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Nas brumas do Pico por Nadine Helgenberger

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Palavras: 4376
Acessos: 2204   |  Postado em: 20/05/2023

Capitulo 18

 

-Como conseguiste essa maravilha em tão pouco tempo? Me explica, oh mulher das realizações mais impressionantes.

-Quem? Ah, ainda bem que gostaste. Apenas fiz algumas ligações a parceiros e esse bungalow maravilhoso estava disponível...e com desconto de parceira. - Risos.

-Tudo tão perfeito...- Ela sorria encantada enquanto os olhos percorriam todo o espaço.

-Abra a porta da varanda, ou se preferires, corra as cortinas.

Nahima pulou dentro do espaço em direção à enorme porta da varanda que foi aberta ansiosamente.

            -Ahhhhhhh, será que mereço isso tudo?

            -Claro que sim...pé na areia e barulho das ondas que já me disseste que adoras e lá na aldeia onde moras, tens o canto dos passarinhos, já o barulho das ondas...

            -Walkiria, se alguma vez na vida tiveste alguma dívida comigo, ela foi saldada e a partir deste momento quem te deve milhões, sou eu...não sei nem como reagir...

Wiki riu feliz. A estupefação dela era a melhor reação.

            -Vou praticar yoga logo cedo na areia...ai nem sei o que dizer...estou encantada...extasiada...ahhh...viste que trouxe meu tapete?

            -Vi...- Walkiria sorria.

            -Olha esse sofá, que lindo. E é confortável, muito delicioso. - Gritou Nahima mudando de foco numa velocidade desconcertante.

            - Sai daí, eu não aguento mais dormir em sofás. Pelo amor de Deus...respeite meu esqueleto de mais de um metro e setenta.

Gargalhadas altas.

            -Meu bem, apenas elogiei o sofá...experimenta para veres, é perfeita.

            -Não...para Nahima. Tu me convences de qualquer coisa e se eu cair nesse sofá, já sei onde vou parar...- Fingiu impaciência.

            -Tu costumas reclamar de dormir no meu sofá, certo? Ainda é cedo para dormir, Wiki...se bem que posso pensar em outras possibilidades cujo horário é indiferente. - Piscou-lhe o olho de forma sensual.

            -Pelo amor de Deus, sossega. - Tentava controlar uma vontade doida de rir. - Não querias passear?

            -Sim, entre outras coisas...

            -Facilita...

E riam sem parar.

            -O que eu fiz? - Aproximou-se dela, abraçando-a com carinho e intensidade.

            -Eu preciso comprar água, snacks, frutas...uma blusa, porque trouxe apenas essas calças e essa tshirt que está completamente molhada. Ah, preciso comprar escova de dentes etc. etc.

            -Nós vamos comprar tudo. Relaxa! Eu sempre tenho uma mochila pronta para a próxima aventura, ou seja, trouxe tudo que vou precisar.

            - O tanto de coisas que preciso aprender contigo.

            -Hum-hum...e uma delas é a relaxar. - Estreitou ainda mais o abraço. - Já te disse hoje que te acho lindíssima? - Sussurrou no ouvido dela.

            -Já...- Walkiria sorria e se arrepiava.

            -Mas é linda de uma forma que nem sei...tua pele de chocolate com esses salpicos de ouro...- Ela acariciava e beijava o braço de Walkiria que suspirava.

            -É o resíduo de sal...

            -Eu sei, mas parece ouro e estás mais chocolate ainda...irresistível.

Beijaram-se com sofreguidão. Já cambaleavam para o sofá quando Walkiria pulou do beijo correndo para a porta do apartamento.

            -O prazer só depois do dever, minha italiana maravilhosa.

Nahima riu a ponto de segurar a barriga.

            -Tu não podes ser de verdade...acho que em algum momento vou acordar do melhor sonho da minha vida. - E ria encarando-a com olhos brilhantes de desejo e felicidade.

            -Nahima, tu me confundes a cabeça...nem sei mais o que pensar...- Já estava encurralada contra a parede e se sentindo mais livre do que nunca.

            -Sabes as coisas que precisas aprender comigo? Relaxar é uma delas. Estamos no paraíso. Pressa para quê?

            -É, pressa para quê? - Concordou.

            - Apenas para ser feliz. Vamos ver o por do sol? - Sorria.

            -Vamos...e ser mais felizes ainda...

            -Hum-hum...

E partilharam mais um momento regado a beijos intensos, risadas altas e sensação de plenitude.

 

*****

Depois de uma volta completa pelo passeio turístico na orla da praia do Tarrafal, Walkiria sentou-se num dos vários bancos de pedra que compunham aquela parte emblemática da cidade e permitiu que o sol lhe beijasse. Ele já se punha no horizonte e o espetáculo era impressionante. Tudo ganhava tons de laranja e amarelo-dourado e o coração era invadido por uma alegria ímpar. Pelo menos o dela assim estava. Entre vários suspiros e agradecimentos em silêncio, deliciava-se com a imagem de Nahima se equilibrando perfeitamente numa balance board, que pedira emprestado a uma adolescente que se divertia com algumas amigas. Nahima era uma fonte inesgotável de energia e boa disposição. Sorria diante da vida, para as novidades, para a beleza da natureza, sorria, ou melhor, ria até das suas mazelas. Ah, sem contar nas gargalhadas que dava diante das suas implicâncias, que não eram poucas. Riu do seu próprio pensamento, quando viu Nahima deslizando na pista de skate, devidamente montada num instrumento para esse efeito. Doida. Maravilhosamente doida e cheia de vida. Não se furtou à vontade de fotografá-la e com o telefone nas mãos, andou um pouco atrás dela, tentando o melhor angulo. Difícil, porque ela não parava quieta. Algum tempo depois, voltou a sentar-se no seu banco de pedra, munida de várias fotos e pequenos vídeos de Nahima no cenário mais lindo que já a fotografara. Estava feliz. Se pensasse bem, não se lembrava de ter estado tão plenamente feliz como se sentia naquele momento. Parecia que vivia numa bolha colorida de felicidade. Ainda sorria encantada com tudo, quando um estalo na mente a colocou em alerta. As bolhas eram tão frágeis. Sua bolha colorida de felicidade poderia estourar a qualquer momento. De repente, seu corpo que antes estava leve e aberto, contraiu-se a ponto de faltar-lhe ar. Naquele relance de pura loucura, ou descontrole, tentou buscar aprendizados das sessões de terapia e facilmente percebeu que estava em autossabotagem. Conseguia até ouvir a voz calma e ponderada da sua terapeuta...Walkiria, porque é mais fácil para ti acreditar que nada pode ser fácil?  Porque não era, ora essa. Nada era. Nunca fora. As bolhas eram pura ilusão e ilusões esvaneciam...

Nahima passou por ela em cima do skate, deslizando como uma pluma e sorrindo...linda, absurdamente linda. O ar voltou com força aos seus pulmões e quase se afogou. Um calor repentino voltou a correr por todo o seu corpo...olhou para a pontinha do sol que ainda era possível ver acima da linha do horizonte e sorriu.

O telefone vibrou-lhe nas mãos e quase deixou-o cair de tanto que pasmava em Nahima. Era Carla. Atendeu com o coração pulando de alegria.

 

*****

            -Quero tomar banho de mar agora à noite...eu adoro...

            -Aqui?

            -Se eu não estivesse hospedada num bungalow pé na areia. Ai que luxo! - fez um gesto engraçado arrancando uma risada de Walkiria. Mais uma.

            -Podemos ir jantar e depois lá no hotel, a senhora dá o seu mergulho noturno? Estou com muita fome e hoje ainda não comemos nada decente. - Foi a vez de Walkiria fazer um ar de drama que arrancou uma risada estrondosa de Nahima.

            -É impressionante como tu estás sempre com muita fome. - Continuava a rir.

            -E é mais impressionante ainda, como tu estás sempre pronta para mais uma aventura e nem te passa pela cabeça que ninguém sobrevive sem comida.

Risos.

            -Como é que consegues não comer e ser tão saudável. Pelo menos, aparentemente a senhora é bastante saudável.

Gargalhadas.

            - Ah, eu como, só não estou sempre faminta como tu e nem fico com cara de brava quando estou com fome.

Gargalhadas com abraço.

            -Podemos ir jantar, confesso que estou com fome e muita vontade de tomar um bom vinho na tua companhia.

A forma como ela falava tinha alguma coisa que deixava Walkiria sempre no ar, a flutuar numa nuvem de felicidade. Tinha um toque de genuinidade e leveza que a atraiam avassaladoramente. Percebeu-se cansada de jogos e egos inflados...

            -Oi? Estás aí? - Provocou sorrindo.

            -Estou! A única certeza que tenho é que estou aqui...

Nahima abraçou a sua cintura e deixou sua cabeça pender num dos ombros dela enquanto caminhavam.

            - Posso te perguntar uma coisa nada a ver?

            - Podes perguntar o que quiseres.

            - Tu és sagitariana?

Nahima riu tanto a ponto de deixar Walkiria vermelha de vergonha.

            - Tu fazes essa cara séria para me perguntar o meu signo?

            - Ah para, eu não entendo nada dessas coisas e nem me interesso...

            -Então?

            -É a doida da minha amiga Carla que insiste que és sagitariana e acabei de falar com ela e esse assunto esteve em pauta...ela tem a certeza, ainda mais pelas coisas que conto...

            -Temos uma frase aí com algumas informações interessantes...primeiro, quem é Carla de quem sempre falas e eu nunca conheci e segundo, falas de mim para as tuas amigas?

            -Tu tens um dom...

            -Alguns...

Risos.

            -Convencida! Mas sim, tens o dom de me fazer falar demais e eu nem me dou conta. Isso, porque sou conhecida como uma mulher reservada a quem as coisas têm de ser arrancadas a ferro.

            -Se eu sou sagitariana, tu és a rainha do drama.

Gargalhadas muitas.

            -Quem é Carla? Quando vou conhecê-la?

            -Ela é uma grande amiga...lembras quando me conheceste lá atrás e que eu estava em casa de uma amiga que estava em viagem? Era a Carla.

                -Resumindo, eu devo a minha felicidade à Carla.

            -De certa forma...se estás feliz comigo, sem o pedido de ajuda para regar as plantas dela há 5 anos, nós nunca nos cruzaríamos num hiace a caminho de Espargos.

Gargalhadas infinitas. Felicidade ao rubro.

            -E a convencida sou eu...

            -Ah meu amor, o delírio é contagioso...

            -Tu és um achado... tu és tão...

Interrompeu o que ia dizer beijando-a com ardor. Beijo com entrega absoluta.    

Depois de algum silêncio compartilhado...

            -Quando vou conhecer a Carla?

            -Ela é tão chata e ingrata que não me visita há tempos...

            -E tu?

            -Ah, para mim é mais difícil...o hotel...

            -Dois dias no Sal não vão arruinar o teu hotel. Pense nisso.

Walkiria soltou um sorriso amarelo. Aquele terreno ainda era muito difícil...

            -Ah, a Carla está certa. Sou sagitariana e vou fazer aniversário em poucos dias.

            -Sério?

            -Hum-hum...dia 29 de novembro.

            - A doida esteve certa esse tempo todo. Fala de ti como se te conhecesse e ela também é sagitariana, só que de dezembro.

            -Dizem que as sagitarianas são as melhores. Inesquecíveis.

Risos.

            -Convencidas, com certeza!

            -Somos leves, solares...apaixonantes.

            -Vamos comer, pelo amor de Deus. Estou para morrer e tu não consegues me carregar.

Gargalhadas.

            - Podemos ir assim, como mulheres felizes e de férias na praia, ou a senhora cheia das etiquetas vai exigir que passemos no hotel para trocar de roupa? Eu só trouxe short e bikini.  Serve? - Tentava controlar o riso.

            -Ah vá dar uma volta em Marte - Risos. - Com a fome que estou, até nua serve...

            -Opaaaaa.

Gargalhadas felizes.

*****

Sentada na varanda do bungalow, Walkiria tentava alcançar Nahima com o olhar. Causava-lhe alguma aflição o fato dela se aventurar no mar noite adentro. Mas alguém conseguia parar aquela mulher? A veia aventureira era forte demais e um encanto à parte. Suspirou e riu de si mesma pela contradição. As loucuras dela a deixavam de coração na mão e ao mesmo tempo, eram apaixonantes. Tomou mais um pouco de vinho e tentou se acalmar. O mar estava bem tranquilo e tinha uma meia-lua no céu, menos mal...

O jantar tinha sido maravilhoso, comeram tataki de atum com legumes salteados e um vinho verde que era um pecado de tão bom. Para sobremesa, brownie com gelado de baunilha, a sensação de paraíso permanecia no seu paladar.

Mais uma vista de olhos pela praia e nada de Nahima. Resignada, levantou e foi acionar uma playlist no seu telefone. Dançar era bom para passar o tempo. Com a taça de vinho nas mãos, deixou-se embalar pelo set de música chill, nada mais perfeito para aquele momento. De olhos fechados e sorriso no rosto, dançava ao som de Somewhere in paradise (Satin Jackets) quando percebeu uma presença no ambiente. Abriu os olhos e o seu coração acelerou numa velocidade vertiginosa. Deveria ser proibida tamanha beleza...

            -Ah, alguém lembrou que tem um coração que fica descontrolado imaginando os piores cenários naquelas águas escuras...

Nahima riu e Walkiria esqueceu tudo.

            -Viva e com tudo no lugar. Uma pena que não gostes de mergulhar à noite...mas dançar com uma taça de vinho na mão é quase tão afrodisíaco quanto...

Wiki sorriu e aproximou-se dela que estava encostada à porta.

            -Foi boa a ideia de vir para cá? - Acariciou-lhe os cabelos molhados.

            -Não...o tempo verbal está errado...está sendo perfeito. Nunca ousei querer tanto...eu sou doida e tu um poço de seriedade e incógnita...

            -Sonhavas? Hmmm...- Walkiria provocava.

            -Estou molhada, podemos ficar aqui na varanda? - Mudou de assunto e Walkiria notou um leve rubor na face dela. O coração agitou-se de uma forma diferente e ela sorriu assentindo. Serviu-lhe uma taça de vinho e sentaram-se nas cadeiras de madeira. A conversa fluiu entre muitos assuntos aleatórios e sempre regada a muita risada.

            -Tens algum sonho que ainda não realizaste?

            -Muitos. Referes a que área da vida?

            -Reformulando, meu maior sonho sempre foi ter o hotel, sonho da vida. Ele está lá, com problemas, mas resistindo e me enchendo de felicidade. Sonho realizado! Quando resolver a questão financeira, quero ampliá-lo, transformá-lo num pedaço do paraíso...ah eu sonho alto...- Sorriu com a alma.

            -Teu sonho é lindo e floresce diante dos teus olhos...perfeito. Se pensar bem, meu maior sonho é poder trabalhar de qualquer lugar do mundo sem ter que me fixar, ficar presa num escritório. Eu adoro conhecer novos mundos, povos diferentes, lugares que me desafiem...deixar um pouco de mim por onde passo e levar sempre algo comigo...

            -Liberdade...sim, isso te caracteriza tão bem. Somos bem diferentes...

            -Eu não acho...se pensarmos bem, prezamos a mesma coisa. A liberdade é inegociável, tu como os pés assentes no chão e eu com as asas abertas.

Gargalhadas.

            -Mas tu já realizaste o teu sonho, ou não? Estás aqui e se bem entendi, tua sede é em Londres...

            -Mas trabalho para uma organização...o que quero é prestar serviço a quem precisar de mim, sem vínculos a grandes organizações e estar onde quiser. Chego lá...planos traçados.

            -Ah, mas eu não tenho dúvidas. Tu consegues o que quiseres...

            -Ah tem outro...esse é mais um delírio...- Riu.

            -Conta!

            -Eu sempre brinquei que queria ter um café todo estiloso, com toques do mundo, com arte, boa comida, música maravilhosa...uma experiência...

            -Não consigo imaginar nada mais a tua cara. - Sorriu.

            -Então...meu irmão que é tão delirante quanto eu, já decidiu que vamos ter esse café em algum lugar do Brasil. Ele já decretou que é a sua nova terra, e o café do mundo, será por lá.

            -Um delírio maravilhoso. Tiveste mais alguma notícia?

            -Tudo igual, o que não é mau...estão a fazer tudo e eu sei que a Alana vai colaborar.

            -Vai!

            -O sal na minha pele não fica como diamante e já está a me incomodar...preciso de banho. É rápido, daqui a pouco estou de volta para continuarmos os devaneios com vinho.

Nahima sorriu, e nas nuances que já captava, Walkiria percebeu uma enxurrada de emoções e que ela tentava disfarçar. A vinda e a vida da sobrinha eram tão importantes e ela tão apaixonante...

Abraçou-a com afeto transbordando nos gestos. Beijou-lhe a boca devagar, os olhos, o lóbulo das orelhas, o pescoço, o queixo, até arrepiar-lhe o último pelo do corpo. A alma, há muito que tinha sido arrebatada...almas em sintonia...

            -Banho...já volto...já volto...

Ela raramente perdia o controle de qualquer situação, mas aquele leve toque de vulnerabilidade, deixou Walkiria com todos os sentidos aguçados.

O som da água caindo parecia um convite velado e Walkiria não se fez de rogada. Não demorou a encostar-se na porta do banheiro, afinal, era uma apreciadora do belo. Os contornos do corpo nu de Nahima por trás do vidro fosco, acendeu um desejo urgente a ponto de fazer-lhe tremer as pernas. Provavelmente percebendo a sua presença no ambiente, Nahima colocou a cabeça para fora convidando-a para juntar-se a ela.

            -Eu sei que já tomaste banho, mas a água está uma delícia e nós duas cabemos aqui perfeitamente. - Sorriu sensualmente e Walkiria já arrancava as poucas roupas que usava.

Walkiria, sabia-se intensa, mas naquele instante parecia que um vulcão explodiria a qualquer momento...o beijo calmo da varanda, ganhou uma intensidade quase asfixiante. Queria tanto aquela mulher...tanto...prendeu-a contra a porta de vidro e deliciou-se em cada pormenor das suas curvas. A água caía, mas nada aplacava o desejo febril daqueles corpos e muito menos a ânsia exploradora de Walkiria. A cada gemido mais alto de Nahima, ela intensificava a viagem pelos contornos quentes de sua pele, deixando tudo arrepiado...aceso...pulsando. Beijou-lhe a boca mais uma vez enquanto suas mãos deslizavam, apertavam, puxavam para mais perto. Nahima prendeu-a ainda mais a si com uma das pernas, e se contorcia para manter-se em pé...faltava-lhe forças e sobrava desejo. Walkiria queria mais... uma mão brincava com um mamilo dela, a outra tentava segurar-lhe pelo quadril e a língua atrevida lambia a carne quente e molhada, da barriga e descia...ousada, Nahima contornou o pescoço de Wiki com uma de suas pernas deixando claro o que queria. Ahhhh, que sintonia de desejos...Nahima entregou-se, Wiki recebeu como quem ganha o melhor presente e não esconde a felicidade. Que esmero! A confirmação do prazer vinha com gemidos roucos, arranhões na pele, gritos sem pudor. Uma...duas...três vezes seguidas num frenesi louco e viciante...

            -Vamos para cama...vamos...-Nahima suspirou agarrando com força a cabeça de Walkiria que estava entre as suas pernas tremulas.

Num movimento certeiro, Walkiria bateu a mão no botão que ligava a água, desligando-o e carregou Nahima para a cama sem que ela percebesse o que estava a acontecer. O êxtase a consumia por completo...quantas horas caberiam ainda naquela noite?

 

*****

Walkiria rolou na cama e encolheu-se toda debaixo da coberta antes de abrir os olhos. Esticou os braços por cima da cabeça enquanto gemia com preguiça. A cama era boa, abraçava seu corpo e dava muitas asas à sua vontade de esquecer a vida...pelo menos por algumas horas. Um pouco mais desperta, estranhou a penumbra do ambiente. Não podia ser muito cedo, pois já amanhecia quando abraçou Nahima e sucumbiram ao sono. Nahima? Rolou na cama enorme à procura do corpo dela e riu de sua atitude. Claro que ela não estava ali...suspirou e abraçou as pernas sobre o abdómen nu. Estava completamente nua e relaxada. Que noite! Que bela ousadia de passar umas horas no Tarrafal. Precisava permitir-se mais. Estava inteira, com uma sensação de leveza e se ninguém tinha ligado até aquele momento, significava que no hotel tudo estava tranquilo. "Vamos trabalhar esse apego", momentos de suas sessões de terapia ecoavam na sua mente. Era tão difícil desapegar-se de um sonho...bateu a cabeça sentindo-se momentaneamente confusa e chamou por Nahima. Nem sinal dela. Rolou um pouco mais na cama, esticou uma mão e alcançou o telefone. 14:15 da tarde. Como assim? Pulou da cama e quase machucou o pé. Olhou com pormenor a tela do telefone e não tinha nenhuma chamada perdida. O mundo tinha esquecido dela e a sensação era tão boa. Sorriu enrolando-se no lençol. Precisava encontrar Nahima. Pegou o controle e acionou o botão que manuseava as cortinas do quarto. Sorriu ao ver que o sol brilhava lindo lá fora e num desvio de olhar, sentiu seu coração aquecer e não se coibiu de rir alto. Nahima estava na varanda praticando Yoga. Gostava tanto daquela imagem...permaneceu parada no meio do quarto por algum tempo apenas contemplando os movimentos dela. Andando na ponta dos pés, como se seus movimentos pudessem desconcentrá-la, abriu a porta discretamente. Encostou-se à parede e apreciou a beleza que era aquela mulher fluindo com o corpo...

            -Ei...bom dia. Estás aí há muito tempo? - Perguntou Nahima deitada na savasana.

            -Boa tarde...tempo suficiente para entender que preciso ao menos tentar uma constância no Yoga.

            -Tu precisas de yoga e eu de um saco de boxe...tens muita força nas pernas...nos braços...

Walkiria riu e ficou levemente ruborizada. Entendeu imediatamente a quê ela se referia e sim, adorava seu saco de boxe e seus efeitos na sua pujança física.

            -Acordaste há muito tempo?

            -Não...eu desmaiei e foi tão bom...- De pé, aproximou-se dela. - Queria te acordar para tomarmos um café da manhã de rainha como mereces, mas parece que além da comida, a senhora ama uma cama.

Walkiria soltou uma risada batendo a cabeça afirmativamente.

            -Nem sempre me permito, mas...- Sorriu.

Nahima segurou-lhe um dos braços, beijou-lhe o pulso demoradamente e depois mostrou-lhe a tatuagem onde se lia, permita-se. Sorriram juntas, completamente encantadas.

            -Não vou me esquecer...

            -Espero que tenhas muita coisa boa para lembrar e que, quem sabe, queiras repetir...- Beijou-lhe a boca com tanta vontade que Walkiria agradeceu por estar encostada na parede, pois as pernas bambearam...

            -Sossega mulher. Vamos ser presas por atentando ao pudor...estou nua debaixo desse lençol...

Foi puxada para dentro e aos risos, caíram na cama. Walkiria tentava manter o lençol preso ao corpo, porque do contrário...que calor...

            -O checkout era às 12, com tolerância até às 13 horas por ser eu...

Risos.

            -Vamos pagar outra diária...eu pago...

            -Para com isso, que outra diária. Vamos é tomar banho e sair para a vida...

            -Mas a vida acontece aqui dentro também...pelo menos eu me sinto muito viva...

Sorriram e logo em seguida caíram em mais uma gargalhada.

            -Ninguém reclamou? - Indagou Nahima com uma expressão quase séria.

            -Como assim?

            -Walkiria, fizemos uma festa nesse quarto ontem...da música que a senhora dançou até quase cair, ao espetáculo no banheiro, sem esquecer a cama...meu Deus...

Walkiria apenas ria muito e a olhava com um brilho intenso no olhar.

            -Acho que me excedi um pouco...tenho essa leve impressão...

Nahima envergonhada ou levemente receosa era a coisa mais linda do mundo. O verdadeiro afrodisíaco para Walkiria.

            - Ninguém reclamou e...exceda sempre que quiser e sentir que sim...

Walkiria, desvencilhou-se do lençol e abraçou-a, primeiro com as pernas, provocando mais uma risada e depois puxou-a para si. Estavam ambas completamente arrepiadas e sedentas...mais uma vez...

 

*****

Na viagem de regresso a Rui Vaz, alegando querer apreciar ao pormenor a paisagem, Nahima pediu que Walkiria dirigisse o carro. Estranhamente, ela não reclamou nem demonstrou receio pela viatura ser alugada para trabalho. Assumindo a direção, ela fez um pequeno desvio antes da saída da cidade, onde, numa colina, puderam apreciar mais um por do sol majestoso e para completar a pintura, o vulcão da ilha do Fogo ao longe. Imagem de sonho para fechar em grande aquele momento sublime.  Assistiram à beleza do sol de mãos dadas, sorrisos no rosto e pensamentos leves. Em silêncio, entraram no carro e partiram.

Nahima aproveitou que não precisava dirigir e cochilou. A príncipio no seu lado do assento, mas não demorou muito para pender-se para o lado de Walkiria. Ela reclamou que podia perder a concentração, mas sendo totalmente ignorada, acostumou-se ao que era bom em poucos minutos. Sozinha com seus pensamentos, sorria ao se dar conta das muitas novidades que aquele momento trouxera à sua vida. Beijou a cabeça de Nahima que dormia profundamente e sorriu. A maior de todas era com certeza, abrir mão do controle. Respirou fundo porque obviamente que aquilo ainda era muito estranho. Mas as amigas, a mãe, greta, todas estavam certas ao afirmar que precisava viver além dos domínios do hotel e de seus desafios. Quem sabe passasse a viver experiências bem diferentes às que estava habituada...quem sabe conhecesse pessoas tão maravilhosas quanto Nahima...beijou-lhe os cabelos mais uma vez e cheirou profundamente. O cheiro dela era o melhor da vida...

 

*****

            -Eu já estou entregue!

            -Às portas do castelo.

Risos.

            -É, de volta à realidade, depois de um merecido descanso revigorante.

            -Hmmm, ainda bem que a senhora entendeu que também merece descansar...

Walkiria ria, quando Nahima desceu do carro, deu a volta e abriu-lhe a porta.

            -Antes que brigues que não gostas que te abram a porta, que não precisas disso etc. - Risos. - Eu não quis ser a maravilhosa, apenas preciso assumir o volante e...

Walkiria riu às gargalhadas.

            -Eu devo ser muito chata mesmo...não pensei nada e não tenho problemas se me abrem a porta do carro.

            -Contigo eu nunca sei...

            -Isso é bom, não morres de tédio.

            -Ainda é abusada, além de tantas outras coisas...- Sorriu.

Nahima posicionou-se a escassos centímetros de Walkiria e perderam-se numa intensa troca de olhares.

            -Eu...eu tenho um jantar com James, acreditas? - Pareceu falar a primeira coisa que lhe veio à mente para evitar fazer outra que clamava por uma ação.

            -Esqueceste? - Foi a vez de Walkiria respirar profundamente.

            -Hum-hum...mas ainda vou a tempo...somos vizinhos e ele vai adorar saber que finalmente conheci o Tarrafal...

            -Gostaste?

            -Adorei! Obrigada por tudo...por lembrar que eu queria tanto conhecer, por ter me incluído na tua rotina tão intensa...obrigada por cada segundo...e não te preocupes, não vou te beijar na entrada do teu hotel.

Riram muito.

            -Entra nesse carro antes que descumpras o prometido.

            -Afinal tens a tua reputação e eu preciso manter a minha palavra...

            -Vai...

Olharam-se mais uma vez como se uma quisesse entrar na outra. Ah, e os sorrisos...

Walkiria caminhou em direção à entrada com a sensação que pisava em terra fofa, quando a calçada era de pedra. Virou-se e Nahima continuava sentada no carro, mas nada de arrancar. Fez-lhe um gesto apontando para o relógio e ambas riram. Finalmente ouviu o barulho do motor. Entrou na sua propriedade e desviou para o loft. Não queria que a vissem com cara de... de quê mesmo? O certo era que precisava aprumar-se antes de aparecer para os funcionários. Riu de si mesma...ultimamente dera para isso...

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Com amor,

 

Nadine Helgenberger


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Comentários para 18 - Capitulo 18:
Sione
Sione

Em: 15/12/2023

Que noite foi essa, abalaram os alicerces do Tarrafal, delicia ver a entrega das duas.

Que noite de amor ???? .

 

 


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 24/12/2023 Autora da história
Rsrsrsrs, muito bom mesmo ;)


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patty-321
patty-321

Em: 25/05/2023

Que fds incrível. Essas duas tem muita sintonia. Tudo lindo e um fogo ????????. E agora? Estão apaixonadas e com vidas tão diferentes.bjs


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 28/05/2023 Autora da história
É de falta de fogo elas não podem se queixar rsrsrsrs
Pois é, as vidas são bem diferentes...vamos lá ver o que acontece.
Bjs e muito obrigada.


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brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 22/05/2023

Que coisa fofa Walkíria querer se "aprumar" e "fazer cara de séria" antes de entrar no hotel e exibir para todos a felicidade que deve ter iluminado seu semblate sempre tão compenetrado.

Forte abraço,

Bruna


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 28/05/2023 Autora da história
Walkiria é uma figura deliciosa de desenvolver rsrsrs
Adoro vê-la se desconstruindo e mesmo assim tentando manter "velhas" certezas.
Bjs e muito obrigada.


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brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 22/05/2023

Ah... Eu sabia! Um sonho realizado! Um sonho feliz, melhor do que se poderia esperar! Que ótimo capítulo, Nadine! Uma delícia! Algo que a gente não quer que acabe...

Tudo perfeito! Mas... quais serão os próximos passos? A italiana, com seu sonho de liberdade, sua ânsia de voo livre, assusta um bocado! Walkíria deve mesmo ficar apreensiva, com medo de que a bolha de repente venha a explodir e tudo se desvaneça.

Torcendo para que Nahima consiga arranjar uma forma de manter os laços nesse paraíso em que encontrou Walkíria!

Boa semana, querida autora!

Beijos,

Bruna


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 28/05/2023 Autora da história
Muito obrigada, Bruna :)
Vamos ver o que vem por aí...confesso que vem a melhor parte rsrsrs, eu gosto mais de escrever desafios do que cenas em que tudo é amor...é, sou assim mesmo. Aproxima-se o final da história, mas até lá eu apronto mais um pouco rsrsrs
Bjs


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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 21/05/2023

Liberdade!


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 28/05/2023 Autora da história
Yes!!! O melhor dos mundos.
Muito obrigada. Bjs


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NovaAqui
NovaAqui

Em: 20/05/2023

Que capítulo gostoso de ler

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 20/05/2023

Que capítulo gostoso de ler


Nadine Helgenberger

Nadine Helgenberger Em: 28/05/2023 Autora da história
Muito obrigada :)
Bjs


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