Capítulo 4 – Ansiedade que fala?
Quando finalizamos o beijo, ela me olhou com os olhos marejados pelas lágrimas, não gostava de vê-la chorando e nem triste.
– Amor, não chore, sabe que não gosto.
– Não estou chorando, só estou feliz por ter você ao meu lado.
– Sabe que não sairei de seu lado nunca, só se você me mandar embora.
Segurou meu rosto e deitou por cima de mim me beijando e falando baixinho em meu ouvido:
– Quero ficar sempre contigo e você sabe disso, jamais te mandaria embora, amo você.
– Não mais do que eu, e se não quiser chegar atrasada no serviço – passei a mão de leve na lateral de seu corpo, levantando sua camiseta, sorri – melhor sair de cima de mim agora.
Sorrindo ela me beijou e se afastou, me virei e abracei um travesseiro observando-a terminar de se arrumar, linda como sempre, colocou o sapato, amarrou o cabelo, pegou a bolsa e veio até mim, sentou na beira da cama.
– Não vai me contar mesmo?
– Contar o que, amor?
– Poxa, Bia... O que está aprontando, fala logo.
Sabia que ela estava ansiosa e sabia também que não iria trabalhar direito, apenas neguei com a cabeça, inspirou profundamente e me deu um beijo, quando estava próxima à porta me olhou e ainda séria falou:
– Sabe que está sendo ruim comigo, não sabe, Beatriz?
Fiz uma careta, não gostava quando ela dizia meu nome com aquele tom, sorri mandando um beijo o qual ela pegou no ar, nossa brincadeira particular. Foi trabalhar e eu tentei dormir mais um pouco, não consegui então levantei e tomei banho, coloquei uma roupa quente porque a temperatura tinha caído, fui para a cozinha preparar um café razoável, depois para o telefone e notebook, falei com algumas pessoas, tinha alguns detalhes daquele plano que teria que ser resolvido pessoalmente.
Depois de quase tudo resolvido estava na hora do almoço resolvi passar no hospital para chamar Sofia para almoçar comigo, teria que resolver umas pendências por lá mesmo, segui, ao chegar tive que procurar uma pessoa em especial da diretoria do hospital antes de falar com Sofia.
Conversei com o diretor e segui para o laboratório, ela não estava lá, tinha saído, então esperei em sua mesa, não podia entrar pessoa de fora no laboratório, mas sempre dava um jeito de me enfiar nos lugares, até porque um colega nosso em comum que trabalhava lá com ela estava de plantão era com ele que eu estava conversando e rindo quando ela apareceu nos pegando de surpresa.
– Oi, amor, o que está fazendo aqui? – Parecia irritada com alguma coisa.
Olhei para nosso meu amigo com as sobrancelhas arqueadas e com uma falsa indignação no olhar, ele sorriu, levantando e dizendo:
– Acho bom eu me mandar daqui Bia, estou sobrando.
Sorri concordando, ele pegou alguns papéis e se retirou com um olhar triste e fazendo biquinho, falei:
– Não está feliz em me ver?
– Claro que estou, sua boba, só não esperava por você, desculpe.
Aproximou-se de mim e me deu um beijo no rosto, senti que estava um pouco distante, tinha acontecido alguma coisa para estar assim, não era só pelo fato de não ter contado nada para ela, algo mais estava no ar, depois perguntaria, então fiz o convite:
– Vim saber se quer almoçar comigo?
– Quero, sim, irei sair para almoçar em vinte minutos me espera?
– Claro, amor!
Ela afagou meu rosto com carinho, estávamos conversando quando o Carlos entrou no laboratório com um sorriso no rosto, mas ao nos ver juntas desmanchou o sorriso e fechou a cara, até pareceu que estava bravo comigo, entregou os pedidos de exames e as coletas e saiu sem dizer mais nada. Sofia olhou para mim e me fez ir atrás dele com a cabeça, levantei e fui o alcançando quase entrando no elevador, chamei:
– Hei, Carlos...
Ele olhou para trás e parou, segui até lá, perguntei:
– Podemos conversar?
Ele olhou-me e concordou com a cabeça, seguimos conversando, expliquei a situação do porquê não tinha falado com ele sobre eu e Sofia e tudo o mais que tinha acontecido, depois entendi que ele estava envergonhado de ter perguntado logo para mim sobre ela, sorri para ele e disse que estava tudo bem e nos despedimos.
Voltei para o laboratório, Sofia estava de saída, fomos almoçar. Quando acontecia de nosso horário combinar para o almoço, nunca almoçávamos no hospital, sempre íamos para um restaurante próximo ou lanchonete e foi o que fizemos.
As pessoas, a nossa volta, sempre nos julgando ou nos olhando de forma diferente do normal, estávamos rodeadas de pessoas preconceituosas, pouco nos importávamos com isso, mas sempre procurávamos evitar.
Seguimos para um restaurante em frente ao hospital, conversamos um pouco, ela parecia abatida, me contou que teve problemas no laboratório na parte da manhã, mas que já tinha resolvido tudo, por isso estava distante e mais a ansiedade que a estava consumindo ficou um pouco em silêncio quando me olhou disse:
– Bia, pelo amor de Deus, me conta o que você está aprontando, não aguento mais tanta ansiedade.
Peguei nas mãos dela e sorri, estava tudo preparado, seria um sonho a se realizar, ela assim como eu iria adorar a surpresa ou pelo menos era o que eu esperava, inspirei fundo e falei:
– Olha só amor, agora é meio-dia e meia e dentro de quatro horas você saberá do que se trata, prometo que vai adorar.
– Você nunca deixou de me contar uma coisa e sabe que isso está me matando, não posso com tudo isso, amor.
– Tem que parar de ser tão ansiosa, meu bem, se contar agora vai perder a graça e não seria mais surpresa, amor, não fique triste, preciso de você alegre, hoje é nosso dia, tudo bem?
– Ok.
– Querida, preciso de um sorriso e que me diga que está tudo bem!
– Tudo bem, Bia, não estou triste, vou esperar até mais tarde.
Abaixou a cabeça não gostei porque ainda vi tristeza no olhar dela, não falei mais nada, almoçamos e seguimos para o hospital a deixando lá e voltando para casa tinha que resolver um único e último detalhe, como faria para levá-la até a surpresa sem que ela percebesse nada, teria que achar um jeito e logo a luz veio em minha cabeça arrumei nossas coisas somente o que iríamos usar, estava colocando as bolsas perto da porta quando ela chegou perguntando:
– Está tramando fugir de mim e não me dizer nada, é esse seu plano?
Colocou as chaves no balcão, a bolsa na mesinha, a peguei pelas mãos e a trouxe até o sofá, sentamos e fiquei olhando-a com um sorriso no rosto, tinha arrumado tudo, estava praticamente pronta, falei:
– Não seja boba, não vou deixar você, te disse que teria que me aturar por muito tempo, agora você toma um banho, colocar uma roupa quentinha, depois te conto metade de meus planos.
Abriu um lindo sorriso levantando e me dando um beijo, correu para o banheiro, estava quase tudo pronto, a pessoa que estava organizando a surpresa comigo tinha me ligado e dito que estava tudo pronto e nos esperava, não demorou muito Sofia estava de volta se jogando no sofá ao meu lado me abraçou e perguntando:
– Então, o que você ia me contar, Bia?
– Você foi rápida, está com tanta vontade de saber mesmo o que estou aprontando?
– Para de me enrolar e diz logo o que está aprontando.
Sorrindo olhei para ela, ia levantar do sofá, mas ela não deixou me segurando firme ao seu lado, relaxei e tentei contar uma pequena parte de meu plano.
– Vamos viajar essa tarde e só voltaremos no domingo à noite.
– Como?
– Você me entendeu, vamos viajar e está tudo pronto, partimos assim que você dizer que podemos ir.
– Bia, nós teremos que trabalhar esse final de semana, não podemos ir, seria uma boa ideia mesmo sair um pouco desse lugar e ficarmos juntas, mas não dá.
– Você não me entendeu amor, isso está programado, esqueça o trabalho e todos por aqui, esse final de semana será só nosso, agora você está preparada para irmos?
Ela olhou para mim sorrindo ainda não acreditando no que havia dito, assim como eu, às vezes ela era meio lentinha... segurei em suas mãos a puxando para um abraço e expliquei pacientemente.
– Cuidei de tudo isso, amor não precisa se preocupar com nada somente em me aturar esse final de semana todo ao seu lado.
Afastei um pouco ela de meus braços e novamente perguntei:
– Está preparada para irmos?
– Irei onde você me levar, sabe disso, mas não estou entendendo o porquê de tudo isso.
– Vamos Sofia, hoje completa um ano desde a primeira vez que ficamos juntas e me apaixonei por você, preparei algo especial para nós, quero que se divirta comigo esse final de semana, só terá que me prometer que esquecerá tudo quando sairmos de casa.
Se afastou, andou de um lado para o outro, depois de alguns minutos parou na minha frente e esticou a mão e pegou a minha com um sorriso lindo no rosto me puxando para um abraço maravilhoso e me beijando em seguida falando em meu ouvido:
– Você quer ir agora mesmo ou ainda temos um tempinho antes da nossa fuga do mundo?
Sorri adorando aquela outra proposta, segurei o rosto dela e ia responder que tínhamos mais um tempo, mas o celular tocou e tive que atende, ela beijava meu pescoço, não estava me controlando quando a pessoa do outro lado da linha chamou minha atenção:
– Bia...
– Diga logo o que tem a me dizer, estou meio ocupada aqui – sorri para ela.
– Se vocês quiserem chegar ao destino de vocês hoje terá que sair daí agora.
– Agora, mas porque tem que ser agora, não pode ser em uma hora?
– Agora Beatriz, tem uma tempestade chegando e o tempo para sairmos daqui e chegarmos lá dando tempo para eu voltar, isso tem que ser agora você me entendeu ou prefere que eu passe a noite lá com vocês? – Pude ouvir o sorriso debochado dele do outro lado da linha.
– Não, está doido, estamos indo agora mesmo, chegaremos o mais rápido que pudermos, aí está bem, vai preparando tudo, até mais.
Desliguei o celular e Sofia estava olhando para mim, me desculpei com o olhar e disse:
– Desculpe amor, mas temos que ir agora surgiu um pequeno imprevisto nada grave, por ora, teremos que adiantar nossa ida quando chegarmos prometo te recompensar – sorri.
– Pode estar certa de que irei cobrar, então vamos.
Fim do capítulo
Boa noite, meninas, tudo bem?
Passando para deixar o caps de hoje e convidar quem não me segue a dar uma olhada nas minhas redes sociais... às vezes posto pequenos contos lá, texto e afins... Fica o convite!
Face e insta abaixo.
@autorabiaramos
Bjs a todas!
Bia
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