Capitulo 12 - Quando a raiva vira pena, e o happy hour, um problema
Uma semana havia se passado desde o ciclone, e a segunda-feira começaria de maneira diferente para Luiza. Vestindo seu melhor traje business-casual, cujo design foi feito pela própria linha de Magdalena, a jovem Gutierrez dirigiu-se até a sede da Travel-Tier, onde Cecília a aguardava para fazer o grande anúncio. Após uma reunião de portas fechadas, Cecília e Luiza foram até o lobby para comunicar ao resto do time de funcionários. Ao percorrer seus olhos sobre o público, Luiza avistou sua colega de classe, em completo estado de surpresa. Antes que a mais nova CEO da Travel-Tier quisesse conversar com Dani, Cecília a arrastou para o escritório e assim dar-lhe uma série de ordens para o primeiro dia.
- A equipe de RH me forneceu a lista de avaliação dos funcionários do último mês. Leia os relatórios e amanhã me passe um resumo das suas condutas.
- Isso não deveria ser trabalho para algum assistente? – Luiza questionou, vendo mais de 30 páginas de relatório.
- Normalmente sim. Mas para aprender a delegar, você deve primeiro saber como se faz o serviço.
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Luiza decidiu pular o almoço para conseguir terminar de ler os relatórios, quando Daniela bateu na porta.
- Ah, oi, Dani... desculpa não ter falado contigo hoje.
- Nem hoje nem na última semana... faz dias que você tem me evitado, nem vamos mais juntas para a Faculdade, e olha que temos seminário hoje à noite.
- Sim, eu recebi sua mensagem e já decorei minhas falas, não se preocupe. – Luiza respondeu, sem tirar os olhos das folhas de papel.
- Nós não vamos mesmo conversar sobre o que aconteceu?
- Eu não vejo necessidade. Você voltou com a Ayla, vocês estão bem, não tenho que me meter.
- Não voltei com ela.
- Como assim? – Finalmente, Luiza voltou sua atenção para o rosto da colega.
- Tive uma longa conversa com ela. Falei sobre o que aconteceu entre você e eu.
- Espera... você contou que a gente...?
- Sim, contei. Achei injusto esconder dela.
- E o que ela disse?
- Ela surpreendentemente disse que entendia, que não tínhamos nada sério e que poderia racionalizar o ciúme que estava sentindo.
- Então por que vocês não voltaram?
- Tem muita coisa acontecendo na minha vida nesse momento. Achei melhor não prosseguir.
- Entendo. - Luiza torceu o lábio e voltou à leitura.
- Agora você não vai me falar por que não contou que se tornaria minha chefe direta?
- Minha mãe achou melhor manter em segredo até tudo se formalizar.
- Achei que fôssemos amigas acima de qualquer coisa…
- Eu tenho que terminar de ler essas avaliações, à noite na Faculdade a gente conversa, pode ser?
Daniela acenou com a cabeça, confirmando, e se retirou sem contestar.
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Ana Beatriz e Dennis foram ao encontro de Gisele, a garota que o cirurgião supostamente engravidou, e de lá a levaram para o consultório particular da Dra. Ashley Reagan, que geralmente vinha ao Brasil para atender celebridades latinas. A cirurgiã recomendou que o noivo esperasse do lado de fora, enquanto ela entrava com a interna.
- Obrigada por fazer esse encaixe, Ashley. Necessitávamos de discrição para o ocorrido. – Anabê justificou.
- No problem, minha querida. Você sabe que estou aqui por você.
Ana Beatriz então olhou para a interna.
- Não precisa ter medo. Ashley vai te examinar, e depois coletar o líquido amniótico. Você é estudante de medicina então sabe como funciona a consulta.
- Sim... – Gisele respondeu, acanhada.
- Já iniciou o pré natal com outro profissional, querida?
- Eu estava acompanhando com um médico da família, o Dr. Ricardo Botelho. – Gisele retirou de uma pasta alguns resultados de exames laboratoriais e ultrassom.
- Certo. Hmm, quatorze semanas, início do segundo trimestre já. É sua primeira gestação?
- Sim. Primeiro filho, primeira gestação, sem abortos prévios.
- Muito bem. Vou pedir para você deitar ali na maca para te examinarmos, e faremos a coleta do líquido ainda hoje. Você sabe como funciona?
- Eu dei uma lida sobre. - Eu sei que você já fez o ultrassom do 1o trimestre, mas farei um agora para guiarmos a coleta do líquido.
- Sim, sim. - Gisele confirmou com a cabeça, e logo olhou para Ana Beatriz. - Obrigada por estar aqui comigo. E me perdoa por estar te fazendo passar por isso.
A cirurgiã retornou o olhar com pena. Era uma jovem perdida, que mal tinha iniciado a carreira. Ela sabia que, dentro das relações interpessoais, Dennis detinha o poder como professor e preceptor. Não que houvesse inocentes nesse caso, mas Anabê sabia para quem direcionar sua raiva.
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Após sair de uma plenária, Lorenzo foi direto ao seu gabinete, quando foi surpreendido por uma mensagem de Erick com uma foto anexada. A imagem parecia ser da festa de aniversário de Anabê, provavelmente vazada para algum paparazzo.
“Parece que você e Ryan se divertiram nessa festa...”
“Primeiramente, boa tarde... segundamente, faz dias que você não me manda mensagem e quando manda é para me atacar?”
“Não estou te atacando. Na verdade, gostaria de te parabenizar, li no jornal a respeito do patrocínio internacional para o projeto de educação. Acredito que alguém está no caminho para presidência do partido, ou, arrisco eu dizer, da República…”
“É um longo caminho a percorrer. Por enquanto, só tenho olhos para um futuro a curto prazo, e ele inclui você experimentando meu famoso Conchiglione de espinafre e ricota com uma taça de vinho do Porto para acompanhar.”
“Tentando me ganhar pelo estômago?”
“É o que dizem sobre a maneira mais fácil de se chegar ao coração de um homem...”
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Com os olhos exaustos, Luiza se deparara com duas fichas do RH relatando um ocorrido a respeito de desavenças. Uma das pessoas envolvidas era Daniela. Duas reuniões já haviam sido feitas para solucionar o caso, mas o atrito continuava. Prontamente, Luiza chamou pelo ramal do RH:
- Pois não, srta Luiza?
- Eu estou folheando os relatórios aqui, e encontrei uma pendência de um conflito que aparentemente não se resolveu, segundo os relatórios. Vocês têm uma terceira reunião marcada para amanhã, é a respeito dos funcionários Daniela e Mário, correto?
- Temos sim, srta Luiza. Será nossa última reunião antes de aplicarmos suspensões.
- Aqui vocês dizem que o conflito é de natureza pessoal, mas não detalharam muito. Poderiam me informar?
- Bem, Mário é um subgerente aqui da divisão de vendas e Daniela é a gerente. Ele trabalha há mais tempo na empresa e desde que ela chegou, os conflitos se iniciaram.
- Certo. Eu poderia participar da próxima reunião?
- Mas senhorita, é apenas um conflito interno entre dois funcionários, não há necessidade da senhorita perder seu tempo com isso.
- Não se preocupe. Quero conhecer melhor a dinâmica da empresa. Só me diga o horário e estarei lá.
- Sem problemas... a reunião está marcada para as 10 da manhã.
- Melhor ainda, remarque para o período da tarde. Amanhã de manhã quero fazer um get together com os funcionários no lobby, uma espécie de brunch. Tenho certeza que todos os problemas podem ser resolvidos com mimosas e quitutes franceses, assim a reunião à tarde será bem menos penosa!
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Após a coleta do liquido amniótico, a interna foi liberada e teria que aguardar cerca de duas semanas para o resultado. Duas semanas que matariam Ana Beatriz por dentro, mais do que qualquer outra pessoa, mais até mesmo do que a própria mãe do feto.
A maneira que Ana Beatriz lidava com estresse era se lotando de trabalho. Foi assim que resolveu fazer um turno a mais, turno este em que Paloma havia sido escalada por Dennis. No vestiário, enquanto Anabê colocava o pijama privativo, Paloma foi buscar um prendedor de cabelo que havia esquecido em seu armário.
- Anabê, você está de plantão?
- Hm? Ah, não, quer dizer, sim.
- Você me evitou a semana toda, nossa escala ficou completamente diferente e sinto que isso tem a ver com o que aconteceu na sua festa e você pediu para o Dennis alterar os horários.
- Eu não pedi para ele alterar por causa disso! Minhas cirurgias eletivas estavam se sobrepondo e eu precisava de horários diferentes.
- Anabê, eu sei quando você está mentindo. Não acha que é hora de conversarmos sobre o que aconteceu?
- Eu nem estou mais preocupada sobre isso, Paloma. – Ana Beatriz se sentou e cobriu o rosto.
- O que houve, amiga? – Paloma se sentou ao seu lado, afagando suas costas.
- O Dennis...ai, nem era para eu estar falando porque não era certeza, mas depois de eu ter visto a garota hoje, o desespero nos olhos dela...
- Eu não estou entendendo nada. O que aconteceu?
- Dennis engravidou uma aluna. – Ana Beatriz confessou, com os olhos marejando.
- Oi? Aquele vagabundo te traiu? Eu sabia que ele não prestava, eu sabia!
- Cuidado, fala baixo. – Ana limpou suas lágrimas e esticou o pescoço para ver se não tinha ninguém chegando. – Estamos tentando manter tudo escondido, apesar de que boa parte dos alunos já deve saber.
- Se sabem, estão mantendo entre si. Nenhum residente ou fellow comentou a respeito, pelo menos eu não estava sabendo de nada. Nossa, eu quero matar o Dennis. Se eu ver esse ordinário na minha frente...
- O que está feito, está feito. O resultado do exame de DNA intrauterino sai daqui 15 dias e saberemos da verdade, mas hoje, ao olhar para aquela menina, eu tive certeza que o bebê é dele.
- Você não sabe ainda. Aparências enganam. Pode não ser dele. Mas mesmo assim, não acredito que ele fez isso contigo! Canalha.
- Ultimamente tenho recebido traição de todos os lados...
- Anabê... não fala assim. Camélia e eu nem tocamos mais no assunto. E ela sente saudades de conversar com você nas horas vagas lá no conforto médico, ou UTI, ou seja lá onde vocês passam tempo.
- Eu sei que minha reação foi irracional... e agora com esse problemão, percebo que foi completamente sem sentido ter surtado pelo que aconteceu entre vocês. Tudo que eu preciso agora é de algumas horas em alguma realidade paralela.
- Que tal uma noite das garotas? Eu, você, Camélia, sua irmã e quaisquer outras amigas que vocês quiserem chamar. Minha prima acabou de finalizar um curso de bartender e seria a ocasião perfeita para ela testar o novo drink que ela acabou de registrar! Esse sábado eu posso trocar com alguém na escala, assim sairemos no mesmo horário, o que acha?
- Uma noite completamente longe do Dennis e regada a bebida, talvez seja exatamente disso que eu esteja precisando.
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À noite, no horário previsto do seminário, Luiza segurava seu tablet com as anotações sobre o tema do seminário, e não tirava seus olhos da tela para não ter que enfrentar Daniela.
A colega da jovem Gutierrez iniciou o seminário, explicando sobre gestão de recursos naturais, impacto social, regulamentações, até se deparar com um slide que Luiza não tinha visto em sua revisão. Um slide com um simples parágrafo que apontava a falta de interesse de grandes corporações em tal prática, e que, traduzindo, seria dizer que apenas repetir o nome “sustentabilidade” diversas vezes não tornaria uma empresa sustentável.
Os olhos do professor Goldberg saltaram ao ver a audácia de tão perspicaz estudante ao desafiar dezenas de filhos de grandes magnatas que dividiam aquela sala. Todos esperavam uma chuva de contra argumentações por parte dele, mas ficou calado. Luiza ficou estática. Uma mão se ergueu no meio da sala.
- Você está acusando as empresas brasileiras de fazer greenwashing? – Maurício, um dos colegas questionou. O dito cujo era filho de um conhecido dono de oleodutos internacionais.
- Eu não disse esse termo em momento algum. Mas se você acredita que tem empresas dentro do seu conhecimento que utilizam o Environmental, Social, and Governance apenas como ferramenta de marketing, o tal do greenwashing, é de inteira responsabilidade sua manter essa informação para si e perpetuar essa prática.
O silêncio havia se concretizado, sendo interrompido por pequenos cochichos entre colegas. Era sabido que os oleodutos do pai do referido colega utilizavam práticas completamente inúteis como fachada para se intitularem sustentáveis.
- Ahm... – Luiza pigarreou. – Continuando, incentivos a iniciativas voluntárias são também uma ótima opção ao ESG. É fato que essa estratégia exige desafios principalmente para grandes empresas e-
- E por causa desses desafios, tais empresas preferem desistir? – Daniela se virou para sua colega, quebrando novamente o fluxo da apresentação.
- Eu não disse isso. – Luiza pigarreou novamente. Há empresas com diferentes prioridades.
Ao invés do professor interromper, surpreendentemente parecia estar gostando do mini debate. Não somente ele, mas os demais colegas também prenderam sua atenção à peculiar apresentação.
- Qual prioridade? Financeira?
- Esse não é o objetivo? Uma adesão restrita a tal estratégia pode trazer impactos disruptivos. – A essa altura, Luiza já tinha esquecido completamente suas anotações.
- Não estou falando de adesão restrita. Seria um compromisso quase impossível. – Dani a encarou no olho. Mais uma fração de segundo de silêncio.
- Eu não disse que seria impossível. – Luiza engoliu a seco e retornou o olhar. – É complexo, mas pode valer a pena.
- Ihul!! – Fillipo começou a bater palmas, seguido por Liara e seu pequeno grupo. As palmas logo foram interrompidas pelo professor, que, além de chamar a atenção do filho da reitora, retomou o assunto do seminário abrindo uma roda de discussão que mais da metade da sala achou entediante.
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No dia seguinte, pela manhã, conforme combinado, logo na entrada da empresa havia uma mesa de café da manhã colonial com direito a open bar de champagne, sucos de fruta e diversas opções alimentícias, tanto doces quanto salgadas. Sem discursos, Luiza cumprimentou a todos, que pareciam surpresos com tal recepção.
Algo que a jovem Gutierrez não contava era que bebida alcoólica, grátis, logo pela manhã, renderia as mais diversas situações peculiares. Dentre elas, presenciou uma briga de casal de dois funcionários do setor financeiro, além de funcionários mais alegres do que o normal gargalhando alto. Luiza percorreu os corredores até encontrar Daniela em uma sala, quieta, já trabalhando.
- Você não quis participar do café da manhã? – Questionou a chefe.
- Não, tem um desafeto meu ali que está se divertindo até demais, não quis olhar para a cara dele.
- É o Mário?
- Sim, como sabe? Ah, esqueci. O setor de recursos humanos deve ter te atualizado sobre o que aconteceu.
- Eles me atualizaram por cima, só.
- Ele não suporta o fato de que peguei o cargo que ele queria. Já tentou explicar para macho que ele não é a melhor opção para algo? E mudando de assunto rapidinho, onde você achou que seria uma boa ideia deixar os funcionários bêbados em dia útil logo pela manhã?!
- Não há hora mais feliz que uma happy hour fora de hora! – Luiza deu de ombros e riu.
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À tarde, como previsto por qualquer mente minimamente amadora, boa parte dos funcionários se encontrava ligeiramente ébria. As vendas de pacotes de turismo, tanto online quanto presencial caíram drasticamente naquele dia, pois simplesmente dobrava-se o tempo para efetuar uma venda simples que demoraria minutos. Quando o horário da reunião com o RH finalmente chegou, o subgerente Mário, que de alguma forma em seu escritório continuou a beber com um pequeno grupo de funcionários, apareceu completamente alterado na frente da equipe e da nova CEO.
- Bem, como sabem, essa é a última reunião que faremos para tentar propor uma conciliação. – A funcionária do RH iniciou.
- Eu não tenho nada a declarar. – Mário ergueu as mãos, em rendição, com bafo de espumante.
- Será que só eu que percebi que ele está totalmente bêbado? – Daniela apontou.
- Eu só bebi um pouquinho! Todo mundo bebeu na festa de manhã. Todo mundo está alegrinho.
- Mas você não está somente alegrinho. Está completamente bêbado, parecendo que parou de beber há 5 minutos! – Dani contestou.
Enquanto isso, a funcionária do RH anotava em seu laptop. Luiza se encolhia em sua cadeira, sabendo que, parcialmente, teria culpa sobre o desastre de tal reunião. Mário começou a levantar a voz, e Daniela, irritada, retrucava, e o que deveria ser uma resolução de conflito, acabou piorando. Só não houve suspensão porque Mário continuou insistindo que bebeu durante a reunião da manhã, aprovada pela própria chefe, que nada mais queria além de conquistar a simpatia de seus subordinados.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 01/08/2023
Vixe esse café regado a bebida não foi boa ideia Luiza, Cecília não vai gostar nada.
Dennis não merece Anabe e essa noite da garotas vai render.
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Mille
Em: 31/07/2023
Babado manda logo Mário fora kkkk
Será que Dennis vai assumir o filho??
Bjus e até o próximo capítulo
folklorenat
Em: 08/08/2023
HAHAHAHAHAA será que Denis vai assumir a responsabilidade?
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folklorenat Em: 08/08/2023
HAHAHAHAHA essa noite vai ser tudo