Capitulo 22
Flávia
O corpo da Bruna relaxou de tal modo que se eu não tivesse tido o rápido reflexo de segurá-la, ela teria caído ali no box do banheiro.
- Bru! Opa - ela olhou pra mim, sorrindo com toda a situação, já estava com as pernas firmes novamente.
- O que foi isso? - ela perguntou, já sabendo a resposta e olhando com um sorriso maravilhoso.
- Isso o que gostosa? - olhei pra ela e aproximei meu corpo do dela. Ela estava com o corpo firme novamente enquanto a água do chuveiro ainda caia sobre nós. Encostei novamente meus lábios sobre o dela, em um beijo suave, calmo, saboroso. Com as línguas brincando enquanto eu aproveitava cada segundo daquela sensação de plenitude, algo que não tenho há 3 anos. Algo que fugi até achar alguém que valesse a pena.
- Acho que nunca fiquei com as pernas moles assim - se for verdade estou bem na fita.
- Esse é o meu talento. - mais um beijinho sutil no lábio - Acho que já gastamos a água do mundo, melhor sairmos. Está firme aí? - claro que ela estava, mas me olhou com um desdém, só faltou mostrar a língua.
Ela desligou o chuveiro, abriu o box e puxou a toalha. Eu apenas observei, com intensa atenção. Cada cena dela era como se eu quisesse guardar tudo, o som, o cheiro, o gosto. Passou a toalha pelo rosto, sem perceber como eu estava sendo observada. Quando se deu conta, ficou envergonhada, com o rosto vermelhinho.
- O que tá olhando hein?
- como você é linda. - ela mostrou a lingua, mostrando mais uma vez a vergonha.
- Você vai ficar aí?
- Então…. É que eu só entrei, não tenho uma toalha nem nada. Tem alguma aí?
- Sabe que o serviço de quarto é cobrado né?! - deixando na expressão claro como eu seria cobrada. Saiu do banheiro e depois de um tempinho voltou me entregando a toalha e saiu do banheiro. Ela não estava no quarto quando eu saí do banheiro, joguei a blusa por cima do corpo e sai procurando ela. Passei pelo quarto do meio, nada, pela sala e nada. Segui para a cozinha, ela estava apoiada na pia, de calcinha apenas, olhando para o nada, com uma taça de vinho. Parei na porta, em silêncio e fiquei observando ela. O corpo não é sarado, não, diria até que um pouco acima do peso. Os seios, comprovadamente, são próteses, mas os bicos estavam ligados. Olhei ela por uns 30 segundos quando ela se ligou que eu estava lá ficou vermelhinha com eu observando ela.
- Ficou com vergonha? - entrei na cozinha, me aproximando dela. Passei minha mão por volta dela, apoiando na pia, deixando a Bruna presa entre os meus braços.
- Hum Hum. Não vi que você estava aí - esticou o braço, passando pelo meu pescoço, apoiada na ponta dos pés e me puxou, nos aproximando. Encostei meu nariz na ponta do dela, carinhosamente, respirando fundo, sentindo seu cheiro suave. Depois passei os lábios sobre os dela e passeei com toda sua boca, explorando as terminações nervosas da pele labial. Quando me afastei por um segundo, ela não me permitiu, aproximou mais o rosto e me beijou. O sabor do vinho preencheu aquele momento, onde brincávamos uma com a língua da outra. Minha mão massageava o couro cabeludo dela, na nuca. O beijo foi ficando mais acelerado, mais ardente.
Desci a mão suavemente pelas costas dela, até chegar nos glúteos, que apertei com vontade. A resposta veio em um gemido, mas o beijo não parou. A outra mão apertou mais uma vez a nuca dela, tendo domínio sobre a cabeça, puxei de leve para o lado, expondo o pescoço. Soltei o beijo e segui para o pescoço. Passei a língua forte da raiz do pescoço até a orelha. Eu pude sentir o arrepio dela, o corpo enrijecendo e o desejo aflorando. Mais um gemido enquanto eu mordia a pontinha da orelha. Puxei fundo o ar perto do ouvido: Gostosa! - o gemido veio junto com o corpo arrepiado. Mantive o carinho no pescoço, com beijos suaves e passeios com a língua. A mão direita foi em direção ao mamilo, que apertei forte. O gemido dessa vez foi uma mistura de dor e prazer.
O beijo que estava no pescoço do lado direito foi migrando, pescoço do lado esquerdo, com mordida na orelha, ombro, tórax. Durante o trajeto eu não desviei o olhar, estava fixa com o dela. Encontrei seu seio direito e continuei sem desviar o olho. Que delícia. Passei a língua pelo mamilo, estimulando ele. A Bruna esticou a mão para o lado e puxou a taça de vinho, achei que iria jogar ali, mas não, bebeu lentamente mais um gole, mantendo a expressão de luxúria, de tesão e de querer mais. Depois de um tempo estimulando o mamilo, eu resolvi abocanha-los. Sensacional, ch*pei devagar, depois forte. Fiquei ali um tempo, saboreando, sem desviar o olhar dela, observando todas as suas reações.
A Bruna se manteve ali, bebericando seu vinho, enquanto eu ch*pava seu peito, em um lapso temporal de segundos. Soltei o mamilo, avermelhado e assoprei eles, intercalando a vasodilatação com o gelado do vento, mais um gemido. Desci o beijo, sempre olhando pra ela, beijinhos em toda a barriga, algumas leves mordidas. Pousei um beijinho em cima do monte, por cima da calcinha. Quero esse sabor. Um, dois, três beijinhos sobre o monte. Agachei ali na cozinha, sempre olhando pra ela, intenso, direto e continuo. Me encaixei em uma posição confortável ali em suas pernas, a Bruna bebeu mais um gole do vinho, estática. Puxei sua calcinha preta para o lado e encostei meu lábio em sua pele.
- Não, vem cá! - ela passou a mão no meu braço, pedindo pra eu levantar. Segui seu comando, estranhando a situação - Vai me comer no meu quarto, não aqui em pé.
- hahaha, quem disse que vou te comer?
- se não ia agora vai, mas não aqui. - demos risadas mais uma vez, seguida de mais um beijinho. Passei minha mão pelos glúteos dela e como uma dança alinhada e bem treinada, quando eu puxei seu corpo, ela pulou. Segurei ela no colo, na posição de cadeirinha. Acreditem, ela ainda bebeu o resto do vinho da taça antes de eu carregar ela para o quarto. Primeiro sentei ela na cama, mas nem cheguei a ficar em pé, alí mesmo ela me puxou pelo pescoço. Fiquei por cima da Bruna, olhando ele por um segundo. Passei a mão pelo rosto dela, fazendo carinho, tirando delicadamente o cabelo da face, depois delineei a sobrancelha, o lábio.
- Você é linda!
- Hummm, quanto romantismo. Vem cá! - e me puxou, para um forte. Segui o caminho dela, mas houve uma divergência, eu queria amor e ela sex*. Língua na língua, lábio no lábio. Voltei ao pescoço e fui seguindo novamente o trajeto. Dessa vez ch*pei o outro mamilo, o esquerdo. Afinal, ninguém pode sair com vontade. Mordidas na barriguinha. Desci para a virilha, mordidas na coxa. Ela puxou minha blusa, fácil, rápido. Senti suas unhas me arranhando conforme eu mordia suavemente seu corpo. Voltei da coxa para a virilha. A Bruna tem um pouquinho de cócegas, gerando risadas. Empurrei sua perna esquerda com o ombro, expondo o sex*. Cai, e foi de boca. Com a ponta da língua fui em direção a entrada da vagin*, explorei o lugar com calma e paciência. Quando houve a primeira reação dela, coloquei a língua dentro. Sai e massageei novamente. Mais uma vez dentro e fora. Subi a língua ate o clit*ris, com a ajuda do dedo expus mais ele por baixo da e comecei a massagear. As vezes com a língua mais firme, às vezes com ela flácida, para cima e para baixo, para os lados, circular.
O ritmo foi seguindo as reações e gemidos da Bruna, se ela acelerava, eu acalmava. Quando ela respirava fundo eu sugava mais forte. O som de suas reações me mostraram todo o caminho a seguir e o que fazer. Quando eu senti ela um pouco mais contraída, coloquei firme e forte, dois dedos.
- Isso Flávia! - exteriorizou o caminho através da frase e do pescoço que esticou. Continuei, língua em cima, dedo embaixo. Passei o dedo por todo o períneo, explorando as terminações nervosas dos pequenos e grandes lábios, da entrada da vagin*. Dentro de novo. Fora novamente. Dentro, mexi o dedo para cima e para baixo, empurrando a parede vagin*, explorando os espaços e as sensações da Bruna. Quanto mais contraído ficava, mais eu mexia o dedo dentro.
Tirei a boca do clit*ris dela e comecei a massagear com o dedo, sempre sutilmente, leve, incômodo e provocativo. Lá embaixo estava cada vez mais apertadinha. Tirei meus dedos calmante e voltei para o pescoço dela, mais beijos. Arranhões, toques.
- Por favor Flávia
- O que meu anjo? - continuei onde eu estava, que era ch*pando o bico mais uma vez.
- Eu quero.
- Quer o que?
- Quero mais um - olhei fingindo não entender nada. Beijei mais umas vezes a barriguinha dela, alternando com lambidas.
- Mais um?! Um o que? Não estou te entendendo. - beijos e mordidas na coxa.
- quero goz*r de novo! - quase gritou, pude sentir a falta no tom de voz dela.
- E o que eu tenho a ver com isso? - falei baixinho na ponta do ouvido dela. Ela não me respondeu, mas o olhar dela era de ódio, de raiva, de vontade reprimido. Sentei na cama e puxei ela, fazendo ela ficar sentada no meio de mim. Passei minhas pernas nas delas, imobilizando, deixando-a exposta. Essa é a vantagem de ser grande - Coloca dois dedos dentro! - Ela seguiu meu comando, deve ainda estar bem apertadinha, pq gem*u quando seu próprio dedo entrou. Puxei seu cabelo para o lado, expondo o pescoço e o ouvido - Eu vou te tocar, do jeito que eu quiser e como eu quiser! Você vai ficar com o dedo aí dentro e vai me avisar toda vez que você contrair. Entendeu? - não houve resposta - Entendeu Bruna?
- Huhum - foi a resposta. E eu então comecei. Abraçada por trás, apertei os dois peitos dela, forte.
- Seus peitos são deliciosos! Ficaria apertando eles a vida toda - um gemido baixinho a cada apertada. Desci a mão pelo tronco, arranhando sutilmente a pele, de modo provocativo.
- Flávinha.
- Oi?!
- Nessa gaveta tem um vibrador. Pega ele pra mim.
- Não!
- Eu demoro muito pra goz*r, pega ele pra mim - falou com a voz sofrida.
- Já falei não. Eu tenho todo o tempo do mundo - voltei a morder o lóbulo da orelha dela. Desci a mão novamente pela lateral do corpo, chegando ao sex*. Passei o dedo por fora, no lábio. Úmido, lubrificado. Retrai, achando o clit*ris, quando encostei, mais um gemido. - Lembrando que eu vou te tocar como eu quiser e você vai me falar como está aí embaixo.
- Hum hum - comecei a circular o clit*ris, suave, devagar. A Bruna que estava tensa e toda rígida no começo, foi aos pouquinhos soltando o corpo e se entregando a brincadeira. Acelerei o toque circular. Mais um gemido.
- Tá apertadinho - ela falou, quase sem ar. Mudei a orientação, tocando para cima e para baixo, leve. Mais um gemido. - isso é bom, assim eu gosto - mantive pra cima e pra baixo, mas aumentei a pressão, sem alterar a velocidade. - Aí Flávia! É bom.- não respondi, mantive o silêncio. Acelerei. Pra cima e pra baixo, firme, forte e intenso. Acelerei mais. A cada mudança de marcha, o gemido ficava mais intenso, mais sofrido.
- Como está aí?
- Todo contraído. Tá quase - aumentei mais a velocidade. Sobe e desce, sobe e desce rápido. - Isso Flavinha, tá apertadinho - falou tão sofrido que saiu em um sussurro. Acelerei mais e não parei, um vai e volta frenético, alimentado pelo gemido constante dela - Continua Flávia, não para meu amor, não para, aiii, aiiii, aaaaaiiiii.
- Ainda não Bruna, ainda não - e mantive o vai e vem, mesmo sabendo que ela já estava no limite, quase lá.- Mais um pouquinho, mais um pouquinho, ainda não, segura, segura, segura - ela estava esticada no meu colo, com a perna e o pé esticados, a respiração acelerada, mas com pausas de apneia. Quando ela chegou lá foi o gemido mais maravilhoso até agora, acompanhado por uma contração tão intensa que chegou a tremer. Depois disso relaxou completamente nos meus braços.
Tirei meu corpo e depois o meu braço de trás dela. Ela foi retornando à cama, delicadamente. Apoiei meu corpo ao lado dela, olhando suas reações. Seu sorriso era cansado, mas encantador. O cabelo estava bagunçado, mas o olhar vivo e altivo. E meu ego estava na lua. Com os dedos sutilmente tirei o cabelo dela do rosto e completei com um beijo sutil. O retorno foi um novo sorriso.
- Você é boa no que faz hein policial!
- Dou pro gasto - sorri debochada.
- Dá nada, nem deixou eu encostar em você.
- Ah, é que você foi deixando, eu tomei conta.
- Deixa eu recuperar minhas forças aqui pra você ver se eu não te acalmo não - dei risada da situação, ela tem jeito de total zero em ser ativa. Ela deu uma olhada para cada um dos lados, procurando algo. Não achou. Voltou a conversar comigo - Eu dou conta de você, mas é que balada, bebida e três, é demais.
- Cansou? - olhou de novo procurando algo.
- Eu tô exausta. - olhou mais uma vez para o nicho.
- O que você está procurando? - não aguentei e perguntei.
- Não, nada. Vem cá, me abraça! Tô com frio - Deitei na cama, me sentindo confortável e abri os braços pra ela. A Bruna se aninhou no meu ombro, olhando pra mim e sorrindo plena. Os olhinhos eram nitidamente de alguém com sono, mas atentos. Passei meu braço por ela e continuei um cafuné gostoso. Ela puxou a coberta da cama, jogando por cima de nós duas.
- Quentinha?
- Agora eu estou. - olhou mais uma vez para o lado, procurando novamente.
- Tá, chega. O que você está procurando? Vai lá e pega!
- Não é nada!
- Humm.
- É que eu tenho o horroroso hábito de fumar depois do sex*. - ah, agora faz sentido - sei que é errado.
- Achei que você não fumasse.
- É só nessa situação, depois do sex*.
- Você não vai querer que eu saia essa hora para comprar cigarro não né?! Porque eu não vou - falei pra ela calmamente, mas firme.
- Não, claro que não. Só é um hábito ruim, vou parar com isso.
- Tem alguma coisa que posso fazer para você? Sei lá, uma água, um suco? Ajuda a tirar a vontade?
- Ah, pega mais um pouquinho de vinho pra mim, uma cerveja, não sei o que tem lá.
- Sabe que tudo na vida tem um custo né Bruna?
- Humm, quantos beijinhos você quer? - levantou o rosto e se aproximou mais de mim, esperei calmamente enquanto ela pousava o lábio no meu. Beijo leve, demorado, gostoso.
- Por esse preço trago o vinho e a cerveja.
- Aí, até parece que sou dada desse jeito aí! - falou em tom de brincadeira. Sorri leve de volta pra ela e levantei da cama. Olhei de volta pra ela, seus olhinhos estavam abertos, mas uma carinha de sono sem precedentes. Segui em direção a cozinha, o caminho não é longo, é um apartamento né?! Quando cheguei na cozinha a emoção de todo aquele momento não bateu, me deu um murro. Parei em frente a pia e me apoiei aí por alguns segundos.
Eu estou até que surpresa com a forma como estou lidando com tudo isso. Não imaginei que eu conseguiria me soltar e mais ainda namorar com a Bruna. A primeira vez que beijei alguém depois da Fabi, foi horrível. Era como se eu não soubesse mais beijar, algo mecânico, só um abre e fecha de lábio. Definitivamente horrível, a todo segundo eu imaginava a Fabíola vendo aquela cena e se decepcionando comigo.
Hoje foi completamente diferente, também vale considerar que já se passaram 3 anos, que eu amadureci, consegui aceitar melhor os percalços. Confesso que estou até surpresa comigo, tudo bem que começou num impulso, mas eu deixei ir. E foi uma delícia, meu corpo precisava disso, de um novo contato, de sex*. Espero não ter antecipado as coisas, sabe, a Bruna querer fumar depois do sex*, por exemplo… é claro que isso é uma memória, algo afetivo da Mayra. A Bruna não fuma. É claro que é algo recente pra ela, mas achei que rolou bem, que encaixou gostoso o corpo.
Puxei o ar bem fundo, como se precisasse da calma que o o oxigênio traz. Soltei devagar e fiz tudo mais uma vez. Levantei a cabeça e fui em direção a geladeira dela. Vinho, vinho, vinho, onde? Tem uma garrafa, mas fechada, não sei se posso abrir. Lá atrás no cantinho, uma garrafinha de Heineken. Pronto, cerveja mesmo. Peguei a garrafinha, gelada define. Segui rapidinho em direção ao quarto.
A jornalista estava embaixo das cobertas, de bruços, toda torta. Cheguei perto e ela estava dormindo. Não vou acordar-la. Puxei a coberta, o mais delicada que pude e sentei na cama.
- Oi!
- Desculpa, te acordei! Trouxe sua cerveja.
- Acabei fechando os olhos por uns segundos- arrumou o corpo, sentando na cama. Me ajeitei, reclinando entre os travesseiros. Ela se manteve ali, indiozinho, me olhando.
- Deixa eu abrir pra você - girei a tampinha da longe neck e entreguei.
- Obrigada meu amor - virou um gole longo, hidratando cada pedacinho da garganta seca - Você tá bem Flávinha?
- Oi? - Aí cacete, tô me segurando bem.
- Você tá bem? Não imaginei que fosse rolar mesmo, você se soltou de um jeito que eu não pensei.
- Ah, eu vi sua carinha de decepção quando eu travei, isso acabou me empurrando. E ainda bem que destravei.
- Aí, desculpa, não queria te forçar, mas eu tava subindo pelas paredes depois da gente dançando aquele esfrega esfrega hoje. Aí quando vc travou, acho que não consegui disfarçar - ela me olhou com uma expressão de vergonha, verdade.
- Você não tem culpa meu anjo, eu que sou quebrada. Mas o importante é que deu certo.
- É sua primeira vez depois dela?
- Não precisamos falar sobre isso Bru.
- Flávinha, deixa eu te ajudar meu amor. Você está machucada. Se você não me contar nada eu não posso te ajudar.
- Não tem o que você saber Bru. Eu estou seguindo em frente.
- Como não tem o que eu saber Flávia? Você é toda travada, não me conta nada. Não confia em mim? O que eu senti aqui hoje foi mais que sex*, mas eu tbm tenho medo. Tem que confiar em mim.
- Não é isso Bru, é que pra mim você vai sumir a qualquer momento. Nós somos de mundos tão diferentes.
- E isso é motivo pra eu sumir? Você não confiar em mim?
- Amanhã você vai lá na minha vó. Se depois disso você não fugir eu te conto o que você quiser!
- o que tem de tão diferente na sua vó? Eu estou com você e não com a sua família.
- Nada. Mas você vai entender a minha história, porque eu não tinha grana para comer naquela lanchonete cara de perto da faculdade e porque eu iria pegar um PF no Sr. Olímpio.
- Ah, é isso. Flávia, desculpa. Eu não tinha me ligado no quanto fui desconfortável até eu ver como você ficou. Foi uma falha minha.
- Chega dessa conversa vai. A gente acabou de namorar gostoso e já está discutindo a relação. Vem aqui, deita comigo. - deitei na cama e abri meus braços de novo, ela me olhou com calma, entendendo a necessidade de parar a discussão. Bebeu o último gole da cerveja, colocou a garrafa ao lado e se aninhou em mim. Beijei sua testa, ela encaixou o rosto no meu pescoço, de um jeitinho fofo. O calor do corpo dela se misturou ao meu e meus olhos calmamente foram se fechando, sentindo a plenitude do momento.
Estávamos na casa dela, um corredor que nunca vou deixar de reconhecer. Ela estava lá, linda como sempre. Os cabelos negros não estavam soltos dessa vez, estavam presos em um nó nele mesmo. Ela estava com a roupa preta da polícia civil, o distintivo no peito. Levantou do banquinho de tijolo, passou por mim, passando a mão no meu rosto e andou. Algo estava pingando da mão dela, vermelho, sangue. Ela continuou andando, devagar, em direção a rua, com o quadril quebrando para os lados.
-Você rebol* assim quando está progredindo no terreno? - ela não respondeu, quando virou pra mim estava com a mão no peito e toda vermelha, sangue escorrendo pela roupa. O som não saia, o sangue borbulhava. Ela me olhava desesperada.
Levantei do banco, quero andar até lá, mas a Bruna está me segurando, ela não solta o meu braco. Não consigo ir até a Fabi, não dá. Ela está falando alguma coisa e eu não consigo ouvir. Me solta Bruna! Me solta! Empurrei a Bruna e me soltei, corri até a Fabi. Encostei meu ouvido pertinho dela: Não deixa ela me matar! Não deixa Flávia.
- Quem vai te matar? - olhei pra trás, quem vai matar ela? A Bruna não vai matar ela, eu não vou deixar. Procurei minha pistola, mas onde está? Mas não era a Bruna que queria matar ela. A dona Arminda, mãe da Fabi, atirou. Um, dois, três disparos. Cadê a minha pistola? Cadê? Corri para a Fabi, não posso deixar ela morrer. Fabi! Fabi! O sangue dela escorria na minha mão, como deixei ela morrer?
- Flávia, amor! Amor! Acorda!
- O que? Oi?! - merd*, outro pesadelo. Mais um.
- Tá tudo bem meu amor! Você teve um pesadelo - abri meus olhos, a Bruna estava segurando meu rosto, assustada. Merda, mais um pesadelo, mais uma vez.
- Desculpa Bruna - estou decepcionada comigo mesma, perder o eixo assim, com ela do meu lado. Sentei na cama, ainda desnorteada, machucada.
- Vou pegar uma água pra você, já venho - soltou meu rosto, se ajeitou para levantar da cama. Mas eu segurei seu braço.
- Não vai não, fica aqui comigo.
- Tudo bem, estou aqui - ela me abraçou forte. Encostei meu rosto no ombro dela e ali fiquei, seu cheiro foi me acalmando aos pouquinhos. Ficamos ali, naquela posição por um breve período em silêncio, até que a Bruna quebrou e falou: Nunca mais me fala que não tem nada me contar - os olhos encheram de lágrima novamente, mas respirei fundo, me alinhei e levantei o rosto. Não posso cair, não aqui. Sai do abraço dela e deitei na cama, estiquei a mão, batendo no colchão, chamando ela para deitar comigo. A Bruna entendeu a mensagem, deitou se costas pra mim, em automático passei meu braço por cima do ombro dela, aproximando os corpos, estreitando a conchinha. Aqui está sendo o lugar mais gostoso e seguro possível.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 10/07/2023
Misericórdia pesadelos é foda ainda mais com a pessoa que partiu é bem complicado.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 10/07/2023
Misericórdia pesadelos é foda ainda mais com a pessoa que partiu é bem complicado.
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