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Diga meu nome por Leticia Petra e Tany

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Palavras: 4542
Acessos: 2315   |  Postado em: 09/06/2023

Capitulo 35 - Novas memórias.

Um ano e meio depois...

      Quanta coisa aconteceu no último ano, tantas novas memórias. Viajei pelo Brasil com a Yas, vi os pequenos danadinhos crescerem, adotei mais um gato com a minha noiva. Sim, a gente noivou e foi lindo, ela foi perfeita. Cada detalhe, o amor feito depois, absolutamente perfeita. Os traumas, esses se suavizaram, mas também brigamos as vezes, discordamos, mas as conversas sempre resolveram tudo. Havia uma decisão importante a ser tomada: em que casa moraríamos? Yas tinha bons argumentos para escolhermos sua casa.

E agora estávamos aqui, esse dia chegou. O grande e um dos mais importantes passos da minha vida.

      A pista de dança estava cheia, Claudio era o centro das atenções acompanhado de Ana e Nicole. Antonella teve a brilhante ideia de por um funk em uma festa com muitas pessoas da “alta” sociedade e diferente do que pensei, os convidados riam a lacrimejar das bobas que dançavam na rodinha.

Ah, a gatinha se chama Tomatinha. Foi o Hugo quem a batizou.

— Deus, eu não aguento mais rir. – Yas secava as lágrimas devido as gargalhadas que dávamos.

— Oh, meu Deus, ele não vai fazer isso... – Claudio foi até o meu sogro e o convidou para dançar.

      Não deu outra, até o meu pai resolveu entrar na brincadeira. Minha mãe e minha sogra olhavam de longe. Amanda ria bastante e apesar de envergonhada, dona Telma tinha um sorriso na face.

O meu pai sentiu as costas na sua tentativa de ir até o chão e minha mãe foi ao seu socorro.

— Amor, eu já volto. – Beijei a bochecha de Yas, que me puxou e me roubou um selinho.

— Agora sim... – O sorriso travesso me fez sentir um frio gostoso no estômago.

      A olhei por alguns segundos, os fios vermelhos estavam presos em um coque frouxo, o penteado feito há algumas horas havia desmanchado, o vestido branco e soltinho a deixava tão... linda.

— Filha...

— Já vou, mamãe... – Sorri. — Você é tão linda. Espero que esteja com um pouco de energia, querida, vai precisar.

Yas abriu a boca de leve, olhou rapidamente para Rafa, a minha esposa ficou totalmente sem jeito e isso me fez gargalhar.

— Ui... – Rafa a cutucou.

Me afastei, indo até a mesa onde os meus pais e os meus sogros estavam.

— Papai...

Ele ria.

— Não se preocupa, filha, eu vou ficar novo em folha.

— Onde tá doendo? – Ele não tinha mais idade para aquilo.

— Não, não se preocupa, já disse. Vai se divertir, minha princesa, hoje é o seu dia. – Ele segurou a minha face com ambas as mãos. — Vai dançar, se divertir, rir com a sua esposa e a sua família.

— Velho danado... – Ele riu ainda mais.

— Seu pai tem razão, minha filha, vai ficar com a sua esposa. Deixa que eu cuido do dançarino aqui. – Dona Telma buscou uma de minhas mãos. — Que família linda você tá formando, Lara.

Os olhos tão idênticos aos meus estavam rasos.

— Eu tenho muito orgulho de você, minha menina. – Mordi a bochecha por dentro, engoli o choro.

— Obrigada, mãe...

— A pedido da madrinha das noivas, vamos tocar uma música que faz parte da história recém casadas.  

Franzi o cenho, olhei para Luka, o “Dj” da nossa festa.

— Oh, Deus...

Rouge...

Nunca pensei que encontraria

Alguém para amar...

Levei as mãos a face, escondendo o riso.

— É a nossa música, amor. – Yas gritou de onde estava.

— Ana, Antonella, vocês me pagam... – Sussurrei.

      Yas veio até a mim, caminhamos até o meio do jardim, os seus braços rodearam a minha cintura, os nossos olhos se mantinham conectados e um filme passou diante deles. O choro foi inevitável, não havia como segurar, tudo que passamos, todos os degraus que nos trouxeram até aqui.

— Vem aqui... – Minha esposa me fez esconder a face em seu pescoço. — Valeu cada segundo.

Solucei.

— Você ler pensamentos. – Yas riu baixinho.

— Você é como um livro aberto, minha vida.

— A gente casou... – Nos movíamos devagar. — Dá pra acreditar?

— A melhor escolha da minha vida, Lara. A melhor escolha da minha vida foi ter te ajudado naquele plano horroroso. – Rimos.

— Devo agradecer a Ana, a Rafa e a Antonella pelo incentivo? – Nos encaramos.

— Serei grata a elas pra vida toda. – Ouvimos aplausos e somente naquele momento notamos que a música havia chego ao fim.

— Essa aqui vai para todos os casais apaixonados e pode ser para as amantes também. – Vi a minha tia levar a mão a face, mas o riso foi geral.

Luka era uma atração à parte.

      Uma música com a melodia arrastada começou, alguns casais se juntaram a nós. Olhei ao redor e estavam todos ali. Antonella e Ana de testas coladas, as minhas madrinhas. Rafa e Nicole pareciam presas em um mundo somente delas, também nossas madrinhas.

Tínhamos muitas.

      Os meus pais riam um para o outro, Cat e Letícia também resolveram dar o ar da graça, fazia alguns minutos que havia notado o desaparecimento de ambas e pelo pouco que vi, as duas andavam com muita intimidade.

— Eu estou com muita energia... – Yas sussurrou em meu ouvido.

Mordi o lábio.

— Você vai precisar... – Aspirei o seu cheiro. — Faz uma semana desde que tive você.

Senti a pressão de seus dedos em minha cintura.

— Vai me fazer abandonar a festa? – Nos olhamos.

— Depende do quanto minha esposa me quer... – Yas passou o polegar sobre o meu lábio inferior.

Esse era um sinal claro que ela estava tão excitada quanto eu.

— Entendi o recado. – Desejei beijá-la, mas me contive.

— Ei? – Olhei para o lado.

Ana estava com um sorriso besta.

— A gente consegue perceber daqui. – Antonella piscou para nós.

Senti a minha face esquentar e Yas apenas riu.

— Vemos vocês em alguns dias... – Minha irmã parou sua dança e me abraçou forte. — Estou muito, muito feliz...

— Eu também... – Segurei sua face e beijei sua testa. — Nos vemos em alguns dias.

— Traga mimos... – Antonella me abraçou.

— Você já esteve lá inumeras vezes.

— Sei disso, mas quero mesmo assim. – Nos afastamos. — Eu te amo, Lara. Tô extremamente feliz por tudo...

Suspirei.

— Eu te amo, Antonella. Obrigada por estar na minha vida...

Sorriamos.

— Agora vai lá, minha rainha. Vai aproveitar seu primeiro dia com a sua esposa...

Yas e eu nos olhamos, não conseguíamos parar de sorrir.

      Nos despedimos de toda a nossa família e amigos, e deixamos a nossa festa de casamento, iriamos para um hotel no centro, o nosso destino no dia seguinte seria Barcelona.

— Deixa que eu tiro... – Yas me abraçou pela costa, beijou com sutileza a minha nunca.

Os nossos vestidos ficaram pelo caminho até o banheiro da suíte. Uma banheira com água morna foi preparada, havia sais de banho, velas, pétalas e música.

— Fecha os olhos, meu amor, deixa que eu cuido de você. – Yas passava uma bucha macia em meus ombros.

Fechei os olhos, me deixei ser levada por tudo o que Yas é.

      Admirava a cidade da sacada do último andar daquele hotel, não havia outros prédios a quilômetros, apenas as ruas iluminadas, as pequenas casas e o céu de julho. Um vento gostoso abraçou meu corpo no mesmo momento em que a minha esposa fez o mesmo.

Senti as mãos quentes sobre o meu abdômen, o roupão aberto facilitou o ato.

— Lara, você está...

— Sedenta de você, Yas... – Senti a boca macia em minha nuca, ombro.

Mordi o lábio, segurei firme no parapeito ao sentir as mãos habilidosas sobre os meus seios.

— Aqui? Aah...

O meu corpo estava entrando em combustão com tão pouco.

— Aqui. – O seu tom me fez ter contrações no ventre.

      O roupão deixou o meu corpo e quando Yas me abraçou pelas costas outra vez, pude sentir o seu corpo totalmente nu e isso me fez gem*r baixinho. Virei o meu rosto e as nossas bocas se buscaram afoitas. Uma das mãos quentes trilhou um caminho curto até o meu sex* e quando a senti sobre o meu clit*ris, outro gemido escapou.

— Molhada... – A voz estrangulada me atiçou ainda mais.

— Você... aaah... – Fui penetrada com força e o meu corpo adorou a sensação.

      Yas voltou a beijar a minha boca, enquanto me penetrava, hora mais forte, hora mais lento. Passei a rebol*r sobre o seu sex*, queria me fundir a ela. Com uma das mãos segurei sua nuca e com a outra o parapeito.

Abri as pernas para facilitar ainda mais o vai e vem tão gostoso e quanto achei que iria chegar ao topo do prazer, ela tirou os dedos e freou o meu rebol*r sobre o seu sex*.

— Yas...

Ela riu.

— Deixo você se vingar, amor...

      Ela se afastou e eu me virei, preparada para expressar a minha frustração, porém o que consegui fazer foi ficar extasiada com a beleza que estava a minha frente. O quarto estava a meia luz, dando um lindo contraste com a nudez de Yas.

Perdi o rumo por alguns segundos, aspirei o ar com calma.

— Você é a mulher mais linda que existe. – Mirei cada curva, era sempre como se fosse a primeira vez. — Linda...

— Quando me olha assim, Lara, eu me sinto sim a mulher mais linda do mundo...

Mirei o rosto bonito, ele carregava um sorriso que me fazia perder o juízo.

      Me aproximei, toquei o abdômen liso com as pontas dos dedos, respirei fundo infinitas vezes até beijá-la e eu fui ao céu. Amar Yas é como estar no mais alto pico de felicidade, era viciante.

Totalmente viciante.

 

      Acordamos um pouco depois das 11:00hrs, depois de tentarmos tomar banho, descemos para tomar café e logo voltamos para o quarto. Deixamos o hotel, chegamos ao aeroporto pouco depois da uma da tarde, fizemos uma escala em São Paulo e então partimos para Barcelona. Quase 11 horas depois, desembarcamos na Espanha. O tempo estava bom, nem tão frio e nem calor. Passaríamos cinco dias na capital e depois iriamos para um lugar mais afastado, um chalé em uma fazenda, presente dos meus pais.

— Vamos tomar banho e dormir, amor? – Yas beijou demoradamente o meu pescoço.

— Vamos, amor. Estou muito cansada, as minhas costas estão um desastre.

      Depois do banho rápido, deitamos e preferimos não comer nada, pois havíamos comido no avião e o fuso horário mexeu conosco. Avisei aos meus pais e aos meus sogros que já estávamos acomodadas. Falei rapidamente com Ana e Antonella, as duas me disseram que depois que deixamos a festa, Claudio e Luke resolveram mostrar seus dotes artísticos na pista de dança.

O resultado foi um vídeo engraçadíssimo que arrancou gargalhadas de minha esposa e eu.

— Já pensou no que quer fazer? – Ela me perguntou.

— Sim, tem coisas demais na minha lista...

— Diga algumas...

— Jogo do Barcelona?

— Agora que o Messi voltou, com toda a certeza... – Ela sorriu.

— Longas caminhadas?

— Acho perfeito... – Yas se aconchegou mais a mim.

O cansaço nos venceu.

      No dia seguinte, acordamos cedo, calçamos nossos tênis e decidimos andar pelos arredores do hotel e havia um ponto turístico próximo. Yas e eu olhávamos abobalhadas a tudo. Já havia vindo à Barcelona, mas agora aquele lugar ganharia um novo significado.

— Moço, oi? – Yas parou um rapaz.

— Brasileiras? – Ele perguntou com o sotaque arrastado.

— Isso, brasileiras. – O rapaz sorriu.

— Em que posso ajudar? – Yas pegou o seu celular da bolsa.

— Pode registra uma foto?

— Claro!

      Yas se colocou atrás de mim, me abraçou pela cintura. A foto ficou linda, mais uma para uma coleção extensa na galeria da minha mulher. Ela costumava dizer que seria para as futuras gerações.

E eu amava imaginar isso.

— Aqui...

— Muito obrigada... – Agradeci.

— Curtam a nossa cidade. – Ele sorriu e seguiu viagem.

Muito educado.

— Vamos comer? – Ela segurou a minha mão.

— Algo em mente? – Sorri.

— Na verdade...

— Comida, Yas, comida. – O som da sua risada foi como a brisa de uma manhã.

O meu peito se inundou de tanta alegria.

— Eu amo ouvir sua risada. – Ela mordeu o lábio, não de uma forma sexual, mas do jeito que eu sabia que havia a deixado envergonhada. — E amo essa expressão.

Yas olhou para o chão e novamente para mim.

— Você consegue me deixar tímida. Você ainda é especialista nisso... – Sorri.

— Eu te amo...

— Obrigada por tanto... – Mordi a bochecha por dentro. — Eu te amo, minha esposa.

Ela beijou a delicada aliança que pós em meu dedo há poucos dias.

— Sua esposa... – Sussurrei.

— Minha...

 

Uma semana depois...

      Já tive muitos momentos felizes na minha vida, uma coleção gigantesca de momentos e eu realmente achei que não seria possível viver ainda mais cenários nessa vida e por Deus, eu não poderia estar mais errada. Cada segundo com Lara, todas as memórias, todas as nossas memórias e ainda havia tanto pela frente.

— Que lugar lindo, amor...

Ela olhava encantada pela janela no trem. Foi a forma que escolhemos viajar para a nossa segunda parada da lua de mel.

— Olha esse céu...

Peguei o meu celular, registrei aquele momento único. Mais uma para a galeria, uma pasta inteira dedicada a Lara, a minha esposa.

— O seu pai foi tão perspicaz na escolha. – Me acomodei melhor para tela próxima a mim.

— Ele havia dito que tinha uma surpresa, mas não achei que seria tão...

— De tirar o fôlego. – Foi dele a ideia de irmos de trem.

“Vai valer cada segundo.”

Foi o que ele disse e não mentiu.

      Chegamos na nossa estação e pegamos um táxi até a fazenda. No lugar havia muitos chalés, a vegetação e o grande lago se desenhou a nossa frente. O lugar era enorme, não havia discrição que fazia jus a beleza daquele lugar.

      Depois de fazermos o nosso registro, fomos levadas até o nosso chalé. Ao abrir a porta, a minha reação foi de choque. Lara parou um pouco a minha frente, deu uma voltinha e me encarou sorrindo.

— É maravilhoso... – Dissemos juntas.

      Havia um segundo piso, resolvemos ver o que havia lá primeiro e nos deparamos com uma cama milimetricamente arrumada com uma coxa branca, havia uma janela gigantesca em formato de triângulo, a vista era magnífica, o pôr do sol deveria ser um espetáculo. O primeiro piso era composto por uma pequena sala e cozinha aberta, o banheiro era um luxo a parte. A decoração impecável, um sofá bege pequeno, uma televisão, geladeira, fogão, tudo o que precisaríamos.

— É de tirar o fôlego. – Nos jogamos no sofá.

—Tem tanto pra conhecermos, amor. Estou tão ansiosa... – Confessei.

— Mais tarde podemos ir até o lago.

— Ideia perfeita. – Beijei rapidamente os seus lábios.

      Depois de nos acomodarmos, banhamos e comemos algo rápido. Quando o relógio marca 16:00hr, deixamos o chalé caminhamos sem pressa até o lago e havia inúmeras outras pessoas por ali. Alguns sentados em cadeiras, outros sentados no gramado.

Lara e eu decidimos sentar no gramado, o céu estava pintado em tons de laranja.

— O seu pai tá ligando. – Olhei para a tela do seu celular.

Lara atendeu a vídeo chamada e pudemos ver Joaquim e Telma.

— E então, o que acharam?

— Papai, esse lugar é lindo. – Eles sorriram.

— É de tirar o fôlego, Joaquim. Parece um pedaço do paraíso...

— Eu escolhi com muito gosto, minha nora. Liguei porque queria ver a cara de vocês, acredito que esteja chegando à noite aí e o pôr do sol é um espetáculo.

— Papai, obrigada. Esse lugar, Deus, não há descrição...

— Seu pai passou meses tentando se conter pra não estragar a surpresa, filha.

— Quase não funcionou, mas o seu velho pai foi forte...

Rimos.

— Nem sei como agradecer... – Fui sincera.

— Nem precisa, Yas. Vocês merecem toda a felicidade que esse mundo pode oferecer e eu e a Telma ficamos felizes de poder proporcionar pelo menos esse pouquinho. – Ele se emocionou. — Mas não vou demorar, quero que aproveitem todo o tempo que terão aí. E por favor, me deem netos, sou velho e não sei o quanto ainda tenho pela frente.

      Telma deu um tapinha em Joaquim, não me contive e gargalhei. Era bonito ver como eles eram apaixonados, era bom ver a mudança real de Telma. Lara e ela se tornaram tão próximas, tão confidentes. Tudo o que a minha esposa sempre desejou e eu era grata minha sogra por isso.

Conversamos por mais alguns segundos e a chamada foi encerrada.

— Yas...

— Oi, amor... – Deitei sobre o ombro de Lara.

— Quero um filho chamado Miguel. – A encarei.

Ela sorriu e eu senti o peito ficar inquieto.

— E se for uma menina? – Lara tocou a minha face.

— Você escolhe... – Sorri.

— Fernanda...

— Fernanda? – Ela franziu o cenho. — Por quê?

— Eu sempre amei esse nome... – Lara me olhou com desconfiança e não pude segurar o riso. — Estou sendo verdadeira, amor. Adoro esse nome, era o nome de uma boneca que eu amava muito.

— E cadê ela?

Aspirei o ar.

— Hugo tirou a cabeça dela e enterrou.

Lara caiu na gargalhada no mesmo momento.

— Não ri, aquilo foi muito doloroso. – Deitei no gramado, escondendo o rosto com as mãos, enquanto Lara continuava rindo.

— Deus! E por que ele fez algo assim? – Pensei por alguns segundos se deveria contar.

Ela iria rir ainda mais.

— Porque eu coloquei fogo no Buzz Lightyear dele.

Lara riu alto.

— Amor, por Deus, por qual motivo?

      Passei a contar pequenas coisas da nossa infância, fazendo a minha esposa lacrimejar de rir. Hugo e eu sempre nos demos bem, mas nas poucas vezes em que nos desentendemos, nos vingamos nas coisas que mais gostávamos. Parou quando entramos na adolescência.

Relembrar me trouxe uma grande nostalgia.

       Aquela noite fizemos amor até uma parte da madrugada, dormimos enroscadas como havia virado hábito. No dia seguinte, depois do café, decidimos cavalgar e durante o passeio, paramos embaixo de uma árvore decidimos ficar ali por uns minutos, os cavalos pastavam ali próximo.

— Toma, amor... – Entreguei uma garrafinha com água a Lara.

— Obrigada.

— Ei... também resolveram se esconder um pouco?

Duas mulheres se aproximavam, ambas puxavam seus cavalos pelo cabresto.

— Algo assim... – Respondi. — Duas brasileiras?

— Ah, eu sou brasileira. A Mia é italiana, mas arrisca um belo português.

Elas deixaram os cavalos pastando e se aproximaram ainda mais.

— Me chamo Luiza, essa é a minha esposa...

— Prazer, Luiza, Mia... – Apertei as mãos de ambas. —Sou Yasmin. Lara, ela é a minha esposa.

As duas agora não mais desconhecias, sorriram.

— Prazer. – Elas repetiram o que fizeram comigo. — É tão bom ver outro casal de mulheres por aqui.

— Sim, não há muitos... – Mia completou.

— Estão em lua de mel? – Lara perguntou.

— Sim, casamos tem poucos dias. Mia disse que esse lugar era divino e bem, é divino. – Elas se olharam com devoção. — Nem preciso perguntar quanto a vocês, não? É nítido.

Rimos.

— Já ouviram sobre o festival da cidade? Dizem que é muito animado. – Mia falou.

— Não, na verdade não sabíamos. Quando acontecerá? – Fiquei curiosa.

— Será amanhã a noite, alguns casais irão e bem, também queremos ir. Não querem nos acompanhar?

Lara e eu nos olhamos sorrindo.

— O que acha, amor? – Perguntei.

— Eu acho perfeito, amor...

— Ótimo!

      Ficamos mais alguns minutos conversando com o casal e elas eram muito divertidas. Luiza contou que era de Belém, mas morava há alguns anos na Itália. Disse sentir saudades do nosso país.

      Nos despedimos do casal no celeiro, Lara e eu fomos para o nosso chalé e a noite, depois do jantar, decidimos ficar na cama, olhando a fazenda pela grande janela. Liguei para os meus pais, falei com Rafa e Hugo. Depois de quase uma hora, desligamos as luzes e deitamos para dormir.

O dia foi muito incrível.

 

      Decidimos não acordar cedo aquele dia, passamos parte da manhã na cama e levantamos somente pela parte da tarde. Lara queria subir o pequeno morro que havia ali e foi o que fizemos. Depois das cinco, nos arrumamos para ir até o festival. Ao nos aproximar do local, pudemos ouvir gritos, risadas, música local. Descemos do carro extasiadas.

Era tudo muito colorido e alegre.

— Vamos sentar naquela mesa ali. – Mia nos conduziu.

Sentamos com mais dois casais em um barzinho, pedimos vinho e começamos um papo divertido.

— Pergunta clássica. – Luiza deu gole em seu vinho. — Como vocês se conheceram.

Tínhamos a atenção de todos.

— Ela não resistiu ao charme dessa ruiva aqui. – Fingi convencimento, fazendo todos rirem. — Nossas famílias são amigas, nossos pais são melhores amigos.

— Convivemos por um bom tempo na infância... – Lara mordeu o lábio. — Mas depois seguimos caminhos diferentes, nos afastamos.

— Depois de alguns anos nos reencontramos e acreditem, a gente se odiou. – Todos na mesa riram outra vez. — Ela até mesmo me atropelou.

Lara gargalhou, beijou estalado o meu rosto.

— Não foi bem assim, Yas... – Ela me beliscou. — Iriamos concorrer a um cargo no hospital da nossa família. Um belo dia, fui a uma clínica com a minha irmã e encontrei essa ruiva dando em cima da recepcionista.

Gargalhei, bebi um gole do meu vinho.

— E você ficou muito brava, amor. Lembro perfeitamente da sua expressão... – Resolvi cutuca-la.

— Você estava dando em cima da moça, Yas, ela estava em local de trabalho. – Lara ficava uma delícia bravinha. — Na saída da clínica, eu não a vi atrás do carro e bem, passei por cima do seu pé.

A reação dos outros foi imediata.

      Lara e eu continuamos a narrar e as risadas que compartilhamos com aqueles desconhecidos foi genuína. Busquei a mão de Lara, entrelacei nossos dedos, beijei o ombro exposto pela fina alça do vestido azul bebe.

Fiz um agradecimento mental.

— Não, Luiza, você tá ocultando as coisas. – Mia acusou a esposa.

— Amor, mas é verdade sim.

— Luiza...

— Deus! Ok! – A loira fez uma pausa teatral. — Poucos meses depois de chegar a Itália, decidi ir até um café procurar um trabalho. Todas as minhas outras opções já haviam se esgotado, eu estava à beira do desespero. Sai do meu país, da minha cidade com altas expectativas e bem, não da forma que pensei.

Luiza coçou a cabeça.

— Não consegui o emprego, eles não queriam dar a uma brasileira. – Ela rolou os olhos. — Naquele dia, eu via a Mia sentada em um gramado de uma praça. Ela parecia totalmente alheia ao mundo, sua concentração estava toda em um livro. Eu nunca acreditei nessas bobeiras de amor à primeira vista, nunca fui lá muito romântica...

A loira sorriu.

— Mas gente, quando eu vi aquela mulher abrir um sorriso pra qualquer coisa que ela havia lido naquele livro, o meu coração bateu diferente. Me senti estranha, um pico de esperança me invadiu. – Mia tocou a face da esposa. — Sim, eu me apaixonei primeiro...

— O que aconteceu depois? – Lara perguntou o que todos queriam saber.

— Passei a ir todos os dias naquela praça, criei coragem e em um belo dia, resolvi ir até ela e bem... – Luiza riu. — Levei um baita fora.

Não pudemos deixar de rir.

— Que dó. – Uma das meninas que estava conosco falou.

Ela era portuguesa.

— Por que, Mia?

— Eu havia me fechado pra relações, havia levado um chifre colossal. – Outra vez rimos. — Mas mesmo depois do fora, ela continuou a ir até a praça, até que um dia não foi mais e eu estranhei. Confesso, fiquei acostumada a vê-la com tanta frequência e cogitar que ela havia desisto me deixou levemente desapontada.

— Confessa, amor mio, você já estava mais que apaixonada...

— Você adora se gabar, não é?

— E quem não se gabaria por ter uma deusa como você interessada?

— Aaaah... — Houve um coro na mesa.

— Continua... – Pedi.

— Fui ao café em uma tarde e então encontrei ela lá. Desisti não é opção pra Luiza, ela é muito insistente em seus objetivos e é claro, ele perturbou a paciência dos donos até conseguir. – Mia buscou a mão de Luiza sobre a mesa. — Ela estava cansada, era visível, e quando me viu até tentou se esconder, mas foi obrigada a me servir.

— Me tremia inteira, sofri muito pra desistir dessa mulher e ver ela foi muito difícil. É verdade, tentei mesmo me esconder e ainda bem que não consegui. Quando me aproximei, Mia me abraçou e eu fiquei sem entender nada. Acreditam que ela me brigou por ter parado de ir me humilhar?

      Os meus olhos lacrimejaram de tanto rir, não tinha como ser diferente. No final das histórias, resolvemos andar. Havia muitas tendas, entramos em quase todas. Lara comprou lembrancinhas e ficou encantada com as crianças que jogavam uma partida de futebol na pracinha.

Sentamos para assistir à partida.

— Yas?

— Oi, minha vida. – A olhei.

— Obrigada. – Os olhos castanhos brilhavam.

— Pelo que? – Franzi o cenho.

— Por me amar, por escolher compartilhar isso tudo comigo.

Linda! Mil vezes linda.

— Lara, você me deixa... – Respirei fundo. — Toda abobalhada.

Ela envolveu o meu braço esquerdo e pouso sua cabeça em meu ombro.

— Eu fico feliz em saber disso. – Sua voz soava pastosa, deveria ser por causa das três taças de vinho. — É bom saber que deixo a minha mulher abobalhada.

Minha mulher...

Ouvi-la me chamar assim ainda me causava vertigem, um formigamento nas mãos.

— Eu amo, amo, amo você, minha linda. Amo...

— Tanto assim? – Brinquei.

— Muito além...

— E então eu te amo, muito, muito, muito, muito... infinitamente. – Lara riu.

— Tanto assim?

— Além, meu amor, muito além...

— Eu gosto disso... – A voz estava sumindo.

— Vamos voltar, a senhorita já chegou ao limite.

— Mas já?

— Sim senhora...

— Tá bom.

      A volta foi silenciosa, Lara cochilava ao meu lado, enquanto sentíamos o vento fresco que entrava pela janela do carro. Olhei para a minha mão, encarei a peça de ouro em meu dedo e sorri.

A minha esposa...

Fim do capítulo

Notas finais:

Penúltimo cap, minhas rainhas.

Amanhã a noite posto o último.

Beijos.


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Comentários para 35 - Capitulo 35 - Novas memórias.:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 10/06/2023

Já estou com saudades.

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