Capitulo 8
Capítulo VIII
— Eu acho isso uma palhaçada.
Na entrada do cinema, Luana reclamava com mau humor da ideia de ir ao cinema, era uma integrante do grupo atendido por Clarisse e estavam no primeiro encontro externo, organizado também por Joana, a psicóloga, e Carlota, a assistente social, essa última também havia ido e fazia companhia a Clarisse no guichê do cinema.
— Se acha palhaçada por que veio? — Francine a intimou, estava radiante pelo programa.
— Disseram que iam dar lanche de graça, só vim pra comer, odeio filme.
— Porr* meu, deveria ter ficado no abrigo comendo, tinha um monte de gente querendo vir hoje.
— E você deveria ter ficado no abrigo quebrando tudo, aberração.
Francine foi para cima da garota que tinha ares debochados, Matheus a segurou pela cintura e William se colocou entre elas, pedindo calma para a jovem possessa. Juntou a ansiedade por estar saindo com Clarisse com a provocação da colega de abrigo, causando uma explosão de raiva.
— Deixa comigo. — Carlota e Clarisse tiveram a atenção chamada pela briga, a assistente grandalhona foi intervir.
— Vocês duas querem voltar para casa antes do filme? Ãhn? Querem? — Carlota perguntou rispidamente, Francine ainda estava sob domínio de Matheus, porém mais calma.
— Ela é louca! — Luana se defendeu. — Tem que prender esse animal na gaiola!
— Francine, você tomou seus remédios?
— Tomei, ela me xingou, eu revidei. Me solta, Matheus! — Saiu dos braços dele.
— E então, levo vocês para o abrigo?
— Não, eu vou ficar quieta. — Francine respondeu emburrada.
— Eu vim comer e não comi ainda, eu vou ficar.
— Ótimo, temos uma hora para comer algo, Clarisse já está vindo.
— Estão todas bem? — A psiquiatra perguntou ao chegar no grupo, com os tickets na mão.
— Foi coisa de criança, já se resolveram, vamos para a praça de alimentação. — Carlota disse e já saiu andando, sendo seguida pelo restante.
Quando o grupo chegou na praça de alimentação, Clarisse se aproximou de sua pupila.
— Tem um lugar aqui que costuma ter lasanha, quer ir lá comigo? — A convidou discretamente.
— Quero.
A dupla seguiu para o restaurante do outro lado da praça, Clarisse aproveitou para sondar o que havia acontecido.
— Foi Luana que começou?
— Foi.
— Como se sente agora? Ainda com raiva?
— Não, já passou. Mas não quero ficar perto dela.
— Tá bom, a gente come por aqui. Veja, tem lasanha, mas tem outras massas, se quiser. — Disse apontando para o buffet.
— Maneiro. — Se animou. — Posso me servir?
— Pode sim, querida, pegue o quanto quiser. Vou me servir também.
Já com seus pratos cheios, sentaram numa mesa em frente ao restaurante, longe do restante da turma.
“Eu sei que é para ser uma experiência de socialização, mas acho melhor manter essa menina comigo por enquanto.” Clarisse ponderou a observando discretamente comer. O prato da jovem era enorme, contrastando com a pouca comida no prato da médica.
— Valeu, doutora. — Francine agradeceu após beber seu refrigerante, havia terminado o prato, minutos depois de Clarisse.
— Agradeça à direção do abrigo, eles que estão pagando as refeições e ingressos.
— Obrigada por ter me tirado de perto deles.
— Ah, de nada. Me dá um gole? Faz tempo que não bebo refrigerante.
— Claro, tome.
— Obrigada. — Olhou o relógio, ainda tinham vinte minutos até o filme. — Posso te fazer uma pergunta?
— Manda ver.
— O que Luana fez para despertar sua fúria?
— Ela foi escrota, zombou dos meus ataques de raiva.
— Esse geralmente é o motivo? Ou suas crises não tem um padrão de start?
— Depende de como estou, hoje eu tava a mil por hora por conta dessa saída, daí eu estourei.
— Compreendo.
Francine bebeu o restante da bebida, e voltou a falar, porém num tom confessional.
— Ela me chamou de aberração, por que eles fazem isso? Eu não sou uma aberração, sou? — Disse com mágoa.
— Claro que não, você não pode levar essas coisas para o lado pessoal. No momento de raiva eles querem apenas te atingir, e eles já perceberam quais ofensas mais te abalam, são as que eles irão usar.
— Mas eu não consigo ignorar, tem coisas que eles falam que me ofende, eu fico puta da vida.
— Eu sei, Fran, não é simples. Eu também não tenho sangue de barata, mas com o tempo aprendi quais batalhas merecem ser lutadas e quais merecem ser ignoradas. Brigar com seus colegas só vai trazer punições e estresse, conte até dez antes de revidar, se for preciso conte até vinte ou trinta.
— Eu quero ser igual você quando crescer, nunca perde a calma.
— Eu perco sim, mas só quando a situação é crítica. Já tive sua idade, já tive muitas discussões desnecessárias, já engoli muitos sapos.
— O que faz você perder sua calma?
— Hmmm... Assuntos referentes aos meus filhos. Você pode me xingar de qualquer coisa, mas não mexa com meus meninos.
— Quanto filhos você tem?
— Dois, um tem dez anos e o outro tem onze.
— Moram com você?
— Vamos, meninas? — Carlota fora buscar as duas, interrompendo a conversa.
Já acomodados nas poltronas do cinema, Clarisse ouviu um burburinho acalorado e se levantou ao reconhecer a voz.
— De novo?
— Ela enfiou duas pipocas no meu ouvido! — Francine rebateu injuriada.
— Mude de lugar.
— Posso sentar do seu lado?
— Se William aceitar trocar com você, tudo bem.
— Se for para assistir essa joça em paz, eu troco até para o inferno. — O garoto magro e cheio de espinhas levantou e trocou de lugar com Francine.
— Valeu, Sebinho. — Francine agradeceu, sentando contente ao lado da médica.
— Novamente não conseguiu se controlar? — Clarisse perguntou baixinho para ela.
— Eu tentei, doutora. Ela colocou uma vez, eu tirei e contei até dez. Ela colocou outra daí eu reclamei, mas não me exaltei, só reclamei. Ela disse que ia ficar o filme todo enfiando pipoca em mim, daí eu fiquei puta e falei que ia enfiar no... bom, sabe onde, né?
— Sei sim.
— Desculpa, eu prometo me esforçar mais.
— Da próxima vez, mude de lugar assim que a desavença começar.
— É, sou uma burrona, desculpa.
— Você não é, mas agora já sabe o que fazer. Saia de perto do que está te irritando.
Finalmente Francine sossegou e se deu conta que estava num cinema pela primeira vez, olhando admirada para todos os lados.
— A tela é enorme, né? — Comentou.
— É sim, e tem maiores.
— Esse filme é o quarto? Eu vou entender sem ter visto os três primeiros?
— Sim, é Resident Evil 4, se você não entender algo me pergunte, mas eu já te adiantei sobre o que é a história.
— Zumbis. É de terror? Eu tenho medo de filmes de terror.
— Só um pouco, mas é só lembrar que é um filme e que é de mentira que o medo passa.
— Isso não funciona comigo, eu já tentei.
— Se estiver com muito medo você sai e dá uma volta lá fora, ok? O filme tá começando.
— Tá bom.
Após alguns sustos, todos pareciam satisfeitos ao fim da película, exceto Luana, que achou o filme bobo e reclamou durante toda a viagem de volta para o abrigo. Francine seguia em silêncio na outra ponta do banco traseiro do carro de Carlota, o restante do grupo foi no carro de Clarisse.
Francine anotou em seu caderninho sobre a noite atípica, fazia mais do que anotações terapêuticas, escrevia também sobre o que havia sentido e vivido. Escondia o caderno vermelho dentro do forro do colchão, com receio que alguém o lesse.
***
Clarisse deslizou para o lado enfiando o rosto no travesseiro, saindo de cima de Milena após um deleitável orgasmo nas mãos da professora. Havia passado toda a tarde de sábado no apartamento dela, e agora no início da noite sucumbiram aos prazeres lascivos.
— Onde você estava escondida todo esse tempo, doutora Clarisse?
Milena a enlaçou, trazendo para próximo, frente a frente.
— Provavelmente atrás de uma bela edição do DSM-5.
— O manual de transtornos psiquiátricos?
— Esse mesmo. — Respondeu lhe afagando o rosto.
— Tem algum distúrbio causado pela fome? Estou prestes a ter um.
— Posso preparar algo, ou podemos ficar em segurança e pedir comida.
— Você cozinha tão mal assim?
— Mais ou menos. Quer sair para jantar?
— Acho que prefiro ficar aqui e inventar qualquer coisa para a janta, tá tão bom você aqui comigo hoje. — Milena disse entre beijos. — E lá fora está chuvoso... Frio... Aqui está quente.
— Você está deixando esse quarto quente. — Brincou.
— Não estou fazendo isso sozinha, meu bem.
Após a janta, Clarisse lavava a louça quando recebeu Milena em suas costas.
— Terei o prazer de acordar com você amanhã?
A médica sentia-se bem naquele final de semana, talvez fosse o momento de um passo adiante.
— Depende do café da manhã.
— Quer um cardápio?
— Você está nele?
Ambas riram, a médica virou-se para ela.
— Desculpe, foi uma péssima cantada. — Clarisse disse.
— Não, eu adorei, é bom ouvir sua risada.
— Eu deveria rir mais, não é?
— Deveria sim, até porque acho que estou me viciando nisso... Talvez me viciando em você... — Milena arrematou o momento a beijando contra o balcão da pia.
“Vá devagar, querida. Vá devagar.”
***
Outubro terminava trazendo calor e a oficialização de um compromisso entre Clarisse e Milena, que ainda não frequentava a casa da médica, mas já havia conhecido os filhos. Fora no último final de semana, na inauguração da loja de produtos naturais de Claudia.
Após três meses trabalhando no abrigo, finalmente Clarisse sentia estar fazendo diferença na vida dos jovens atendidos, percebia melhora em quase todos. Uma das poucas exceções era Maria Paula, que passava por uma forte crise depressiva. A pedido da médica, Francine aproximou-se dela, e por mais improvável que fosse, se davam razoavelmente bem. Não eram amigas, mas agora conversavam de forma civilizada, e seguindo os conselhos de sua tutora, Francine tentava ajudá-la a vencer esta fase ruim.
— Finalmente vou conhecer seu caderninho? — Clarisse perguntou contente ao ver Francine entrar em seu consultório com um caderno vermelho com sinais de desgaste.
— Só algumas páginas.
— Tudo bem, sente-se. Gostou dos CDs que trouxe semana passada?
— Adorei, até hoje você não trouxe nenhum CD ruim, só achei Pink Floyd meio chato, mas não é todo ruim. E os da semana passada são fodas, não consigo parar de ouvir o daquela moça que você disse que morreu porque não deixaram tocar bateria.
— Carpenters é muito bom, ela tinha uma voz maravilhosa.
— Muito maneiro.
— Bom, deixemos o assunto musical para fora de nosso horário sagrado da terapia, quer me mostrar algo do caderno?
— Sim, eu contei as crises de raiva dos últimos seis meses, mas só as mais fodas, você disse que as explosões de irritação não contavam, não é?
— Isso. — Clarisse saiu da poltrona e sentou ao lado dela no sofá. — Quantas foram?
— Veja, fiz uma tabelinha por mês, acho que está diminuindo, esse mês já está no fim e tive apenas uma crise.
— Posso pegar?
— Pode, mas não passe a página.
Clarisse olhou os números rabiscados, ficou satisfeita com a evolução, realmente as crises estavam diminuindo, assim como as dosagens dos remédios.
— Acha que podemos retirar totalmente o diazepam?
— Putz, não sei, e se as crises voltarem com tudo?
— Tudo bem, vamos ficar mais um tempinho nessa dosagem. Tem anotado sobre seus vícios?
— Sim, mas eu parei totalmente com o álcool e a maconha, só não consegui ainda parar o cigarro, mas diminuí bastante. — Francine disse folheando o caderno nas mãos de Clarisse e mostrando uma página cheias de datas.
— Desde o início do mês então?
— Sim, três semanas limpa. — Disse cheia de brio.
— Fran, você me surpreendeu, estou muito contente por você, por sua força de vontade.
— Só fiz porque você pediu. — Disse alegremente.
— Ok, então agora você vai continuar limpa por você, que acha? E vai tentar parar totalmente o cigarro por mim, para que eu não tenha que sentir esse cheiro de cigarro na minha sala todas as terças.
Francine riu, Clarisse fez um semblante estupefato.
— Você tem piercing na língua??
— Tenho. — Colocou a língua para fora mostrando a bolinha de aço. — Nunca tinha percebido?
— Não, colocou quando?
— Mês passado.
— Não dói? Não incomoda para comer?
— Nada, é sussa. Doeu só no dia.
— Não prende em lugar nenhum?
— Bom, não sei, não estreei ainda. — Riu.
— Como assim?
— Ainda não beijei ninguém com ele.
— Não está mais ficando com Matheus?
— Faz tempo, dei uns esporros nele, agora ele não me enche mais o saco.
— E não ficou com nenhuma menina?
— Você é minha psiquiatra, será a primeira a saber de minhas aventuras românticas e sexuais.
— Me sinto lisonjeada.
— Mesmo você não me contando nada da sua vida pessoal, eu sou um livro aberto, conto tudo para você.
— E eu espero que continue assim. Tome seu caderno. — Quando Clarisse ergueu o caderno aberto para ela, algumas páginas se passaram e ela pode ver uma página cheia de corações vermelhos.
— Pow, fecha aí. — Francine tomou rapidamente e fechou o caderno.
— Era meu nome ali?
— Não! Não era, não. — Disse nervosamente.
— Ok.
— Sério, não era seu nome.
— Tudo bem, eu acredito em você.
Francine a fitou rapidamente e baixou a cabeça com vergonha.
— Fran, olha aqui pra mim.
Ela atendeu, ergueu a cabeça a fitando.
— Não estou aqui pra julgar ninguém, e nenhum assunto sai dessa sala.
— Ok.
— Guarde bem esse caderno. — Clarisse disse e voltou para sua poltrona.
— Pode ficar aqui no sofá, se quiser.
— Prefiro ficar frente a frente.
— Quando vamos no cinema de novo? Faz tempo que não tem nenhuma saidinha.
— A verba foi cortada, então não temos previsão.
— Eu pago minha parte, quero ir de novo no cinema com você.
— Mas e os outros?
— Não precisa dos outros.
— Eu não posso sair sozinha com você, querida.
— Por que não?
— É contra as regras do abrigo.
— Eu chamo Amanda pra sair com a gente, eu pago a parte dela, daí pode?
— Tecnicamente sim, mas não sei se é uma boa ideia, as pessoas podem inventar coisas.
— Você disse que é minha amiga, saia comigo como se fosse minha amiga, ninguém tem nada com sua vida pessoal, nem com a minha.
Francine estava firme no seu intento de sair com a médica, que não teve para onde correr, até porque ela também queria sair novamente com a menina.
— Vamos fazer o seguinte, você vai conversar com Amanda, eu vou ver o que está passando essa semana. — Inclinou-se para frente, Francine gostou porque os botões de cima da camisa branca estavam abertos, era possível ver o início dos seios da médica.
— Ok.
— Se Amanda não puder, não vamos, ok?
— Ok.
Clarisse percebeu que a atenção da jovem estava em outro lugar, voltou a sentar-se normalmente na poltrona, desfazendo o transe.
— Você ouviu o que eu disse?
— Que você vai ver o que está passando essa semana.
— E depois?
— Não sei.
— Eu disse que se Amanda não puder, não vamos.
— Ah, depende dela? É sacanagem!
— Converse com ela, me responda amanhã, fechado? Nos desviamos demais do propósito da sessão
— Eu cansei de falar dos meus problemas. — Francine suspirou com preguiça e deitou no sofá, tirando os tênis.
— Você quer falar sobre o que?
— Sobre relacionamentos.
— Você já teve um relacionamento?
— Não, mas quero ter, e você manja dessas coisas.
— Então você quer ajuda?
— Conselhos.
— Eu não sou conselheira amorosa, esse assunto é melhor você conversar com seus amigos.
— Você é minha amiga.
— Das três às quatro da tarde das terças eu sou sua médica.
— Podemos conversar sobre masturbação?
— Se você quiser falar sobre sua relação com a masturbação, sim.
— Eu queria ter privacidade de vez em quando, mas não tenho, nunca tive, eu dormia na sala na casa dos meus pais, com minha irmã. E aqui durmo com 23 estranhas.
— Você pode usar o banheiro.
— Você seria feliz se usasse o banheiro? Se não pudesse tocar uma deitada numa cama sossegada?
— Não vem ao caso, temos que nos adaptar às situações. Há quanto tempo você pratica?
— Comecei esse ano, mas é complicado, tenho medo que me flagrem ou descubram, é sempre uma merd*.
— Como você se excita?
Clarisse ficou em dúvida se sua pergunta estava extrapolando o profissional e avançando no campo da sua curiosidade.
— Com a imaginação, não tenho como assistir nada, se tivesse um smartphone eu até teria como, mas não rola. Matheus tem um celular cheio de putaria, já vi algumas.
— Você está gostando de alguém? Pensa em alguém especificamente?
— Sim, mas não tenho chance, é só um sonho impossível. — Respondia balançando os pés com meias sujas no braço do sofá.
— Garoto ou garota?
— Mulher.
O jogo estava se tornando perigoso, e Clarisse se deu conta dos rumos.
— Você acha que isso prejudica seu quadro de ansiedade?
— Lá vem você enfiar doença no meio da conversa... — Resmungou e voltou a se sentar.
Fim do capítulo
Amanhã posto mais um!
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Marta Andrade dos Santos
Em: 12/12/2022
Eita conversa interessante Doutora Clarisse...
Resposta do autor:
Há uma evolução em ambos os lados... rs
Abraços, Marta! Bom findi!
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Zaha
Em: 12/12/2022
Bom dia!!!!
Vemos no começo Mile e Clarisse juntas. A coisa fluindo muito bem, mas do que imaginava!! Só me preocupa a fascinação de Fran...pode dar alguns problemas....
Fran e Clarisse estão mias unidas. Fran cada vez mais encantada. Clarisse já tá quase desconfiando, n sei se já notou! Mas ela fica firme em ajudá-la! É bom TB os jovens poderem falar de assuntos sexuais com os adultos.
Essa Luana é complicada...q será que acontece por trás desse comportamento? Ou ela apenas implica pq é provocadora ?
Bem, a terapia tem avançado bem! Veremos o que espera a estória!!
Beijos, Cris!!!!!!!!
Resposta do autor:
Quando cair a ficha pra doutora clarisse daí o problema vai começar... rs
abraços, bom findi!
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