram barras e mais barras de cocaína.

--esses vendidos...certeza isso já tava parado antes mesmo da react.era por isso que a gasolina estava acabando rápido demais.anda, pega suas coisas.vamos partir.

Arrumamos tudo no carro e partimos.a estrada longa parecia não ter fim.era apenas campos de plantações a esquerda acompanhada de uma vista espetacular do céu azul, as florestas e lagoas a direita.grandes terrenos de ninguém agora.estávamos no meio do nada indo para só deus sabe e marga concentrava-se apenas a isso.o mapa nas minhas mãos se tornou meu entretenimento.acompanhar as placas que de hora em hora passava me localizava e com o silencio da marga era tudo que eu tinha.
ela estava brava e com uma mão que massageava a têmpora eu via que dirigir estava começando a se tornar cansativo.

--então nosso plano é seguir em frente?--perguntei como quem não quer nada.

--é.

--mesmo que uma tropa de policiais corruptos esteja atrás de nós?

--não me faz pergunta besta Mari.não agora.

--pelas minhas contas falta vinte minutos para chegarmos a próxima cidade e essa sua cara não nega.--falei e marga me lançou um olhar de canto de olho bem cansado mas curioso.

aquela história de drogas e policiais estava deixando ela no limite das suas paranoias. A estrada que era uma só e uma linha reta nem se comparava ao olhar de marga em vigiar tudo ao nosso redor a procura de armadilhas ou nossos amiguinhos fardados a espreita por isso procurei minha mochila no banco de trás do carro e dentro dela achei duas barrinhas de cereais. Era um absurdo ter eles como café da manhã mas já era quase almoço e nem tínhamos comido nada,então era isso ou nada.

--o que está procurando?--ela perguntou mas voltei ao banco com elas em mãos.

--sei que é pouco mas posso te dar na sua boquinha.é só dizer ah.

--o que?não.

--qual é marga?!eu sei que ta com fome.

--(rs) é mais fácil eu te dar uns tapas na bunda do que isso.

--você não é nem louca de me bater de novo.sem contar que dá última vez quando fez isso quase morremos!

--as vezes você consegue ser mais chata do que a Lina sabia?

--vou levar como elogio.

--argh me dá logo isso ae.--ela esticou a mão para pegar a barrinha que oferecia a ela mas a afastei na hora.

Eu poderia estar me divertindo com isso mas marga me fuzilou com seus olhos,todo aquele ar moderador diminuía e só me restava marga me encarando,esperando que seu pedido se tornasse uma ordem e era inadmissível pra mim como esse olhar dela sempre me forçava a aceitar.entreguei a ela a barrinha na sua mão vencida por aquele olhar. Marga comeu e assim como eu deve ter sentido o mesmo vazio na barriga.

--na próxima parada se você ter que decidir entre barra de cereal a carvão,já tem minha resposta.isso não serviu para nada.

--mas infelizmente ou felizmente é o que temos.--falei e da estrada pude ver algo familiar novamente.

As nuvens escuras no horizonte não eram de chuva e subiam ao céu estranhamente.

--o que é aquilo?

--pega o binóculos na minha mochila.--pediu ela e assim fiz.

Ao colocar ele em meus olhos pude ver o topo dos prédios em chamas.era Altopico,a cidade no mapa conhecida pelos seus altos prédios.

--tá tudo em chamas.--aquilo me deixou pasma,os prédios e tudo parecia um campo de guerra abandonado.

--e o que mais?--perguntou Marga curiosa.

--não dá pra ver muita coisa por causa da fumaça,alguns perderam a estrutura e ainda queimam por dentro.da pra ver fogo ate a metade deles e isso não me parece nada seguro marga.acho que esteve queimando por semanas.

--não me parece que a cidade toda esta assim..--Marga amenizou e acelerou e isto era loucura.

--fala sério,eles não são palitos de fósforos marga! deve tá impossível respirar por lá!--retruquei ja cheia de gastura só de pensar em respirar aquela fumaça.

--e o que você quer que eu faça?não tem como desviar!qualquer coisa a gente acelera e passa direto.

Ela seguiu dirigindo mas não demorou minutos para avistarmos a entrada da cidade e a visão era assustadora.
Havia uma pilha de corpos,centenas amontoados grosseiramente como se fossem um aviso para aqueles que chegavam a Altopico.
O cheiro já era sentido ao longe,o fétido cheiro da morte.o podre da carne daqueles corpos me enjoava.fechei os vidros do carro assim que nos aproximavam.

--pelo visto a cidade teve um alto grau de contaminação e..contenção.

--isso só vai nos atrasar.

Marga passou bem ao lado daquela pilha e aos restos daquelas pessoas eu só desejava descanso.marga olhou fixo para eles pela janela de vidro e em sua seriedade nada expressiva de seus sentimentos ela contemplou eles sem repulsa,algo que para mim era mais difícil por isso foquei minha atenção a frente. A rua vazia com um pouco da fumaça a cruzar nosso caminho me enchia de receio mas não tinha jeito,aquela cidade fantasma era nossa rota.

--sabe...é impressionante.--disse marga avançando mais umas quadras para dentro da cidade.

--o que?

--quem limpou essa cidade não estava pensando em receber mais ninguém.

--do que ta falando?

--logo esses prédios vão desabar,algumas ruas vão bloquear..e se tem mais alguns contaminados por ai a cidade vai virar uma armadilha fatal.o verdadeiro inferno.--ela disse isso de forma tão macabra que me arrepiei.

--para!!Possivelmente os militares tentaram limpar a cidade dos contaminados e viram que era inútil sabendo que eles estão em todos os lugares.os prédios são uma consequência do tempo.é só isso!vamos passar o mais rápido possível,sem paradas.

--é só uma possibilidade. Além do mais não somos as únicas neste mundo e tudo pode acontecer,lembra?nossos amiguinhos de farda?

--você só quer me assustar e tá na sua cara isso.--olhei para ela e seu sorriso no canto da boca estava la.

--não sei o que faz pensar isso.

--podemos desviar e seguir por uma rua não tão próxima do centro em chamas.sem contaminados,sem fumaça e sem paranoias.

--contornar a cidade?isso vai demorar mais!

--e sua escolha seria?

--seguir reto.simples.

--(rs) no meio de todo esse terror?passando por prédios em chamas e blocos que caem na nossa cabeça,sem contar com contaminados, não mesmo!

--ainda tem medo deles?

--...não.

--você tem!

--só...podemos contornar ou não?

Marga me olhou e com aquele sorrisinho no canto da boca acenou concordando e respirei até um pouco aliviada quando ela virou o carro para a esquerda e seguimos algumas ruas vazias com nosso silencioso momento.

--sabe que não precisa ter medo né?

--(rs) vamos ter essa conversa quando eles estiverem nas nossas costas.

De repente entre uma troca de olhares marga parou subitamente o carro.a rua estava bloqueada por dois tanques militares.
--vamos tentar outra rua.--disse marga virando o carro e como se ja não bastasse algo apareceu em nosso caminho,um carro que não estava lá.um carro idêntico ao nosso.

--marga.--falei me ajeitando no banco congelando de medo.

--já vi.

Do carro parado a nossa frente cerca de vinte metros saiu uma dupla dele e pelo sinal que faziam com as mãos parecia que não havia nos reconhecido dentro do carro e esperavam uma resposta nossa.sorte foi toda aquela fumaça transformar dia em noite.

--HEY!!!--gritou um deles ao longe.

--o que a gente faz?

Marga não me respondeu mas acelerou e passamos ao lado do carro deles cantando pneus e olhar pelo espelho não ajudou diminuir a tensão,os tiros que nos atingiam e que perfuravam o carro cessaram rapidamente com marga dirigindo loucamente fugindo deles.

--temos que despista-los.

--é isso ou morrer.--avistei o carro deles vindo atrás de nós e naquela velocidade que íamos eu só implorava para que não batêssemos aquele carro.

--pega a arma Mari!

--acelera essa merd*!

eu via eles se aproximando depressa e marga manobrava de um lado a outro pela pista desviando dos carros e ônibus e a última coisa que eu queria era desgrudar daquele banco.logo mais tiros foram disparados para fazer pulsar forte meu peito.o susto era inevitável.

--Mari abaixa!!!--marga desviou veloz tentando fugir dos tiros mas nossos vidros da traseira ja tinham sido quebrados.

Não tinha jeito eu tinha que ajudar.marga tinha os olhos fixos a frente então peguei minha pistola e soltei o cinto do meu banco já pulando para o banco traseiro,e sobre a nossa bagagem atirei na direção do carro que nos seguia.não contei meus tiros e poderia ate ter descarregado o pente mas vi o estrago que fiz no carro deles.o vidro tinha sido danificado e o carro já fumaçava.de repente uma parada brusca que me jogou do banco batendo minhas costas nos da frente.

--que porr* marga.

--merd*!!merd*!!!--marga socava o volante e toda aquela raiva tinha motivo.um prédio estava tombado a nossa frente fechando a rua. Inclinado a outro mais alto e que fechava toda a passagem da rua era uma visão assustadora e hipnotizante.nao havia mais saídas e com aquele carro vindo atrás de nós era hora de pensar.
Olhei bem para aquele prédio,havia uma ruptura na estrutura que abriu seu piso base e dali era possível ver o interior dele.seria nossa salvação?

--anda!sai do carro.--peguei nossas mochilas e sai.

--o que?Mari?--marga me seguiu saindo do carro e ja podíamos ver a dupla alguns metros fazendo o mesmo deixando seu veiculo.

Joguei a mochila para marga e coloquei a minha.

--a gente sobe e passa pelo outro lado por dentro do outro prédio.--propus a marga e ela olhou para o prédio avaliando meu plano.

--(rs) isso está longe da sua rota de calmaria.podemos acabar com eles aqui também..

Olhando novamente para aqueles dois vimos mais outro carro.pelo visto o grupo todo estava aqui.

--(rs) eu odeio dizer mas essa sua ideia louca foi a melhor ate agora.

corremos para o prédio tombado e ele estando do jeito em que estava tinha que nos ser útil.subimos os blocos de pedra que formaram um monte de destroços misturado a grades quebradas e ferros e rapidamente alcançamos a base onde nos escondemos em seu interior onde pouco lembrava uma sala.

--desgraçadas!!--gritou um deles atirando em nossa direção.as parede nos protegeu bem.

--tanta coca por aí e eles vem atrás de nós.--marga falou e devolveu os tiros.espiei cautelosa no canto da parede que me recostava e pude ver ela acertar os tiros em nosso carro.o pneu esquerdo foi atingido sem contar toda a frente do carro.

--puta merd* marga!--reclamei pois aquela intriga só nos afetaria mas ela ria como um demônio satisfeito.

--quero ver eles sofrendo pra tirar essa merd* daqui.vamos!--marga subiu nos escombros de pedra segurando-se pela coluna da estrutura que restara para alcançar o que agora seria o teto sobre nossas cabeças onde um buraco permanecia iluminado pelo sol.

--peguem essas vadias!!!--eu ouvi eles se aproximarem mas marga já tinha subido e agora me ajudava a passar por este buraco.segurei firme sua mão e ela me puxou para fora e não esperamos muito,os tiros que eles disparavam éramos incapazes de ver mas o barulho nos incentivou a correr.o vento em nossa cara, o sol sobre nossas cabeças enquanto subimos e marga tinha o sorriso grande no rosto adorando a aventura mas estávamos no alto,subindo aquele prédio correndo pelo paredão tombado,desviando de janelas grandes de vidro e da estrutura danificada.eu sentia a cada passo que aquele paredão não estava firme para aguentar qualquer tipo de peso.com um pulo passei por uma janela aberta onde chamei a atenção de alguns contaminados dentro dela o que só tornava nossa brincadeira mais perigosa ainda.suas mãos foram erguidas deixando o aviso que aquela cidade ainda tinha seus perigos.

--Mari,não pare!--marga avisou e a segui,não antes de ver nossos amiguinhos a nos seguir.

Corríamos rápido mas aqueles caras estavam sedentos para nos pegar.tanto que não se preocupavam em fazer o mesmo pulando as janelas pra nós alcançar porem com eles foi diferente,um deles sumiu entrando pela cratera que se abriu embaixo de seus pés.deu pra ouvir seus gritos,uma prova que ele se encontrou com os contaminados.fui firme em meu ritmo e segui marga até a parede do outro prédio.possivelmente estávamos no sexto ou sétimo andar em relação a altura e eles ainda nos seguiam.

--esses fudidos...--marga avistou uma janela e com uma cotovelada a quebrou.--entra!--mandou ela enquanto atirava contra o grupo que nos seguia.

Destranquei a janela e entrei seguida logo atrás por ela.corremos até a porta deixando o apartamento e pelas escadas descemos velozes os andares.
O barulho dos nossos passos ecoavam e a nossa respiração cansada também.eu ouvia eles vindo e isso me aterrorizou. Eles estavam putos com a gente.Eles poderiam simplesmente ir embora e nos deixar em paz!mas nos perseguiam loucos para nos pegar.marga estava furiosa e já recarregava a arma pronta para matar mais alguns.

Chegamos ao saguão do prédio já seguindo para a saída mas a porta trancada se chocou com a falta de paciência dela no qual ela resolveu com um tiro.o vidro pesado caiu como uma pilha no chão e saímos do local para a rua onde os vários carros enfileirados no engarrafamento de carros abandonados foi nosso caminho.corríamos entre os carros e infelizmente aqueles desgraçados estavam bem atrás e atiravam.

--chega filhas da puta!!!--gritava um deles irritado porém vi ele cair no chão mas não parei,ainda havia outros bem nos nossos pés porém mais uma vez outro caiu e desta vez marga também viu.

 O que estava acontecendo?era os tiros da Marga?continuamos nesse suspense, seguindo desesperadas e mais uma vez outro caiu e marga me puxou para perto dela onde vimos o último cara cair no chão e foi aí que percebi o sangue a deixar a cabeça dele.não tinha sido a Marga quem atirou.

--abaixa!!!--marga e eu nos abaixamos e era impressionante como os problemas nos perseguiam.

--o que foi isso??não é possível que tenha sido um tiro!--falei ainda chocada com os corpos que caíram um a um.

--foi vários!!..quem matou eles..tem uma visão privilegiada daqui..--disse Marga nervosa e olhei ao nosso redor,entre as fileiras de carros que estávamos, escondidas e ao silêncio tenebroso depois daquela descoberta,havia alguém ali nos observando e só estávamos vivas porque estávamos fora do seu campo de visão. isso era perturbador,pois se ele tinha nos visto para ele era uma questão de tempo para nos acertar.

 

 

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 51 - Capitulo 51 Uma trilha de migalhas:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 11/08/2023

Misericórdia o que foi agora...

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web