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Nas brumas do Pico por Nadine Helgenberger

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Palavras: 4259
Acessos: 1922   |  Postado em: 21/06/2023

Capitulo 22

 

Sentada no avião, e faltando ainda algumas horas para a aterragem, Walkiria se ressentia de saudades da mãe, ao mesmo tempo em que refletia sobre as inúmeras conversas que tiveram nas duas semanas em que estivera de visita na Alemanha. Era tão bom estar com a mãe. Agora, tudo era sempre tão leve. Não fora sempre assim. Depois da morte repentina do pai, as duas tiveram que se reinventar. A mãe, de forma mais consciente e ela, quase que compulsoriamente para amenizar o desconforto de sua progenitora. Tudo mudou. Num dia eram uma família de classe média feliz e tranquila, e no outro, escuridão. Dúvidas, dívidas, descontrolo e ela por ali, uma criança de 12 anos, que pouco ou nada entendia. Teve que entender coisas de adultos muito antes da hora certa. Elas passaram a se bastar. Uma era o amparo da outra, sempre. Sua mãe vivia por ela, tudo era em função de assegurar que nada lhe faltava. Mais tarde, já adulta, percebeu que sua mãe parou de existir enquanto mulher para que ela pudesse florescer. Ela trabalhava arduamente e era isso. Tinha que honrar dívidas, custear o sustento delas e rezar para que nenhuma outra desgraça se abatesse sobre a pequena família. Pelas suas vagas lembranças, pairava o episódio de um namorado que a mãe arranjou, tinha ela seus 15 anos. Foi o único até ela ser efetivamente adulta. O homem queria a mulher, mas não uma mãe com uma filha adolescente. Queria sair com ela pelo mundo, conhecendo, desbravando, sem amarras. Filomena e suas convicções, jamais se deslumbrou. Sua responsabilidade era a filha e suas contas pagas. Amores, se estivessem nos planos da vida, viriam depois...

E assim foi por muito anos, primeiro os deveres, as responsabilidades, e depois os prazeres. Walkiria aprendeu muito bem e se vangloriava disso.

Saudades da mãe. Saudades da versão mais leve dela. Sim, aprendera a gostar também dessa versão. Apesar das saudades, era muito bom a volta para casa, para a sua vida tranquila e sem sobressaltos.

 

*****

Mais um dia em que Walkiria obedeceu à sua rotina diária sem desviar um centímetro. Correra logo cedo, praticara boxe, seguido de 15 minutos de yoga na sua varanda e um pouco mais tarde, deliciara-se com um bom pequeno-almoço com as delícias de Diana.

Pouco antes das 9 da manhã, já estava sentada no escritório, para mais um dia de foco total nos seus objetivos. Era essa a intenção, mas a mente não obedecia e os efeitos já eram sentidos no corpo. Estava agitada, sem concentração e com palpitações desconfortáveis. Já abrira e fechara a porta do escritório inúmeras vezes, como se lá fora existisse algo que lhe devolvesse a paz. Ainda bem que estava sozinha. Por onde andaria Greta? Só a vira mais cedo no briefing e depois nem sinal. Talvez estivesse fora do hotel resolvendo alguma pendência. Talvez até fosse algo planeado, mas não lembrava de nada. De repente, tudo parecia confuso. Não havia razão para tal, mas a instabilidade emocional gritava e fazia eco no seu corpo. Perto das duas da tarde, depois do almoço que não comeu, decidiu sair sem rumo. Nem tanto, pois usava um biquíni, logo, em algum momento o impulso a levaria ao mar.

            -Ei, onde vais com tanta pressa? - perguntou Greta perto da saída do hotel.

            -Mulher, onde estavas? Cansei de te procurar pelo hotel...

            -O telefone ainda serve para localizar as pessoas.

Riram.

            -Acreditas que não me ocorreu...

            -Está tudo bem?

            -Estou um pouco fora do eixo e não sei a razão. Vou tentar abstrair por aí...

            -Aconteceu alguma coisa? O hotel?

            -Com o hotel está tudo certo. Eu que não amanheci muito bem...estou ansiosa e antes que perguntes, sigo firme na terapia.

Risos.

            -Somos mulheres, meu bem, normal esses picos emocionais...vais nadar?

            -Não sei...ah, estou de biquíni porque sim...não sei...

            -Hmmm, temos romance novo no horizonte?

            -Ah, Greta, pelo amor de Deus, quando vais entender que não quero saber de confusão na minha vida?

            -Mas precisa ser uma confusão?

            -Para mim, sempre é. Estou bem sozinha, muito bem. Já que a senhora apareceu, posso pegar o carro emprestado?

            -Pode, claro! Ias a pé?

            -Sei lá...vou tomar ar.

            -Voltas?

            -Para cá? Sempre.

Risos.

            -Doida! Voltas ainda hoje?

            -Greta, eu não vou fugir com um biquíni, short e blusa. Só preciso abstrair um pouco. Precisas de mim?

            -Não...vá relaxar sem preocupações.

            -Difícil não ter preocupações, mas por algumas horas posso fingir que sou uma ave de asas abertas.

Risos.

 

*****

Dentro do carro, Walkiria apreciava a beleza do crepúsculo. O céu ainda com tons levemente alaranjados, apresentava nuvens lindas e com formatos engraçados. Podia jurar que era possível distinguir uma mesa com vários corações em cima. Uma mesa no céu com corações. Que delírio. Ultimamente passava horas prestando atenção nos contornos das nuvens, na beleza do céu, até já vira um alinhamento perfeito de três planetas. Fases...

Alongou os braços e gem*ndo, concluiu que a tarde na praia do Tarrafal tinha sido a melhor escolha. O sal no corpo sempre a deixava mole e com vontade de não fazer nada. Não tinha nada para fazer, não àquela hora. Ah, talvez um banho em Zuri, ou não, já era tarde...devaneava quando entrou no hotel e uma algazarra chamou sua atenção. Vinha do lounge e chegando mais perto, podia ouvir vozes conhecidas. Discreta como sempre era, quase passou direto para o seu loft, mas alguma coisa mudou-lhe a rota e viu-se no lounge. Era sim uma comemoração. Perdera alguma data importante?

            -Ahhhhh, chegou quem faltava para a festa ficar completa! - gritou Greta, visivelmente emocionada.

            -Esqueci alguma data importante? - perguntou enquanto olhava para a cara de cada pessoa presente. - Greta, porque não me avisaste mais cedo? Não teria passado tanto tempo fora...

            -Era para ser uma surpresa, mas os horários confundiram-se...melhor, eu fiz confusão...- A sócia tentava explicar-se.

            -Eu tinha pressa em chegar e vim num voo mais cedo. - Aquela voz...

Walkiria olhou para o lado e teve a sensação de estar dentro de uma onda que a sacudia e levava de um lado ao outro em segundos e em alta velocidade.

            -A Nahima voltou!

Todos gritaram e ela sorriu. Walkiria sentiu uma espécie de vento cortante atravessar-lhe por inteira, tanto que abraçou seu corpo na altura dos seios. Nahima não desviava o olhar dela. Já não era vento, sentia-se queimar, da cabeça aos pés. Boca seca, coração pulando dentro dos ouvidos, mãos trémulas, pensamentos desconexos...Greta...podia esganá-la...sim, podia...

            -Dona Wiki, estamos todos tão felizes. - Até Gary estava feliz. Todos estavam, menos ela. Como definir o que estava a sentir? Olhares expectantes a observavam. Esperavam alguma coisa? Queria correr dali.

            -Eu sabia que ficarias muito feliz, guardei surpresa.

Olhou para a sócia com fúria nos olhos. Feliz? Como? Tanto esforço para se aprumar e agora esse circo?

            -Lembras que eu queria retribuir toda a ajuda que ela nos deu? Ela está hospedada na nossa melhor suite.

            -E eu faço questão de servir-lhe todas as refeições. Ah, e com o melhor que sei fazer. - Frisou Diana também claramente feliz com o acontecimento do dia.

Walkiria olhava de um lado para o outro, ouvia vozes e não retinha nada e para seu maior desespero, tinha um par de olhos grudados em si. E o sorriso...

Alguém lhe estendeu um copo que levou á boca imediatamente para aplacar a secura que a consumia. Estava fora de lugar no seu próprio espaço. Que loucura! Notou a presença até do assistente de projeto de Nahima. Festa completa, só ela não sabia de nada...que raiva! Não sabia como agir. Não conseguia encarar Nahima. Não! As certezas talvez não estivessem tão sedimentadas...sete meses, quase oito...tempo suficiente...ou não? Divagava com aquele par de olhos cravados na sua figura. Só tinha uma solução. Correr.            -Já não me lembrava que não gostas de surpresas...

Nahima alcançou-a mais depressa do que as pernas lhe obedeceram.

            -Não gosto mesmo. Desculpa, mas não estou me sentindo muito bem. Vou para casa. Seja bem-vinda de volta e aproveita a tua festa...

Correndo ou se arrastando, o fato é que em segundos tudo o que ouvia eram vozes desconexas, distantes, bem longe do seu alcance. Entrou em casa e bateu a porta com força. Aquela que quase sempre estava aberta, agora era trancada com veemência. Queria certificar-se que estava segura. Detestava surpresas. Detestava perder o controle. Detestava aquela sensação sem nome e amplamente devastadora.          Olhou-se ao espelho e lá estavam os salpicos de ouro na sua pele. Lágrimas súbitas eclodiram nos seus olhos, desatou a rir. Riu sem freio. Risos e lágrimas numa sintonia desconcertante.

            -Está tudo controlado! Tudo controlado! - Repetia vezes sem conta.

Subiu as escadas aos tropeços e atirou-se na cama. Em posição fetal, clamava por algum discernimento. Como reagir diante de algo que não sonhava que poderia acontecer? Já tinha ultrapassado aquela avalanche. Sua vida tinha voltado ao que sempre fora e era exatamente assim que deveria permanecer.

            -Porque ela me olha assim? Os malditos salpicos de ouro sobre chocolate...- mordeu o próprio braço. - Porquê? O que essa mulher veio fazer aqui? Maldita, Greta! Maldita italiana dos infernos. Claro que ela é italiana...maldito olhar...

Após debater-se sobre a cama, correu para um banho. Precisava tirar o sal da pele para pensar com clareza.

 

 

 

*****

Greta entrou intempestivamente no escritório que dividia com Walkiria, acreditando que algo muito grave tinha acontecido. O tom na voz da sócia não deixava margem para outras possibilidades.

            -O que aconteceu de tão grave? Hoje não...

            -Greta, não achas que mereço uma explicação? - Tinha os braços cruzados e o queixo ereto. Por dentro, fervia.

            -Estás a falar de quê? Ah não, tiraste-me da celebração para nada? Eu já tinha imaginado um desastre...

            -Dependendo do ponto de vista...

            -Podes ser mais clara? Vamos celebrar!

            -Eu não tenho qualquer motivo para celebrar. Tu estás doida? Como assim estamos a receber a Nahima e eu não estava a par? - Gritou.

            -Walkiria, isso é um hotel e nunca estás informada sobre quem são os nossos hóspedes.

            -Pula a ironia, sabes muito bem a quê me refiro...

            -Não faço a mínima ideia. Podes ser mais clara?

            -Agiste nas minhas costas e que eu me lembre, no nosso manual de boas praticas, essa falha é imperdoável.

            -Ei, mulher, para e reflita nas asneiras que está a dizer. O problema é a Nahima?

Walkiria começou a andar de um lado para o outro sem dizer uma única palavra.

            -Ela é uma hóspede! Somos um hotel, certo? Visto que nunca mais falaste com ela, não havia motivo para te informar...

            -Não? Ah... - Bateu a cabeça em protesto.

            -Ela é minha convidada. Lembras que eu sempre quis retribuir a grande ajuda que ela nos deu? Então, a hora é essa. Ela vai ficar no nosso melhor alojamento e não te preocupes, serão apenas duas noites. O hotel também é meu...ah, e faço questão de custear o presente da Nahima.

            -Deixa de ser idiota, a questão aqui não é dinheiro...

            -Qual é a questão? Eu não tenho culpa se não resolves as pendências da tua vida de uma forma adulta.

            -Ah, agora dás palpites na forma como conduzo a minha vida? Tu que és o melhor exemplo de maturidade...- Ironizou rindo na cara da sócia.

            -Walkiria, não vou discutir contigo. A Nahima fica aqui e eu vou regressar ao convívio de gente leve. Deverias fazer a mesma coisa.

Saiu sem dar qualquer chance de refutação.

Sozinha, Walkiria controlou-se para não arremessar um vaso contra a janela. A sua paz, reconquistada com muito esforço, esvaiu-se em poucos minutos.

Entre balbuciar frases sem sentido e cair num choro convulsivo, alguns largos minutos se passaram em que as paredes do escritório pareciam, ora uma prisão, ora a sua melhor proteção.

Mais calma, mas ainda sem saber atinar muito bem as ideias, saiu dali, certificando-se que não era vista por ninguém.

 

*****

O exíguo espaço do loft aumentava ainda mais o seu estado de ansiedade. Andava às voltas, subia e descia as escadas, ia lá fora e gritava em vão por Zuri, e o tempo voava. Olhou as horas no telefone e já passava das 23 horas. As chances de conciliar o sono eram remotas. Impossível. Que reviravolta num dia em que tudo parecia encaminhar-se para o bem. Negação. Negação. A palavra que martelava sua mente confusa. Tantas vezes fora confrontada na terapia com essa bendita palavra. Foda-se! Ninguém ia ditar como resolveria suas questões.

Negação!

23:40 e as paredes pareciam querer engoli-la. Bateu a porta com força e saiu em busca de ar. Também buscava a paz perdida algures...

Sabia-se desorientada, mas ver-se próxima á melhor suíte do hotel, desfez qualquer dúvida do seu absoluto descontrolo. Como fora parar ali? Não queria correr? Não almejava a paz? Ah, existindo, ela estaria bem longe daquele quarto...

Viu Nahima sentada num banco de madeira, abraçada às pernas e ouvindo música. Distante. Tranquila. Sorrindo. A paz...

Precisava correr sem ser notada. Tentou andar na ponta dos pés sobre os pedregulhos do jardim, mas o coração palpitante não colaborava. Desatou a correr quando ouviu um chamado.

            -Ei, desculpa estava distraída a ouvir música e não percebi que me chamavas...

"Eu não chamei!" Quase gritou, mas permaneceu imóvel e de costas.

            -Melhoraste da dor de cabeça?

"Que raiva daquela conversa circunstancial."

            -Não queria te incomodar, só estava de passagem e...- Idiota, pensou, como eu sou idiota.

            -Não incomodas. Estou sem sono...fuso horário e muitas emoções...

            -Podemos conversar no quarto? - Interrompeu-a sem pensar no que dizia.

Nahima olhou em direção à porta do quarto que estava aberta e Walkiria entrou sem qualquer cerimónia.

Por uma fração imprecisa de tempo, reinou um silêncio cortante. Até que a respiração pesada de Walkiria passou a ditar os contornos do momento.

            -Juro que tento entender certas atitudes, mas o ser humano consegue sempre me surpreender...já não tinhas fechado a tua performance com chave de ouro?

Nahima arqueou as sobrancelhas e encarou-a com olhar expectante.

            -O que estás a fazer aqui? - Elevou o tom de voz.

            -Na tua terra ou no hotel? - Provocou.

            -Ainda é irónica...o que fazes aqui?

            -A Greta ofereceu-me hospedagem por duas noites. Algum problema? Se não estou errada, isso é um hotel...

            -Nahima, pelo amor de Deus. Eu não tenho tempo para as tuas brincadeiras. Já ultrapassei essas...já me curei e não vou retroceder. Não vou!

            -Tu estás a falar de quê?

            -Tu brincas com vidas, não tens responsabilidade com o sentimento dos outros...

            -Repito a pergunta: estás a falar de quê?

            -Eu já me curei de ti. Como ousas aparecer assim? Chega de brincadeiras...somos adultas...eu sou adulta...

            -Ah, entendi. Achas que eu estou aqui por tua causa? Depois de oito meses sem qualquer notícia, eu volto das cinzas, por tua causa. - Riu alto. - E sobre brincadeiras, brincámos juntas e foi muito bom, ou vais negar? Mas não te preocupes, eu não vim por tua casa. Não faço nada na minha vida em função dos outros. Não mais. Nunca mais!

            -O que fazes aqui? O mundo é imenso e tu vens parar aqui?

Nahima riu alto cruzando os braços.

            -Já te esqueceste de uma informação importante. - Fez uma breve pausa. - Para Cabo Verde, eu sempre volto.

            -Nahima, não tens esse direito. Eu já me alinhei, com muito esforço, eu me alinhei...não tens esse direito...não tens...

            -Walkiria, eu não vim atrás de ti, não vim desalinhar a tua vida perfeita. Eu não vivo em função de ti. Cuidado com esse ego inflado...só sendo muito doida para vir atrás de alguém que sequer respondeu um único email nesses oito meses. Se te causa tanto desconforto assim, eu saio daqui. Não saio agora porque estou cansada e és a única com problemas com a minha presença. Algumas horas a mais no mesmo espaço não vão desalinhar a tua perfeição.

            -Como bem disseste, isso é um hotel. Fique á vontade, ainda mais que és convidada da minha sócia. Eu só não gosto de surpresas...era a única que não sabia de nada...fui pega de surpresa e...

            -Fugiu ao teu controle, afinal é sempre sobre isso...

Walkiria respirou fundo e pela primeira vez parou o olhar na figura de Nahima. Suas pernas tremeram e um alvoroço alojou algures entre o estômago e o peito. Precisava sair dali.

            -Se não te importas...preciso descansar.

Nahima aproximou-se da porta deixando claro que queria ficar sozinha. Mesmo com as pernas pesando toneladas, Walkiria esforçou-se para manter a altivez, alcançando a porta em segundos. Ambas se precipitaram sobre a maçaneta e as mãos tocaram-se. Fez-se silêncio, quebrado apenas pela respiração forte. Nahima sentiu calor, aconchego, desejo. Walkiria, também. Soltaram-se do encontro antes que o discurso se tornasse vão. A porta foi aberta e Walkiria foi embora.

Dentro das quatro paredes, Nahima tentou controlar a respiração. Fechou a porta em camera lenta e tremula, sentou-se numa cadeira. Lágrimas desceram de seus olhos sem qualquer cerimónia. Buscou o ar com força. Uma, duas, várias vezes até experimentar uma calma ténue.

            -Tanta preparação para isso...- Com o olhar fixo na porta, deixou-se ficar.

 

*****

Nos dias que se seguiram ao fatídico reencontro, Walkiria pouco circulou pelas dependências do hotel. Entrava no escritório mal amanhecia o dia e só saía de lá para regressar ao loft, já noite adentro. A única alimentação decente que comia era o jantar que, a seu pedido, Diana deixava sobre a sua mesa. Ao longo do dia, alimentava-se de frutas e água, enquanto mergulhava de cabeça no trabalho. Era disso que precisava para não pensar asneiras e nem tropeçar em sentimentos conflitantes. Graças aos céus, Greta estava empenhada em alguma coisa que ia além do dia a dia do hotel e não parava para observá-la. Ela tinha esse dom, decifrá-la ou convidá-la a expor-se, apenas com um olhar. Seria um dom ou uma maldição? O certo é que não conseguia esconder muita coisa da sócia e amiga. Ela não tinha por hábito julgá-la ou tentar impor suas próprias verdades, mas não era confortável estar sob avaliação. Era assim que se sentia...

Greta tinha estado lacónica nos últimos dias, focada nas questões do hotel e em questões pessoais. Sobre a hóspede, nenhuma palavra. Era como se tacitamente tivessem acordado que aquele assunto era proibido. Ou, quem sabe, era a forma de Greta demonstrar que suas decisões tinham o mesmo peso, sua forma de se impor. Desnecessário, na opinião de Walkiria, já que sua autoridade jamais tinha sido posta em causa.

Os dias decorriam de forma tranquila, obedecendo às suas demandas rotineiras, sempre muito atarefada. Entretanto, na cama, perdia-se em conflitos existenciais. Amanhecia e concluía que estava melhor no limbo emocional em que se colocara. Não tinha mais disposição para juntar cacos e tentar se reerguer. Semanas de prazer não eram suficientemente atraentes para fazê-la embarcar em mais uma aventura. O preço a pagar era alto demais...

A verdade era que não sabia mais o que pensar, tinha dúvidas sobre o que queria, o que sentia...agradecia ao seu talento para camuflar emoções...

 

*****

A noite caía, quando Walkiria entrou no hotel, voltando de uma tarde de reuniões de trabalho na capital. Estava exausta, mas com uma sensação de efervescência que anulava o peso de mais uma noite de sono atribulado. Estava cheia de perspetivas para o hotel, ideias novas de negócio, melhor dos mundos.

Caminhava distraída em direção ao loft, quando viu um casal sair da suite que até então era ocupada por Nahima. Sobressaltou-se e rapidamente tentou alinhar pensamento e ação. Ainda deu mais alguns passos rumo ao loft, mas desistiu e rumou à receção.

Depois de uma conversa corriqueira com o rececionista, ficou a par das chegadas do dia e consequentemente das partidas. Nahima tinha deixado o hotel. Tinha passado apenas dois dias como veementemente frisara.

            -Dona Wiki, imagino a tua alegria. Aqui todos estamos muito felizes.

            -Hmmm? - A mente rodopiava.

            -A senhora está feliz com o regresso da Nahima...todos nós estamos. Tomara que ela venha com mais ideias maravilhosas para melhorarmos a promoção do hotel. Mais turistas, mais gorjetas. - Piscou.

Walkiria sorriu e saiu dali sem emitir mais uma única palavra. Que confusão! Deveria estar dando pulos de satisfação e alívio, contudo, a sensação era de apatia.

Mais tarde, em casa, concluía que precisava retomar a assiduidade nas visitas à terapeuta. Não conseguia ser coerente. Sua cabeça queria uma coisa, sabia o que era certo, mas alguma parte de si sentia-se abalada, sem rumo.

Que confusão!

*****

 

                -Ei senhora, por onde andaste o dia todo?

            -Ah, não me diga que a dona Walkiria cheia de si, sentiu a minha falta?

Risos.

            -Poder do hábito.

            -Ah, só por isso? Meu Deus, ainda bem que minha autoestima está bem resolvida.

Risos.

            -Cumpri todos os meus deveres...

            -Sabes que não é nada disso. Senti a tua falta para o nosso chá...acho que estou carente...fase da lua?

Gargalhadas.  

            -E desde quando tu te guias pelas fases da lua? Eu que sou assim e saiba que ela estará cheia logo mais. Tempo de colheita, para quem plantou. - Sorriu.

            -Ai Greta, tu e as tuas maluquices...

            -Hoje á noite teremos um jantar lá em casa, para apresentação das novas obras do Gary aos nossos amigos. Uma espécie de júri para ele decidir quais peças entram na exposição. Ele adora ouvir a opinião dos amigos e eu adoro receber, casamento perfeito. Não preciso te convidar, mas já sabendo das tuas desculpas para não sair de casa, exijo a tua presença.

            -Hoje?

            -Sim senhora! Evento para poucas pessoas porque o espaço lá fora não cabe tanta gente e ele fez questão de expô-las ao ar livre. Walkiria, o Gary gosta muito de ti e valoriza a tua opinião...

            -Estou tão cansada, Greta. Minha cabeça está...

            -Ok! Já conheço o teu repertório. Não sabes o que perdes. Preciso sair agora porque a Diana vai organizar os aperitivos e já estou atrasada.

            -Se eu melhorar...

Falou para as paredes, pois Greta já tinha saído às pressas.

 

*****

            -Dona Greta, eu ainda me assusto com o talento do Gary. Nosso colega, tímido, de pouquíssimas palavras, discreto e tem esse dom maravilhoso. Ele vai expor na Praia...ah, me sinto inspirada a não desistir dos meus sonhos. - Sonhava, Diana.

            -Ele vai expor na Praia e daqui a pouco, estará pelo mundo. - Vangloriou.

            -Ah, mas eu não tenho dúvidas. Ele me disse que a Nahima vai ser sua manager, isso é sinónimo de sucesso.

            -Eles não pararam de trabalhar durante esses meses em que a Nahima esteve ausente.

            -Ela voltou para ficar?

            -Como ela mesma disse, por agora, está aqui. Além do projeto com o Gary, tem outros trabalhos e ela trabalha remotamente...vantagens da modernidade.

            -Tomara que ela trabalhe connosco no hotel. Vão contratá-la?

            -Vamos! A Walkiria ainda não sabe, mas eu garanto que vamos.

            -O que tem a Walkiria?

            -Ah, tu vieste! Juro que por essa não esperava...

            -Acho que estou atrasada, mas...

            -Chegaste na hora certa. Como podes ver, só tem amigos...        

            -Dona Wiki, não vá embora antes que eu sirva o arroz de polvo. Meu novo experimento.

            -Diana, estou com fome e jamais negaria uma iguaria feita pelas tuas mãos.

            -Parece que houve uma leve mudança de humor...- Greta sussurrou no ouvido de Walkiria.

            -As paredes de casa queriam me engolir, a varanda pareceu-me um abismo, o trabalho sem propósito...a arte venceu-me...quem sabe, não me salva...- Devaneou.

            -Que bom! Venha se embriagar de beleza. - Encaminhou-a para o quintal, onde as obras estavam expostas.

Walkiria abstraiu-se de qualquer desconforto físico ou emocional, diante da expressão artística de Gary. Admirava cada peça minuciosamente, quando outro sentido ficou alerta. Um cheiro de comida boa invadiu o ambiente e ela sorriu. Estava ávida pelo arroz de polvo de Diana.

            -Segundo momento da noite, o manjar de Diana. Acomodem-se e desfrutem do que há de melhor na gastronomia cabo-verdiana.

Greta ergueu um brinde e sorriu, abraçada a Gary.

Walkiria, que até então estava absorta nas obras de arte, procurou com o olhar um lugar para se acomodar. Seus olhos pousaram em Nahima sentada num banco de madeira. Estava á conversa com outros convidados de Greta e sorria. Leve. Linda. Livre

Walkiria percorreu mais uma vez o espaço com o olhar e confirmou que não havia mais espaços livres, além da vaga no banco de madeira. Ao lado de Nahima. Poderia simplesmente ir embora, mas e o cheiro divino de arroz de polvo? Seu estômago pulava de alegria. Não resistia a comida boa...não resistia a um sorriso lindo...

            -Está livre? Espero não incomodar. - Chamou a atenção de Nahima que encarou-a sorrindo.

            -Está livre sim. Claro que pode ficar do meu lado. - O sorriso escancarado.

            -Soou-me a revival...- Riu.

            -Sim...com uma leve inversão de papéis. Eu sou mais simpática...ou menos resistente.

            -Eu sou chata, mas muito educada. Cedi lugar na minha mesa a uma completa desconhecida...

            -Que em poucos minutos, transformou teu dia comum, num festival de emoções.

Walkiria sorriu, sentando-se ao lado de Nahima.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 22 - Capitulo 22:
Sione
Sione

Em: 16/12/2023

Vou te contar, Walkiria tem uma força de vontade muito grande rsrsrs rsrs.

Se fosse eu ja estaria bem encaixada naqueles abraços de Nahima. 

Mais pense numa cabeça dura essa Walkiria. 

So esperando esse reencontro ai  ai. 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/12/2023 Autora da história
Walkiria é para as fortes rsrsrs


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brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 25/06/2023

Ai, meu Deus! Essa Walkíria me deixa louca! Como conseguiu se segurar ao rever Nahima? Eu cairia no maior abraço! Por que ela precisa segurar-se tanto assim? Por que esse controle tão rígido sobre suas emoções? Chega a ser até fria demais! Merece uns bons tabefes no bumbum. Depois de meses de separação... Quer dizer que Nahima tentou entrar em contato com ela e simplesmente não respondeu? Ah, que dureza!

Estou rezando para que a proximidade das duas agora atice a chama entre elas! Nahima precisa ter muita paciência... E fica a incógnita: como é que vão resolver a situação entre elas, em seus diferentes mundos?

Querida Nadine, por favor: não maltrate muito nossos corações! Abrande o coração de Wiki para que "se permita" o prazer nos braços da italiana! Estou muito interessada em conhecer mais a história de Nahima!

Grande abraço e bom final de semana!

Love,

Bruna


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 28/06/2023 Autora da história
Rsrsrs, a Walkiria é de outro planeta rsrsrs
Ahhh, a chama rsrsrs
Ela até tatuou "Permita-se" na pele, mas a cabeça é dura rsrs
Bjs Bruna e muito obrigada por sempre estar aqui.


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HelOliveira
HelOliveira

Em: 24/06/2023

Nahima e Greta a paciência do mundo da Wiki....

Agora as coisas parecem que vão tomar um novo rumo.... obrigada por mais esse capítulo 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 28/06/2023 Autora da história
Muito obrigada pelo comentário.
Bjs


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mtereza
mtereza

Em: 24/06/2023

Ela voltou rsrs e a Wiki vai ter que aprender a lidar com isso e com todas as emoções que vêem com a Nahima ansiosa pela sequência da história a partir de agora.


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/06/2023 Autora da história
Olá,
Sim, voltou! Pois é, a história terá outros contornos a partir desse regresso. Não me lembro se foste tu quem pediu mais do ponto de vista de Nahima, então, é agora...ou nunca mais rsrsrsrs
Não falta muito para o fim.
Bjsss e muito obrigada.


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rebarlow
rebarlow

Em: 24/06/2023

Olá, minha autora predileta. 

Passando para dizer que estou acompanhando firme e forte nossas personagens de longe, tao marcantes! Não faço segredo de que sou apaixonada pelo seu trabalho e sinto algo muito diferente nessa história em relação as demais que escreveu. Não sei se vai me entender... Cada história tem a sua essência unica mas em cada uma é possível sentir a sua intensidade... Acho que estou sentindo falta da paixão avassaladora e incontrolável das outras personagens rsrsrs. Não entenda meu comentário como crítica por favor, é apenas uma sensação que quero compartilhar. Obrigada por mais um capítulo, grande beijo!


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/06/2023 Autora da história
Olá Rebarlow,

Aqui só é expressamente proibido, falta de respeito. Crítica, opinião, tudo é valido e se queres saber, eu gosto de receber críticas. Sim, estás certíssima, nessa história em particular não há explosão de paixão, ou paixão avassaladora como disseste, porque não cabe na personalidade de nenhuma delas. Walkiria é aficionada pelo trabalho, é o norte da sua vida. Paixão avassaladora? No way! rsrsrs Mas eu acho linda a forma como ela lida com esse sentimento por Nahima.
Nahima...não sabemos muito dela e isso é proposital como expliquei outro dia para outra pessoa aqui, nesses últimos capítulos da história vamos saber mais dela e quem sabe entender mais sua forma de estar.
Sobre paixão avassaladora...eu acho que tem umas cenas aí (caps a seguir) que à maneira delas, que fique claro, vamos ter cenas MARAVILHOSAS. A escritora que lute para descrever tudo o que lhe vai na cabeça rsrsrs
Podes criticar à vontade, emitir a tua opinião, desabafar...tudo. Com respeito, tudo é valido.
Muito obrigada. Bjsss



rebarlow

rebarlow Em: 24/06/2023
Aiiiiii amei a resposta rsrsrs. Acho que voce nem precisa lutar tanto, você tem o dom. Eu que sei o quanto já sorri e chorei com seus personagens, sou apaixonada pela sua arte. Obrigada pela atenção.


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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 24/06/2023

Olá querida autora!

Estava anciosa pelo reencontro dessas duas mulheres magníficas!

Capítulo intenso!

Nahima, uma fortaleza! Se saiu bem com as palavras, ocultando a avalanche de emoções por estar novamente com a Wal!

A Wal ficou meio sem chão! 

Será lindo quando elas pensarem alto  sobre os sentimentos que nutrem uma pela outra!

Abraços!


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/06/2023 Autora da história
Olá :)
Eu acho que a Nahima já entendeu quem é a Walkiria, como funciona a mente diferenciada dela.
Eu gosto quando a Walkiria perde o prumo rsrsrs
Ah, os capítulos finais prometem muitas emoções. Pelo menos é o que está no meu planeamento, se vou conseguir passar o que lá está, o tempo dirá rsrsrs
Bjs e muito obrigada.


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patty-321
patty-321

Em: 23/06/2023

Reencontros e a Wiki parece q tá menos arredia.


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/06/2023 Autora da história
Será que está? Vamos lá ver rsrsrs
Muito obrigada.
Bjs


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Raf31a
Raf31a

Em: 23/06/2023

Capítulo maravilhoso. Pensei que o reencontro demoraria mais para acontecer. 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/06/2023 Autora da história
Olá Raf31a,
Demoraria se eu tivesse mais tempo para me alongar nessa história, mas não tenho rsrsrs
Preciso desenvolver outras coisas e minhas dores (tendinite e bursite resolveram voltar com tudo). Preciso de descanso para não piorar ainda mais o cenário...
Muito obrigada...ah, eu acho que vão (os capítulos) ser bem interessantes daqui até ao fim. Bjs


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Mille
Mille

Em: 22/06/2023

Oi autora 

Wiki esta descontrolada e não saber da surpresa na volta da Nahima. 

É dona italiana será que esse dejavu vai acalmar a fera Wiki. 

Bjus e até o próximo capítulo 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/06/2023 Autora da história
Vamos ver o que acontece com essa mente atormentada da Walkiria e mais, saber também o que se passa na mente aparentemente mais tranquila de Nahima.
Bjs e muito obrigada.


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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 22/06/2023

Mulher desenrola tu pensa muito se joga pra felicidade que está na tua frente.


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/06/2023 Autora da história
Rsrsrsrss, daqui para o final que está próximo, quem sabe...rsrs
Bjs e muito obrigada.


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NovaAqui
NovaAqui

Em: 21/06/2023

Eita que Wiki parecia um siri na lata KKK

Mas agora já está amolecendo

Nada como a arte para melhorar essa mulher intensa

Abraços 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/06/2023 Autora da história
kkkkkkkkkkkkkk, siri na lata é o máximo. Ela é doida mesmo e eu adoro rsrsrs
A arte é a salvação de muitas vidas.
Muito obrigada. Bjs


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