POV THEODORA

Aquele cheiro que me deixava inebriada invadiu minhas narinas, me remexi sentindo o peso em meu braço, abri os olhos e Catarina estava ali, encaixada em meu corpo. Aos poucos fui me recordando de tudo o que aconteceu ontem, era muita coisa pra processar. "Na verdade eu ainda te amo". Aquelas palavras invadiram meu coração, me aqueceram por dentro, passei oito anos da minha vida imaginando como seria ouvir aquilo e agora eu simplesmente não sei o que fazer.

-Oiê. – Catarina disse baixinho ao se virar pra mim.

-Bom dia. – Respondi esperando ela abrir os olhos.

-Está tudo bem? – Ela se endireitou, fazendo um carinho em meu rosto.

-Só estou pensando. – Suspirei fundo. – O que acontece agora?

-O que você quer que aconteça? –Ela se sentou puxando o lençol cobrindo sua nudez. – Tudo o que eu disse ontem...Eu não menti.

-É tudo muito intenso, sempre foi. – Eu não conseguia encara-la.

-Hey, olha pra mim? – Catarina segurou meu rosto me fazendo olhar em seus olhos. – É essa intensidade que me conquistou, esse furacão que não tem medo de demonstrar os sentimentos, e eu sei o tanto que perdi, por isso quero retribuir da mesma forma.

-O que você quer dizer com isso? – Perguntei confusa.

-Quero dizer que eu não quero ficar perdendo tempo. – Catarina me puxou pela nuca soltando o lençol. – Eu te amo Theodora!

Catarina invadiu minha boca com um beijo viciante, automaticamente minhas mãos foram parar em sua cintura, apertando e a trazendo pra cima de mim. Nossas línguas se enroscavam e nossos corpos se uniam novamente. Cat empurrou meu corpo ficando sobre mim, ela desviou da minha boca e passou a distribuir beijos pelo meu pescoço e colo.

Eu estava entregue à ela, eu só pensava em como eu estava feliz por ter aquela mulher pra mim. Catarina desceu seus beijos pelo meu pescoço, eu arfava de prazer, ela passou a  massagear meus seios ainda por cima do sutiã, e automaticamente prendi minhas pernas ao redor de sua cintura, fazendo nosso contato ficar mais intenso. Os beijos eram distribuídos por todo o meu colo, eu mordia meu próprio lábio tentando me controlar, ela sorriu com malícia, daquele jeito que me atinge em cheio.

Catarina se acomodou melhor, passando a beijar a parte de dentro das minhas coxas, aquilo era torturante, eu me contorcia embaixo dela, sem demora ela levou as mãos a lateral da minha calcinha, ela puxou a peça deixando livre o caminho. Arqueei a linha da coluna quando senti sua língua de encontro ao meu ponto de prazer, um gemido alto ecoou em meu apartamento e logo vários preenchiam o ambiente. Catarina segurava minhas pernas com uma certa força enquanto sugava todo o meu sex*, e com certeza aquilo ficaria marcado pelos seus dedos.

-Não para... – Eu disse com uma voz arrastada e não demorou para que eu me desmanchasse na boca dela.

Nossas respirações estavam descompassadas, mas eu não queria perder tempo, ela veio pra cima me beijando intensamente, me permitindo provar o tanto que ela me amava. Perdi as horas que passamos na cama, Catarina era incansável e com um sorriso malicioso me atacou novamente, ela estava empenhada em me fazer atingir mais um orgasmo naquela manhã eu estava amando ver as sensações que ela causa em meu corpo, mas agora era em seus dedos. Não me lembro o exato momento em que paramos, mas só me dei conta quando vi seus olhos verdes me encarando de uma forma diferente.

-Preciso de banho. – Falei tentando controlar minha respiração.

-Eu preciso ligar pra minha mãe. – Ela se levantou com um sorriso lindo e o cabelo bagunçado.

Me enrolei no roupão enquanto ela procurava pelo telefone na bolsa, ela ainda estava enrolada no lençol, e aquela com certeza é uma das minhas cenas preferidas. Fui pro banheiro deixando ela ligar pra mãe dela com calma. Tomei um banho rápido, mas com tempo suficiente pra pensar nessa loucura toda, não pude deixar de sorrir com a situação, por anos eu me imaginei acordadno ao lado de Catarina, imaginando como seria sentir essa sensação novamente, e aqui estamos, nos entregando de forma intensa novamente. Desliguei o chuveiro e saí do banheiro encontrando Catarina sentada na beirada da cama falando no telefone.

-Eu não sabia de nada. – Beijei seu pescoço fazendo ela sorrir. – Sim, Malvina eu passo aí, ok! Mas vamos resolver isso, até mais.

Ela desligou o aparelho se virando pra mim com uma carinha de preocupada.

-O que minha mãe quer? Hoje é domingo, será que ela não tem calendário? – Catarina sorriu de lado.

-Bom, o seu beijo na Olivia ontem gerou muita notícia. – Ela dizia sem jeito. – Sua mãe está brava com a publicidade em torno disso, ela já te ligou algumas vezes.

Suspirei irritada, primeiro irritada com Olivia, segundo com a minha mãe, parece que minha vida sempre vai girar em torno dela. Catarina se levantou e parecia ter uma expressão chateada.

-Hey, só pra esclarecer as coisas, Olívia e eu nunca tivemos nada além do casual. – Catarina me encarou suspirando. – Ela é meio maluca, eu não esperava que ela fosse me agarrar.

-Tá tudo bem. – Ela deu os ombros seguindo para o banheiro.

Levei a mão aos cabelos indo em busca do meu celular, desbloqueei o aparelho e fui bombardeada com várias notificações, várias chamadas perdidas da minha mãe, Luiza perguntando onde eu estava, Isis querendo saber se eu estava com a Olivia, e Olivia querendo me ver, bufei irritada e desliguei o celular. Catarina saiu do banheiro devidamente vestida como na noite anterior, ela tinha uma expressão séria e pensativa.

-Eu preciso ir. – Ela pegou a bolsa colocando o celular dentro. – Vou passar em casa e depois vou pro Ateliê.

-E nós? – Perguntei preocupada. – Você tá chateada comigo?

-Não! – Ela se aproximou fazendo um carinho no meu rosto. – Mas estou preocupada, sua mãe não reagiu bem com o ocorrido, então isso me chateou um pouco, porém eu já perdi você uma vez por conta desse medo.

-Eu não quero sofrer tudo aquilo de novo. – Eu olhava dentro dos olhos dela. – Você mesmo disse que perdemos tempo demais.

-Hey, calma! – Catarina segurou meu rosto entre as mãos. – Eu não pretendo perder tempo, mas acho que precisamos arrumar uma solução, juntas!

Sorri e ela selou nossos lábios com um beijo apaixonado.

-Podemos ir com calma, manter esse lance só nosso. – Falei assim que nos degrudamos. – Pois minhas amigas também não ficaram felizes com essa notícia.

-Então podemos deixar isso só entre nós. – Ela fez uma carinha engraçada concordando.

Acabamos nos despedindo, pois ela precisava ir pra casa, marcamos de nos falar mais tarde, e talvez até se encontrar, nos despedimos com vários beijos e a acompanhei até o táxi. Meu peito faltava sair pela boca, era um sentimento muito louco, Catarina causava coisas imagináveis em mim, sorri ao me lembrar de como tudo aconteceu, voltei pra realidade quando meu telefone fixo começou a tocar.

-Onde você está, Theodora? – Era a voz raivosa da minha mãe. – Preciso de você em meu ateliê agora.

-Estou em casa, mãe. – Respondi irritada. – E eu não vou ao ateliê.

-Você precisa me explicar o que aconteceu ontem. – Ela disse tentando controlar a voz. – Você e Olivia estão em todos os sites de fofoca.

-Você sabe que isso é puro sensacionalismo, Olivia e eu somos amigas. – Respondi sem entrar em detalhes. –Talvez mais tarde eu passe ai, agora preciso desligar.

Não esperei minha mãe responder, desliguei me jogando na cama, não quero estragar a sensação de felicidade que eu estou sentindo.

Fim do capítulo