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Diga meu nome por Leticia Petra e Tany

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Palavras: 5098
Acessos: 3712   |  Postado em: 10/02/2023

Capitulo 28 - Em teus braços...

      Olhava para o relógio pela milésima vez em poucos minutos, como se isso fosse fazer com que as horas passarem mais rápido. Já se passava das onze da noite, o pneu havia furado no meio do nada, nos atrasando em horas. Hugo com a ajuda de Luna, para a minha surpresa, trocavam o pneu. A roupa de ambos estavam sujas de graxa, a noite estava fria e rasgava a pele. O cansaço começava a atrapalhar.

Francisco não moveu um dedo, apenas olhava tudo a distância.

— Lara... – Nicole me chamou.

Me aproximei.

— Pegue um casaco, está ficando cada vez mais frio. – Ela me entregou um sobretudo.

— Obrigada. – Ela sorriu, o rosto bonito estava cansado.

— Terminamos... – Hugo passou a mão sobre a testa suada. — Obrigada pela ajuda, Luna. Sinto muito, você acabou se sujando...

— Sem problemas. Tenho uma roupa extra no carro...

— Falta pouco, logo chegaremos à casa... – Francisco falou.

A ansiedade crescia, o meu estômago revirava.

— Lara, vamos... – Senti a mão de Nicole sobre o meu ombro.

Aspirei o ar com calma, o estresse começa a bater também.

— Vamos...

      Entramos no carro, o pai de Camille assumiu o volante outra vez, havia muitos pastos a perder de vista e muitos buracos na estrada, deixando a nossa rota ainda mais complicada. O delegado vinha a uma distância segura, o avô de Luna não desconfiou de nada. O infeliz estava mesmo crente que não haveria consequências. Eu o odiava com todas as minhas forças.

Nicole passou o braço sobre o meu ombro, nos abraçamos.

— Falta pouco... – Sua voz me reconfortava. — Tenta relaxar.

Olhei para a tela do celular e não havia área.

— Sinto que o meu coração vai explodir. – Segurei sua mão. — Eu não consigo manter a minha mente calma.

— Me sinto igual, mas precisamos aguentar só mais um pouco. – Deitei sobre seu ombro.

— Toma, Lara, bebe um pouco desse café. – Hugo me entregou uma pequena garrafa térmica.

Tomei um pouco do líquido.

— Obrigada, Hugo...

— Preciso cuidar da minha cunhada até a Yas assumir outra vez. – Sua fala me arrancou uma risada baixa.

— Você é um bobo...

      O percurso que deveria demorar trinta minutos, segundo Francisco, se estendia por conta das péssimas condições da estrada e o mais assustador de tudo, não havia nenhuma casa por perto, apenas céu, árvores e pastos.

Yas...

Se ela fugisse, onde encontraria abrigo? Deus, passaria horas nesse frio intenso. Só de imaginar o meu peito ficava agoniado.

Alguns minutos se passaram, até finalmente ouvi o que tanto desejava.

— Estamos chegando. – Franzi o cenho.

Olhei ao longe e podíamos ver algumas luzes vindas de uma casa e nada mais ao redor.

— O senhor já esteve aqui... – Constatei.

— Vim no dia que a garota foi baleada. – Arregalei os olhos.

— O que o senhor disse? – O puxei pela gola do casaco. — Seu desgraçado!

— Lara, solta ele... – Luna conseguiu me fazer soltá-lo.

— O que esse infeliz disse? A minha irmã foi baleada?

— Ela tentou fugir, mas um dos seguranças acabou a atingindo.

— E você diz com toda a porr* dessa calma? – Cuspi as palavras. — Seu doente!

O meu sangue fervia, os meus olhos lacrimejaram ao vislumbrar o que Yas deve ter passado.

— O que quer que eu faça? Eu não pedi pra que nada disso acontecesse. Aquela menina tá colhendo o que plantou.

— Você podia ter evitado! – Nicole falou. — Nem sei dizer o quanto o senhor me enoja.

— Vamos nos acalmar. Não podemos fazer alarde. – Luna pediu.

— Vou lá primeiro...

— Vou com você. – Falei.

— Eu vou até lá com ele e vocês esperem um pouco aqui. – A neta de Francisco foi enfática. – Não coloquem tudo a perder agora.

— Mas eu quero estar lá...

— Lara, por favor, seja racional agora.

A minha respiração ficou irregular. Os dois deixaram o carro e caminharam até a casa.

— Se eu pudesse, dava uma surra nesse infeliz. – Hugo bufou, a sua face estava avermelhada. — É um desgraçado.

— Vamos manter a cabeça no lugar. – Nicole pediu. — Pelo bem da Yas. Estamos tão perto.

Ouvi duas batidas no vidro e se tratava do delegado.

— Vamos entrar. – O meu coração acelerou. — As coisas podem ficar complicadas, então apenas se protejam.

— Vou com o senhor. – Hugo não esperou por uma resposta e deixou o carro.

      Havia dez agentes, cinco deles eram da polícia local. O momento seguinte se passou muito rápido, eles entraram pelo portão e houve um silêncio estranho. Nicole e eu deixamos o carro, correndo atravessamos o portão de metal. Chegamos a um quintal e a não esperávamos pelo o que vimos.

— O que aconteceu? – Olhei ao redor e havia cerca de cinco homens jogados no chão.

Eles estão mortos? Yas... NÃO!

— Filha, acorde... Camille? – Francisco estava com a filha nos braços.

— Ela não tá aqui... – Hugo passou as mãos pela cabeça.

Nicole e eu entramos na casa, fomos em cada cômodo e Yasmin não estava ali, o desespero me tomou. O que havia acontecido?

— Não posso acreditar nisso. – Nicole sentou no sofá.

— Não, não, não...

Deixei a casa, voltando para o quintal e avancei sobre aquele velho maldito, o empurrando com força.

— É culpa sua!

— Lara. – Luna me segurou pela cintura.

— Ela não está aqui e a culpa é sua! Você acobertou o monstro da sua filha. – Chorava descontrolada.

— Aquela garota sabia que a minha filha era comprometida, ela foi a culpada por tudo isso. Ela quem entrou na vida da minha filha. – O infeliz ousou responder. — Luna, como foi capaz de trair seu próprio sangue?

— A minha mãe tem que pagar por tudo o que fez, vovô. Você sabe que se ela ficar a solta, ela vai fazer de novo. Delegado, o que faremos? Ela não está aqui e todos os que podiam ajudar, estão desacordados.

Ouvimos um celular tocando, procuramos pelo gramado e se tratava de um telefone descartável.

— Alô? – Luna atendeu. — Quem?

Franzi o cenho.

— Onde ela está? – Luna olhou para mim. — Quem é você? Como posso saber que isso é verdade?

A ligação foi encerrada.

— Vovô, você conhece um homem chamado Mendes? – Olhamos para o infeliz.

— O que ele disse? Aquele desgraçado, ele deveria estar aqui.

— Responde, vovô.

— Ele era o responsável pela Camille, ele sabia que vínhamos. Era para ele estar aqui com aquela garota...

— Delegado, o homem que ligou disse que há um sítio a pouco mais de cinco quilômetros daqui, segundo ele, é onde a Yasmin está. – O meu coração acelerou.

— Iremos até lá agora mesmo. Vou falar com o delegado local, deixarei alguns homens cuidando da transferência dos acusados.

Olhei para Camille, que estava desacordada. Senti uma vontade absurda de bater naquela mulher.

— Vou ficar aqui, Lara, vou garantir que o meu avô não suborne ninguém. Eu prometo, a justiça vai ser feita. Agora vá lá, vá encontrar a Yasmin.

Balancei a cabeça de forma positiva.

      Entramos no carro com o delegado, um outro vinha logo atrás. Seguimos na direção em que Luna indicou. Hugo, Nicole e eu íamos no banco de trás, de mãos dadas. Eu fazia uma oração, pedindo aos céus que ela estivesse no lugar indicado. Eram quase duas da manhã quando chegamos em frente a um sítio, havia um portão de madeira enorme. O delegado deixou o veículo, tocou uma campainha.

As minhas pernas não paravam quietas.

— Que demora. – Nicole abriu a porta.

Deixamos o carro.

O portão foi aberto e um senhor, com desconfiança, abriu apenas uma pequena fresta.

— Boa noite, senhor, sou o delegado Júlio Lacerda, entende a minha língua? – O homem balançou a cabeça em positivo.

Olhou para nós, se demorou em Hugo.

— A menina dos cabelos vermelhos, você é parente dela? – Abri a boca de leve.

— Sou irmão... – Pude ver os olhos de Hugo se inundarem.

— Vocês podem entrar...

Senti as pernas fracas, o meu coração se encheu de alegria.

      Entramos no carro, passamos pelo portão, havia um caminho razoável até uma casa enorme. Ao longe pudemos ver duas silhuetas paradas em frente a uma escadaria de poucos degraus, e então a reconheci, enrolada em uma manta, os fios vermelhos desalinhados, inconfundíveis e que senti saudades da textura e cheiro, e eu senti como se fosse morrer com a velocidade que o meu coração batia.

Abri a porta do carro com ele ainda em movimento, sai correndo como louca com o frio açoitando a minha face, secando as lágrimas que desciam sem controle.

— Yas...

Coloquei a mão sobre a boca, o choro embaçou a minha vista. A minha garganta travou, um soluço forte escapou.

— Lara... – Ela veio em minha direção. — Lara, meu amor. Lara, Lara...

Ela repetia o meu nome e ouvir a sua voz foi como ser livre outra vez.

— Yas...

Eu não podia acreditar, ela estava aqui... eu...

— Meu amor...

      Chorando, me agarrei a mulher que amo com todas as minhas forças, mulher que não quero mais ficar longe, não quero viver sem. Me recuso. Os nossos corpos se encaixaram em um abraço apertado, eu não sabia descrever como me sentia, qualquer descrição não chegaria nem perto. Aspirei o seu cheiro, segurei o seu rosto entre as minhas mãos, queria ter a certeza de que aquilo não era mais um dos tantos sonhos que tive ao longo daqueles meses. Olhei no fundo daqueles olhos verdes.

Deus, Deus...

A abracei outra vez, eu não conseguia falar absolutamente nada, apenas chorava de forma descontrolada.

— Yas...

Ouvi a voz de Hugo.

— Maninha... – Rompi o nosso contato, para que ele pudesse abraçá-la.

— Eu não... não posso acreditar que...

      Ela tentou falar, mas não conseguiu concluir. Hugo chorava, os soluços sacudiam o seu corpo. Olhei para Nicole, ela não estava diferente. Ela se aproximou, o ruivo lhe deu passagem. As duas se abraçaram longamente. Yas também soluçava, o rosto bonito estava banhado em lágrimas.

— Por favor, me digam... me digam que isso não é um sonho. – Yas falou.

— Viemos te levar pra casa, meu amor... – Respondi.

Yas me olhou, novamente nos abraçamos.

— Eu senti tanta saudade, tanta... – Aspirei o seu cheiro, desejei nunca mais romper aquele contato.

— Lara, você veio...

Nos olhamos, sorrisos misturados as nossas lágrimas.

— Vamos entrar? Está muito frio aqui fora. – O homem que abriu o portão falou. — Irão ficar doentes dessa forma.

Yas e eu nos encaramos, o seu sorriso aqueceu a minha alma.

      Entramos e fomos acomodadas na sala, nenhum de nós queria ficar longe dela. Sentamos no sofá, Hugo segurava a mão da irmã, não parava de olhá-la. Estava louca para ligar para Amanda, Alonso e Rafa, dizer que encontramos a nossa menina.

— Sou o delegado Júlio Lacerda. – Ele e Yas apertaram as mãos.

— Sou a Yasmin, é um prazer.

— Você tem ótimos amigos, senhorita. – Yasmin sorriu.

Olhou para nós com demora.

— Como a senhorita conseguiu fugir? – O delegado perguntou.

Uma senhora de longos cabelos nos serviu chá. Eles eram os donos da casa, ela não falava português.

— Foi graças a Manoela. – Franzi o cenho. — Ela era a encarregada da casa, ela conseguiu colocar todos pra dormir. Foi tudo graças a ela...

— E onde está essa mulher? – Nicole perguntou.

— Sim, não encontramos nenhuma outra pessoa naquela casa...

— Acredito que a Manoela esteja muito longe, amor... – Senti um frio na barriga ao ouvir a forma carinhosa.

Os meus olhos lacrimejaram.

— Como chegaram até aqui? Como conseguiram?

— A filha da Camille, ela nos ajudou. – Yas ergueu as sobrancelhas. — O avô dela sabia onde vocês estavam.

Hugo respondeu e Yasmin franziu o cenho.

— Ele entregou a filha?

— Não foi exatamente assim. – Falei.

      Então passei a explicar desde o início, deixando Yas muito surpresa. Ela também contou em detalhes como conseguiu fugir, disse também que um amante de Camille a ajudou, o mesmo que ligou e disse aonde Yasmin estava.

A ficha ainda não havia caído.

— Falta pouco mais que quatro horas pra amanhecer, fiquem e descansem um pouco. A minha esposa pediu para que ficassem. – O senhor pediu.

— Já o incomodei demais. – Yas respondeu.

— Não, menina, não é dessa forma. Fiquem, há quartos disponíveis, não é seguro sair a essa hora.

— Vamos aceitar e pela manhã, seguiremos viagem. Há muito o que se resolver, mas por hora, vamos descansar. – O delegado nos olhou.  — Tem mais dois homens comigo.

— Eles também são bem-vindos.

— Precisamos apenas ligar pra casa, os meus pais precisam saber que encontramos a Yas.

Hugo ficou de pé.

— Pegarei o telefone...

O dono da casa saiu da sala.

— Não acredito que estão mesmo aqui. – Me agachei diante de Yas, segurei as suas mãos. — Nem consigo imaginar por tudo que passaram.

— Nós? E quanto a você, Yas...

— O monstro do pai da Camille falou que você foi baleada. – Nicole tinha rancor no tom de voz.

— Foi quando eu tentei fugir. – Ela mostrou a cicatriz no ombro, ainda estava avermelhada.

Toquei, sentindo o meu eu ser esmagado, os meus olhos voltaram a ficar inundados.

— Não chora, meu amor... – Yas segurou a minha face. — Me perdoa, minha chatinha, não queria...

— Não... – A interrompi. — Não ouse pedir desculpas por absolutamente nada.

Yas fazia carinho em minha face.

— Isso não é mesmo um sonho? – Sua voz saiu sussurrada.

— Espero que não, Yas...

— Aqui está o celular. – O dono da casa entregou a Hugo.

— É uma chamada internacional...

— Não tem problema.

Quebrei o contato de nossos olhos.

— Pai? Pai é o Hugor, a gente conseguiu, encontramos a Yas...

Hugo abriu um largo sorriso.

— Coloca no viva-voz... – Pedi e ele o fez.

— Pai... – Yas chamou e pude ouvir o soluço do outro lado da linha.

— Yas, minha menina... – Todos na sala ficaram mexidos. — Filha, eu não posso acreditar. Eu pedi a Deus, todos os dias, que te trouxesse de volta. Filha, a gente te ama tanto, tanto...

Ele atropelava as palavras, o momento era de extrema emoção.

— Yas? Minha menina... – A voz de Amanda foi de apertar o coração.

      Ela chorava muito, tentava falar, mas mal completava algumas palavras. Nicole e eu ficamos abraçadas de lado, vendo o momento daquela família em silêncio. Pude ver a dona da casa chorando também, ela e o marido também estavam abraçados.

— Nem posso acreditar...

— Nem eu, Lara...

— Obrigada por estar aqui. – Aspirei o ar, enxuguei a minha face.

— Faria qualquer coisa por vocês, são a minha...

— Família, somos a sua família agora...

Nos encaramos, ela sorriu.

— Obrigada.

Voltamos a olhar para os irmãos.

“Deus, obrigada.”

 

 

      Fazia alguns minutos que as luzes haviam sido apagadas, os três decidiram ficar no mesmo quarto que eu, era visível o quanto estavam exaustos, porém permaneciam acordados. Lara estava sentada na cama, encostada na cabeceira de madeira e eu entre suas pernas, enquanto ela me abraçava pela cintura de forma protetora. Os seus lábios beijavam o topo da minha cabeça. Desde que tudo aconteceu, não me sentia tão em paz, tão relaxada. Eu a amo com cada mínima fagulha da minha existência.

Jamais me cansaria desse colo, dessa mulher.

Hugo e Nicole estavam a minha frente, eles me encaravam com um sorriso.

— Vocês parecem cansados. – Eu ainda não acreditava que eles estavam mesmo ali.

— Foi uma longa jornada até aqui, tomatinho. – O apelido me fez sorrir. — Mas valeu cada segundo.

— Ficamos desesperados quando não te encontramos na casa. – Nicole falou.

— Foi uma cena assustadora, todos jogados no chão. Por um momento... – Lara não completou o que disse.

Me remexi para olha-la.

— Eu pensei muito em todos vocês. – Senti os olhos arderem.

Admirei a face bonita, a expressão que achei que não voltaria a ver.

— Vocês foram o motivo de não desistir, porque houve momentos em que eu quis muito desistir. – Os olhos bonitos se inundaram. — Vocês sempre, sempre estiveram em meus pensamentos e isso renovava as minhas esperanças.

Lara beijou a minha testa demoradamente. Fechei os olhos, o meu coração não parava quieto. O cheiro dela inundou a minha alma, me embriagou, eu amo essa sensação.

— Obrigada por não desistir... – Sua voz saiu doce, chorosa.

— Não desistimos de você nenhum momento. Foi muito difícil, Yas, a mãe...

— Eu sei... – Franzi o cenho. — Camille fez questão de me contar sobre a mamãe e sobre o Patrick.

— Há muita coisa que precisamos conversar, mas vamos descansar? Estou louco para que o dia amanheça e possamos sair daqui. – Hugo veio até a mim, beijou a minha testa. — Oi.

Sorri.

— Oi... – O abracei pelo pescoço.

      Eu não saberia descrever o que sentia, o alívio que o meu coração estava experimentando naquele momento. Jamais esqueceria daquela experiência, infelizmente, Camille viveria para sempre em meus pesadelos. Hugo deitou em um colchão que foi colocado no chão, Nicole dormia na cama junto a Lara e eu. Mesmo morrendo de sono, não conseguia adormecer.

Lara dormia sobre meu peito, a mão direita enroscada na minha.

— Tenta dormir... – Ouvi o sussurrar de Nicole.

— Não consigo, sinto como se tudo fosse desaparecer assim que eu acordar. – A encarei.

— Vamos estar aqui, Yas, dorme tranquila. Há muita gente te esperando, então descansa. Ela não vai mais te machucar, aquela mulher nunca mais vai chegar perto de você.

Houve um breve silêncio.

— Estou orgulhosa de você. – Ela sorriu. — Eu quero saber de tudo o que aconteceu.

— Ainda não acabou, mas a gente deu o primeiro passo. – Segurei sua mão. — Agora dorme, você está nos braços da mulher que ama...

Olhei novamente para a face bonita. Quando a ficha iria cair?           

— Eu amo muito...

— Já disse isso a ela? – Sorri.

— Eu vou dizer, eu prometo que ela vai saber...

— Ela já sabe, mas ela vai amar ouvir da sua boca. – Nicole piscou.

Lara resmungou, se enroscou mais a mim.

      Adormeci, agarrada a Lara, e quando despertei percebi que estava sozinha no quarto. Levantei, assustada, mas a porta foi aberta e por ela passou a mulher mais linda que já havia visto.

Fui até ela, a abracei forte.

— Achei que tinha sido um sonho... – Escondi a minha face em seu pescoço.

— Não, meu amor, viemos te buscar... – Nos encaramos. — Toma banho e fica tranquila, estaremos te esperando lá fora.

Lara tocou a minha face, selou os nossos lábios demoradamente.

— Não demora...

— Ainda parece um sonho, meu amor. – Os olhos bonitos ficaram rasos.

— Também não acredito que finalmente te achamos. – Nos abraçamos novamente.

Ficamos assim durante vários minutos.

— Você me faz bem, Lara, eu não sei se conseguiria viver sem você. Isso soa ruim?

Ela me encarou, inspecionou a minha face.

— Você não precisa viver sem mim, assim como não quero viver sem você. Eu... – Ela mordeu o lábio e depois sorriu. — Vai tomar banho, minha linda.

— Não demoro... – A abracei, se pudesse, não soltaria nunca mais.

      Tomei um banho rápido, de forma apressada, fiz a minha higiene e fui para a cozinha aonde todos tomavam café. Não sentia fome, entretanto resolvi comer algo para não ficar de estômago vazio. Teríamos muitas horas de estrada pela frente.

Lara não largava a minha mão e eu não podia estar mais feliz.

— Criança, há uma pessoa que quer falar com você. – Armado me entregou o telefone.

Franzi o cenho.

— Alô?

— Você conseguiu, menina... – Sorri imediatamente.

— Manoela...

— Armando me contou que a sua família foi até você, menina. Estou muito feliz, a minha alma está em paz agora.

— Onde você está?

— Em outra cidade, criança, o meu marido e eu deixamos tudo e vamos começar do zero. Menina, me prometa uma coisa.

— O que?

— Que vai viver a sua vida da melhor forma possível, que vai viver independente de tudo que passou naquela casa. Me prometa que vai, criança. – Senti um nó se formar em minha garganta.

— Eu prometo, Manoela, eu prometo. Por favor, se cuide, eu nunca vou esquecer o que fez por mim. Nunca!

— Vou levar você pra sempre no meu coração, menina. Me perdoe por tudo... – Sua voz embargou.

— Não há nada o que perdoar, Manoela, graças a você estou fora daquele lugar. Obrigada!

— Você tá me fazendo chorar. – Olhei para Lara e sorri. — Tchau, criança, o meu esposo pediu pra te desejar felicidades.

— Obrigada, Manoela, aos dois...

— Tchau, criança...

— Tchau!

A ligação chegou ao fim.

— Ela vai ficar bem, não é? – Perguntei a Armando.

— Ela sabe se virar, criança, volte pra sua família em paz...

      Alguns minutos depois nos preparávamos para ir embora, os outros homens que estavam junto com o delegado nos avisaram que Camille havia chego a capital há alguns minutos e que estava acordada.

Mendes não foi preso, o filho da mãe conseguiu fugir.

— Muito obrigada por me abrigar, senhor Armando. – Ele sorriu.

— Se cuida, menina. – Ele segurou a minha mão.

Dona Ramona apareceu com uma pequena sacola, disse algo para o marido e de forma inesperada, me abraçou.

— Ela disse que isso é pra vocês comerem na viagem e pediu para que se cuidassem. – Ela sorriu, um sorriso genuíno.

— Gracias, dona Ramona.

— Obrigada por cuidarem da minha irmã. – Hugo abraçou os dois, fazendo seu Armando rir.

— Tá na hora de irmos, pessoal. – O delegado chamou.

Lara e Nicole agradeceram aos dois.

       Olhei para aquelas pessoas mais uma vez e entrei no carro, me acomodando ao lado de Hugo e Lara. Nicole foi no banco do carona, o delegado Júlio deu partida e somente naquele momento a ficha caiu, eu estava livre.

Deitei sobre o ombro da mulher que amo.

— Obrigada por vir me buscar, meu amor. – Fechei os olhos.

— Ninguém nunca mais vai te tirar de nós, Yas, nunca mais... – Mordi o lábio.

— Vamos pra casa, Yas... o Tigrão sentiu saudades. – Nicole falou e isso me fez rir.

      Em algum momento pegamos no sono, estávamos todos exaustos. Fizemos algumas paradas durante o longo trajeto e quando chegados a Assunção já beirava as cinco da tarde. Fomos direto para um hotel, o delegado e sua equipe decidiram ir para a delegacia onde Camille foi levada.

— Vamos passar a noite aqui, vou comprar as passagens para amanhã a tarde. – Hugo tocou minha face. — Descansa, tomatinho, você está segura agora.

— Qualquer coisa que precisar, estaremos no mesmo corredor. – Nicole reforçou.

      Lara e eu entramos no quarto, andei pelo cômodo e fui até a janela, aspirei o ar gélido e senti os meus olhos lacrimejarem. Uma avalanche de lembranças ameaçou me levar, tentei me segurar com firmeza ao fato de que chegou ao fim, que acabou.

Mas não consegui...

— Tô sempre te colocando em perigo. – Me virei para Lara, as palavras apenas saíram. — Caterine tinha razão.

— Do que tá falando?

Lara se aproximou.

— Que depois que entrei na sua vida, baguncei tudo. Olha aonde você está, Lara, em outro país por minha causa. – A minha voz embargou.

— Hein? – Ela segurou a minha face.

— Eu só te trouxe problemas, eu sinto muito...

— Não, meu amor... – Ela grudou as nossas testas. – Não diga isso, por favor.

— Mas é verdade, Lara, o que eu te trouxe de bom?

— Amor, Yas... – Ela se afastou. — Um amor tão grande que eu não sei o que fazer com ele. Vim até aqui atrás da mulher que amo e faria mil outras vezes.

O meu coração se agitou.

— Eu te amo, Yas, amo com tudo o que há dentro de mim. – Ela bateu no peito, os olhos chorosos me deixaram fraca. — Eu te amo!

Congelei por alguns segundos.

— Me ama... – Repeti para mim mesma. — Você me ama?

— Amo, Yas... – Ela deu de ombros. — Ainda não percebeu isso?

Me aproximei dela, segurei a sua face.

— Você me ama, Lara? Repete só mais uma vez, repete...

— Eu te amo, Yasmin...

Passei o meu polegar sobre o seu lábio inferior, em meu estômago houve um reboliço.

— Eu te amo, Lara, eu te amo com a minha alma. – Um sorriso lindo surgiu em sua face.

— Repete...

— Eu te amo, amo muito. Amo, amo, amo, amo...

Ela me abraçou, os nossos corações batiam de forma irregular.

— Então nunca mais, Yas, nunca mais na sua vida repita essas coisas. Eu quero ficar com você, nada mais importa. Me ouviu? Não tente me afastar, Yas...

— Eu não vou, eu só... – A fiz me olhar. — Me desculpe, meu amor. Eu te amo!

Beijei a sua testa, beijei toda a sua face e selei os nossos lábios em um selinho longo.

— Você me ama... – Sorri. — Você me ama.

Lara gargalhou.

— Vamos tomar banho? Eu quero cuidar de você. – Recebi um carinho na face.

— Vamos sim. Só diz de novo, diz...

— Eu-te-amo...

Suspirei.

— Eu te amo...

      Entramos no boxe, despidas, nos colocamos embaixo da água morna. Ela passava sabonete em minha pele, beijou com demora a minha cicatriz, me abraçou pela cintura por vários minutos, repousando sua face em minha costa.

Os nossos corpos se moldavam, essa é a sensação. Me virei para olha-la, desliguei o chuveiro.

— Você é a mulher mais linda que existe.

      Segurei a sua face, os lábios avermelhados me hipnotizavam, aproximei os meus e selei nossas bocas, aos poucos passei a mover os meus em um beijo que me fez sentir um arrepio gostoso no estômago. Lara me segurou pela cintura, me correspondia com gentileza, com amor.

E que saudade eu estava daqueles lábios, daquele beijo, da minha Lara.

      Deixamos o banheiro, enxuguei os cabelos de Lara, deitamos na enorme cama e sem malicia, nos beijamos por horas e horas. Entre sussurros e sorrisos bobos, dormimos abraçadas. Acordei no meio da madrugada, olhei as horas e olhei outra vez para a mulher em meus braços.

— Eu te amo tanto, tanto...

Fiquei a admirando até pegar no sono outra vez.

 

      Acordei sentindo um cheiro agradável de café puro, abri os olhos e Lara estava em pé ao lado da cama, ela sorriu e eu me senti aquecer por dentro. Sentei, escorada na cabeceira e ela me serviu uma xícara quente de café.

É uma dádiva acordar e ver aquele... ser divino.

— Bom dia, meu amor. – Sua boca tocou com sutileza na minha.

— Bom dia, minha linda. – A puxei para sentir o seu cheiro.

— Toma todo o café, trouxe bolo e algumas frutas também. – Mordi o meu lábio.

— Deita aqui comigo um pouco, ainda não foi o suficiente, Lara. – O seu sorriso sempre me causava formigamento.

— Primeiro toma todo o café, já são seis e meia da manhã, você não jantou.

— Tudo bem, vou comer tudinho...

      Ela levantou, enquanto eu passei a bebericar o café. Começamos a tomar o café da manhã, apenas nos encarávamos em silêncio. Eu não conseguia parar de olhá-la, a minha mente ainda buscava acreditar que tudo aquilo era real. Depois que terminamos, deitamos de frente uma para a outra.

Lara me fazia carinho na face, desceu por meu ombro, até chegar a cicatriz.

— Como aconteceu?

Mordi a bochecha por dentro.

— Ela me levou para um aras... – Fechei os olhos me recordando da sensação da bala queimando a minha pele, senti um arrepio por todo corpo. — Me fez montar em um cavalo junto com ela, em algum momento ela se distraiu e eu a empurrei.

Abri os olhos.

— Eu só queria fugir, sai a toda velocidade, mas... um dos seguranças me atingiu. – Lara franziu o cenho. — Eu pensei que iria morrer.

Ela me puxou, me fez esconder a face em seu colo. O seu cheiro me acalmava, eu podia ouvir as batidas do seu coração.

— Nem quero imaginar algo assim, Yas, nunca. – Lara me apertou. — Vou dar tudo de mim, para que você esqueça tudo o que viveu com essa maldita. Ela vai pagar muito caro por tudo o que fez.

— Eu espero mesmo que ela fique presa pro resto da vida, meu amor, a Camille é capaz de qualquer coisa. O pai dela, ele também é um homem muito perigoso. Camille me contou coisas absurdas sobre ele.

Ela me fez olhá-la.

— Ela te obrigou a algo? Eu seria capaz de matá-la, Yas. Senti vontade de matá-la quando a vi naquele chão...

— Não meu amor, essa mulher não merece que você perca o seu tempo com ela. – Lhe dei um selinho. — A justiça vai ser feita.

— E eu farei de tudo para que assim seja, Yas, o sofrimento que essa desgraçada causou... – A beijei.

— Obrigada, Lara, obrigada por vir me resgatar. – Lagrimei, as minhas emoções estavam muito afloradas.

— Vou a qualquer lugar do mundo por você, Yas. Você é a mulher da minha vida. – Ela me beijou a boca. — Promete que não vai deixar que nada nos afaste. Por favor, vamos lutar contra qualquer empecilho que vier.

— Você disse que me ama, Lara, não posso e não vou abrir mão disso. Eu te amo, minha chatinha...

— Como senti saudades desse apelido... – Rimos, nossas bocas grudadas. — Eu te amo, Yas...

Fechei os olhos, eu só queria ficar daquela forma, grudada a ela.

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa noite, lindas. 

Então, com muito jogo de cintura, conseguimos mais terminar mais esse.

Beijinhos e vou iniciar o prox pra entregar o mais breve possivel.

Até logo.


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Comentários para 28 - Capitulo 28 - Em teus braços...:
patty-321
patty-321

Em: 04/06/2023

Maravilha vc ter voltado. Saudades delas. Obrigada. Bjs 

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JeeOli
JeeOli

Em: 17/04/2023

saudades da história 

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Tatamorais
Tatamorais

Em: 24/02/2023

Adorando a nova história!

A primeira que acompanho antes de estar finalizada(ansiedade vai nas alturas)rsrs, mas parabéns pelo enredo e escrita.

??????‘?

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 11/02/2023

Capítulo lindo...que felicidades Yas livre e com a mulher que ama....

Da até um alívio... emoções demais .. parabéns

Até o próximo 

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Lea
Lea

Em: 11/02/2023

Finalmente,todos podendo respirar aliviados!

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patty-321
patty-321

Em: 11/02/2023

Capítulo maravilhoso, enfim yas de novo com a chatinha dela  lindas.valeu meninas 

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