Colocamos as coisas no carro e seguimos para o destino, Sofia não sabia aonde estávamos indo nem fazia ideia de onde iríamos, quando chegamos perto da primeira parada olhei de relance para ela, estávamos indo em direção à praia, desviei o carro em uma passarela que nos levaria a um píer e no final desse píer uma lancha a nos esperar, sorri vendo o brilho no olhar dela e o espanto também, perguntei:

– O que foi amor, surpresa?

Olho-me com os olhos brilhantes, nada disse, apenas me presenteou com um belo sorriso, segurei na mão dela e a beijei parando o carro, desci dando a volta para abrir para ela descer ao mesmo tempo, em que se jogou em meus braços me abraçando forte falando:

– O que você está aprontando, Bia, só está me impressionando hoje, meu amor?

Abraçou-me e me beijou correspondendo aos seus carinhos ao nos separarmos avistei o rapaz que iria nos levar até nossa parada final, a abracei e seguimos até ele, ao nos aproximar o cumprimentei apresentando Sofia no mesmo instante falando:

– Estamos aqui agora, Rodrigo, um pouco adiantadas?

– Tudo bem, Bia, quanto mais cedo melhor, podemos ir agora, trouxeram alguma coisa?

– Sim, nossas coisas estão no carro.

– Então vocês pegam as coisas enquanto arrumo a lancha.

Concordei com a cabeça e voltamos para o carro sorrindo e nos abraçando, estávamos felizes. Pegamos nossas bolsas e levamos, estava tudo pronto, a lancha ligada, Rodrigo olhou-me e falei olhando para Sofia:

– Desculpe-me amor, mas terá que colocar uma venda agora.

Ela estava distraída olhando para os lados, nem percebeu o que eu havia dito, tirei uma venda de meu bolso e fui para cima dela, nessa hora ela perguntou:

– O que você está fazendo?

Ricardo começou a rir na frente da lancha.

– Eu disse que você terá que colocar uma venda, meu bem.

Ainda não entendendo o que eu estava tentando fazer, mesmo assim se virou para poder amarrar a venda nos olhos dela e seguimos viajem, aos poucos fomos aproximando do píer, eu estava abraçada a Sofia conversando com Ricardo fui descobrindo aos olhos o que tinha visto somente pela internet admirada com o cenário, fomos dando a volta e paramos, descemos da lancha e a guiei pelo caminho junto com Ricardo que trazia nossas coisas, subimos uns degraus.

– Fica paradinha aqui, amor, que já volto, não se mexa.

Concordou com a cabeça, sorri seguindo em direção ao píer com o rapaz e deixando a chave do carro com ele para levá-lo para sua casa, nos despedimos e voltei para junto dela, Rodrigo ligou a lancha e foi embora, me aproximei de Sofia a abraçando perguntando baixinho:

– Está preparada para a surpresa, amor?

– Acho que sim...

– Então fica assim nessa direção e quando mandar você tira a venda, tudo bem?

Concordou com a cabeça me posicionando ao lado dela contei.

– Um, dois, três pode tirar, amor.

Era uma vista maravilhosa, uma pequena praia deserta com a vista para o mar lindo, estávamos na última cabana de um hotel que tinha atrás de onde estávamos quando ela olhou para mim e avistou o chalé que estava sobre meu ombro colocando as mãos no rosto surpresa e praticamente se jogou em meus braços, estava escurecendo, amando o sorriso que ela me dava a todo o momento a peguei pelo braço levando para dentro do chalé, um lugar pequeno, porém aconchegante.

Entramos e tinha uma pequena cozinha americana dividida por um balcão da sala que estava a nossa frente, uma suíte com um banheiro próprio, um chalé de lua de mel que fora indicado por um amigo, estava na internet, mas precisava de uma pequena indicação, ela olhava a volta pesquisando o local depois parou na minha frente, segurei seu rosto perguntando:

– Gostou do lugar, amor?

– Se eu gostei... isso é maravilhoso, você se superou dessa vez, não sei o que dizer.

– Diga somente que está feliz ao meu lado e que seremos muito felizes, isso bastará para mim.

– Você não existe, meu amor, e tudo o que quero é ficar ao seu lado sempre e sempre.

Abraçou-me e nos beijamos apaixonadas, quando nos separamos trocando palavras carinhosas, voltamos para fora do chalé, o tempo tinha mudado, iria chover, pegamos nossas malas e levamos para dentro, conversando, me joguei na cama estava cansada não tinha me recuperado ainda da noite passada que passei acordada.

– Bia... Onde você está?

– No quarto.

Jogou-se ao meu lado e meu abraçou, ficamos deitadas por um tempo, estava quase cochilando quando ela me sacudiu.

– Você me trouxe aqui para dormi?

Sorri e me virei de bruços na cama, estava morta mesmo, só tirei o sapato e logo adormeci, só escutei quando ela falou:

– Eu mereço isso mesmo – e saiu sorrindo do quarto.

Quando acordei estranhei um pouco o lugar, olhei o relógio quase oito horas da noite, levantei da cama muito rápido e com isso senti tontura, sentei novamente colocando a cabeça entre as pernas, me recuperei e fui atrás de Sofia que àquela hora tinha me abandonado pela minha falta de sensibilidade, grande a surpresa a minha acabei adormecendo em nosso primeiro dia longe de casa, deveria estar uma fera comigo joguei uma água no rosto e fui procurá-la.

– Amor... onde você está?

– Aqui fora venha aqui comigo.

Saí me espreguiçando da cabana em direção à área onde ela estava deitada em uma espreguiçadeira, nem tinha notado que tinha uma quando chegamos, ela estava com um livro na mão escutando música, olhei de relance para ela em pouco apreensiva, parecia calma, mas poderia explodir a qualquer momento então disfarcei dizendo:

– O que acontece com esse tempo, estava nublado e agora o céu está estrelado...

– Bia...

Estava de costa quando ela me chamou, demorei um pouco, mas olhei para ela, sorri inocentemente, ela retribuiu o sorriso e me disse carinhosamente:

– Sente aqui comigo e fique olhando para o mar, a lua está linda e as estrelas formam um lindo espetáculo.

Sentei ao lado dela abraçando-a, pelo jeito não estava brava, bom para mim que estava contente por não brigar, mas não demorou muito ela soltou a bomba.

– Dormiu bem?

– Hum... está brava comigo porque dormi não é mesmo? Se estiver pode falar estou errada e assumo a culpa.

– Deixe-me ver... Você me sequestra de casa e me traz para uma ilha deserta, me impressiona de todas as maneiras que uma pessoa não poderia imaginar e acaba dormindo me deixando sozinha aqui, como acha que estou com você?

– Desculpa, amor, estava tão cansada, não tive culpa...

Estava triste por ter feito isso, mas logo ela sorriu me abraçando e me dando um beijo e ficou abraçada comigo por um tempo, depois me olhou séria e disse.

– Sabe que você ainda vai me matar do coração com tanta surpresa, estou tão feliz por estar aqui com você, eu te amo, obrigada por tudo isso.

– Sabe que faria tudo por você e faço é só me pedir.

– Foi um erro de sua parte dizer isso para mim, agora terá que me compensar por ter me deixado a desejar lá em casa.

Olhei surpresa para ela achando que pediria uma coisa impossível e o que ela me pede seria a última coisa que teria que me pedir, a noite estava linda propícia para nós, toquei o rosto dela acariciando os cabelos trazendo-a para mais perto e a beijei apaixonadamente. 

Fim do capítulo