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Diga meu nome por Leticia Petra e Tany

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Palavras: 4864
Acessos: 3037   |  Postado em: 30/12/2022

Capitulo 24 - Consequências.

 

— Já procurei em todos os lugares possiveis. – Desabei no sofá.

— Também já procurei em todos os lugares. Tem certeza que não há possibilidade de a Yas ter deixado as chaves na casa da síndica? – Antonella perguntou.

— Acho que não... – Pensei por um momento. — Não sei se quero ir até lá. Estou envergonhada, não conseguiria olhá-la nos olhos.

— Também não quero ir até lá, fiquei um tanto quanto traumatizada. Antigamente, confesso que gostava de alguma bagunça, mas aquilo lá é outro nível. Como os moradores não deram queixa?

— Essa é uma ótima pergunta, Antonella. Bem, acho que a Sandra deva ter alguma influência e muito dinheiro.

A morena franziu o cenho.

— Com toda a certeza, a cobertura é muito luxuosa e pra dar festas como aquela, ela deva ter muitíssima influência. Liga pra Yas, tenta averiguar, sei lá...

— Vou tentar ligar pra ela...

— Achei... – Ana chegava à sala com a chave do carro de Yas.

— Onde você achou? – Ela me entregou.

— Estava entre a cabeceira e o colchão. – Ana arqueou a sobrancelha. — Pelo o que parece as coisas foram tão intensas que...

— Ana, nem termina essa frase. – Franzi o cenho.

Ela apenas sorriu.

— A cama tá intacta pelo menos.

— Ana! – Antonella e a minha irmã riram. — Vou avisar a Yas.

Peguei o celular e enviei uma mensagem.

— Ela poderia ter ficado, não é tão confiável carros de aplicativos a essa hora. – Ana falou.

— Yas queria falar com a mãe primeiro. Ela não queria que a Amanda soubesse por outra pessoa...

— Você tá preparada para o que virá? – Antonella perguntou.

— Estou! Não quero mais ficar longe da Yas, estou pronta para o que vier. Eu a amo, amo muito e não posso, nem quero ficar longe.

As duas sorriram.

— Você tá mais do que certa, Lara, tem mesmo que impor o que quer. Mamãe e papai precisam entender e respeitar a sua decisão.

Seria difícil ter o apoio de ambos, mas eu não poderia mais esperar por isso. É a minha escolha e vou seguir com ela.

 

      Ana e Antonella estavam no outro sofá, a minha amiga fazia carinho nos fios negros, assistíamos a um filme. Na verdade, elas assistiam, eu apenas conseguia pensar em Yasmin, relembrar cada segundo, cada palavra, cada olhar.

Fechei os olhos, aspirei o ar e ainda podia sentir o seu cheiro.

— Você já suspirou umas cem vezes, Lara. – As duas me encaram.

— Eu estou feliz, eu não consigo me conter. – Elas sorriram.

Duas batidas na porta chamaram a nossa atenção.

— Vou ver quem é. – Fiquei de pé, indo até a porta.

Arrumei o coque que desmanchava, abri a porta e fiquei surpresa com a presença da síndica.

— Desculpa incomodá-la a essa hora, Lara, mas desejava saber como estava. Ontem a senhorita parecia um pouco alcoolizada. – As minhas bochechas queimaram.

— Eu estou bem. Me desculpe por ter aparecido no seu apartamento daquele jeito. – Sandra sorriu. — De fato, eu estava um pouco fora de mim.

— Não precisa se desculpar, é sempre bom vê-la. Gosto da sua presença... – A forma como me olhava. — Bem, eu preciso ir. Só vir ver se você estava bem. Boa noite, Lara.

— Boa noite, Sandra. – A mulher deu as costas.

Eu precisava mantê-la longe.

— Não gosto dessa mulher. – Antonella falou, estava escorada na parede. — Ela nem ao menos disfarça.

Mordi a minha bochecha.

— Yas disse o mesmo. – Limpei a garganta.

— Pois ouça a Yas...

Apenas balancei a cabeça em positivo.

 

      Olhei para o relógio mais uma vez, sentei no sofá totalmente inquieta. Peguei o meu celular e resolvi ligar para Rafaela. Já se passava da meia noite e nenhuma mensagem de Yas havia chego. Ela nem ao menos visualizou a que falava sobre a chave do seu carro.

— Oi, Rafa. – Fui até a janela.

— Lara, eu já iria te ligar. A Yas está com você? – Franzi o cenho. — Não consigo falar com ela.

— Liguei justamente pra perguntar isso. Ela saiu daqui faz quase três horas e me disse que ligaria assim que chegasse, mas eu não recebi nada.

— A dona Amanda acabou de me ligar, ela disse que a Yas mandou uma mensagem pra ela há horas dizendo que iria até lá, mas não apareceu...

Passei a mão sobre a testa, ela tremia levemente.

— A Yas não é de fazer algo assim. Eu achei mesmo que ela estaria com você...

— Rafa, eu estou com um pressentimento ruim. Deveríamos ir a uma delegacia.

O meu celular notificou que outra pessoa ligava, olhei para a tela e vi o nome de dona Amanda.

— Rafa, é a Amanda, vou atender e já retorno.

— Tudo bem, vou esperar...

— Oi, oi Amanda...

— Filha, por Deus, a Yas não atende o telefone e eu estou ficando desesperada. – Passei a mão sobre a nuca. — Já liguei pra Rafa e ela também não sabe da Yas. Ela esteve com você...

— Yas saiu há horas dizendo que iria até a sua casa, Amanda.

— Deus, eu não estou com um bom pressentimento.

— Vamos a delegacia, Amanda. – Busquei pelas minhas chaves.

— Hugo, Alonso e eu iremos agora mesmo, filha. – Ana e Antonella surgiram na sala. — Te encontramos lá, Lara.

— Chegarei logo, Amanda...

Finalizei a chamada.

— O que houve? – Ana perguntou.

— A Yas, ela não apareceu na casa da dona Amanda, não atende o celular. – As duas ergueram as sobrancelhas. — Vou pra delegacia.

— Vamos com você...

      As duas se vestiram e deixamos o apartamento as pressas, avisei a Rafa, que também iria nos encontrar na delegacia. Uma sensação horrível tomou o meu coração, mil coisas se passavam em minha cabeça e nenhuma delas era algo bom.

Chegamos à delegacia, o meu estômago revirava, a ansiedade não me deixava.

— Lara... – Rafaela veio até a mim e me abraçou.

Nicole estava com ela. Dona Amanda também veio até a mim, a voz embargada me quebrou.

— Filha... – Ela segurou minhas mãos, as suas tremiam.

— Ela estava com você? – Alonso perguntou.

— Sim, ela estava, passamos a noite juntas e todo o dia também. Ela pegou um carro de aplicativo e...

— Mas por que, filha? A Yas não estava de carro?

— Ela havia perdido as chaves em meu apartamento. – Droga!

— Senhores, o delegado pediu para entrar apenas quem for prestar o boletim.

— Lara, venha conosco...

— Eu vou ficar aqui fora. – Rafa falou e eu apenas acenei em concordância.

Dona Amanda me puxou pela mão, entramos na sala do delegado.

— Boa noite. – O homem ficou de pé.

— Boa noite, delegado.

— Delegado, a minha filha sumiu e não é do seu feitio ficar sem dar notícias. Pelo amor de Deus, precisamos de ajuda!

— Mantenha a calma, vamos do início... o que acham que pode ter acontecido?

Camille veio a minha mente. Uma batida na porta interrompeu meu pensamento.

— Com licença, mas tem uma mulher chamada Luna pedido pra entrar, ela disse que queria falar com a família aqui presente.

Isso só podia significar que...

— Ela é a filha da suspeita. – Falei e o delegado, assim como Alonso e Amanda, me olharam.

— A deixe entrar...

— Sim senhor.

Segundos depois a mulher entrou, ela lembrava muito a mãe.

— Boa noite, sou a Luna... vocês devem ser os pais da Yasmin. – Ela olhou para nós com demora.

— Como soube que estávamos aqui? – Perguntei.

— Liguei para a amiga da Yasmin, já estava na cidade há umas horas. Eu tenho certeza que a minha mãe está por trás do desaparecimento da sua namorada. – Franzi o cenho. Como ela sabia dessa informação? — Infelizmente, acredito que ela tenha levado a Yasmin para o exterior.

— Não, não... Alonso...

Dona Amanda desmaiou, mas foi amparada por Alonso.

— Chame uma ambulância. – O delegado pediu ao escrivão.

— Querida, por favor...

— Mamãe? Acorda...

      A colocamos no pequeno sofá, Alonso fez os primeiros atendimentos com a ajuda de Hugo. Quase vinte minutos depois uma ambulância chegou, Alonso e Hugo foram com Amanda para o hospital. Tudo estava se tornando um caos ao nosso redor. Fiquei com a tarefa de concluir o boletim de ocorrências, Luna reforçou sobre a possível participação de Camille e o delegado nos assegurou que iria por as fronteiras em aviso do possível sequestro.

— O que podemos fazer? Como vamos ajudar? – Rafaela perguntou.

— Não há muito a ser feito, mas irei voltar pra São Paulo e confrontar os meus avôs, eu tenho certeza de que sabem de alguma coisa. Eu sinto muito por isso. A minha mãe está causando tragédias por onde passa. – Luna parecia de fato muito envergonhada.

— Precisamos levar a mídia, espalhar a cara dessa desgraçada em toda parte. – Passei as mãos sobre a cabeça. — Ela precisa se conhecida, quem sabem assim poderemos ter alguma notícia...

— Isso não irá expor a Yasmin? – Ana perguntou.

— Acho que teremos que arriscar, encontrar a Yas é o mais importante. Precisamos falar com os pais dela e saber se concordam. – Antonella falou.

— Vamos pro hospital. – Nicole chamou. — Eles vão precisar de todo suporte possível.

— Manterei contato com você, Lara. Vamos achar a Yasmin e esse pesadelo vai acabar, dessa vez não há como a minha mãe sair ilesa. Eu prometo, ela vai pagar por todos os seus delitos.

A mulher a minha frente parecia estar sendo sincera.

— Tome o meu contato...

Ela me entregou um pequeno cartão.

— Nos falamos em breve. Até mais...

— Até mais.

Luna entrou em um carro preto e logo deixou o estacionamento da delegacia.

— Vamos, Lara, vamos pro hospital. – Ana me trouxe de volta.

      Antonella assumiu a direção, eu não estava em condições de dirigir. Rafaela e Nicole vinham atrás, a loira estava no mesmo estado que eu, totalmente incrédula que aquilo estava mesmo acontecendo. Quando chegamos ao hospital, fomos direto para o terceiro andar. Hugo estava na recepção, estava totalmente apático.

— Oi, ela está acordada? – Perguntei.

— Não, ela foi sedada, não parava de chorar. O meu pai está lá dentro... – Ele passou as mãos sobre a cabeça. Os seus olhos estavam vermelhos. – Ela teve um princípio de infarto.

O meu coração acelerou.

— Deus... – Rafa passou as mãos sobre a cabeça.

— Por enquanto, ela vai ter que ser poupada de qualquer notícia. – O ruivo enxugou a face.

Me agachei a sua frente.

— Deveria descansar, são três da manhã. Entra e fica com eles, qualquer notícia, irei avisar a você ou o Alonso. – Hugo me abraçou, ficando assim por vários segundos.

— Obrigada, Lara.

      Ele ficou de pé, ganhou um abraço de Rafaela e Antonella e depois entrou. Ficamos as cinco na recepção, presas nos próprios pensamentos. Ana segurava a minha mão, a todo momento checava o celular.

A minha cabeça doía, não parava de me culpar. Deveria ter insistido mais para que ela ficasse ou se houvesse achado a chave antes, nada disso teria acontecido.

— Vou buscar café pra você. Já volto... – Nicole fez um breve carinho na face de Rafaela.

— Não demora, por favor. – A loira pediu.

Nicole franziu o cenho.

— Será bem rápido.

      Nicole deixou a recepção as pressas, Rafa olhou para mim e depois para Ana, demorou um pouco a desviar o olhar. Levantei, sentei ao seu lado, a loira apoiou a cabeça em meu ombro.

— Estamos aqui... – Falei.

— Vamos ficar até que a ruiva volte, Rafa. – Antonella falou.

Ana e ela vieram até nós, se agacharam a nossa frente. Minha amiga segurou as suas mãos.

— Me tenha como amiga. – O pedido sincero de Antonella pareceu mexer com Rafaela, que passou a chorar.

— Obrigada, Antonella. – Sorri. Rafa tocou a face de Ana com carinho. — Cuida dessa menina, viu? Ela merece todo o amor desse mundo.

Ana e ela se encararam, depois deram um longo abraço.

— Desculpa por ter te magoado, Ana, eu não estava preparada. Eu fico feliz, feliz mesmo por você estar com alguém tão incrível.

— Obrigada, Rafa. Espero que possamos ser grandes amigas. – As duas se afastaram. — Desejo de todo coração que isso possa acontecer.

— Sei que vai, Ana, você é uma menina incrível...

Nicole chegava naquele momento, o seu cenho franzindo não passou despercebido por mim.

— O seu café. – Ela entregou o copo a loira. — Tá quente, então tome com cuidado.

— Senta aqui... – Rafa a chamou e pela primeira vez na vida, pude ver a Nicole totalmente sem jeito. — Obrigada.

— Tá bom... – Ela sentou do outro lado, Rafa e ela deram as mãos. — Por nada...

      Antonella e Ana sentaram ao meu lado, ficamos as cinco lado a lado, compartilhando da angustia dos minutos sem notícias. O meu coração doía, a minha mente trabalhava a mil por hora e sem conseguir controlar, passei a chorar baixinho. Percebendo isso, Ana me fez afundar a face em seu pescoço.

— Estamos aqui...

Abafei o soluço, aquele pesadelo não acabava.

 

      Algumas horas se passaram, um novo dia já havia chego e com ele a nossa angustia triplicou. Amanda havia acordado, mas estava muda, apenas encarava o nada. Decidi sair do quarto e entrei na salinha que foi separada para ficarmos, as meninas continuavam ali.

— Eu avisei, filha, avisei pra você se manter longe. – A minha mãe chegou dizendo, me virei para olha-la. — Ela estava com você, aquela mulher deveria estar seguindo vocês.

Não era hora, não era.

— Telma, não fale nada que vá se arrepender...

— Joaquim, a gente pediu a ela que se afastasse...

— Mamãe, não é hora pra isso, por favor. – Ana pediu.

— Eu não quero brigar com você, Lara, mas a gente pediu tanto...

— Eu não vou mais ficar longe da mulher que amo! – Aumentei o meu tom. — Estou cansada de fugir igual uma covarde, eu quero e vou viver o que sinto. Não importa o que digam, não me importa quem seja contra, eu amo a Yas e vou ficar com ela.

A minha respiração ficou irregular.

— Eu a amo, mamãe, eu a amo... – O choro tomou conta de mim. — Quando ela voltar, eu vou estar aqui... eu...

      Ela veio até a mim, tentou me abraçar e a princípio não deixei, mas aos poucos fui vencida. Me agarrei a ela, pela primeira vez na vida, ela me abraçava, pela primeira vez em toda a minha existência a minha mãe estava me amparando.

— Calma, filha... calma...

 

 

     O meu corpo balançava com o sacolejar do carro, parecia que havíamos entrado em uma área sem asfalto e com muitos buracos. Há horas estávamos na estrada, arriscaria dizer que havia se passado quase um dia inteiro, fizemos algumas paradas e em todas elas Camille tentou me fazer comer, mas rejeitei. Eu não fazia a menor ideia de onde estávamos, tentava a todo custo me manter sobre controle, controle esse que estava muito longe de possuir.

Eu deveria ter ficado na casa de Lara.

“Deus, eles já sabem o que aconteceu? A minha mãe, ela estaria bem?”

— Estamos chegando, senhorita. Já contratei a empregada que pediu, ela já foi instruída. – A voz do cara era a única que ouvi o caminho todo. — Deve estar na casa nesse exato momento.

— Espero que tenha feito tudo direito, pois se essa mulher não fizer como tem que ser feito, acabo com você.

— Garanto a senhora que está tudo sob controle. Os homens que farão a segurança também foram rigorosamente escolhidos. A madame não terá do que reclamar.

— Ótimo! Se algo der errado, arrasto todos comigo.

— Jamais deixaria, senhorita. Não há ninguém a quilômetros e a casa tem tudo o que você possa desejar.

— Ok. Agora cale a boca e dirija, não quero ficar presa nessa estrada horrorosa. As minhas costas não aguentam mais esse merd* de assento.

— Sim, senhora.

      Alguns minutos se passaram e o motor foi desligado, a porta ao meu lado foi aberta e em questão de segundos fui pega no colo, pois as minhas pernas e braços estavam amarrados, mal sentia os meus membros inferiores. Havia também uma venda em meus olhos.

O meu estômago reclamava, mas não era fome, era ânsia.

— Bom dia, senhorita. – Agucei os meus ouvidos.

A voz desconhecida falava um português com um sotaque muito carregado.

— O quarto está pronto? Tem comida feita?

— Sim, do jeito que foi ordenado... – Deus, não estávamos no Brasil.

Não, não...

— Leve ela pro quarto e com cuidado. – Tentei me mexer.

— Sim, senhora...

      Fui deixada sobre o colchão e logo em seguida ouvi a porta sendo fechada. Tentei respirar com regularidade, o meu coração estava saindo pela boca com a velocidade que batia. Tentei me soltar, mas sem o menor sucesso. As amarras estavam fortes e as minhas pernas dormentes.

Não sei quanto tempo passou, até que ouvi a porta sendo aberta.

— Finalmente, meu amor, estamos em casa. – Ouvi os passos e a minha venda foi tirada. — Essa será a nossa casa a partir de hoje, Yas. Espero que goste, pois tudo foi feito com muito capricho para você…

Permaneci muda, apenas a encarando.

— Ah, vai me dá um gelo? Não tem problema, serei paciente. Teremos a vida toda para nos acertar. Agora tire essa roupa, vamos tomar banho e comer algo. Estou muito cansada e faminta. Só quero deitar com você a noite toda.

Camille cortou as cordas do meu pulso e quando fez o mesmo com as dos pés, a empurrei com força e sai correndo para a porta, mas ela estava trancada.

Camille gargalhou.

— Meu amor, você achou mesmo que iria conseguir? Yas, aceite que não há como se livrar de mim. – O meu peito arfava, ela se aproximou e tentou tocar a minha face, mas não permiti. Dei um tapa em sua mão com violência. — Escute aqui.

Ela me segurou pelo pescoço e o apertou.

— Você não inventa nenhuma gracinha, Yas, ou eu serei obrigada a usar a força. – Consegui empurra-la.

Derrubei Camille sobre o carpete, consegui ficar por cima, a prendendo com os meus joelhos sobre seus braços.

— Me tira daqui… - Apertei o seu pescoço, sua face ficou vermelha. — Me deixa ir embora, sua desgraçada.

— Vai… vai me matar? Hein? Socorro!

Ela conseguiu gritar e em questão de segundos um cara entrou, me puxou pela cintura e me jogou com violência sobre um sofá. Camille passou a rir, enquanto tossia muito.

— Eu te odeio. – O meu sangue borbulhava.

— Logo farei me amar… - Me recolhi, abraçando as minhas próprias pernas. — Vou tomar banho e faça o mesmo, vamos comer lá fora. Sem mais graçinhas, minha paciência tá no fim.

— Vai pro inferno!

— Tranque a porta, Mendes. Se precisar, te chamo. – O bandido deixou o quarto.

      A desgraçada entrou no banheiro, deixando a porta aberta. Levantei, vasculhei as janelas, mas todas estavam fechadas e havia grades do lado de fora. O desespero só aumentava, não parava de pensar na minha família, em Lara, em Rafa.

Deus, me ajuda…

 

      Alguns minutos depois, Camille deixou o banheiro e sem a menor vergonha, ficou nua, trocou de roupa e deixou o quarto. Não sei quanto tempo se passou, só notei que estava há horas sentada no chão quando uma mulher entrou no quarto. Ela me olhou, mas logo desviou. Em suas mãos havia uma bandeja.

— É para você comer. – Um homem armado estava logo atrás.

Me recordava dele, era o mesmo que entrou no apartamento de Lara e a mesma voz do homem que dirigiu até aqui.

— E se eu não quiser? – Olhei para a mulher. — Por favor, me ajude, eu fui sequestrada… sou do Brasil, por favor, me ajude…

— Deixe a comida e saia logo daqui. – Ele praticamente empurrou a mulher para fora do quarto. — Coma, a senhorita Camille lhe aguarda lá fora.

— Leve ela pro inferno com você. – Joguei a comida no chão, sujando o carpete branco.

— Só vai morrer de fome dessa forma. – Ele riu, deixando o quarto.

      O meu estômago roncava, as minhas roupas cheiravam mal, entretanto não me daria por vencida. Sentei novamente no chão, pensando em uma forma de fugir daquele inferno. Olhei para o quarto, fui em cada janela e não havia escapatória. Fui até a porta, a madeira parecia ser muito pesada.

Voltei a sentar no chão, a minha cabeça começou a pesar e eu apaguei algum tempo depois.

 

— Segure ela e a ponha na banheira, vou buscar antitérmicos. – Ouvia as vozes ao longe.

      Não conseguia me mexer, sentia o corpo quente, a cabeça girava. Gemi de dor ao ter a água gelada em contato com a minha pele. Tentei me rebelar, mas estava fraca demais para qualquer ação.

Então apenas me deixei ser banhada.

— Você precisa se alimentar, está muito fraca, tá ardendo em febre. – Ouvia aquela voz, porém não fazia ideia de quem se tratava.

A água gelada parecia espinhos, gemi outra vez, doía muito.

— Calma, é para abaixar a febre. Seja uma boa menina.

— D-doi… - Balbuciei.

— É necessário, Yas, só mais um pouco querida…

Novamente fui carregada, um roupão cobria o meu corpo.

— Toma isso, Yas, toma o remedio. Pegue a sopa, seu idiota, eu mesma darei a ela.

Quanto tempo se passou? Tudo girava.

— Yas? Você precisa comer. Meu amor, facilita as coisas. Faz três dias que você não come e nem bebe nada. Por favor…

Três dias?

— Me… solta. – Fechei os olhos, zonza.

— Come…

      Senti o alimento quente em minha boca, o meu estômago roncou alto e não tive alternativas a não ser aceitar a comida. Tremia, a coberta não era o suficiente para o frio que sentia.

— Isso, come tudo…

— Me deixa… deixa ir embora. – Implorei.

— Você tá em casa, meu amor. Essa é a nossa casa agora…

— Não, não é, sua maluca…

— Beba, logo vai se sentir muito melhor.

      Camille terminou de me alimentar e se enfio na coberta comigo. Tentei afastá-la, mas sem sucesso. Ela me abraçou pelas costar e permanecemos daquela forma. Quando acordei, o quarto era iluminado pela luz do sol.

A febre havia ido embora e eu estava sozinha.

      Fiquei de pé, olhei ao redor e havia uma bandeja com café da manhã. Fui até o banheiro, a pessoa que aparecia no reflexo do espelho não era eu. Lágrimas escorriam por minha face.

Me coloquei debaixo do chuveiro, o meu corpo estava coberto apenas por uma calcinha.

— Boa menina… - Ouvi aquela voz, mas não me virei para olhar. — Tem roupa limpa em cima da cama, coma também. Você me deu um baita susto ontem, meu amor…

Eu sentia asco só de lembrar que ela passou a noite toda abraçada a mim.

— Vamos lá para fora pegar um sol, você precisa de um pouco de vitamina. Vou te esperar no quarto.

Fechei os olhos, deixei a água morna cair sobre a minha face.

“Estou pagando por minhas escolhas.”

— Pode sair? Quero me vestir. – Camille estava sentada na cama.

— Amor, eu já te vi sem roupa inúmeras vezes. – Um sorriso asqueroso surgiu em sua face.

— Não terei privacidade? Nem isso? Você roubou a porr* da minha liberdade, me trouxe até aqui contra a minha vontade, porr*, ao menos saia da merd* do quarto!

— Você me pertence, Yasmin, sua liberdade é minha. Agora troca a porr* da roupa!

Me sentei na poltrona, cruzando as pernas.

— Me obrigue, sua perturbada. – Camille levantou rápidamente e veio em minha direção.

Ela me puxou pelo braço e me fez ficar de pé.

— Não testa a minha paciência, Yasmin…

— Ou se não o que? – Olhei nos seus olhos. — O que você ainda pode fazer? Vai me matar? – Ri sem humor.

Camille me jogou sobre a cama, começou a tirar a própria roupa.

— Eu sou a sua mulher e você a minha…

Ela desfez o nó do roupão.

— Vai me estuprar? Saiba que será somente assim que terar o meu corpo. – Ela parou, segurou novamente em meu pescoço. — O meu coração pertence a Lara, assim como o meu corpo, só respondem a ela.

Camille levantou, furiosa deixou o quarto e trancou a porta. Sentei, passei as mãos sobre a cabeça. E pela primeira vez desde que tudo começou, elas não tremiam.

— Preciso pensar em algo…

      Teria que sair do quarto, andar por toda a casa e sua extensão do lado de fora e estudar as possíveis rotas de fuga. Tem de ter um ponto cego, algum vizinho, qualquer coisa.

Preciso me agarrar a essa esperança.

      Troquei de roupa, tomei o café e alguns minutos depois um dos seguranças abriu a porta e disse que eu podia sair. Com cautela, olhei para todos os lados e todas a janelas tinham grades. A casa deveria ter muitos comodos. Podia ouvir o barulho de pássaros, mas nada de pessoas ou carros.

Deveriamos estar em uma área muito afastada de qualquer outro morador.

— Ela tá te esperando lá atrás. Anda… - Ele tentou pegar em meu braço, mas não permiti.

— Não me toca, seu monte de lixo. – O grandalhão tirou um revolver da cintura e apontou para a minha cabeça.

— Não se faça de esperta, sua vagabunda. Não sabe a porr* do trabalho que está nos dando. – Ergui a sobrancelha

O encarei, havia algo mais ali.

— Não me diga que você está apaixonado por ela. Andaram trans*ndo? – O cara pareceu reagir ao meu comentário. — Ora, que triste, então é mesmo isso.

— Cala essa porr* de boca…

— Tá ajudando a mulher que você tá caidinho com o sequestro da mulher que ela…

— Já disse para calar a porr* da boca.

— Quase sinto pena de você. – Provoquei.

— Quando ela enjoar, juro que vou ter todo o prazer do mundo em deixar um tiro bem na sua testa.

— Olha como estou me tremendo de medo. Prefiro morrer, então o que tá esperando? Não tenho medo de você. É apenas um homem com uma arma, sem essa merd* você não é ninguém. 

O homem ficou vermelho de raiva.

— Só saia logo…

Sorri, indo a frente sem pressa.

      Passei pela porta, a casa era cercada por um muro alto e com cercas elétricas, não dava para ver nada além. Como pensei, a residencia era enorme. As paredes em tom salmão e as colunas pintadas de branco. Três carros em frente ao portão, também não dava para ver nada além dele. Caminhei pelo gramado bem cuidado, ao me aproximar da piscina, vi a mulher que foi me servir outro dia. Ela estava colocando algunas roupas no varal.

— Finalmente decidiu exibir a sua beleza, minha linda. – Camille estava em uma espreguiçadeira.

Usava um biquíni branco e óculos escuros enormes.

— Senta aqui um pouco, o sol está maravilhoso. – Vi sobre a mesa ao seu lado um celular.

Tenho que conseguir pegá-lo, isso salvará a minha vida.

— Você é a mulher mais linda que já vi em toda a minha vida. – Sentei na beirada da piscina. Ignorei o elogio.

Coloquei os meus pés dentro da água.

— Onde estamos? – Não a olhei.

— Ah, meu amor, você não precisa dessa informação. – Apertei os meus punhos.

      Eu teria que ganhar a confiança dela se quisesse pegar o aparelho, mas só de pensar em ceder me causava náuseas. Eu não quero tocar nela, não quero nenhum contato físico.

Deus, por favor, me ajuda.

— Vamos comer um almoço especial, pedi para a Manoela preparar algo para você. Prometa que ira comer tudo. – A encarei.

      Camille havia perdido totalmente a sanidade. Se eu não me mantivesse em alerta, ela seria capaz até mesmo de me matar. Eu não posso ir, não sem me despedir deles, não antes de dizer a Lara que a amo.

“Lara, meu amor, esteja bem.”

— Só se me disser que lugar é esse. – Ela sorriu, tirou os óculos.

Eu arriscaria dizer que estavamos no Paraguai, mas precisava de uma confirmação caso conseguisse pegar o celular.

— Então vamos negociar, meu amor, posso te responder algunas coisas, mas quero prêmios em troca.

Você não vai me tocar…

Fim do capítulo

Notas finais:

A frieza da Yas...

Sou muito a favor da Lara sentar a porrada, oh.

Meu pano é lilãs com glitter.

Então, quando eu disse que tava perto do fim, não quis dizer que vai acabar semana que vem.

Temos ai cerca de 10, 12 caps ainda. 2/3 já se foram.

Enfim.

Muita coisa pra rolar. 

Não saiu antes porque tivemos alguns problemas pessoais. Tany sem celular e eu estava chegando na luz, mas já tô medicada haha

boa madrugada.


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Comentários para 24 - Capitulo 24 - Consequências.:
Dessinha
Dessinha

Em: 09/01/2023

Mas essa psicopatia da mulher eu vou te contar, que grau é esse? Uma insanidade sem tamanho...

E os tempos sombrios chegaram, coitada da Yasmin, sugeitar-se a esse tipo de coisa... sem esperanças. E a Lara, meu pai do céu, é pra morrer chorando...

 

Que elas consigam ultrapassar isso tudo.

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MaferS2
MaferS2

Em: 04/01/2023

Vocês responderam os comentários... não postaram na segunda, e até agora nada! O que houve? Nem uma satisfação pra gente ????


Resposta do autor:

Boa noite querida..

Eu respondi os comentários e falei junto que não iríamos postar essa semana, estamos com problemas de tempo. Mas na outra semana já vai está disponível um novo capítulo para vocês, espero que sejam compreensivas. Não se preocupem estamos trabalhando para entregar o melhor para vocês.

Fica bem até Segunda.

Tany.

Responder

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MaferS2
MaferS2

Em: 01/01/2023

Nicole e Rafa, meu casal S2


Resposta do autor:

Aos poucos elas vão descobrir seus sentimentos, vão saber que tem uma conexão muito legal. São maravilhosas juntas.

Aguarde mais um tempinho os próximos cap. tem muita coisas legais de nossas meninas.

Fica bem. Abraços.

Tany

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 01/01/2023

Essa mulher tá totalmente louca, mas hospício é pouco para ela...

Torcendo pra Yas ser muito esperta e enganar essa maldita...

Melhoras e feliz 2023


Resposta do autor:

Essa mulher já deveria estar longe, mas infelizmente ela quer a Yas de qualquer jeito, tem obsessão por ela. Espero que Yasmin sai dessa situação e depois der um jeito por definitivo na Camille.

desejamos um feliz 2023 também querida.

Abraços... Tany


Resposta do autor:

Essa mulher já deveria estar longe, mas infelizmente ela quer a Yas de qualquer jeito, tem obsessão por ela. Espero que Yasmin sai dessa situação e depois der um jeito por definitivo na Camille.

desejamos um feliz 2023 também querida.

Abraços... Tany

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patty-321
patty-321

Em: 31/12/2022

Oi linda. Melhoras.que doida essa Camile. Yas precisa de inteligência e frieza pra sair dessa. 


Resposta do autor:

Camille tá totalmente louca, acha que pode ter o amor de Yas dessa forma. Mas Yasmin é inteligente vai conseguir bolar algo pra se livrar dessa mulher.

Aguarde os próximos cap, vamos postar na próxima semana. Estamos com o tempo apertado. Fique com a gente até o fim.

Tany

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 30/12/2022

Misericórdia senhor! Paciência Yasmin.


Resposta do autor:

Sim, Toda paciência nesse momento, Yasmin é forte e muito corajosa, vai conseguir dar um jeito. 

Bom capítulos só na próxima semana. Tempo corrido, mas vai dar certo.

Abraços.. Tany

 


Resposta do autor:

Sim, Toda paciência nesse momento, Yasmin é forte e muito corajosa, vai conseguir dar um jeito. 

Bom capítulos só na próxima semana. Tempo corrido, mas vai dar certo.

Abraços.. Tany

 

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Lea
Lea

Em: 30/12/2022

E o caos se instalou,ficou sem limites,fora do controle!

*

Boa noite, Letícia!

Boa noite Tany!

 


Resposta do autor:

Bom dia minha querida. 

Realmente as coisas ficaram difíceis, a situação abalou a todos. Nesse momento toda força possível para todos.

Essa semana não teremos capítulos. Letícia e Eu estamos organizando nosso tempo ainda, espero que sejam compreensivas e não desistam da gente.

Um forte Abraço.

Tany


Resposta do autor:

Bom dia minha querida. 

Realmente as coisas ficaram difíceis, a situação abalou a todos. Nesse momento toda força possível para todos.

Essa semana não teremos capítulos. Letícia e Eu estamos organizando nosso tempo ainda, espero que sejam compreensivas e não desistam da gente.

Um forte Abraço.

Tany

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