Diga meu nome por Leticia Petra e Tany
Capitulo 30 - Em frente...
Naquela semana acompanhei a Yas na primeira sessão com o psicólogo, aquela cretina deixou marcas que seriam muito difíceis de serem curadas, entretanto, faria de tudo para que a mulher que amo saísse de mais essa vitoriosa. O pior já havia ficado para trás. O hospital andava bastante instável, Nicole assumiu ainda mais responsabilidades e as cobranças triplicaram, os burburinhos não findavam. E ainda havia algo em aberto, ela tinha um irmão.
A encorajamos a conhecê-lo, ele não tinha culpa dos erros cometidos por Patrick. Então naquele dia, ela, Paola e Kevin foram ao encontro da outra família. Esperávamos por sua volta.
— Tem certeza que não quer o carro? – Yas estava com a mão sobre a minha coxa, enquanto fazia carinho no local.
— Não, por enquanto é melhor que você fique com ele, amor. Fora que o meu carro é bem mais estiloso. – Ergui as sobrancelhas, fazendo Yasmin gargalhar.
— Você é tão engraçadinha, não é? – Rolei os olhos.
— Eu adoro implicar com você, Lara. É tão fácil te tirar do sério...
— Eu vou me vingar, Yas. – Foquei no trânsito.
— De que forma? – A sua voz mudou. — Eu sei de uma forma perfeita.
A olhei de canto.
— Não vai funcionar, Yasmin... – Já estava funcionando.
— Aí, Yasmin? É desse jeito?
Dei de ombros.
— Tenho um convite pra fazer. – Paramos em um semáforo.
— Qual? – A olhei.
— Janta comigo essa noite? – Franzi o cenho.
— Na sua casa?
Ela balançou a cabeça de forma negativa.
— Reservei em um restaurante, mas é provável que não voltaremos para casa. – Mordi a bochecha por dentro.
— Só nós duas?
— Somete... – Suspirei.
Um carro buzinou logo atrás.
— Eu... aceito. – Yas tocou a minha bochecha.
— Vai continuar com esse bico? Eu vou morder...
— Você joga baixo, Yas... – Ela riu.
— Vamos resolver essa questão do carro? – Chegamos em frente ao condomínio dos meus pais.
— Resolver?
— Sim, amor da minha vida, eu vou com você escolher o modelo.
— Você não vai me deixar em paz com isso, não é? – Novamente ouvi a sua risada.
Então era assim alcançar a felicidade?
— Não...
Parei ao lado da pracinha, soltei o cinto de segurança e a puxei pela nunca, a beijando com gentileza. Fui presenteada com um suspiro que me fez ficar arrepiada.
— É assim que se ganha uma discussão. – Me afastei.
Yas permaneceu de olhos fechados.
— Então eu aceito perder, vem aqui outra vez...
Os nossos lábios se encontraram mais uma vez, só que com mais urgência. A língua quente e impaciente me fez ter formigamentos pelo corpo e em lugares que não confessaria, ao menos não naquele momento. Eu estava louca para tocá-la, para saciar toda a minha cede, cede dela, cede da minha mulher...
Minha...
Entretanto, ainda não era o momento, mas por Yas eu esperaria a vida toda. Exagero? Absolutamente não.
Iriamos almoçar na casa dos meus pais, os meus avôs, minha tia e o meu primo estavam loucos para conhecer a Yas. Ao entrarmos em casa, fomos recebidas por minha mãe. Ana estava na casa de Antonella, a duas andavam muito concentradas na entrada de Ana na faculdade de medicina.
— Estão esperando no jardim. – Minha mãe olhou para Yasmin por uns segundos, então a abraçou. — Acho que te devo desculpas.
— Não, você não deve. Você só fez o que qualquer mãe faria, Telma, quis proteger sua filha.
— Ainda assim, não deveria ter sido rude. Você e a minha filha, vocês se amam e tem todo o meu apoio. – Eu estava sonhando?
Espero que não.
— Eu fico muito tranquila, Telma. Vou fazer tudo pra que a Lara seja feliz e se prepara, você terá muitos netos...
— Yas... – A cutuquei.
— Espero que seja assim, Yasmin. Adoraria alguns netos correndo por essa casa. – A minha face esquentou. — Filha, me desculpe mesmo. Espero ter muitos anos de vida pra compensar...
— Telma, já havia desculpado há muito tempo. Fico muito, muito aliviada que você e a Lara estão recomeçando. É tudo o que importa.
Ambas trocaram um sorriso.
— Vem, minha nora, vou te apresentar a outra parte da família. — Segurei as mãos de Yas que me olhou com um sorriso que confortava meu coração.
Dessa vez não sentia o peso daquela vez, quando tive que entrar de mãos dadas com a Yas na festa de aniversário do meu pai. Agora era diferente, me sentia leve e com uma felicidade que não sabia explicar e nem poderia.
— Até que fim eu posso conhecer essa deusa maravilhosa. — Luke veio ao nosso encontro, ele envolveu Yas em um abraço demorado. — Você é linda. Confesso que estava ansioso para conhecer a mulher que fez minha prima sai do casulo. Sou o Luke. - Seu tom bem humorado fez Yasmin rir.
— Yasmin. Olha que não foi fácil, não. Essa mulher me deu muita dor de cabeça...
— Dei é? E você não me deu? – Ergui as sobrancelhas.
— Boa sorte, deusa vermelha, vai precisar...
Minha tia se aproximou, colocando um dos seus braços em minha cintura.
— Que moça linda, Lara. Prazer, sou a Luciana.
— Muito prazer dona Luciana, e obrigada pelo elogio, a senhorita também é muito bonita. — Yasmin parecia bem à vontade.
— A Telma andou rasgando elogio a seu respeito.
— Eu fico muito feliz em saber. — Yasmin respondeu e logo me encarou, piscando para mim.
Isso me fez segurar o riso.
Tudo mudou e isso é tão... incrível.
— Acho que os seus avôs estão acenando pra gente, amor. — Yas me tirou dos pensamentos. Peguei seu braço e caminhamos até eles.
Minha avó deixou as peças de domino sobre a mesinha e veio em nossa direção, abraçou Yasmin com entusiasmo e a minha mulher correspondeu.
— Muito bom ver você, minha querida. Conheço bem sua família, são pessoas maravilhosas. – Minha avó segurou a face Yas entre as mãos. — Você se tornou uma mulher muito bonita. Sei que minha neta vai cuidar bem de você.
— Obrigada, eu fico muito feliz em ser recebida desta forma por vocês. É muito importante para nós...
— Tem todo o meu apoio.
— Que bom ter vocês aqui. — Meu avô se levantou com um pouco de dificuldade.
Ele segurou a minha mão e depois a de Yas, as uniu.
— É bom te conhecer, criança. Você é uma moça adorável, a minha neta esperou muito por você. Sou um velho que foi criado de uma forma diferente, os meus pais eram extremamente tradicionais, uma chatice sem fim. – O meu avô nos fez rir. — Graças a vida, aprendi muito. Tem todo o meu apoio...
— Eu sou muito grata, senhor... – Yas o abraçou. — Obrigada. O senhor é muito gentil, a Lara tem muito de vocês.
Nos olhamos.
Decidimos por não tocar no assunto de seu sequestro. Seria um momento de deixar o passado, que até então assombrava a ela. Yasmin merecia toda paz do mundo e todos entendiam isso. Ver a conexão que rapidamente se formava, ver como a Yasmin estava bem à vontade com todos eles, seu olhar para mim era de um brilho extremo, eles me diziam o quanto estava feliz por estar ali vivenciando aquele momento. Eu não poderia estar mais feliz, vez ou outra eu queria me beliscar para ver se tudo aquilo era real.
E era...
— Que mulherão, hein prima. – Luke sussurrou em meu ouvido. — Sorte sua que sou gay.
— Não sabia que era fura olho, Luke. – Ele gargalhou.
O olhei feio
— E nem sou, mas sejamos sinceros, a tua mulher é um espetáculo. – Minha mulher. — E bem, eu sou um gato...
— Isso, minha mulher. – Absolutamente minha. — E mesmo que você fosse hetero, ela continuaria sendo minha. Não te daria bola...
Ele gargalhou alto.
— Que ciumeira, meu Deus... – O belisquei. — Aí.
— Para...
— Deve ser um espetáculo vocês duas trans*ndo. Ela tem cara de ser um furacão.
Eu não segurei, Luke me fez rir mesmo que não fosse a minha vontade.
— E é mesmo, ela cavalga como ninguém. – Pisquei para ele.
— Hum, então a toda certinha sabe ser...
— Ser o que? – Yas surgiu a nossa frente.
— Ser...
— Luke, cala a boca. – O cretino gargalhou outra vez.
— Fiquei curiosa agora...
— Depois te conto, maravilhosa... – Luke olhou para a lateral da casa. — Hora de apresentar o meu boy.
— Boy?
Olhamos para trás e um homem alto, de pele morena e corpo atlético, surgiu do nada.
— Você não estava brigado com o seu namorado?
— Sim, mas não tenho tempo pra ficar chorando. Adam, que bom que veio...
— Seu primo é...
— Louco?
Yas riu.
— Eu ia dizer excêntrico. – Olhei para Yas, que deu ombros.
— Sei...
Adam foi apresentado a todos como um amigo da academia, o cara era extremamente carismático, ele e Yas engataram uma conversa que nos rendeu muitas risadas. Hora ou outra me pegava a olhando, gravando em minha mente cada trejeito, o som de sua risada, o brilho das imensidões verdes.
“Ah, Yas...”
— O que vocês estavam conversando, hein? – Yas sussurrou em meu ouvido.
— Que você é uma delicia na cama... – O seu olhar mudou e isso me fez sorrir.
— Isso é maldade, Lara. – Aquela aura sufocante.
— Só disse a verdade...
Os olhos verdes fitaram os meus lábios.
— Você me paga.
Ri baixinho.
As 16:00hrs, Yas e eu deixamos a casa dos meus pais e fomos para a sua casa, queríamos saber como havia sido o encontro de Nicole e o seu irmão. Esperava de todo o coração que tudo tivesse ocorrido bem, ela merecia um pouco de paz, de alivio.
Patrick lutava para ganhar liberdade e infelizmente, sabíamos que em algum momento isso iria ocorrer.
Avistei um carro desconhecido em frente à casa da Yas.
— Amor, você conhece aquele carro?
— Não faço ideia de quem seja. – Estacionamos logo atrás.
Assim que adentramos a porta da sala, um rapaz que lembrava muito a Nicole, ficou de pé.
— Boa tarde. – Yas e eu falamos juntas.
— Boa tarde. – A resposta veio em coro.
— Esse é o Pedro. – Nicole falou. — E essa é a Leila.
Uma senhora ficou de pé, um sorriso surgiu na face de aparência gentil.
— É um prazer. – Pedro veio até nós, apertou nossas mãos de forma engraçada.
— É um prazer, Pedro, Leila, fiquem à vontade. – Yasmin respondeu.
— Prazer conhecê-los. – Paola e Kevin também estavam ali.
— Yas, desculpa por...
— Não, não precisa se desculpar. Moramos juntas, eu tô feliz que estejam aqui. – Yasmin olhou para Kevin e Leila. — Vocês são muito bem-vindos...
— Eu agradeço muito, a minha irmã falou muito de vocês e de todo apoio que recebeu. Não nos conhecemos direito, mas desde que soube que a Nicole e o Kevin são meus irmãos, mesmo em meio a todo esse caos que as nossas vidas se tornaram, eu tô feliz por ter de estar aqui com eles.
— Vocês merecem paz depois de tudo isso. – Falei.
— Estaremos sempre aqui. Nicole é como uma irmã, é nossa amiga... – A morena ergueu as sobrancelhas.
— Vamos deixar vocês a sós. Vamos pra minha casa, meninas. – Rafa nos chamou.
Deixamos a casa de Yas, pelo o que pudemos ver as coisas estavam indo bem entre Nicole e eles.
— Eles queriam conhecer um pouco mais da Nicole e do Kevin. A Nicole me chamou, ela queria um apoio... por que estão me olhando assim?
Yas e eu nos olhamos rapidamente, para depois rirmos.
— O quê?
— Rafa, você tá caidinha pela Nicole. Ainda não reparou? – Falei.
— O que? Do que estão... ah, esqueçam... – Rimos outra vez.
— Minha amiga, você está apaixonada... – Rafa franziu o cenho.
Depois de alguns minutos, me despedi das duas e fui para o meu apartamento, o jantar com Yas seria em algumas horas e eu queria estar impecável para ela. Escolhi um vestido mais colado e um blazer, a noite estava um pouco mais fria.
Deixei os meus fios soltos e optei por uma maquiagem muito leve.
— Que nervoso...
Ri de mim mesma.
Era incrível como aquela mulher ainda me deixava com as borboletas no estomago, na verdade ela mexia com todas as minhas estruturas.
— Ah Yas se você soubesse.
Rafa havia finalizado a minha maquiagem, estávamos no meu quarto. Ela havia ficado extremamente pensativa depois dos dizeres de Lara. Rafaela havia construído uma verdadeira muralha em volta de seus sentimentos, Ana foi a primeira depois de muito tempo que havia chegado perto.
Eu a entendia, não era fácil deixar o desconhecido entrar.
— Ela tá feliz... – Comentei.
— Sim, a Paola e a Leila se deram muito bem. Ela não esperava por isso.
— Sinto que ainda não acabou, sabe. – Encarei Rafa.
— Também sinto o mesmo, a Nicole também. Temos que nos preparar pra qualquer coisa, Yas. Aquele homem ainda é um perigo...
Aspirei o ar com calma, me encarei no espelho.
— Aproveita cada segundo com a mulher que você ama, ouviu?
— Eu vou... – Me virei para olhá-la. — Vou esquecer do mundo por essa noite.
— É assim que se fala...
— Lara acabou de chegar. – Nicole surgiu na porta.
— Ok. Vocês duas se comportem, ouviram? Nada de brigas. – Nicole riu.
— Acho que já passamos dessa fase, não é doutora? – Rafa sorriu.
— Porém, depende.
A resposta da loira fez Nicole desmanchar o sorriso.
— Fui...
Ao fechar a porta, me virei para andar os pouco metros até o carro e senti como se o meu coração pulsasse nos ouvidos. Parei no meio do caminho, olhei para aquela deusa encostada no carro. Os fios soltos balançavam com o vento frio daquela noite de janeiro.
Seria mais uma imagem que guardaria na minha mente para sempre.
— Oi... – Falei quando estávamos a poucos centímetros.
— Oi... – Lara brincava com as chaves.
— Como você consegue ficar ainda mais linda? Isso é injusto, sabia? – O som rouco de sua risada me fez aquecer.
Um sorriso mais do que largo surgiu em minha face.
— Você me dizendo isso é o ápice da hipocrisia. – Suas mãos me seguraram pela cintura. — É a mulher mais linda que já vi na vida.
Mordi o meu lábio inferior, desejei beija-la ali mesmo, mas me segurei.
— Não vou te deixar voltar pra casa essa noite. – Lara passou a pontinha da língua sobre os lábios e eu não pude deixar de acompanhar o movimento.
— Espero mesmo que não...
— Vai me pagar pela provocação.
— Mal posso esperar...
Ela abriu a porta do carro e segundos depois assumiu a direção. Sua mão direita repousava sobre a minha coxa, enquanto a música na rádio era a nossa trilha sonora. A vida parecia tão... incrível.
Chegamos ao restaurante e fomos conduzidas até a nossa mesa que ficava no segundo piso próximo a uma janela com uma vista linda da noite fria. Lara olhava a tudo com um sorriso lindo.
— Eu amo ver esse sorriso.
— Isso se chama felicidade, você me proporciona isso. — Ela me respondeu, segurando uma de minhas mãos que estava sobre a mesa, fazendo carinho no dorso.
— Com licença... – Um rapaz com o uniforme do restaurante nos abordou, em suas mãos havia um buque de rosas vermelhas.
Lara o encarou.
— São para a senhorita. – Ele entregou o buque e os seus olhos caíram sobre mim.
— Yas...
— Com licença... – O rapaz se retirou.
— Tudo bem, eu sei que isso é meio clichê, Lara, mas eu queria muito fazer isso.
— Yasmin, amor.
— Deixa eu namorar você, Lara... – Toquei a sua face. — Eu quero tudo com você, absolutamente tudo. Você aceita? Aceita ser minha? Minha namorada, agora oficialmente. — Falei com um sorriso bobo para não transparecer o quanto estava nervosa.
Os olhos castanhos lindos fixaram em mim.
— Eu já sou completamente sua, Yasmin. – O meu corpo tremia.
Deus, eu estava explodindo de felicidade. Eu a merecia?
— Aceito, mil vezes você, meu amor. – Ela tocou a minha face, fechei os olhos, desejei outra vez poder beijá-la.
— Eu não preparei nada pra esse momento.
— Não se preocupe meu amor, já temos tudo o que é importante...
— Então te recompenso mais tarde. — Seu olhar malicioso me fez querer deixar o restaurante e amá-la.
Amá-la até não ter mais forças.
— Eu amo você, ruiva.
— Também te amo chatinha.
Riamos iguais bobas.
Um risoto de camarão nos foi servido, assim como um vinho incrível. Falávamos de tantas coisas, fazíamos planos e mais do que nunca, entrelaçamos as nossas vidas. Eu queria uma vida com ela, não me contentaria com menos do que isso. Um músico se apresentava, o piso inferior acabou virando uma pista de dança. Alguns casais se aventuraram, então chamei a minha mulher para uma dança. A canção conhecida fez Lara rir e em imediato me recordei de quando encontrei Lara no apartamento daquela mulher, Antonella e Ana caçoaram dela por causa daquela mesma música.
— Para... – Ela me empurrou pelo ombro de leve.
— Como você cantou mesmo? Não quero viver, se não está aqui comigo...
Cantarolei, a fazendo ter leves espasmos pelo riso contigo.
— Vai ser a nossa canção a partir de agora. – A encarei. — Pode tocar no nosso casamento.
— Pra Antonella e a Ana me zoarem? – Gargalhei.
— Eu te amo, Lara. tô com vontade de gritar!
Beijei sua testa.
— Eu te amo, Yas... eu te amo.
Deixamos o restaurante e eu assumi o volante, dirigi por BH por alguns minutos até chegar a um hotel, deixei tudo reservado e a vista do vigésimo andar era de tirar o fôlego, já havia visto algumas imagens, mas eu tinha certeza que o ao vivo deveria ser ainda melhor. Quando chegamos ao nosso quarto, abracei Lara por trás, apoiei o meu queixo e abri a porta.
E eu estava certa, a vista era sem descrições...
— Yas...
O quarto estava impecável, a meia luz. A cama ficava exatamente a frente da sacada, não havia nenhum outro prédio para interromper a vista.
— É lindo. É lindo demais, amor. – Tremia de leve.
Fechei a porta, a apertei contra mim por alguns segundos.
— Amor, você tem certeza? – Lara virou-se para mim.
— Sim, meu amor, eu quero sentir o seu corpo nu ao meu, quero o prazer que só você me proporciona. Eu quero você, Lara...
Beijei as suas mãos uma por uma, a olhei com demora.
— Não sei se conseguirei me controlar...
— Não se controla, meu amor, eu sou sua...
— Minha?
— Sua...
Tirei o blazer macio, admirei a minha mulher naquele provocante vestido preto, colei os meus lábios na pele exposta e pude ver os pelos loiros arrepiados. Os nossos olhos se encontraram com demora, nossas bocas se encaixavam em um beijo lento, carinhoso, sem presa como se tivéssemos o tempo ao nosso favor. Uma de suas mãos acariciava o meu rosto enquanto me beijava e a outra tirava o zíper do meu vestido de forma que a conexão entre nossas bocas não se perdeu, mas precisamos de ar em algum momento, então desfiz o contato e a olhei bem no fundo daqueles olhos, que me desejavam.
Assim como os meus sempre a olhavam com extremo desejo.
— Eu te amo, Lara.
— Você tem todo meu amor, Yasmin.
Meu coração parecia que ia explodir de tanta felicidade ao ouvir ela chamar meu nome com tanto amor, com tanta posse. Eu a amava, com toda a minha alma e a certeza desse sentimento que queimava em meu peito, incendiava todo o meu ser. A ajudei a tirar o meu vestido, o jogando para um canto qualquer, aos poucos as nossas roupas foram ficando pelo caminho. Lara me fez deitar sobre a enorme cama e os seus olhos percorreram a minha nudes, me percorriam com devoção.
— Tão linda... – As pontas dos seus dedos trilharam caminhos imaginários em minha pele. — Tão minha...
As minhas mãos pressionavam sua cintura, a trazendo para o calor do meu corpo, esse calor que Lara despertava em mim, somente ela. A mulher da minha vida beijou os meus lábios com tanto carinho, tanto cuidado. Parecia que estava com medo que eu quebrasse e eu me senti... sortuda.
— Me deixa ser totalmente sua... – Ela sussurrou em meu ouvido.
Suas palavras me fizeram arrepiar, como se fossem lenha para o fogo que já me consumia. Nossas bocas se encontraram, mas dessa vez em um beijo mais apressado, suas mãos percorriam minhas costas, as unhas roçavam em minha pele, com toda a certeza teriam marcas no dia seguinte.
— Eu amo o seu cheiro, sua boca, você por completo.
Ela me olhou, mordendo o canto do lábio volumoso, enquanto se aproximava de um dos meus mamilos, que estavam eufóricos por seres devorados por aquela mulher, enquanto sua língua brincava com o bico endurecido, uma de suas mãos acariciava o outro mamilo, eu apenas fechei meus olhos e me deixei ser tocada por ela. Minha respiração começava a ficar pesada. Sua mão mapeava meu corpo até encontrar a minha intimidade, eu estava totalmente molhada.
Lara, com delicadeza, tocou a minha intimidade, sentindo a umidade.
— Perfeito. — Ela dizia, enquanto sentia o líquido.
Ela sentou sobre a minha intimidade, os nossos sex*s molhados se encaixaram de uma forma que me fez soltar um gemido alto, segurando com força a coberta. Comecei a fazer movimentos lentos, sentindo todo o delicioso atrito e depois intensifiquei, sentindo a minha intimidade latejar de tanto tesão.
— Ah, meu amor... Yasmin, Yasmin.
Ouvi-la dizer o meu nome me fez intensificar ainda mais o contato, meu corpo queimava, era a minha mulher bem ali, eu estava no ápice. O meu corpo formigava, a minha pele amava sentir a de Lara.
— Você é... maravilhosa. — Dizia para ela, enquanto soltava o ar vagarosamente.
Lara deitou sobre o meu corpo, beijou a minha boca com demora.
— Eu te amo. — A minha fala saiu arrastada e eu fui envolvida em um abraço forte.
— Eu amo você.
A abracei de volta tão forte, como se ela fosse fugir dali. Eu queria morar naquele momento.
— Obrigada pelo jantar, minha linda. Na verdade, por toda essa noite que foi incrível. Quando teve tempo pra tudo isso? – Nos encaramos.
— É segredo, senhorita...
Tive a ajuda de Antonella do início ao fim.
— Tenho certeza que tem dedo da Antonella. – Gargalhei.
Nossos corpos nus se encontravam em sincronia um sobre o outro, sua respiração já estava regular.
— Sim, você acertou. – Beijei os seus lábios com demora, enquanto a tinha sobre mim.
Eu adorava ficar assim com ela, depois de fazer amor, sentir o calor do seu corpo suado, do abraço apertado, do toque suave dos dedos sobre o meu rosto. Ficamos assim por um tempo, conversando baixinho e sem pressa, tínhamos a noite toda.
Em menos de meia hora amanheceria e não havíamos conseguido dormi. Lara me abraçava pelas costas, olhávamos para a sacada, logo poderíamos ver o novo dia chegando.
Os primeiros raios de sol podiam ser vistos, um pedaço do paraíso bem a nossa frente.
“Não queria que esse dia acabasse.”
Me aconcheguei ainda mais a ela.
— Bom dia, namorada. – Lara tocou a minha face.
— Bom dia, namorada...
— Vamos dormir um pouco? Bem abraçadinhas... – Me virei, a envolvi pela cintura, roubando um beijo breve.
— Assim? – Lara escondeu a face no meu pescoço, colando totalmente nossos corpos.
— Assim mesmo...
Alguns minutos depois adormecemos, a felicidade fazia morada em meu peito.
Quando acordamos horas mais tarde, namoramos no chuveiro, tomamos um café demorado e depois deixamos o hotel. Lara e eu resolvemos ir até o hospital, seria a primeira vez que iria depois de tudo o que se passou.
— Tudo bem, meu amor?
— Sim, tá tudo bem. – Colei nossos lábios de forma demorada. — Vamos?
— Vamos sim.
Lara me segurou pela mão, entramos no hospital sob alguns olhares curiosos, fomos paradas durante o percurso até a sala de Antonella. Não posso negar, era maravilhoso estar de volta.
— O casal mais famoso do hospital finalmente resolveu aparecer. – Antonella veio até nós, nos abraçou rapidamente.
— Como estão as coisas por aqui? Faço muita falta?
Trouxe Lara para sentar sobre as minhas coxas.
— Sinto falta da minha companheira de almoço. Quando pretende voltar ao trabalho?
— Eu não sei se ainda tenho um emprego, na verdade. Tem muita coisa pra colocar nos trilhos.
Ouvimos duas batidas na porta e logo a mesma foi aberta.
— Meu amor, por que não avisou que viria? – Ana entrou, fechando a porta em seguida.
Antonella foi até a namorada, lhe deu um beijo leve nos lábios.
— Oi, maninha. Oi cunhadinha... – Ela veio até nós.
— Você parece cansada. – Lara franziu o cenho.
— Muitos livros, muita coisa pra fazer. A Antonella tem me ajudado bastante... – Ana bocejou e sentou com Antonella no sofá. — Mas vou dá conta. Ainda tá com a roupa de ontem...
— Resolvemos vir aqui antes de irmos pra casa. – Abracei Lara pela cintura.
O meu corpo começava a demonstrar cansaço.
Depois de alguns minutos de conversa, Lara e eu deixamos o hospital. Chegamos a minha casa perto das 13:00hrs, fizemos um almoço breve e o sono nos venceu. Tigrão resolveu nos fazer companhia.
Nada podia ser mais perfeito.
Fim do capítulo
Mais um.
Boa noite, menins... S2
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HelOliveira
Em: 05/06/2023
Perfeito, depois de tudo que passaram merecem esses momentos de paz...
Amei
Tany
Em: 05/06/2023
Ah que bom que Amou, tão bom né ver elas nesse momento de amor.
Obrigada pelo comentário querida.
Tany
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Lea
Em: 04/06/2023
Como é gostoso ver tudo caminhando bem.
Tany
Em: 05/06/2023
Sim, como é bom saber que elas podem ter esse tempo de paz e se curtir um pouco.
Obrigada por sempre comentar.
Tu é maravilhosa. Abraços
Tany
Tany
Em: 05/06/2023
Sim, como é bom saber que elas podem ter esse tempo de paz e se curtir um pouco.
Obrigada por sempre comentar.
Tu é maravilhosa. Abraços
Tany
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Tany Em: 05/06/2023
Elas mereciam isso, foram dias difíceis..
Obrigada por continuar aqui com a gente.
Uma abraço
Tany