I come home in the morning light, my mother says

When you gonna live your life right?

Oh, mother dear, we're not fortunate ones

And girls, they wanna have fun

Oh, girls just wanna have fun

Ao som de um clássico dos anos oitenta, o palacete recebia seus primeiros convidados da noite. Diversos famosos, produtores, filhos de magnatas de múltiplos setores se juntavam com suas fantasias e seus looks da década. Em um quarto à parte, Ana Beatriz usava uma faixa que cobria seus olhos, enquanto Dennis e Paloma a vestiam.

- Dennis! Você está vestindo errado! Agora ficou sobrando um botão! – Paloma reclamou.

- Eu não entendo nada disso! Não tenho culpa!

- Ai, sai daqui, pelo amor. Deixa eu terminar isso. E vai se vestir também! Esse look de médico de sobreaviso não combina nada com a festa.

- Mas eu realmente estou de sobreaviso!

- Pelo menos já sei que o tema da festa não é médico de sobreaviso. – Anabê riu.

- Dennis, se você voltar para o salão, vê se a Camélia já chegou e a chame aqui para me ajudar.

- A Dra. Camélia?! – Ana Beatriz reagiu prendendo sua respiração por uma fração de segundo, assustada. – Ela não. Chame, sei lá, alguma das minhas mães, ou a Luiza.

- Não, elas vão ficar com pena de você e vão tirar a venda quando eu virar as costas. Tem que ser a Camélia. Eu preciso de mais alguém me ajudando e o seu noivo só atrapalha.- Hey, eu estou aqui ainda! – Dennis franziu a testa.

- Está fazendo o que aqui ainda? Vai chamar a Dra. Camélia, por favor.

- Que insubordinada. Depois reclama de não me auxiliar nas cirurgias.

- Anabê, manda seu noivo ser mais profissional e fazer o papel dele de chamar alguém que ajude, por favor?

- Gente, não precisa brigar. E também não precisa chamar a Camélia.

- Ignora tua noiva e vai chamar a Camélia. – Paloma ordenou, e Dennis, com medo de qualquer represália da melhor amiga da noiva, obedeceu.

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Com Camélia já na sala, Ana Beatriz começou a se sentir ansiosa. Camélia ajustava a cintura da colega de hospital e a cirurgiã sentia seu abdome reagir involuntariamente com espasmos ao toque.

- Minha mão está gelada. – Camélia se desculpou.

- Acho que não é a temperatura da sua mão... – Paloma falou baixinho.

- Pa-lo-ma. – Tateando, Ana Beatriz encontrou o braço da amiga e deu-lhe um beliscão.

- Sobre o que vocês estão cochichando? – Questionou Camélia.

- Nada não... – Anabê engoliu seco. – Estou pronta? Posso me olhar no espelho?

- Você está pronta, mas só vai poder tirar a venda quando estivermos entrando no salão.

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Com Paloma de um lado e Camélia do outro, Ana Beatriz foi guiada até o início da escada que descia até o salão. Quando lhe foi tirada a venda, viu uma decoração que parecia muito com o clube Tucker, um pub dos anos 80 que foi um dos cenários do episódio de San Junipero de um serviço de streaming concorrente da Ventura.

- Paloma! Como você conseguiu isso? Está igualzinho ao San Junipero!

- Sua mãe Magdalena tinha o contato do Charlie Brooker e do Owen Harris, que nos deram várias dicas e ajudaram bastante.

- Quem são eles? – Camélia perguntou.

- São o show runner e o diretor do meu episódio favorito de toda história dos seriados!

Nisto, apareceu Luiza, trajando um look todo preto à la Grease,  que havia ido no banheiro do andar de cima e apareceu quando Ana Beatriz estava prestes a descer.

- Eu ouvi isso hein, se a mãe Cecília souber que você prefere a concorrência...

- Luiza, você está linda, mas essa roupa é do final dos anos 70, e não dos anos 80. – Corrigiu Paloma, sempre muito paranoica e perfeccionista.

- O Dennis está vestido de vendedor de plano de saúde e nem por isso eu reclamei. – Luiza deu de ombros.

- Para gente, vocês todas estão lindas! – Ana Beatriz comentou, logo quando seu olhar pairou em Camélia, que trajava um vestido rodado cuja parte superior era de um violeta vibrante, com mangas bufantes. – Agora que já vi o cenário da festa, posso, por favor ME ver?

- Claro, amiga. – Dali do alto, Paloma acenou para uma equipe que jogou luz na bancada de cima.

Com uma câmera cinematográfica, a imagem de Ana Beatriz foi transmitida em um telão para que as centenas de convidados pudessem vê-la simultaneamente enquanto adentrava o ambiente festivo.  Assim, a cirurgiã conseguiu ver seu próprio vestido, de um tecido sofisticado cujo design fora feito por um dos amigos de Magdalena, cuja cintura era demarcada por um largo cinto da Gucci. Ao som de uma de suas músicas favoritas, cantada pelo próprio autor da música que havia comparecido à festa, Ana desceu lentamente as escadas, antecedida por suas amigas e irmã.

- Uau, você está magnifica. – Disse Dennis, ao pé da escada.

- E você colocou uma gravata borboleta! – Comentou Ana, segurando o riso de satisfação. – Você ficou lindo, também.

- Agora parece um vendedor de plano de saúde com gravata borboleta. – Luiza caçoou, fazendo Paloma gargalhar.

- Lu, querida, cadê a sua namorada? – Anabê questionou, divergindo da piada.

- Ela vai chegar ainda. Está em uma reunião com o pessoal da Ventura, a mãe também está lá e vão atrasar.

- Reunião? Por quê?

- Foi emergencial. Esse negócio da greve dos atores, parece que estão negociando algo.

- Entendi. E a mamãe?

- Olha aí. Só falar dela! – Luiza apontou para Magdalena, que acabara de chegar.

- Que princesa! – Magdalena abraçou Ana Beatriz ternamente.

- Mamãe, que festa linda! Sinceramente, que obra prima. Eu adorei!

- Não se faz 27 anos todos os dias. – Magdalena olhava para a filha com um misto de orgulho e carinho.

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Trajando um vestido de bolinhas azulado de corte justo, em gola V, Daniela acabava de chegar na festa. Passara por uma sequência de revistas e seguranças e, ao entrar, encontrou-se completamente perdida no meio de tantas pessoas que já havia visto na internet e televisão. Logicamente estava proibida de tirar fotos, dado que se fosse vista fotografando, seria retirada pela equipe de seguranças que rondava a festa. Apesar da regra, conseguia ver artistas posando entre si e postando em redes sociais, mas preferiu não arriscar. Sentou-se próximo ao balcão do bar e pediu um copo de Gin Bombay enquanto aguardava Ayla chegar. Nisto, Luiza a avistou e se aproximou cantando:

- When you love someone...When you love someone...It feels so right, so warm and true...

- Você sabe sua cota de Foreigner então...

- Qual é, é uma banda boa. Hey, você desligou o celular?

- Deixei em modo avião, por quê?

- A Ayla acabou de me ligar. Disse que o tempo está feio lá no Rio, está com um pouco de medo de sobrevoar agora, o piloto preferiu cancelar.

- Não creio! A última vez que falei com ela, mais ou menos uma hora atrás, ela havia me dito que o piloto aconselhou adiar por um tempo.

- Parece que os boletins metereológicos acusaram piora na tempestade, ela preferiu não arriscar.

- Eu falei para ela sair mais cedo. Se tivesse vindo à tarde, isso não teria acontecido. Teimosa como ela é, resolveu vir de última hora.

Luiza então pediu um copo de whisky com gelo e se sentou ao lado da colega de classe:

- Tem uma amiga da Anabê que está tietando sem parar o Lulu Santos. Olha ali, no canto direito.

- Eu nem vi que o Lulu Santos estava aqui! Parece que estou em um mundo paralelo, você não sabe o esforço que estou fazendo para fingir que não me importo com a fama alheia! – Dani riu. – Espera, aAquele ali é o Dado Villa Lobos? – A amiga de Luiza apontou para outro convidado.

- É sim. Nossa, nem todo mundo o reconhece. Geralmente o único integrante que se lembram quando se fala em Legião Urbana é do finado Renato Russo.

- Eu amo os anos 80! Estou reconhecendo vários cantores dessa era que estão aqui. Passei minha infância toda ouvindo Chico, Caetano, Vinícius Cantuária, Legião...espera, Roberto Carlos está aqui também?

- Não, ele não veio, parece que ele tinha um jantar privado com alguns políticos, algo do tipo.

- Falando em políticos, aquele ali tentando dançar é o seu irmão?

- É sim... que vergonha. – Luiza cobriu o rosto, rindo.

No meio da pista, Lorenzo tentava dançar até o chão, quando, ao olhar para a entrada do palacete, paralisou-se. Alguém que ele não esperava de jeito algum, apareceu e se dirigiu até ele.

- Ryan? What are you doing here?
-( Ryan? O que você esta fazendo aqui?)

- Your mother Cecilia has invited me to your sister’s birthday.
- ( Sua mãe Cecília me convidou para o aniversário de sua irmã.)

- When did you arrive in Brazil?
Quando você chegou no Brasil?

- A couple of hours ago, I Guess.
Algumas horas atrás, creio eu.

- And why didn’t you tell me?
E por que você não me contou?

- Well, I wanted to make a surprise! Do you like my outfit?
Eu queria fazer uma surpresa! Gostou do meu traje?

- You came all the way from the United States just to go to a birthday party of someone you don’t even know?
Você veio dos Estados Unidos apenas para comparecer ao aniversário de alguém que você mal conhece?

- Cecilia insisted, and tomorrow I have to be in Uruguay for some business so why not make a pitstop here? Besides, it would be a great oportunity to see you again...
Cecília insistiu, e amanhã eu tenho que estar no Uruguai a negócios, então por que não fazer uma parada aqui? Além disso, seria uma ótima oportunidade de te ver novamente...

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Em determinado momento da festa, as luzes se apagaram, com apenas alguns raios artificiais de uma luz em cor de chamas, enquanto iniciava a música Dancing in the Dark, um clássico do ano de 1984.
Ao centro, Ana Beatriz balançava seu cabelo ao som eletrizante do ritmo, quando Camélia se aproximava, também no mesmo ritmo, ambas dançando como Bruce Springsteen dançava em seu clipe oficial. A nefrologista puxou Anabê pela cintura, remexendo-a conforme a batida da bateria. Por um breve momento, quando um raio de luz alaranjado disparou por uma fração de segundo, os olhares se cruzaram. Os sorrisos se converteram ligeiramente em expressões sérias, logo interrompidas pela escuridão novamente, e a continuação da música. Outro raio de luz, e Anabê se afastou de Camélia que, entendendo a situação, virou-se para dançar em outra direção.

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Pouco tempo depois, já sem os efeitos de iluminação, Magdalena curtia a festa do seu jeito, com uma taça de champagne em uma repartição do palacete que não cruzava com a pista de dança. Após puxar conversa com diversos conhecidos do meio das artes, e fora dele também, resolveu recarregar sua bateria social com uma taça de champangne, quando viu Cecília chegando.

- Achei que não viria mais. – Comentou a magnata designer.

- Foram horas de negociações com o sindicato dos artistas. Felizmente chegamos a um comum acordo. – Respondeu Cecília, acompanhando a ex esposa e também se servindo de uma taça de Champagne. – A Anabê gostou da festa?

- Gostou sim. Quer falar com ela? Está ali na pista de dança com os amigos.

- Não quero atrapalhá-la, é o momento dela. E a Cláudia, não veio?

- Ela achou melhor não vir para não causar atrito com a Lu.

- Luiza sabe agora da verdade, sabe que fui eu quem errei.

- Você contou para ela? Achei que não quisesse que ela soubesse.

- Agradeço por ter tomado a culpa por mim, você sabe como me importo com o que Luiza pensa de mim.

- Ela sempre foi a pupila de seus olhos, desde o primeiro dia do orfanato quando você a pegou no colo.

- Os dois mais velhos tem uma maturidade essencial, mas Luiza...Luiza é sensível, eu sabia que no momento que ela soubesse,  eu seria a causa de todos os males na visão dela.

- De fato ela não está errada... – Magdalena riu discretamente. – Mas foi melhor assim.

Cecília não respondeu, apenas retorceu o lábio em silêncio, quando uma nova música começou a tocar.

- Espera, é Rod Stweart ? – Questionou Magdalena.

- É sim... era justamente essa música que ele estava cantando quando a gente...

-...se conheceu...- Magdalena completou a frase a ex esposa, com um sorriso nostálgico.

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Young hearts be free tonight, time is on your side

Don't let them put you down, don't let 'em push you around

Don't let 'em ever change your point of view

 

O ano era 1996. O finado estilista Alexander MacQueen, que na época acabava de fazer 27 anos. Para comemorar, convidou amigos próximos para uma comemoração privada com direito a show de Rod Stweart. Entre os convidados, apenas alguns meses mais velha, estava a jovem Cecília Gutierrez, na época recém assumida homossexual, o que chocou a alta sociedade de então. Foi nessa festa que conhecera a assistente de MacQueen, dois anos mais nova que o famoso estilista.

Tomando um coquetel, um pouco isolada da movimentação da festa, Magdalena julgava em silêncio alguns looks duvidosos da festa, quando foi abordada pela filha do magnata Muñoz Gutierrez:

- Do you speak portuguese?

- Sim, sou brasileira. E você é Cecília Gutierrez, certo?

- Sou eu sim! Nossa, como é bom encontrar outra brasileira por aqui. Esses britânicos, quando ficam bêbados, começam a ficar extremamente chatos e entediantes.

- Entendo perfeitamente. E também fico feliz de poder conversar com outra brasileira. Às vezes sinto saudades de casa.

- Você mora há muito tempo aqui em Londres?

- Não “moro”, fico aqui algumas semanas e volto ao Brasil ou qualquer outro lugar que Alexander vá. 

- Agora eu que te entendo perfeitamente. Ultimamente meu pai tem me feito ir com ele para as reuniões internacionais e às vezes tudo que eu quero é o conforto da minha própria cama. Fora que ele está me tirando um pouco do cenário brasileiro após...

- Após revelarem sua sexualidade... Desculpe a indiscrição, eu acabei vendo nos tabloides.

- Pois é, todo mundo viu.

- Eu não estou te julgando não! Pelo contrário! Alexander também é gay. E eu...

- Você...?

- Eu...bem, nós acabamos de nos conhecer, mas posso contar um segredo? Confesso que já beijei uma mulher.

- Sério? – Cecília instantaneamente pareceu mais interessada na conversa.

- Sim! Foi em uma dessas festas do Alexander. Eu estava bêbada e aconteceu! – Magdalena tampou o sorriso com a mão, ligeiramente envergonhada.

- E foi só beijo? Nada mais?

- Por que quer saber? – O riso envergonhado se tornou astuto.

- Porque uma mulher ver alguém linda como você e apenas te beijar é quase um crime.

- Você é bem direta, não é?

- Só quando vale a pena. – Cecília se aproximou, tirou o copo de coquetel da mão de Magdalena, agarrou-a pela nuca e deu o primeiro beijo do que seria o início de um relacionamento de décadas por vir.

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Já próximo das 6 da manhã, a festa já havia se esvaziado bastante. No andar de cima do palacete, que funcionava como uma espécie de hotel de luxo, vários quartos estavam ocupados. Em um deles, sobre a cama repousava Camélia sob o busto de ninguém menos que...

- Paloma?! – A nefrologista esfregava os olhos, ainda sonolenta e seminua.

- Ai, droga... droga, droga, droga! Eu bebi demais...A Anabê vai me matar!!!

- Ela vai te matar por quê? Só por que a gente se pegou?!

- Sim! Exatamente por isso!

- Qual o problema?! Somos duas adultas e foi tudo consentido!

- Porque ela gosta de v- digo, ela gosta que, digo...o aniversário dela deveria ser sobre ela, independente do que ela goste ou não!

- Relaxa, Paloma. Isso não vai tirar o foco do aniversário dela. Agora precisamos ir que nós duas temos plantão daqui a pouco.

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Em outro quarto, Dennis, quase no final do seu horário de sobreaviso, fora chamado para uma emergência. Enquanto se trocava, Anabê se despreguiçava na cama.

- Quer que eu vá te auxiliar, amor?

- Não precisa, bebê. Vantagens de dormir com o chefe e ser filha da dona. – Dennis comentou, com certo sarcasmo que Anabê deixou passar. – Depois você compensa as horas em outro dia. Fica descansando, depois da noite de ontem você merece; - O cirurgião tentou corrigir a situação.

- Você está falando da festa geral ou de nós dois aqui no quarto, hein?

- Você sabe muito bem que estou falando de nós dois. – Dennis piscou e deu-lhe um selinho antes de terminar de abotoar a camisa. – A propósito, quando fui buscar uma bandeja de aperitivos para nós dois, vi Paloma e Camélia juntas indo para um dos quartos.

- Juntas? Como assim? Elas dividiram um quarto?

- Dado que elas estavam se pegando com vigor, provavelmente não foi só isso que fizeram...

- A Paloma e a... Camélia? Você as viu se pegando?! – O rosto de Anabê mudou completamente.

- Sim... eu vi a Paloma agarrando a Camélia contra a porta de um dos quartos e em questão de segundos as duas entraram.

- Uau... – O olhar de Anabê continuava perdido.

- Isso é uma coisa boa, não? As duas são suas amigas, e com a Paloma ocupada com um relacionamento enche menos o saco.

- Não fala isso! – Anabê cruzou os braços.

- Estou brincando. Mas desejo felicidade a elas. – Dennis terminou de se aprontar e se despediu.

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Em mais um dos quartos, no final do corredor, era Ryan que rapidamente se vestia enquanto Lorenzo acordava serenamente.

- I’m totally late for my meeting in Uruguay...
(Estou completamente atrasado para minha reunião no Uruguai...)

- Why did you decide to have a meeting on a Sunday morning?
(Por que você decidiu ter uma reunião em um domingo de manhã?)

- Actually it’s brunch with my Family, my aunt and uncle’s golden Wedding.
(Na verdade é um brunch com minha família, são as bodas de ouro dos meus tios)

- Is your sister gonna be there?
(Sua irmã vai estar lá?)

- No, it’s not her family, cause it’s on my mother’s side. They’ve been living in Punta Del Este for a couple of decades and I’m their only nephew.
(Não é da família dela, porque é do lado da minha mãe. Eles estão vivendo em Punta Del Este por algumas décadas e sou o único sobrinho deles.)

- That’s actually cute, you’re all worried about being late for a family gathering...
(Na verdade é fofo, você todo preocupado por estar atrasado para uma reunião de família)

- Was it a compliment? If so, I’ll take it!

- It was, it was. Have a nice gathering! – Lorenzo deu um beijo na bochecha de Ryan antes que ele fosse embora.

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Já em outra suíte, estavam  Yanina, Luiza e Daniela. A atriz argentina dormia tranquilamente na cama de casal, enquanto, em um futton, Daniela repousava sobre o ombro de Luiza. A herdeira Gutierrez foi a primeira a abrir os olhos e, vendo Daniela sob seu ombro, sorriu involuntariamente e decidiu permanecer ali até que a colega de sala acordasse.

Nisto, Yanina acordou, completamente perdida.

- Donde estou... que dolor de cabeça...

- Você resolveu passar da conta ao celebrar o acordo feito com o sindicato e a continuidade das gravações da série, quase entrou em coma alcóolico e se jogou na cama. – Explicou Luiza, falando baixo para não acordar Dani nem piorar a dor de cabeça da outra.

- Hmm? – Daniela, mesmo assim, acabou acordando. – Nossa, dormi demais, até babei.

- Relaxa, não tem problema.  – Sorrindo, Luiza ajustou a jaqueta, não se importando com a mancha de baba. – Bom dia...

- Bom dia... – Dani limpou o canto da boca, ainda babado. – Que dia é hoje?

- É muito engraçado ser a menos bêbada do rolê. – Luiza riu.

- Você también bebeu bastante!- Yanina apontou.

- Não a ponto de desmaiar em uma cama! – Luiza rebateu, ainda rindo.

- Nossa, preciso ligar para a Ayla! – Daniela recobrou os sentidos.

- E eu preciso me arrumar. Minha mãe Cecília acabou de mandar mensagem falando que quer um almoço em família. –  Por um momento, Luiza pensou em negar, mas, ultimamente, momentos em família era algo que ela ansiava, mesmo expressando conscientemente o contrário.

 

 

Fim do capítulo