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Abrigo por Cristiane Schwinden

Ver comentários: 7

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Palavras: 3228
Acessos: 1857   |  Postado em: 14/04/2023

Capitulo 31

Capítulo XXXI

 

Anos atrás

A vida nunca foi muito generosa com Francine, da infância tem poucas recordações agradáveis, dos pais ficou uma saudade dolorosa, sentimentos conflitantes e lembranças que aos poucos cicatrizam em seu peito.

Francine tinha nove anos quando numa das tantas surras que levava do pai alcoólatra, um facão afiado acertou seu rosto, lhe abrindo a carne da bochecha até o lábio superior. Foram mais de trinta pontos, internos e externos, e uma cicatriz retilínea que minaria sua autoestima por toda sua infância e adolescência.

Quando completou dez, viu sua irmã Elaine sair de casa para nunca mais voltar. A irmã mais velha, cada vez mais ausente, deixou Francine sozinha e ainda mais amedrontada em seu próprio lar. A irmã foi para São Paulo e agora vive pelas ruas prisioneira de seu vício.

Aos onze Francine foi tirada da escola quando a diretora a conduziu para casa, após uma confusão em sala de aula. Alguns colegas costumavam zombar de sua aparência, por conta da cicatriz no rosto, a provocavam até vê-la chorar ou reagir com violência, o que ocorria quando encostavam nela. Francine odiava que a tocassem.

Agora com tempo livre, os pais queriam que ela fosse trabalhar nas sinaleiras vendendo doces, já estava na hora de ajudar nas contas da casa, não teve como sequer protestar, e passava então uma parte do dia em esquinas abordando os carros.

Naquela cidade do interior não havia muita perspectiva para uma menina de onze anos que vendia balas nas ruas, passava algumas horas na casa de um amigo da sua idade, ali mesmo no bairro pobre onde morava.

Francisco, ou o Chico, era seu melhor amigo. Ele a inseriu no mundo dos livros ainda na infância. O garotinho negro e mirrado sonhava em ter uma grande biblioteca, pública, aberta para todos, e acumulava livros usados na garagem sem uso. O cômodo era o refúgio de Francine, sentava no chão e dedicava algumas horas conhecendo outras vidas, visitando possibilidades.

Pela manhã Francine limpava a casa e fazia o almoço para o pai. Ela dizia que passava a tarde e a noite vendendo os doces na rua, mas a bem da verdade as primeiras horas da tarde sempre eram deles, dos livros. Gostava de histórias que se assemelhassem com a vida real, aquelas sem fantasia, sem dragões, só com gente. Porque ali também tinha gente boa, ali ela podia acreditar que nem todas as pessoas eram como seus pais, ou como alguns motoristas que a assediavam nas sinaleiras, os poucos adultos com que ela tinha contato. Francine não confiava em nenhum adulto de carne e osso.

Com parte do dinheiro arrecadado com as balas, Francine comprava um ou outro livro nos sebos da cidade, e entregava a Chico, ela queria ajudá-lo a construir seu império de livros, era a forma como julgava melhor retribuir todos os livros emprestados pelo amigo.

Gostava também dos livros cheios de cálculos e números, tomara gosto pela matemática ali no chão de concreto da casa do amigo. Dizia que queria ser engenheira, construir prédios altos, apesar de nunca ter visto nenhum prédio com mais de oito andares.

Ana Paula disse que construir prédios era coisa para homem, que ela nunca tinha visto uma mulher trabalhando em obra alguma. A menina era dois anos mais velha que Francine e um pouco gorda, a menina magrela gostava de sua companhia principalmente porque sentia-se um pouquinho protegida trabalhando ao lado dela nas ruas. A amiga enxotava com sua voz forte os engraçadinhos e os que queriam comprar outra coisa delas, aquilo que não estava à venda.

— Eu quero ser madame. — Ana Paula dizia.

— Madame não é profissão, nem tem faculdade de madamice. — Francine rebateu, sentada ao seu lado no meio fio da rua, separando as balas dos chicletes em suas caixas.

— Justamente, eu não quero fazer faculdade. Eu quero casar com um homem rico, não precisa ser rico como aquele pessoal das novelas, se tiver uma casa grande e emprego bom já está ótimo, e não pode ser baixinho, eu não gosto dos baixinhos.

— Eu não vou casar, olha como esses caras são babacas. — Disse apontando para os carros passando na rua.

— Um dia vai, é que agora você é muito nova, ainda não sente aquelas coisas de mulher.

— Isso é tudo besteira, eu vou estudar, fazer faculdade num prédio bem grande.

— Você nem ficou menstruada ainda, não sabe o que está falando. Depois que menstruar você vai sentir coisas pelos homens, vai querer se enroscar com eles. — Riu. — E é bom que a gente case bem cedo, antes dos vinte, senão fica mais difícil arranjar um homem rico, eles só querem as novinhas.

— E por que você namora com o Ismael? Ele nem tem dezoito anos e só sabe vender maconha na porta da escola.

— Porque ele sabe como dar uns pegas, depois eu arranjo um homem para casar.

— Que horror. — Francine a fitou com espanto. — Você só tem treze anos, não deveria fazer essas coisas.

— Você que deveria estar fazendo, pelo menos não precisa usar camisinha, ainda não engravida.

No ano seguinte Francine teve sua primeira menstruação, apesar dos incentivos de suas amigas de rua, se recusava a deitar-se com os meninos. Ela que detestava que a tocassem, achava um absurdo fazer outras coisas com os caras. Nem mesmo conseguia pensar na possibilidade de beijar algum dos meninos que passaram a rodeá-la com mais frequência.

Aos doze anos já havia devorado uma centena de livros, em segredo. Apenas Chico sabia de suas fugas literárias, e para Ana Paula contava que gostava de ler, mas nunca entrava em detalhes porque Ana Paula odiava livros, Ana Paula gostava cada vez mais de estar com os meninos.

Seu corpo estava mudando, as curvas surgiam, ainda era aquela garota magricela e que andava rápido, mas estava menos magricela e mais alta.

O garoto que vinha a cortejando resolveu a acompanhar no início da noite até o sebo em outro bairro, na esperança que ela topasse entrar em algum beco escuro com ele na volta. Ela apenas comprou um livro, uma edição não muito recente e amarelada de O mundo de Sofia, que havia lhe custado o valor de três pacotinhos de chiclete. Conseguiu desvencilhar do garoto e continuou as vendas, voltando para casa já depois das dez da noite.

Não viu de onde partiu o primeiro golpe, mas logo entendeu o que diziam os gritos e xingamentos que seu pai e sua mãe proferiam enquanto lhe batiam. Era o livro. Eram os livros. Haviam descoberto que andava gastando o dinheiro das balas com essas porcarias de papel.

Viu de onde partiu o último golpe, do seu pai, que havia tomado um martelo de cozinha quando seus punhos cansaram de bater. A lateral do martelo atingiu o topo de sua cabeça, e Francine desmaiou. Não era a primeira vez que desmaiara no meio de uma surra, portanto foram dormir e a deixaram no chão da sala. O casebre de tijolos expostos tinha apenas um quarto e uma sala/cozinha. Francine dormia no sofá deste segundo cômodo. Mas naquela noite ela dormiu no chão.

Quando acordaram perceberam que ela continuava desacordada. Chamaram um vizinho que tinha carro e pediram que a levassem para o hospital, ou qualquer lugar, eles achavam que ela estava morta, ou que morreria daqui a pouco.

O vizinho levou a garota desacordada até um hospital público e a deixou lá. Foi uma concussão, vai acordar logo, os médicos disseram para os policiais que foram até o hospital no final daquele dia, após denúncia de um enfermeiro. E ela acordou à noite, confusa e assustada com aquelas pessoas estranhas que a tocavam de tempo em tempo para os procedimentos de rotina.

Uma mulher do conselho tutelar foi conversar com ela na manhã seguinte, após convocar a mãe da garota, que também estava lá naquela manhã.

— Ela caiu de cabeça na mesa, ela é assim, toda destrambelhada. — A mãe explicou, e Francine concordou.

— E o braço quebrado?

— Foi na mesma queda.

A mulher do conselho tutelar não era tão ingênua quanto a mãe de Francine imaginava, e não acreditou. Pediu um exame mais minucioso na menor, logo depois que sua mãe saiu correndo de volta ao trabalho. Constataram que a violência não era pontual, era constante, as marcas no corpo e nos ossos contaram o histórico.

Francine saiu do hospital três dias depois, de braço engessado e com dores de cabeça. Não foi para casa, a conselheira a levou de carro para um abrigo da prefeitura, mas ali só tinha crianças até cinco anos, seria seu lar temporário.

Passou três meses nesse abrigo maternal, cercada de crianças com histórias de vida parecida com a dela. Achou o local parecido com uma prisão colorida, não podia sair para vender balas, ver as amigas, ler os livros de Chico. Estava enclausurada com prisioneiros que usavam fraldas.

No dia que foi transferida para um centro de acolhimento na capital, São Paulo, um homem da justiça a fez companhia no banco de trás do carro da prefeitura, ele foi contando na viagem o que estava prestes a acontecer com ela. A menina gostou de ter um adulto lhe tratando de forma cordial e tirando todas as suas dúvidas, e eram muitas.

A mochila grande sacudia em suas costas ao entrar no abrigo São Vicente, em São Paulo, com doze anos e meio de idade. Ali tinha gente da idade dela, mas continuava se sentindo deslocada, como se estivesse ali de visita, e logo teria um lar. Com o tempo ficou mais tímida, mais ansiosa, e menos preocupada em ganhar um lar de uma família amorosa.

A meta era estudar e ter seu próprio sustento, não queria mais ter pais e irmãos, queria entrar em uma faculdade de engenharia e andar com seu skate, manobrando pelas ruas de São Paulo, transformando obstáculos em aprendizado.

***

Dias atuais, junho de 2011.

Aquele campeonato de skate na categoria street era um dos mais importantes no calendário do skate amador de São Paulo. Os prêmios davam uma grana gorda, apesar de Francine competir por paixão pelas quatro rodinhas, receber um dinheirinho seria bem-vindo, queria comprar um bom capacete para competir, e não precisar mais pegar emprestado.

O tempo nublado em Guarulhos ameaçava molhar a pista naquele sábado à tarde, mas por enquanto a competição seguia a todo vapor, desde cedinho.

Francine ajeitou o fecho do capacete emprestado de Matheus em sua cabeça, o friozinho a fez vestir um moletom branco, usava uma bermuda preta cheia de bolsos e um tênis falsificado surrado. Seguiu com seu amigo e técnico até a área dos competidores, seria a próxima a dar sua volta. Pela manhã conseguiu a classificação para a fase seguinte com duas voltas regulares, o suficiente para seguir na competição.

Ao pé do ouvido, Matheus lhe passava instruções e incentivos, à maneira dele.

— Se você fizer outra volta de merd* igual às que você fez pela manhã, vai ficar em último e vai ser zoada pela galera hoje à noite no alojamento.

— Vou tentar um lipslide no final.

— Se conseguir te pago um boquete.

— Cala a boca, idiota. — Riu. — É minha vez.

— Vai e mete bala.

A jovem skatista fez uma boa volta, conseguindo fazer a manobra que desejava ao fim, iniciava sua série de três voltas naquela tarde com o pé direito.

Os dois deixaram o acesso à pista e retornaram para a arquibancada onde estavam seus amigos, alguns também competindo naquele torneio, outros apenas assistindo, como Amanda.

Na parte de baixo, junto às grades, Francine recebeu um abraço animado de Amanda, comemorando a boa volta, Matheus interferiu.

— Vai ter que aumentar o nível pra passar de fase, senão nem roda amanhã, já vai pra casa hoje.

— Um elogio às vezes não mata não, viu? — Francine disse e ao chegar onde estava o restante da galera, abriu um sorriso imenso com a espectadora que estava mais atrás, Clarisse.

— Mentira que você veio!

Com passos largos, logo encontrou a namorada e deu um beijo.

— Eu falei que um dia viria te assistir.

— O que a senhora veio fazer aqui? — Matheus a interpelou visivelmente contrariado.

— Assistir vocês.

— Não enche, bróder. — Fran o enxotou.

— Amor, trouxe mais torcedores para vocês.

João e Jardel surgiram ao seu lado, empolgados em assistir o torneio e por terem visto Francine se apresentando.

— Fran, você mandou muito bem! — João a cumprimentou com seu gesto campeão.

— Valeu, amiguinho!

— Caramba, a manobra no fim foi muito legal, qual o nome? — Disse Jardel.

— Foi um lipslide, um pouquinho capenga, mas acho que contou na pontuação.

— Muito maneiro, quero aprender essas manobras um dia.

— Te ensino, parça.

Os meninos continuaram de pé em um dos primeiros vãos da arquibancada, Clarisse sentou em um degrau mais acima, Francine se ajoelhou no degrau de baixo, entre as pernas dela.

— Cara, você veio mesmo, tô felizona. — Disse com os braços ao redor do pescoço dela.

— Quis fazer surpresa, te prestigiar um pouquinho.

— Você viu minha volta?

— Vi, e fiquei impressionada.

— Agora acredita que sei andar de skate?

— Agora sim. Você já vai dar outra volta agora? Amanda me disse que são três agora à tarde.

— Só mais tarde, tem uma porr*da de gente pra entrar na pista antes de mim. Posso beijar você na frente da galera do abrigo?

— Você não perguntou quando deu o primeiro beijo.

— Eu tava empolgada. — Corou.

— Pode sim, a gente não deve nada para ninguém.

Ao fim do beijo, Clarisse olhou rapidamente ao redor e disse em seu ouvido.

— Acho que temos espectadores. — Apontou com a cabeça mais para frente.

Francine olhou para trás e para o lado e viu a maioria dos amigos olhando para elas.

— Ces não tem mais o que fazer, não? Vão cuidar da vida de vocês!

Clarisse apenas achava a situação engraçada, a chamou.

— Vem cá, senta do meu lado.

— Parece que nunca viram duas mulheres se beijando, bando de desocupados. — Disse e sentou ao seu lado.

— Quer água? Tenho aqui.

— Pow, quero, tô morta de sede.

— Se chover, o campeonato continua?

— Depende, se chover pouco daí rola de boas. — Olhou para Clarisse ainda se dando conta. — Que massa você aqui, e com os meninos e tal, acho que vou ficar nervosa quando for rodar na pista de novo.

— Espero que não fique, mas se preferir posso sair na hora que for sua volta.

— Não, não, fica aqui.

Matheus se aproximou com cara de poucos amigos, Clarisse percebeu.

— Dá meu capacete aí, daqui a pouco é a minha vez.

— Toma, vou ficar aqui torcendo por você, beleza?

— Você não vai lá na concentração comigo?

— Não, estou com visitas. — Riu. — Betinho já vai, ele que é seu técnico.

— Técnico só de nome né? Mas beleza, fica aí com tua peguete. — Resmungou e saiu.

— Fran, se quiser acompanhá-lo, pode ir.

— Relaxa, não sou a técnica dele.

— Matheus tá diferente, arredio, aconteceu algo?

Fran balbuciou alguma coisa e finalmente respondeu.

— Não.

— O que mudou?

— Acho que ele não gosta do fato de eu estar namorando.

— Por que?

— Sei lá.

— Ok.

— Acho que ele tá a fim de mim.

— Sério? Desde quando?

— Desconfio que já faz um tempo, mas ele mudou depois que comecei a namorar firme com você.

— Ciúmes?

— É, acho que sim.

— E você?

— O que tem eu?

— Sente algo por ele?

— Não, claro que não, ele é meu amigo e meu técnico.

— Ele pode ser técnico sendo menor de idade?

— Não, ele falsificou o documento.

— Ah.

— Ele não tá mais indo nas consultas com você?

— Não, a última vez acho que foi em fevereiro, nem nos encontros de grupo ele tem ido.

— Você podia arranjar outro terapeuta pra ele, assim como arranjou pra mim quando deixou de me atender.

— Então você acha que ele parou de ir por minha causa?

— Acho.

— Entendi. Foi bom você me falar isso, vou providenciar outra pessoa para dar continuidade ao atendimento dele.

Tempos depois, os meninos subiram alguns degraus e encontraram com a mãe.

— Mãe, tem comida pra vender aqui? — Pediu João.

— Não sei, tem? — Perguntou a Francine.

— Lá no outro canto tem lanchonete.

— Vou lá com os meninos.

— Posso ficar aqui? — Perguntou Jardel.

— Pode. Fran, fica de olho nele.

Os dois engataram um papo sobre skate, logo mais quando Clarisse e João retornaram com lanches para todos, percebeu o olhar mortal de Matheus sobre ela.

— Avise que a bateria dela começa logo depois dessa volta, se ela ainda quiser participar.

— Avisarei sim.

Entregou os lanches e voltou a sentar ao lado de Francine.

— Matheus pediu para avisar que sua bateria começa depois dessa volta.

— Eita, já? Vou comer rapidinho.

— Tome, para ajudar a descer. — Disse lhe entregando um copo com suco.

A skatista seguiu para a área de competição ao lado de Matheus, aguardou sua vez fazendo alongamentos, ao entrar, fez uma volta mediana.

Já de volta ao local do público, estavam na grade aguardando sair sua pontuação, Clarisse estava ao seu lado também. Ao anunciarem sua nota, Matheus foi logo dando bronca.

— Precisava tirar mais, vacilou na entrada, agora vai ter que fazer uma segunda volta foda pra se classificar para as finais amanhã.

— Relaxa, mano, ainda tenho chance, só tenho que caprichar mais.

— Dava pra ver que você tava sem concentração, falhou no básico, mó bobeada.

— Cê tá chato, tô dando meu melhor, foca na tua próxima volta.

— Dá pra ver que você tá prestando atenção, já tô desclassificado, não fiquei entre os doze melhores da minha bateria.

— Pô, foi mal, não sabia.

— Sussa. — Viu Clarisse ao lado de Francine. — Vou ali fumar um, fui.

— Ele vai fumar maconha aqui dentro?

— Atrás da arquibancada.

— Então você ainda tem chances de classificar?

— Tenho, mas preciso fazer uma volta bem melhor que essa.

— Posso te ensinar uns exercícios para concentração.

— A única coisa que quero me concentrar é em saber quando vou dormir na sua casa de novo. — Disse com um sorrisinho.

— Amanhã, talvez. Senta aqui.

— Diga.

— Se você classificar para amanhã, pensei em ficarmos aqui em Guarulhos essa noite, que acha?

— No alojamento comigo?

— Não, daí a gente pega um hotel, viemos preparados, trouxemos nossas mochilinhas de pernoite. — Sorriu.

— Eu adorei a ideia, mas Sabrina não vai chiar?

— É meu final de semana, eles podem dormir onde eu quiser.

— Fechou.

Uma garoa fina foi evoluindo até interromper a competição. Tentaram enxugar a pista, mas depois de algum tempo resolveram adiar as voltas restantes para o dia seguinte.

Mesmo com as reclamações de Matheus, Francine foi para um hotel com Clarisse e os garotos.

— Amanhã quero ter uma conversa contigo. — O amigo disse e se retirou.

Fim do capítulo


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Comentários para 31 - Capitulo 31:
brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 22/04/2023

Muito triste imaginar que a história de Fran é semelhante à de muitas crianças brasileiras! Realidade cruel em nosso país. Fran é até melhor do que se poderia esperar na situação que enfrentou. O seu gosto por leitura foi um imenso diferencial. Infelizmente, é uma raridade.

Um problema claramente se desenha para os próximos capítulos: Matheus.

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thays_
thays_

Em: 17/04/2023

Esse Matheus é insuportável!!

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 15/04/2023

Fran sofreu muito, e ainda bem que se apagou aos livros e seguiu na vontade de estudar e ter uma formação, e que a Clarisse estar mais presente na vida dela e com os filhos que curtem ela bastante...

Matheus tá muito chato, não entendeu ainda que não chance com Fran.

Muito conhecer o passado dela, capítulo otimo

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patty-321
patty-321

Em: 15/04/2023

Tadinha da Francine, que infância difícil. Ainda bem que teve os livros. E o Mateus vai frescar mesmo? 

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 15/04/2023

Matheus aceita aceita que dói menos.

Responder

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Zaha
Zaha

Em: 14/04/2023

Olá!!!!

Opa, vimos o passado de Fran! Que horror esses pais, mas tem.muitos assim. Sério que dps de um martelo vai achar que pode enganar a assistente social??

Gostei muito de conhecer o passado de Fran!! Dá pra entende a situação toda!!!!

Muito legal Clarisse ter ido no campeonato e com os garotos, muito bom!!!!

Matheus tá chateado, vamos ver o que vai dizer....

Bem, nos vemos logo! Tirei um tempo para ler, estava atrasadona!!!!

Bejjao

Responder

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Lea
Lea

Em: 14/04/2023

Essa garota merece ser feliz!

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