Encontros ao Acaso por JJ e
Capitulo 14 - Bruna
Flashback on
- Não, já tem um bom tempo. Inclusive eu vou em casa pra tomar um banho e comer alguma coisa. Que horas o Diego chega Amanda? – Alessandra.
- Diego?
- Sim, o namorado da Amanda.
Flashback off
- Não sabia que você tava namorando, isso é novidade pra mim. – Olhei pra Amanda com uma expressão confusa, sem entender muito bem a situação. Ela me olhou com os olhos um pouco arregalados.
- Sim, ele estava viajando a trabalho, chegou recentemente. – Alessandra estava totalmente aérea do que se passava, ela não sabia e nem imaginava que no último mês eu passei literalmente entre as pernas da Amanda. Resolvi não demonstrar minha reação e mudamos de assunto.
- Bom, eu vou em casa. Você ainda estará aqui quando eu voltar? – Alessandra.
- Não sei, vai depender da tua demora.
- Tá, não vou demorar, daqui a pouco eu estou de volta.
Ficamos sozinhas, um clima bem estranho. Amanda não me olhava e eu todo momento buscava seus olhos.
- Quer dizer então que você tem um namorado. Interessante saber disso da boca dos outros, e mais interessante ainda saber disso depois de um mês trans*ndo com você.
- Eu não gosto dele, só estou com ele na verdade por uma questão de conveniência.
- Piorou Amanda, porque você só quer se beneficiar dele e pelo visto de mim também.
- Eu não estou me beneficiando de ninguém, eu só não sei como terminar com ele. Eu realmente estou gostando de você, estou gostando dos momentos que temos. Eu não quero que termine assim.
- Infelizmente você que tomou a decisão errada, você sabe que eu sou uma pessoa de mente aberta. Não sei se teria levado a situação para a atual conjuntura que nos encontramos, mas eu não estaria tão decepcionada em saber disso. Como você foi capaz de enganar duas pessoas?
- Eu não queria enganar ninguém, só não sabia como dizer. Por favor, me desculpa.
- Eu queria poder te desculpar agora, mas é difícil de acreditar. Enquanto eu estava aos poucos me entregando pra você, você já tinha alguém. Eu ainda pensei em perder minha virgindade contigo, ainda bem que não deixei isso acontecer.
Saí de lá e não esperei por uma resposta. Estava a caminho de casa, mas minha mãe ia perceber meu estado, então decidi ir pra quadra jogar, precisava extravasar um pouco. Passei o restante do fim de semana sem sair de casa, preferi assim. Ao chegar na escola na segunda de manhã, vejo as meninas afobadas correndo em minha direção.
- Bruna por favor, só você pode nos ajudar. Temos um jogo hoje e nossa goleira está doente. Você poderia substituí-la? – Jaqueline.
- Mas eu nem entendi nada do handboll, não sei as regras.
- Goleira é a mais fácil. Nenhuma jogadora pode entrar na área do gol e sempre que você defender e a bola sair pelo fundo a bola é nossa. A bola só é do time adversário se você defender e for pra lateral da quadra ou se ao arremessarem a bola ela tocar nas jogadoras de linha e for pro fundo. – Jaqueline.
- Mas e o pé? Eu vi que vocês não podem tocar com a bola no pé.
- Só a jogadora de linha que não pode, a goleira pode defender com o pé também. – Jéssica.
- Tá certo. Onde e que horas será o jogo? – Eu estava precisando de uma distração mesmo.
- O jogo será aqui mesmo, às 14hrs. Você trouxe roupa pra treinar dessa vez? – Jaqueline.
- Trouxe, ta tudo dentro da mochila. Mas esse horário é mais tranquilo ir em casa pra almoçar e voltar a tempo.
- Então combinado! Agora vamos que já vai começar a aula. – Mikaelly.
Terminado a aula eu fui direto pra casa, tomei um banho rápido, almocei e voltei pra escola. Cheguei um pouco antes e deu tempo de treinar um pouco para as meninas me explicarem melhor as regras. Não parecia tão difícil assim. Deu o horário do início do jogo, as meninas eram bem magrinhas, então conseguimos ganhar essa partida de lavada. Eu praticamente nem tive trabalho em defender, apesar de querer fazer igual a um goleiro de futebol na maioria das vezes. Terminada a partida, eu resolvi ficar pro treino de vôlei e o que na teoria parecia fácil, era completamente diferente na prática. Eu tava crente que saberia dar um saque daqueles bonitos, a bola não chegava nem na metade da quadra, sem contar na recepção que era ridícula. Após isso fui pra casa, e minha rotina ficou estabelecida dessa forma. Escola, treino, casa.
Não quis falar com a Amanda por um bom tempo, e por falar em tempo eu nem percebi, mas já estávamos em outubro. Já tinha passado 3 meses desde a última vez que tinha falado com a Amanda, logo no começo tinham vários SMS dela em meu celular, mas eu não quis ler nenhuma, então eu também não respondi nenhum. Depois dessa distância toda que eu coloquei, optei por ler suas mensagens.
- Oi, por favor me perdoa. Eu não queria te magoar.
- Você não me responde, pelo visto ta bem magoada mesmo.
- Só me diz como você tá, Alessandra não me fala nada do que pergunto pra ela.
- Não vou mais te incomodar, desculpa qualquer coisa.
- Então, eu disse que não ia te incomodar, mas eu conheci uma banda no youtube. Até falo com uma das integrantes do grupo.
- Sinto sua falta.
- Me perdoa, não aguento mais essa distância.
Eu também não estava aguentando essa distância, então resolvo ir em sua casa.
- Amandaaa! – Grito e bato em sua porta. Vejo ela correndo até a porta e ao me ver seu sorriso vai de orelha a orelha.
- Caramba Bruna, que bom que você ta aqui! Eu tava morrendo de saudade de você!
- Eu também estava baby. Não faça mais isso, eu não gosto de ser feita de trouxa.
- Desculpa, eu já lhe disse que não foi por querer.
- Ta, ta bom. Que banda é essa que você conheceu no youtube?
- Então você tava lendo meus SMS, mas não respondeu nenhum.
- Você não tava merecendo. Mas responda minha pergunta.
- Então, é uma banda lá de Belém do Pará.
- Mas tu foi longe dessa vez.
- Eu tava na Lan House e coloquei músicas no aleatório pra ouvir no youtube e numa dessas caiu na música dessa banda. Você precisa ouvir. Inclusive eu vou daqui a pouco pra conversar com uma das meninas. Quer ir comigo?
- Pode ser, não to fazendo nada mesmo.
Chegando na Lan House a primeira coisa que ela faz é colocar a música dessa banda no Youtube. A letra dela era bem interessante, gostei da música e resolvi alugar um pc ao lado da Amanda, fazia um tempinho que não olhava minhas redes sociais. Em um determinado momento ela me chama pra mostrar que está conversando com a menina que toca o violão.
- Te falei que eu converso com uma delas. – Disse se gabando.
- Ta se achando, diz que eu gostei da música delas e pergunta se tu pode me passar o MSN dela pra gente conversar.
- Pra que tu quer conversar com ela?
- Oxi, e o que tem? Pergunta logo pra menina que eu não tenho muito tempo aqui. – Dois minutos depois e eu mando uma mensagem pra desconhecida. Ela me da uma resposta bem atrevida, mas confesso que eu achei interessante.
- Não espera! Desculpa, é que eu to numa fase meio ruim.
- Sem problema, Amanda me disse que você se chama Carla e toca numa banda, eu vi você tocando com outra menina. Bem legal!
- Sim me chamo Carla, qual seu nome? Tocava, faz um tempinho que não pego no meu violão. Deve ta só poeira agora hehe.
- Nem me apresentei kkk. Eu me chamo Bruna. Poxa, só porque ia pedir pra você cantar uma música pra mim ☹.
- Eu não to tocando nem pra mim, quem dirá pros outros.
Eu não sei bem pelo o que ela está passando, achei melhor não me meter nesse assunto, se a Amanda soubesse de algo ela me contaria depois. Não nos prologamos muito na conversa, pois o nosso tempo tinha encerrado e a Amanda estava me chamando, então voltamos pra casa dela.
- Você me pareceu bem interessada na Carla.
- Para com as tuas noias Amanda, eu conheci a menina hoje e tu já ta imaginando demais. Cadê teu namorado?
- Ta no trabalho, ele vem por aqui mais tarde.
- Ótimo, então para de ficar me regulando.
- Se eu soubesse que tu ia voltar a falar comigo e me dando patada, eu preferia que tivéssemos brigadas.
- Não seja por isso, se for algum problema pra você eu vou embora.
- Espera Bruna, você também leva tudo ao pé da letra.
- Não é que eu leve tudo ao pé da letra. É que eu não vou ficar levando patada de graça.
- Tá tá! Bora entrar, mamãe fez um bolo gostoso pra gente.
Os dias foram passando de uma maneira que não consegui acompanhar, meus dias se resumiam aos treinos 3 dias na semana, os outros dias eu conversava com a Carla pelo MSN e ainda me dividia entre Amanda, Alessandra, o pessoal e ainda sobrava um tempinho pra jogar bola. No final do dia eu literalmente não tinha mais força física e mental pra nada. Num dia atípico de quinta nós teríamos um torneio entre as escolas. Como sempre nesses dias, eu estava conversando com a Carla, cada dia que passava ela estava bem melhor e eu sentia falta de conversar com ela diariamente. Infelizmente devido meu tempo escasso isso era impossível no momento.
- Hoje o dia foi um pouco agitado pra mim, várias coisas pra fazer hoje e ainda tenho um jogo pra ir mais tarde. Mas falar com você me acalma um pouco.
- Bruna Bruna, olha que eu acredito hehehe.
- Mas é pra acreditar mesmo! Todos os dias eu reservo pelo menos 1hr pra conversar com você, saber como você ta, como foi o seu dia. – É verdade.
- Aah ta, me engana que eu gosto! Você vai jogar o que mais tarde? Não sabia que você gostava de esportes também.
- Hoje eu vou pra uma competição de vôlei. Como assim também? Você prática o que? – Isso foi novidade pra mim.
- Você é tão alta assim? Eu gosto de basquete, mas não tenho altura pra isso hehehe. Mas com os meus 1,60cm eu toco o terror nas meninas em quadra.
Eu adorava implicar com ela, e ela sempre pegava corda com o que eu falava. Eu achava engraçado.
- Toquinho de amarrar jegue?
- Quer dizer que você é baixinha kkkkk.
- Você não é tão mais alta que eu! Aposto que se ficarmos de frente uma pra outra a diferença nem é visível.
- Depende de como você se refere em ficar de frente kkkk. – Nem notei a intensão dessa mensagem, mas também preferi deixar como tá. Ela não gostou muito e estava se despedindo. Nos resolvemos e continuamos conversando por mais um tempinho, mas não demorou muito e eu tive que ir embora pra me organizar pro jogo.
Fim do capítulo
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