Nunca Te Amarei -- Capítulo 16

A água que caía de sua roupa molhava o tapete luxuoso da sala do apartamento de Kristen.

-- Háááááá... -- Rick deu um berro tão alto que chegou a tremer os vidros da janela -- O meu tapete!

Luciana encolheu-se.

-- Desculpa -- ela disse, sem jeito -- Eu disse que não devia vir.

Kristen dirigiu a Rick um olhar tão feroz que ele quase caiu para trás.

-- Peça desculpa.

-- Jamais! -- ele disse, olhando para o teto -- O seu cabelo está horrível. 

Kristen balançou a cabeça.

-- Chega, Rick.

-- Mas é verdade.

-- Ele tem razão, eu devo estar horrível.

Kristen segurou o braço dela.

-- Vamos subir para o meu quarto -- ela ordenou -- Vou lhe dar uma toalha para enxugar o cabelo.

-- Melhor não -- era inútil tentar se libertar dos dedos dela que já a conduzia pelo braço -- Não posso ficar.

Sem saber como, Luciana já estava diante da porta do quarto. Sentia que até a calcinha estava molhada e o sutiã grudado na pele. 

Sentiu um arrepio incontrolável. Seria apenas a umidade ou a presença daquela mulher de olhos verdes? 

Ela abriu a porta do quarto e fez um gesto polido para que ela entrasse.

Luciana a olhava de olhos apertados, séria, inquisidora.

-- Não acha melhor enxugar os cabelos? -- a voz dela tinha um tom de indulgência divertida.

-- Claro, claro. Onde está a toalha? 

-- No banheiro, vem comigo.

Luciana hesitou na porta do banheiro. Ela tremeu ao se lembrar de onde estava e com quem estava. 

-- Pode usar qualquer uma, o Rick muda as toalhas toda manhã. Quer um secador também?

-- Seria ótimo.

Kristen abriu uma gaveta do armário e pegou o secador.

-- Quanto às roupas, acho que vai ter que usar as minhas.

Luciana disfarçou pegando uma toalha. Só de pensar em usar as roupas dela, suas faces queimaram.

-- Não precisa, obrigada -- respondeu, escondendo-se na toalha felpuda, esfregando os cabelos com ambas as mãos. Olhou no espelho do banheiro e, sorriu desanimada -- O Rick tem razão, estou horrível!

Kristen caiu na risada. 

-- Está mesmo.

Luciana também começou a rir. Pela primeira vez em muitos dias, ria de verdade, genuinamente e isso iluminava seu rosto. Algo nas atitudes de Kristen pareceu atingi-la fortemente. O sorriso dela pareceu despertar em Luciana uma alegria sincera, espontânea. Aquela arrogância e prepotência que parecia ser dominante na personalidade dela desapareceu. 

Assim que se entreolharam, surgiram faíscas de atração. Luciana mal se lembrava da última vez que fora tão envolvida por alguém. Ela a deixou completamente perdida, dos pés à cabeça, sem o mínimo controle. 

Um toque discreto na porta e toda aquela tensão forte no ar, surgida do nada, se desfez. 

-- Deve ser o chato do Rick.

Kristen foi atender e Luciana continuou a secar os cabelos.

-- Era ele, perguntando o queremos comer. Aproveitei e peguei um roupão para você vestir enquanto a sua roupa seca.

Luciana ligou o secador.

-- Não deveria incomodar o Rick com um jantar para mim.

-- Ele é pago para isso.

Durante um momento ela pensou na questão.

-- É, você tem razão. Eu sou paga para fazer os balancetes da empresa, então, vou ter que trabalhar neste final de semana.

-- Exatamente. Enquanto isso, eu, a Letícia e o Dudu, vamos para o Rio Grande do Sul.

-- Eu preciso de uma escova -- imediatamente, Kristen entregou para ela uma escova grande e oval -- Você faz tanta questão de levar a Letícia nessa viagem?

Kristen estava com as mãos nos bolsos, olhando para ela. 

-- Na verdade, o que eu quero é levar o garoto nessa viagem. 

Luciana chegou mais perto, os olhos castanhos atentos. 

-- Porque?

-- Ah, sei lá. Eu gosto do garoto, quero ensiná-lo a surfar, ele leva jeito, sabe.

Luciana se sentiu agindo como toda mãe age quando falam do seu filho.

-- Ele ama o mar, adora o surf -- começou a pentear os cabelos. Talvez dessa vez, somente dessa vez, abrisse uma exceção. O filho merecia esse momento de felicidade.

Kristen foi até a sacada e Luciana aproveitou para tirar a roupa molhada e vestir o roupão.

-- A cidade deve estar um caos devido a chuva -- Kristen comentou, ao retornar ao quarto. Ela foi até Luciana e ficou olhando enquanto ela terminava de arrumar o cabelo. 

Por um momento, Luciana perdeu-se em pensamentos. Só quando Kristen falou foi que ela se lembrou de onde estava e com quem estava. Estava em território inimigo, sentada na cama dela.

-- Algum problema? -- Kristen perguntou.

-- Problema? Não, claro que não. Por quê?

-- Você parece distante.

-- É que eu preciso ir para casa. Tomara que tenha parado de chover.

-- Não, a chuva não parou. Está mais forte agora -- ela pegou o telefone e pediu para Rick apressar o jantar -- Você tem alguém a esperando em casa?

-- Tenho e já devem estar preocupados -- disse, se levantando.

-- Porque não liga para casa e avisa que vai esperar a chuva passar? O Rick é muito exibido, ele deve estar preparando o melhor jantar de sua vida só para receber elogios de você.

-- Tudo bem, eu vou ligar avisando -- disse, pegando o celular.

Kristen a observava enquanto ela falava ao telefone. Os olhos verdes, enigmáticos, nada revelavam. A boca dela curvou-se num sorriso, mas Luciana ainda não a conhecia o suficiente para saber se era um sorriso cínico ou sincero. Será que depois do jantar ela ia querer "outras coisas"?

O roupão era grande criando um decote mais fundo. Seu instinto mandou imediatamente fechá-lo, mas não queria parecer boba. Então, o roupão continuou aberto e Kristen olhou quanto quis as formas redondas de seus seios.

-- Você tem namorado? 

Luciana sorriu.

-- No momento não -- ela se levantou para ir ao banheiro, mas se deparou com um porta-retratos em cima da mesa de cabeceira. Luciana olhou-o fixamente, vendo a foto de Arthur segurando uma prancha de surf.

-- Esse é o meu pai antes de virar um grande empresário -- explicou Kristen, sem que ela precisasse perguntar -- Não posso me esquecer de pedir para o Rick guardar todas as fotos dele.

-- Porque? -- perguntou Luciana, sabendo que estava entrando em terreno perigoso.

-- Descobri que ele tinha uma amante.

Luciana engoliu em seco. Kristen parecia muito decepcionada.

-- Ele saia com outra mulher enquanto estava casado com minha mãe.

-- Seus pais eram felizes?

-- E isso importa? -- ela perguntou, irritada.

-- Acredito que sim.

-- Para mim não. Eu nunca vou perdoá-lo por isso, ele não traiu só a Donatella, ele traiu a mim também.

-- Eu não vejo dessa forma -- Luciana recuou diante do olhar dela -- O que quero dizer -- ela continuou -- É que talvez já não existisse mais amor entre eles -- ela arriscou comentar.

Kristen se aproximou dela.

-- Quer dizer que quando acaba o amor, acaba o respeito também?

-- Não, não, não quis dizer isso -- Luciana gaguejou, sentindo seu corpo se apertar contra o de Kristen.

-- Mas foi o que disse -- as palavras saíram baixinha dos lábios dela e de repente aqueles lábios estavam sobre os de Luciana.

Ela reagiu, de início, com todas as suas forças. Mas aos poucos foi se entregando. Seus braços, como se tivessem vontade própria, enlaçaram o pescoço de Kristen. A vontade de Luciana era gritar que ela não tinha o direito de beijá-la, que ela era a última pessoa no mundo com a qual deveria se envolver. Mas estava tão entorpecida que mal conseguia respirar.

-- O jantar está prontooooo... -- berrou Rick, do lado de fora do quarto.

Luciana empurrou Kristen com tanta força que ela caiu do outro lado da cama.

-- Já vamos -- ela respondeu, se levantando -- Poxa, não pensei que tivesse tanta força.

-- Você ainda não viu nada -- disse Luciana, entrando no banheiro e trancando a porta.

 

 

Laura chegou em casa e encontrou a mãe conversando com João Vitor. Sua primeira reação foi de surpresa, depois, de raiva.

-- Boa noite, Laura -- ele disse, com a maior cara lavada.

-- Boa noite, senhor João. O que faz aqui a essa hora?

Matilde se levantou sorridente.

-- Ele trouxe um presente para o Dudu.

Laura o encarou irritada.

-- Qual o motivo do presente? O aniversário dele é só em outubro!

-- Não precisamos de motivos para presentear alguém que gostamos.

Laura ficou um tempo em silêncio apenas olhando-o com desdém. Depois, dirigiu-se à mãe.

-- Onde está a Lú?

-- Na casa de uma amiga. Ela ligou avisando que vai demorar por causa da chuva.

Laura franziu a testa.

-- Que amiga? 

-- Ela não disse.

João Vitor se levantou.

-- Acho que a sua filha está aprontando, dona Matilde. 

Matilde também se levantou.

-- Como assim, aprontando?

Ele olhou para Laura antes de responder.

-- Ela deve ter arrumado outro amante, sua filha não dá valor a homens honrados que prezam os bons costumes. 

Laura não aguentou.

-- Já está tarde, não é hora de homens honrados e de bons costumes estar na casa dos outros.

-- É cedo ainda, seu João. A Luciana já deve estar chegando.

-- Não, dona Matilde. Já é tarde, amanhã acordo cedo. Vou trabalhar.

-- Trabalhar no sábado?

-- Sim, preciso colocar algumas coisas em dia.

Depois que João Vitor saiu, Laura ligou para Luciana.

 

 

 

-- Essa comida está com uma aparência maravilhosa -- disse Luciana enquanto preparava o prato.

-- É para retribuir o beijo que me deu -- disse Kristian.

-- O beijo que eu te dei? Foi um beijo roubado. Eu não a beijei voluntariamente.

-- Ah, talvez tenha relutado um pouco no começo -- Kristen a queimava com o olhar -- Mas logo você mudou de ideia.

Luciana enrubesceu profundamente.

-- Você só pode estar de brincadeira. Eu tive que te empurrar para poder me livrar de você.

-- Porque o Rick empata foda apareceu no exato momento.

Luciana balançou a cabeça.

-- Até parece que aconteceria algo a mais que um beijo. Eu sou uma pessoa normal, que tem sentimentos e as minhas reações obedecem aos meus instintos femininos. Já beijei muitos homens e mulheres e a maioria deles só vi uma vez na vida e nada mais aconteceu.

-- Está me provocando?

-- Não, mas se estivesse? Viria até aqui e me agarraria à força novamente? -- "Agarrar e beijar a força". Essa imagem excitava dentro dela um sentimento desconhecido. Mas ela se controlou -- Eu não estou provocando, agora. Como também não provoquei lá no quarto.

Rick surgiu do nada.

-- O que aconteceu lá no quarto?

Luciana olhou para Kristen, sem entender.

-- Como ele sabe?

Kristen riu.

-- Lição número um: Aqui em casa as paredes têm ouvidos, nariz e muitas bocas. Amanhã todo o condomínio saberá que você me agarrou e roubou um beijo.

-- O que??? -- Rick cobriu a boca com a mão -- Que babado! -- Rick saiu caminhando apressado.

-- Onde você vai? -- perguntou Kristen, colocando o guardanapo sobre a mesa. 

-- Já volto -- ele respondeu, da cozinha.

-- Não se preocupe, ele não conhece muita gente fora do condomínio --  ela observou, quando se viram a sós.

Luciana pegou um pepino do prato e jogou na cabeça de Kristen.

-- Isso é por mentir que eu te agarrei e roubei um beijo.

Kristen primeiro limpou os cabelos, depois, pegou um florete de couve flor do prato e jogou na cabeça dela.

-- Fala pra mim: Em mulher não se bate nem com uma couve-flor -- Kristen olhou para ela por um momento e então caiu na gargalhada.

-- Palhaça! -- ela disse, tomando um gole de água.

-- Não vai revidar?

-- Não -- disse Luciana, calmamente -- Não vale a pena quebrar um prato tão lindo em sua cabeça -- Será que o Rick tinha desligado o ar-condicionado? Ou será que a presença de Kristen é que a deixava sem ar? Como todos os outros funcionários da empresa, Luciana achava a filha de Arthur muito linda. Tinha um porte altivo de cabeça, um sorriso sensual e confiante.

-- Não está gostando? -- Kristen perguntou. 

A pergunta a trouxe de volta à realidade com um choque de desespero. Não podia deixar que acontecesse de novo, Luciana disse a si mesma. Não podia deixar nem por um momento que Kristen se aproximasse dela novamente.

-- Está ótimo, Kristen -- respondeu baixinho -- Rick é um excelente cozinheiro.

-- Chef, mademoiselle -- disse Rick, retornando a sala -- Tem um celular tocando desesperadamente lá no quarto, pela música irritante, só pode ser o seu.

-- Vou ver quem é -- disse Luciana, suspirando e pousando o talher -- Com licença.

-- Porque você sempre estraga as coisas? Podia simplesmente fazer de conta que não ouviu o celular tocar.

-- E se for algo importante?

-- Mais importante que jantar comigo? Impossível!

Rick revirou os olhos.

-- O pouco que conheço da Luciana, já deu para perceber que ela não é para o seu bico. 

-- Você acha?

-- Acho. A Luciana não é como as suas namoradinhas de final de semana, ela é uma mulher adulta, responsável e de família.

-- Pensei que as mulheres maduras fossem as mais indicadas para se ter um relacionamento casual.

O assunto morreu quando Luciana retornou à sala já vestida com suas roupas.

-- Era a minha irmã avisando que o João Vitor estava lá em casa -- ela vociferou visivelmente irritada.

-- Não acredito! -- exclamou Kristen, asperamente, levantando-se e empurrando a cadeira -- O que ele foi fazer em sua casa?

-- Com certeza infernizar a minha vida -- Luciana ajeitou a bolsa no ombro -- Ele disse à minha irmã que vai fazer hora extra amanhã. Viu no que você me meteu?

-- É só ir comigo para o Rio Grande do Sul.

Ela não disse nada, apenas deixou seu olhar mostrar o quanto estava balançada.

-- Preciso ir embora.

-- Eu vou levá-la.

-- Não precisa, eu chamo um Uber -- disse Luciana, caminhando em direção a porta.

-- De jeito nenhum -- puxando-a pelo braço, Kristen guiou-a até a porta.

-- Você é a versão moderna do homem da caverna.

Kristen voltou-se para ela.

-- Que horror! Sou tão meiga!

-- A sua meiguice já deixou uma marca vermelha no meu braço.

Kristen deu um beijinho no braço dela. Após a surpresa inicial, Luciana ficou bem quieta e tensa, aguardando para ver o que ela faria em seguida.

-- Pronto, nada que um beijinho meu não cure.

Luciana balançou a cabeça, não resistiu e acabou sorrindo.

-- Então vamos logo.

Uma breve espera no hall de entrada do prédio.

-- Seu carro já está aí, senhorita Donati -- disse o porteiro, gentil.

-- Vem -- ela abriu a porta para que Luciana passasse -- Onde mora?

Ela hesitou, não queria que Kristen soubesse onde morava. Levada por um impulso, Luciana deu o endereço de Jefferson.

-- Santa Cruz -- ela indicou o bairro.

Kristen engoliu em seco. Santa Cruz é um bairro da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, o mais distante da região central do município.

-- Você deve sair às cinco da manhã de casa para ir trabalhar -- ela comentou, rindo.

-- Eu já disse que não precisa me levar -- ela insistiu -- Tenho culpa se a empresa em que eu trabalho paga mal os funcionários?

-- Não reclame, Santa Cruz é um bairro muito bom para se morar, longe, mas charmoso. 

E por algum tempo elas ficaram em silêncio, pois Kristen estava atenta ao tráfego. Mas à medida que se afastava do centro da cidade, o tráfego foi se tornando tranquilo. Mesmo receosa, Luciana sentiu que era o melhor momento para perguntar o que tanto a afligia desde a conversa que tiveram no quarto.

-- Como você descobriu que o teu pai tinha uma amante?

Kristen a olhou de lado. O assunto parecia incomodá-la profundamente.

-- Vamos voltar àquele assunto delicado, novamente? -- perguntou.

-- Só se quiser.

-- Encontrei um papel no meio das coisas dele. Parecia o rascunho de um testamento que ele estava preparando, mas não teve tempo de terminar.

-- E você descobriu quem é a mulher? -- a conversa tornava-se perigosa.

-- Não, mas vou descobrir.

Luciana engoliu a saliva várias vezes.

-- Como?

-- Vou ameaçar o advogado de morte. Te garanto que ele revela o nome dela em três segundos -- Kristen fez uma pausa para observar a face pálida de Luciana -- O que foi? Ficou com medo de mim? -- ela sorriu.

Alguma coisa no sorriso dela desmentia aquele ar de cinismo, revelava uma vulnerabilidade enorme e dizia muito sobre a perspicácia, o humor e a meiguice guardados nela.

-- Apesar de te achar grossa, não tenho medo de você. 

-- Grossa? Poxa!  Mais alguma coisa? 

-- Sim. Arrogante, manipuladora e com um ego gigantesco, maior que o Maracanã.

-- Não me parece uma lista de qualidades apreciadas pelas pessoas. Então como você se apaixonou por mim?

Os olhos de ambos se encontraram, e Luciana foi a primeira a virar o rosto.

-- Posso acrescentar mais um atributo na minha listinha?

-- Claro, fique à vontade.

-- Louca. 

Kristen sorriu, ligou o som e começou a cantar junto.

Luciana relaxou. Recostou a cabeça no banco estofado e fechou os olhos. Momentos depois ouviu uma voz que a despertava. O carro estava parado, mas só se viam poucas casas. Deviam estar estacionadas em um cruzamento. 

-- E agora? Pra que lado?

Luciana espreguiçou-se.

-- Acho que pra esquerda.

-- Como assim, acho? Você não sabe onde mora?

Luciana abriu a janela para se localizar.

-- Pra direita.

-- Esquerda ou direita? -- Kristen debruçou-se no volante.

-- Direita.

-- Hum, o que tinha na sua água?

-- Diga-me você, senhorita Donati.

-- Tá, vou confessar. Coloquei uma droga conhecida como MD, também conhecida como "a droga do amor". É um tipo diferente de ecstasy e lança perfume, muito utilizado a fim de atingir efeitos recreativos, como felicidade, tesão e muito mais.

-- E quando começa a fazer efeito? -- ela entrou na brincadeira.

-- Daqui a meia hora.

-- Ainda bem que já chegamos, pode parar nesse prédio amarelo da esquina -- ela se virou no banco para encarar Kristen -- Depois daquele beijo horrível, só com droga mesmo.

-- Não pensei que tivesse detestado tanto -- ela respondeu rindo -- O que me lembro é que tive de arrancar seus braços do meu pescoço.

-- Até parece -- ela bocejou incontrolavelmente -- Desculpa, Kristen, graças a você e a sua vingança, foi um longo e cansativo dia.

-- Não vai me convidar para entrar? Pensei em tomar um café antes de voltar -- ela fez a maior cara de cachorro pidão -- A viagem de volta é tão longa!

Luciana suspirou fundo, estava difícil de se livrar dela.

 

 

 

 

Fim do capítulo