POV CATARINA

Saí do loft de Theo com a cabeça cheia, a reação de Malvina ao telefone me deixou atordoada, ela não estava nada contente e bastante furiosa. Encostei minha cabeça no banco do táxi e tentei não me frustrar. A sensação de ter Theodora entregue a mim era indescritível, meu corpo arrepiava só de lembrar, sorri sozinha e fui despertada dos meus pensamentos quando o taxista avisou que já havíamos chegado em meu condomínio.

-Bom dia, mãe. – Entrei em casa encontrado Luna e minha mãe tomando café. – Bom dia, meu bebê.

-Nossa filha, você estava trabalhando até agora? – Minha mãe perguntou incrédula, me causando um sorriso de lado.

-Longa história de conto depois. – Me sentei enchendo minha xícara de café. – Tá tudo bem por aqui?

-Sim, passamos a noite assistindo filmes da Barbie. – Minha mãe sorriu para Luna que continuava comendo cereal. –Mas e você? Como você está? Eu li algumas notícias hoje cedo...

-Esse é o motivo de Malvina me querer no ateliê hoje. –  Suspirei fundo, já estava esperando um furacão hoje e eu nem falo de Theodora. – Malvina está uma fera.

-Mas Theo está com essa modelo aí? – Dona Gê tinha um olhar de pena.

-Não mãe, Olivia é maluca, agarrou a Theo, e os tabloides se aproveitaram disso. – Respondi sorrindo. – Prometo que quando eu voltar eu conto tudo, agora eu preciso me arrumar

Dei um beijo em cada uma e subi pro meu quarto, precisava encarar a fera. A situação não era favorável, principalmente ter que ler que Theodora e Olivia eram um casal quente, revirei os olhos cada vez que vi algo sobre as duas, a internet estava shippando as duas e isso me deixou levemente irritada, mas sei que agora nós duas estávamos caminhando na mesma sintonia e minha vontade era gritar aos quatro ventos que Theodora é minha.

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-Bom dia Malvina, tudo bem? – Bati antes de entrar e Malvina estava com as mãos no cabelo.

-O que você acha? – Ela me encarou e eu senti meu estômago revirar. – Theodora parece uma adolecente, eu não consigo acreditar que ela me expôs assim!

-Malvina, não foi bem isso que aconteceu. – Me remexi na cadeira, enquanto ela me encarava. – Eu estava lá e vi o que aconteceu, Theodora não teve culpa.

-Ela poderia ter evitado. – Malvina levantou andando de um lado para o outro. – Agora está em todos os sites de fofoca que minha filha está com a Olivia, e ela só aceitou desfilar pra mim por isso.

-Olha, sabemos que esses sites não perdem a oportunidade, mas por outro lado somos o assunto mais comentado do momento. – Eu tentava tirar o foco de Malvina. – Não é bom se aproveitar de situações assim, mas não vejo que isso seja algo tão ruim assim, nosso desfile foi um sucesso, não dá pra negar.

-Eu sei disso Catarina, mas não posso ficar feliz com esse estilo de vida que Theodora escolheu pra ela. – Engoli seco e ela prosseguiu. – Até pensei que ela e o Tiago estivessem juntos, mas vejo que ela continuou com isso.

-Isso não é algo que se controla, – Falei em um fio de voz e ela me encarou.

-Veja o que podemos tirar de vantagem nisso, e por favor, mande Olivia de volta pra Londres. – Ela fingiu que não me ouviu. – Não quero essa garota aqui, não quero ela e Theodora juntas.

Afirmei com a cabeça e ela saiu da sala, levei a mão nos cabelos isso ia ser mais difícil do que eu imaginei. Passei a manhã inteira no ateliê, resolvendo a volta de Olivia para Londres, o que me deixou levemente contente, menos uma rodeando Theo, só de pensar nisso meu ciúmes aflorava. Malvina tinha ido pra casa e eu decidi ir também, antes eu liguei para Laura e a convidei pra almoçar  lá em casa, eu contaria pra ela o que aconteceu ontem a noite.

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-EU NÃO POSSO ACREDITAR. – Meu sorriso cresceu pela reação de Laurinha. – Dona Gê, eu já tinha desistido dessas duas cabeçudas.

-E eu sem saber de nada. – Minha mãe trazia a travessa de lasanha. – Eu nem suspeitava.

-Elas já estavam de trela. – Laura tinha um risinho sugestivo. – Mas e ai?

-E aí que decidimos não expor, apenas vocês duas estão sabendo, então nada de comentar por aí. – Advertir as duas e minha mãe passou um zíper imaginário nos lábios.

-Eu não vou falar nada, mas eu quero que a Theo venha jantar conosco. – Acenei com a cabeça. – Mas não entendi a história da tal Olivia.

-Pelo que a Theo disse elas se conheceram em Londres e tinham algo casual. – Revirei os olhos. – E a Olivia é totalmente louca, beijou ela sem que a Theo esperasse, e o resto vocês já sabem, Malvina está uma fera com isso.

-Mas ela não superou isso até hoje? – Laura perguntou e eu neguei com a cabeça. – Meu Deus, essa mulher precisa de terapia.

-Até tentei, mas ela acredita cegamente que Theodora só faz isso pra chamar atenção. – Limpei meus lábios continuando. – O que me preocupa é a reação dela caso ela descubra sobre mim e Theo.

-Não vai me dizer que pensa em desistir? – Minha mãe questionou.

-Não, isso não. – Deixei meus ombros cair em desanimo. – Mas não vou negar que isso me preocupa, tenho minha carreira em jogo, o tanto que eu já construí.

-Por isso mesmo não deve se preocupar, você acha mesmo que não tem nenhum outro interessado em seus trabalhos, ou você não seja capaz de abrir a própria marca? - Laura argumentava. – Malvina não tem que ter domínio sobre você Cat, e eu sei que ela não tem sobre a Theo, você sabe disso.

-Eu sei, vamos mudar de assunto. – Elas concordaram e continuamos nosso almoço.

Luna brincava na sala enquanto batíamos papo, Theodora não deu sinal de vida e eu também não mandei mensagem pra ela. Laura me contava do projeto novo empolgada e minha mãe estava animada pra conhecer o show da minha amiga. A noite caiu e Laura precisou ir embora, subi com Luna, dei banho nela enquanto conversavamos sobre a escola, ela me pediu pra contar historinhas, e eu fiquei no quarto dela até que ela pegasse no sono, minha filha sente falta da minha presença, e isso vinha martelando minha cabeça ultimamente, antes de dormir ela me pediu pra não ir ao balé amanhã, pois não gostava, pensei bem e concordei, talvez eu esteja projetando Malvina demais na criação de Luna. Dei um beijo em seus cabelos e segui pro meu quarto, tomei banho e deitei com o pensamento longe, até ouvi meu celular vibrando em cima da mesa de canto.

Whatsapp on: 

-Oie, sumiu! Tá tudo bem? 

-Oie, desculpa, tá tudo bem e você?

-Estou estressada, minha mão me tira do serio. 

-Ela saiu do ateliê furiosa! Mas o que  fez durante o dia? 

-Estava com a Iza, temos muito o que trabalhar no caso do deputado. Enfim queria ver você!

-Queria ou quer?

-Claro que eu quero! Almoça comigo amanhã? 

-Nem precisa me chamar duas vezes. 

Nos despedimos e eu guardei o celular, fiquei pensativa sobre ela ter passado a tarde com a tal Izadora, mas não posso deixar o ciúmes atrapalhar o que estamos tentando reconciliar, guardei o celular ansiosa pelo almoço de amanhã!

Fim do capítulo