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Amada Amanda por thays_

Ver comentários: 6

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Palavras: 3221
Acessos: 2102   |  Postado em: 05/03/2023

Capitulo 4

 

- E aí.

- E aí. - Respondi.

Estávamos encostadas no gradil da piscina olhando para dentro da casa.

- Aquele Marcelo é um trouxa, né? - Ela disse. - Puta cada chato. Chegou falando várias.

- Ele não sabe perder. Ainda mais pra uma mulher.

- Ele é insuportável.

Ficamos em silêncio.

A tensão entre nós era quase palpável.

- Eu encontrei umas fotos das minhas gatas. Queria te mostrar. - Ela disse.
Ela então tirou o celular do bolso, abriu a galeria de imagens e me mostrou as três gatinhas.
Eu peguei o celular e sorri, as três estavam deitadas num sofá, em cima de uma colcha de tricô colorida.

- Elas são lindas. Quem é quem?

- A Frida é a siamês, a branca é a Virgínia e a preta e a Agatha.

Eu sorri.

- Depois te mostro uma foto dos meus vira latas.

Devolvi o celular pra ela, nossos dedos se encostaram. Novamente ficamos em silêncio.

- Eu não beijei a Bia. - Ela disse num tom baixo. - Se é o que está pensando. A gente tava só conversando. - Não consegui olhar pra ela. Ela continuou. - Sei que pareceu algo a mais, mas não rolou nada.

Continuamos em silêncio. Revelei com certa dificuldade:

- Eu também não fiquei com ela.

- Eu sei, ela me disse.

- Disse?

- É.

Continuamos em silêncio. Será que Bia também tinha dito a ela a segunda parte do porque não quis ficar com ela?

- Eu pensei que você tivesse a fim dela. - Ela continuou. - Você tava tão na dela... Aquele dia você tinha que ver sua cara quando ela e a…

Eu me virei, fiquei em sua frente e de súbito busquei seus lábios. Minha mão foi de encontro ao seu rosto, suavemente, como se segurasse um cristal muito frágil em minhas mãos. O beijo demorou longos e deliciosos segundos. Ela então encostou sua testa na minha.

- Eu não sou mulher pra você, Duda... - Ela sussurrou.

- Não paro de pensar na sua boca... na vontade que eu to de você…

Envolveu-me pelo pescoço e me beijou, cheia de vontade, desejo. Pressionei meu corpo contra o dela, contra o gradil de cimento. Ela gem*u baixinho e aquilo me deixou louca, entreabriu seus lábios, nossas línguas se encontraram, nosso beijo se encaixou de uma forma gostosa, surreal. Sentia todo meu corpo arrepiado, um tesão absurdo.

E ela então parou. Eu ainda estava zonza. Olhos fechados.

- Eu não posso fazer isso com você.

- Você não tá a fim?

- Claro que eu to... cara, eu to muito a fim, mas eu… sei lá… é complicado... - Ela parou no meio do raciocínio, depois continuou - Se você ficasse com a Bia ia ser tão mais fácil…

Ainda estávamos grudadas uma na outra. Era difícil me afastar dela.

- Você tem alguém?

- Não, eu não tenho ninguém. Eu só não posso. Eu não consigo. Não dá.

- O que é tão difícil?

- Quando você souber a verdade, você não vai mais me querer.

- Que verdade?

Ela ficou em silêncio.

- Eu não consigo... Eu só não consigo... Desculpa. Isso é demais pra minha cabeça.

Beijei seu rosto.

- Calma... ta tudo bem. Eu que peço desculpas.

E então me afastei, deixando-a sozinha do lado de fora. Fui direto para o banheiro do quarto, tranquei a porta. Droga. Droga. Droga. Olhei meu rosto corado no espelho. Eu estava quente, fervendo. Talvez eu só precisasse apagar esse fogo que me queimava e logo perderia o interesse nela. Era só isso. Só fogo de palha. Como todas as outras garotas que já tinham passado na minha vida. Não era nada a mais do que isso. Fogo de palha.

Liguei o chuveiro e tirei minha roupa. Corri as mãos por meus seios, alastrando aquela onda de energia. Encostei minha testa em meu antebraço esquerdo contra a parede. Droga, Amanda. Droga. Corri minha mão direita por meu corpo, descendo até meu centro e percebi o estrago que aquilo tinha causado em mim. Tinha sido só um beijo.

Terminei meu banho e me joguei na cama.

Fiquei revirando de um lado pro outro até pegar no sono. Foi difícil adormecer.


Eu acordei em um lugar meio sinistro. Haviam pessoas muito feias, sujas, outras fazendo sex* de uma forma meio animalesca. Eu andava ali no meio sem rumo. Era tudo muito escuro e feio. Uma moça se aproximou de mim e me entregou uma chave. Magicamente fui para outro local. Então eu vi Karen, como se ela tivesse brotado na minha frente do nada. Andei até ela, mas meu corpo estava pesado. Tentava correr, mas não conseguia. Ela estava parada inerte me olhando. Eu a abracei forte e comecei a chorar.

- Amiga... que saudade de você... eu sinto tanta, mas tanta falta sua...

Eu chorava copiosamente. Ela apenas me olhava. Não disse absolutamente nada. Seus braços estavam pendidos ao lado de seu corpo. Sua feição estava séria, sem emoção alguma. E então uma mulher muito estranha que se movimentava como um animal de 4 patas pulou em cima de mim, com os olhos arregalados, seu cabelo estava bagunçado, armado, ela me fez cair de costas. A queda foi como se estivesse caindo de um precipício. Eu acordei num pulo, como se minha alma tivesse sido arremessada de volta ao meu corpo, sentei na cama instantaneamente. Estava difícil de respirar. Eu estava sentindo muito, muito medo. Olhei ao redor, estava tudo escuro, apenas a luz da lua iluminava o ambiente. Eu suava. Estava meio confusa sobre o que era sonho, o que era realidade.

- Duda...? - Amanda me chamou com voz de sono, parecia preocupada. - Está tudo bem?

Eu apoiei meu rosto em minhas mãos. Tinha sido muito real. Muito real mesmo. Como se eu realmente estivesse lá.

Amanda levantou-se e sentou-se ao meu lado.

- Ei... o que aconteceu? - Senti sua mão em minhas costas, me confortando. - Você ta pingando...

- Nada. Não aconteceu nada..

- Fica aí, eu vou pegar água pra você.

Amanda saiu do quarto e logo voltou. Uma tristeza profunda começou a me dominar. Lembrei-me do dia que encontrei minha melhor amiga morta em seu apartamento. Nós tínhamos passado o dia todo lembrando das merd*s que fazíamos na época da escola. O dia inteiro. Eu não conseguia acreditar que ela tinha feito aquilo com ela mesma. Não conseguia. Era impensável. Parecia que estava tudo bem. Parecia que ela estava melhor. Eu devia ter previsto. Eu tinha ido até lá pra fazer uma surpresa. Fazia muito tempo que não nos víamos.

Amanda voltou com um copo de água e me entregou. Eu bebi ele inteiro em uma golada só.

- Você teve um pesadelo?

Concordei com a cabeça entregando o copo de novo para ela.

- Como foi?

Fiquei pensativa se contaria ou não a ela a verdade. Talvez ela me achasse louca. De qualquer forma, revelei.

- Foi com a Karen.

- Aquela sua amiga?

- Foi muito real. Uma mulher pulou em cima de mim, foi terrível, parecia que eu tava em um filme de terror.

- Se acalma… ta tudo bem agora… eu to aqui contigo… foi só um pesadelo.

- Não… não tá nada bem… Eu devia ter dado mais atenção nas coisas que ela me falava. Eu pensei que ela falava da boca pra fora… Eu nunca em toda minha vida imaginei que ela de fato fosse fazer o que fez.

- A escolha foi dela. Não tinha nada que você pudesse fazer. Nada.

- Eu sempre penso que eu poderia ter feito mais. Se eu tivesse chegado mais cedo na casa dela, sabe? Quem sabe eu teria evitado. Teve essa merd* de covid também. A gente ficou muito tempo sem se ver, sem sair. - Ficamos em silêncio. - Eu acho que ela tá num lugar muito ruim, Amanda... não sei se você acredita nessas coisas, mas sempre que eu sonho com ela… sei lá… é como se ela estivesse num lugar com uma energia muito densa, sabe? Minha mãe me disse que não tem nada que eu possa fazer, só rezar. Que ela precisa passar por tudo o que ela tá passando.. sei la… como se fossem consequências da atitude dela. Eu sinto tanta falta dela, cara. Tanta falta. Ela era minha melhor amiga. Há tipo anos. Desde a época de escola. A gente conversava sobre tudo, tudo… e eu me sinto tão sozinha desde que ela foi embora.

Coloquei minhas duas mãos em meu rosto segurando o choro preso em minha garganta. Eu não ia chorar na frente dela. Eu não chorava na frente de ninguém. Eu não gostava de demonstrar minhas fraquezas para ninguém. Ela então me trouxe pra junto de seu peito, me envolveu em seus braços e deixei que as lágrimas simplesmente escorressem.

Me sentia uma idiota.

Pela segunda vez ela me confortava e eu nunca precisei de ninguém pra me confortar. Eu sempre lidei muito bem com minhas questões sozinha. Mas Amanda tinha uma coisa, um jeito tão fácil de ir se adentrando na minha vida, se escorregando, de meter o pé em meus muros internos com tanta destreza… sem nem pedir licença invadia minha cabeça, meu corpo, minha mente…

 


Despertei na manhã seguinte com Rafa me chacoalhando.

- Acorda Duda, ja são 10:00!

- Aff, me deixa dormir... - Virei para o lado e me cobri, ainda estava morrendo de sono. Nem me lembrava de como tinha adormecido na noite anterior. - O dia ta lindo, cara, estamos indo até a represa dar um mergulho.

Na verdade me lembrava, chorei até não aguentar mais, deitei na cama e ela ficou ali do meu lado até eu pegar no sono.

Amanda entrou no quarto, estava com um shorts curtinho preto e a parte de cima de um biquíni azul. Eu mal pude olhar em seus olhos. Estava morta de vergonha.

- Acordou a bela adormecida? - Ela brincou, como se nada tivesse acontecido.

Eu levantei coçando os olhos e sentei na cama.

Seus cabelos estavam presos num coque meio solto, sentia o cheiro gostoso que vinha dela preenchendo o quarto.

- Eu só vou me arrumar - Respondi pro Rafa.

- Ta bom, seja rápida.

Ele saiu do quarto nos deixando a sós. Senti o olhar de Amanda sobre mim.

- Você ta melhor? - Ela perguntou com o olhar preocupado.

- Sim, desculpe por ontem.

Ela negou, como se não tivesse problema algum.

- Eu vou tomar uma ducha rápida...

Depois que me arrumei e sai do banheiro, ela estava com uma xícara em suas mãos. Entregou pra mim. Seu olhar estava diferente. Ela me olhava de uma forma diferente.

- Toma.

Eu tomei um gole. Era um cappuccino. Estava delicioso.

- Você já tomou café?

- Já.

Tomei outro gole. Ela ficou me olhando, como se quisesse me dizer algo. Eu estava me sentindo superenvergonhada pelo show que tinha dado na noite anterior.

- A gente pode conversar mais tarde?

Ela perguntou. Eu fiquei parada a observando. Seu tom era sério.

- Claro. - Respondi. - Não quer conversar agora?

- Não... mais tarde. Só nós duas. O Rafa ta esperando a gente. Você sabe como ele é… - E ela terminou a frase com um sorriso ligeiro nos lábios.

Terminei o café e saímos. Rafa tinha uma Hilux prata e estavam organizando aonde cada um iria dentro do carro, quem iria na picape, quem iria dentro.

- Quer ir de moto, comigo? - Perguntei já esperando um não, já que ela não queria nada comigo, mas pelo contrário, ela topou.

A represa ficava há uns 10 minutos da chácara mais ou menos. Eu tinha uma Honda CB500 preta que me acompanhava já alguns anos. Subi na moto e dei partida. Ela envolveu minha cintura timidamente causando inúmeras reações por meu corpo todo. Eu ouvia um chiado ensurdecedor... como se meu corpo estivesse derretendo sob as mãos daquela mulher atrás de mim. Minha consciência tentava me trazer pra realidade, mas eu não conseguia. Sentia seu corpo todo colado ao meu.

Seguimos por uma estrada de terra num caminho rodeado por árvores e mata fechada. Não havia vizinhos por perto. Estávamos praticamente no meio do nada. Nem capacete colocamos, então eu só conseguia sentir sua respiração em minha nuca…

Fomos devagar, o caminho tinha muitos buracos.

Ou talvez eu quisesse apenas prolongar aquela sensação um pouco mais.

- Eu costumava andar de moto com meu pai. - Eu disse. - Ele que me ensinou.

- E seu irmão? Anda com você?

- Às vezes vamos pra praia juntos. Minha mãe fica louca, morre de medo, mas ele ama.

- Você parece uma boa irmã. - Ela disse apertando mais os braços em minha cintura. Então a senti pousar sua cabeça em minhas costas. O restante do caminho fomos em silêncio. Eu não consegui expressar palavra alguma depois disso. Se antes minhas pernas estavam bambas, agora eu estava com medo de ter desaprendido a andar. Aquilo era um absurdo. Era uma química muito louca.

(Eu estava vergonhosamente molhada.)

Ela desceu da moto e eu estacionei próximo a Hilux do Rafa.
O lugar era fantástico. Uma vista indescritível da represa e ao fundo na outra margem vários morros. O sol estava forte no céu e queimava nossa pele de maneira acolhedora. Estendemos algumas cangas de praia no chão. O Rafa tinha levado uma churrasqueira porque pra ele todo lugar era lugar pra churrasco. Ligaram uma caixa de som e Bicho de 7 cabeças do Froid começou a rolar. Sentamos no chão, uma do lado da outra, as duas silenciosas desde a moto.


Eu vou sair, eu preciso me mudar

Eu vou lá pro interior, vou viver perto de mim

Eu vou subir no trem que vai partir daqui

Eu preciso saber (o que eu sei)

 

 

- Eu vou pegar algo pra beber, você quer uma cerveja?
- Quero.

Fui até o isopor, peguei uma Budweiser pra mim e uma pra ela. Rafa chegou me abraçando. Ele estava com as mãos sujas de carvão. Me puxou de canto e perguntou em um tom confessional.

- E aí, brother. Deixa eu te perguntar... e você e a Mandy? Que que ta rolando?

Eu ri, sem graça.

- Nada, cara. Não ta rolando nada.

- Ela ja passou por muita merd* na vida dela, mano. - Ele disse mais baixo ainda. - Muita mesmo.

Lembrei-me da primeira conversa que tivemos. Das coisas que havia me contado sobre seu passado.

- Ela é uma garota sensível. Só vai com calma com ela. - Ele fez uma pausa - Ela já te contou?

- O que?

- Ela vai te contar no momento certo.

Aquilo me deu uma pontada estranha no peito.

De repente, senti medo.

- Como assim, cara?

Ele balançou a cabeça e sorriu.

- Vocês duas são as pessoas mais importantes pra mim nesse rolê todo. De verdade. Só não machuca ela, cara. Sério.

- Não ta rolando nada entre nós, Rafa. Fica tranquilo.

- Ta na sua cara, guerreira.

Eu fiquei em silêncio, ele me abraçou, me sujando de carvão e sorriu. Depois passou o dedo em meu nariz, eu tentei limpar com a mão, mas fiquei com a impressão que tinha sujado mais ainda.

Aquilo estava me matando de curiosidade. Voltei a me sentar ao seu lado e entreguei a ela sua cerveja. Ela limpou meu ombro.

- Sua cara tá toda suja.

Eu ri, passei a mão de novo.

- Aqui oh.

Ela quem limpou.

Abri a latinha e quase a virei inteira de uma vez.

O que será que ela tinha que me contar? Por que todo esse segredo?
- O que você está pensando? - Ela perguntou. - Você ta muito quieta.
- Sei lá. Queria saber o quê que ta rolando. Porque essa tensão toda, porque o Rafa veio me perguntar se você já tinha me contado alguma coisa?

- Eu não quero conversar sobre isso aqui... podemos falar sobre isso mais tarde?
Arthurzinho tinha levado uma bola, logo os meninos me chamaram para jogar uma altinha com eles. Guilherme nos ofereceu um pacote de amendoim para acabarmos com ele. Ofereci para Amanda e ela recusou.

- Obrigada, mas sou alérgica. Não posso nem chegar perto.

E então naquele exato momento minha mente deu um estalo. Ouvi um zumbido em meu ouvido. Uma sensação de medo terrível começou a me possuir.
Voltei no passado no mesmo instante, lembrando-me de um primo do Rafael que tinha ido parar no hospital com falta de ar porque ele era alérgico a amendoim. Ninguém gostava de brincar com ele, mas eu sempre dava um jeito de incluir ele nas brincadeiras e sempre protegia ele dos meninos mais velhos.
E então as coisas assustadoramente começaram a se encaixar. E então eu comecei a ficar apavorada. Não era possível. Não podia ser possível. Era muita coincidência. Aquela mulher do meu lado ser aquele garoto franzino e esquisito da minha infância.

Cara, ela era muito mais feminina que eu que aliás tinha nascido mulher. Ela não era nem de perto um homem. Nem de perto. Aquilo deixou minha mente completamente bagunçada. Eu estava surtando. Puta que o pariu. Como aquilo era possível. Tudo se encaixava. Era isso que ela precisava me contar. Era isso. Era isso que Rafa estava cheio de dedos perguntando se eu já sabia.

E eu tava doida por ela... Minha mente estava explodindo.
Ela me atraía demais. Ela era uma mulher. Visualmente falando ela era uma mulher. Não tinha nada de errado comigo em me sentir atraída por ela já que ela era uma mulher. Ou será que tinha? Será que isso faria com que eu deixasse de ser lésbica? Quer dizer, ela era uma mulher e eu sempre me atraí por mulheres. Logo não tinha nada de errado comigo. Certo? Muito menos nada de errado com ela.

Muitas coisas começaram a vir ao mesmo tempo em minha cabeça. Todas as coisas que ela tinha me dito. Lembrei-me daquela conversa que tivemos e da pergunta que ela tinha me feito, se eu ficaria com uma mulher trans e eu disse que não. Eu tinha sido muito estúpida. Eu não sabia... Eu não tinha a menor ideia.

Que bosta, será que por isso ela tinha ficado estranha comigo? Será que por isso ela tinha me dito que ela não era mulher pra mim? Que quando eu soubesse a verdade não a desejaria mais? É óbvio, eu disse com todas as letras que jamais ficaria com alguém como ela. Eu não acredito que tinha falado aquilo!

- Está tudo bem? - Ela pousou a mão em minha coxa de forma carinhosa e seu toque fez aquela sensação de medo se esvanecer no ar. Eu olhei em seus olhos. Olhei para sua boca. A forma como seu cabelo caía em seu rosto. Sua pinta do lado esquerdo, as covinhas. Não. Nada tinha mudado. Ela continuava sendo a mesma.
Agora entendia tudo, agora entendia suas ressalvas, seu medo, sua distância. Agora conseguia entender certa parte de sua dor. Não devia ter sido nada fácil a caminhada dela até ali.

- Você ta bem? Parece que viu um fantasma.

- Vamos dar uma volta? O Rafa me disse ontem que tem uma cachoeira aqui perto.

- Vamos.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 4 - Capitulo 4:
Dessinha
Dessinha

Em: 08/04/2023

E a minha explodiu 3x mais. Que foda isso, velho. Que estória do caramba tão linda ????


thays_

thays_ Em: 08/04/2023 Autora da história
Amanda e Duda tem um pedacinho especial no meu coração :DD


Responder

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patty-321
patty-321

Em: 23/03/2023

Explodiu a cabeça dela.


Resposta do autor:

Exatamente essa sensação!!

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 22/03/2023

Explodiu a cabeça dela.


thays_

thays_ Em: 23/03/2023 Autora da história
Exatamente essa sensação!!


Responder

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Raf31a
Raf31a

Em: 06/03/2023

Que tensão... que beijo... 

Fico feliz pela reação da Duda! Aguardando o próximo capítulo. 


Resposta do autor:

Duda vai nos surpreender muito ainda! Obrigada por estar acompanhando!

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 06/03/2023

Bem lembrado Duda.

 

Responder

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alexvause
alexvause

Em: 05/03/2023

Ansiosíssima para o próximo!!! Quero só ver o que vai acontecer!


Resposta do autor:

Acabou de sair do forno, corre lá!

Responder

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