Diga meu nome por Leticia Petra e Tany
Capitulo 11 - Culpa.
— Você seguiu mesmo o meu conselho. – Antonella enfiav* manga na minha boca. — Como foi?
Pensei por um segundo.
— Eu quero dar pra você, Yasmin, mas tem que ser tão gostoso quanto no carro. E quero que você dê pra mim, enquanto diz o meu nome.
— Então, mesmo depois de ter dado pra outra ontem, ainda resta tanto fogo? Ela não foi capaz de te deixar satisfeita?
Suspirei, sentindo uma agonia em meu ventre.
— Tenho medo do que isso pode virar. – Mordi a pontinha da colher de plástico.
— Vocês têm uma atração mutua, já namoram de mentira. Só vive, Lara, se der certo ok e se não, ok também. – Suspirei.
— Simples assim?
— Simples assim!
— E se eu acabar me apaixonando e ela não? Ah, Antonella, não sei se quero ficar de coração partido. Você sabe bem como isso fode com a cabeça da gente. – A minha amiga me ofereceu o último pedaço de manga.
— Primeiro, você fode com ela e depois, só deixa...
— Ótimo conselho. – Ela riu, adorava me perturbar a cabeça.
Continuamos em minha sala, até que eu tive que ir para uma cirurgia e Antonella para casa, ela sairia um pouco mais cedo. Uma coisa martelava em minha cabeça: como a Yasmin tinha certeza de que estive com a Cat? Depois do beijo que trocamos, fiquei por mais uma hora no hotel, porém absolutamente mais nada ocorreu. Não havia mais paixão, não havia agonia e nem descontrole, apenas um vazio. Foi como se houvesse beijado uma completa estranha.
Fui para casa no começo da noite, topei com Nicole pelos corredores, que apenas me olhou com desprezo. A ignorei, não valia a pena tentar entender o que se passava na cabeça daquela mulher. Cheguei em casa e minutos depois, a minha irmã voltou da academia.
Já dava para ver os resultados, ainda tímidos, mas que estavam fazendo toda a diferença.
— Vamos que horas? – Ela se jogou no chão.
— Daqui a uma hora, me ajuda achar a camisa do Cruzeiro. – Ana fingiu que estava dormindo. — Me lembrarei disso...
— Como foi o seu encontro? – Enrolei.
— Não foi como imaginei...
— Bem feito. – Ela me mostrou a língua.
Não pude deixar de rir.
Revirei o closet, até que finalmente encontrei e entre a branca e a azul, optei pela branca. Separei uma bermuda e uma havaianas, ficaria confortável. Voltei para o quarto e Ana não estava mais.
Deveria ter ido tomar banho, então fui fazer o mesmo.
— Oi, filha, vai sair? – Os meus pais estavam na sala.
— Vamos pra casa da Yasmin. – Olhei para a minha mãe.
— Ana vai com você? – Nesse momento, a própria descia a escada.
— Vou, pai, vamos assistir a uma partida de futebol. – Ouvimos uma buzina. — A Antonella chegou.
Ana beijou o papai.
— Vamos voltar um pouco tarde. – Ele piscou para mim.
— Estando na casa do Alonso, sei que posso ficar tranquilo.
— Então, até depois...
Ana já ocupava o banco do carona, então fui atrás. Engatamos uma conversa, o que durou o caminho inteiro. A noite estava linda, um clima agradável. Belo Horizonte é uma cidade linda.
Sempre tive o desejo de conhecer todas as capitais.
— Lembra que combinamos de um dia visitar ao menos três cidades de todos os estados? – Ela estacionou em frente à casa de Alonso.
— Ainda quero tornar real. O que você acha, Ana? Vamos fazer um mochilão?
— Eu vou adorar, ainda mais sendo com vocês. – Ela sorriu.
Podia sentir uma pontinha de tristeza em sua voz. Ela tentava disfarçar, mas eu a conhecia muito bem.
— Bom, desde já, estou torcendo muito para que o time de vocês perca. – As duas riram.
— Isso não vai acontecer, Lara, sinto te informar. – Antonella e Ana fizeram algum tipo de aperto de mão.
Rolei os olhos.
Como uma idiota, fiquei ansiosa assim que tocamos a campainha. Demorou uns segundos, até que Yasmin abriu a porta e fiquei temporariamente muda. Ela estava vestindo uma blusa retro do Cruzeiro, uma bermuda curtinha e os pés estavam descalços. Os fios vermelhos estavam presos em um rabo de cavalo e em sua face, um óculos de aro prateado.
Ah, eu tive pensamentos absurdos.
— E então, as duas já terminaram? – Antonella chamou a nossa atenção.
— Entrem, estávamos apenas esperando vocês. – Yasmin sorriu, dando passagem.
— Ah, então você vai se juntar a Yasmin, Lara? – Alonso abriu os braços, vindo até nós.
— Ela precisava de apoio moral e se for pra torcer contra o Atlético, estou a inteira disposição. – O abracei.
— Mas não se preocupe, seu Alonso, somos a maioria. – Antonella apontou para o escudo em seu peito.
— Sinto um pouco de dó de vocês. – Hugo, que entrava na sala com uma tabua de frios, falou.
— Dois gols do Hulk. – Dona Amanda me entregou uma cerveja.
A campainha tocou e Yasmin foi atender.
— Trouxe um presente para o meu casal favorito. – Rafaela entrou na sala.
Ela estava com dois cavalinhos vestidos com o uniforme do Atlético. Ela e Ana se encararam, mas a minha irmã foi a primeira a desviar. Ela abraçou os donos da casa, brincou com Antonella e comigo.
— Esse rostinho tá bem corado. – Ela se dirigiu a Ana. — E vejo que tem uns músculos surgindo.
— Tracei o objetivo de virar uma dessas gostosas de academia. – Ela brincou, nos fazendo rir.
Antonella sentou ao lado de Ana, Rafa e Hugo decidiram sentar no carpete e Yasmin ao meu lado. O jogo começou e mesmo não sendo a final de nenhuma competição, os presentes agiam como fosse e eu achei o máximo.
Peguei um dos petiscos e comi.
— Uma delícia, você quer? – Yasmin me olhou.
— Quero... – Peguei um pedaço de queijo e levei até a sua boca.
A ruiva ficou surpresa e isso me divertiu.
— Obrigada. – Continuamos a nos olhar.
— Nada... tá gostoso? – Mirei os lábios avermelhados.
Falava baixinho.
— O que? – Sorri.
— O queijo...
— Ah, sim... – Me obriguei a deixar os seus lábios. — Tá uma delícia. Obrigada, chatinha...
A atração que sentia por ela estava tomando proporções assustadoras, pois eu me vi agachada a sua frente, enquanto uma de suas pernas estava sobre o meu ombro e os meus lábios bebiam de seu sex*.
Senti a minha intimidade vibrar.
— Não, meu amigo, não faz um negócio desses... – Desviamos o olhar. — Lara, querida, prove as minhas minis coxinhas. Fiz com todo carinho pra minha nora. Não, mas esse cara tá com a mira ruim hoje.
Alonso reclamava, me fazendo sorrir.
Ao olhar para Antonella, a cretina estava com um sorriso convencido. Somente ela pareceu perceber o clima sufocante entre Yasmin e eu. Tentaria manter a cabeça onde deveria.
— Tá uma delícia, Alonso. Que coisa maravilhosa. – Levei mais duas a boca.
Ele sorriu, todo convencido.
— Foi assim que conquistei a Amanda. – Olhei rapidamente para Yasmin, que sorriu.
— Ele me mandou um pote cheio de coxinhas e um bilhete que cozinharia todos os dias, se eu fosse a sua namorada. – Não pudemos deixar de rir.
— E ele cumpriu a promessa? – Antonella perguntou.
— Ao menos uma vez na semana, ele assume a cozinha. – Os dois deram um selinho longo.
— Aaaargh... – Hugo e Yasmin resmungaram, nos fazendo rir outra vez.
— Você tem sorte, Lara, a Yas sabe cozinhar muito bem. Aliás, qualquer dia desses vamos fazer a noite da pizza. Essa menina faz uma pizza maravilhosa...
Hugo, Antonella, Rafaela e Ana me olharam, loucos para soltar alguma gracinha.
— Lara com toda a certeza será bem alimentada. – Arregalei os olhos com o comentário de Antonella.
Amanda e Alonso pareceram não entender o duplo sentido. Yasmin riu baixinho ao meu lado, enquanto eu apenas sentia a minha face esquentar.
— Gol! – Eles levantaram juntos.
Yasmin me olhou e por alguns segundos, ficamos assim.
O Atlético ganhou de 2XO, o que fez os nossos rivais comemorarem muito. Hugo inventou de continuarmos a beber e comer no quintal, ele apareceu com duas travinhas, desafiando Ana, Antonella, Rafaela e eu para jogarmos. Alonso também quis participar, ficando assim três para cada lado.
Yasmin e dona Amanda ficaram de torcida.
— Se prepara cunhadinha, vamos passar por cima. – Ele gritou do outro lado do jardim.
Ana havia ido jogar no time rival.
— Deus, só espero não quebrar nada. – Antonella falou apavorada.
— Acaba com eles, Lara. – Yasmin balançou a bengala e isso me fez rir.
Isso pareceu tão normal, como se não fosse a primeira vez que fazíamos aquilo, como se aquela mulher estivesse sempre na minha vida. Uma sensação inédita e totalmente maravilhosa.
Eu estava tão feliz.
— Relaxem, vamos ganhar, o senhor Alonso nem deve dar conta de correr mais. – Antonella provocou.
— Uuuuuh... – Soltamos em coro.
— Ah, Alonso, eu não deixava barato a provocação. – Ana colocou lenha na fogueira.
— Se preparem, meninas, vão ver um Messi em ação. – Yasmin gargalhou, acompanhada da mãe.
O som me aqueceu o peito.
— E vocês a Marta. – Rafa riu.
Eu tinha um lado muito competitivo e ele foi acionado assim que Ana me deu uma “caneta” e ficou zombando de mim. Estalei os dedos das mãos e fui para cima, roubei a bola dela, tocando para Antonella, que passou para a Rafa.
— Gooool! – Comemorei.
— É isso ai! – Yasmin levantou a sua bengala. — Golaço!
— Só estávamos aquecendo. – Hugo colocou a bola no meio.
Voltamos a jogar e posso dizer, fazia muito tempo que não me soltava daquela forma. Cai algumas vezes, ri do estado que Antonella estava ficando. Era hilario ver a tão chique doutora cheia de grama e suada.
— Chega, não aguento mais. – Alonso deitou no gramado.
— Ganhamos! – Rafa gritou, puxando Antonella e eu para um abraço.
— Fim de jogo no quintalzão. Cinco a três para o time visitante. – Yasmin usava a bengala de microfone.
— Vou buscar água pra vocês. – Dona Amanda levantou.
— Eu vou com a senhora. – Me coloquei ao seu lado.
Eu estava suada e com a blusa toda suja.
— Por que não dorme aqui, querida? Você não está em condições de voltar pra casa.
Entramos na cozinha.
— Ah, eu não quero incomodar, Amanda. E a Ana e a Antonella vieram comigo, então não posso deixa-las voltar sozinhas.
— Elas podem dormir aqui, Lara. Você dorme com a Yas, lá em cima tem quartos disponíveis.
Dormir com a Yas? Só em imaginar, um frio percorreu minha espinha.
— Está decidido, vocês dormem aqui e não se fala mais nisso. – Como era difícil dizer não a essa mulher.
Fui vencida.
Pegamos as garrafinhas com água, distribuímos e era lastimável o nosso estado. Ana estava pálida, Antonella e Rafa jogadas no chão, enquanto Amanda foi cuidar do marido. Me aproximei de Yasmin, sentando na cadeira ao seu lado.
— Quais outras habilidades você esconde? – Ela tirou algo do meu rosto e colocou uma mexa do meu cabelo trás da minha orelha.
— Sou boa em muitas coisas. – Ela ergueu as sobrancelhas.
— Vejo que humildade não é uma delas, chatinha. – Rolei os olhos.
— Quando vai parar de me chamar assim? – Yasmin ficou por uns segundos me encarando.
— Só quando eu morrer, quem sabe. Pode ser até que eu volte do além só pra te azucrinar um pouco mais. – Um sorriso preguiçoso surgiu na face bonita.
Essa mulher está me deixando maluca.
— Só pra você saber, eu não transei com a minha ex. – Ela pareceu surpresa.
Iria abrir a boca para falar algo, mas Antonella, Rafa e Ana se sentaram a nossa frente.
— Tô me sentindo uma adolescente na festa do pijama das amigas. – Antonella sentou entre as pernas de Ana, que rodeou sua cintura com os braços. — Sua mãe disse que só vamos amanhã.
— Eu já esperava por isso. – Yasmin riu.
Rafa olhou rapidamente para Ana e Antonella.
— Em alguns dias é o aniversário de dezoito anos da Ana. Que tal irmos comemorar em uma boate? Conheço um lugar muito legal.
— Antonella nunca erra nas indicações. – Seria bom dançar um pouco.
— Eu posso ir rebocada, vamos, Rafa? – A loira, que até aquele momento parecia nas nuvens, olhou para nós.
— Eu não ouvi... o que disseram?
— Vamos comemorar o aniversário da Ana em uma boate. Daqui a uns dias. – Coloquei minha mão sobre seu ombro.
— Bom, claro, vamos sim. – Ela não parecia bem.
— Mais uma rodada de cerveja? – Hugo colocou um cooler no meio da roda.
— Cadê a minha bebida? – Yasmin perguntou.
Peguei uma das garrafinhas com água e entreguei a ela.
— Sua bebida. – A sua expressão de desagrado nos fez rir.
Estávamos nos dando bem, quem diria.
Ficamos mais um pouco no gramado, até decidirmos que era hora de parar, pois todos tínhamos compromissos no dia seguinte. Amanda nos levou para o andar de cima, colocou Ana e Antonella no quarto de hospedes, enquanto fui para o quarto de Yasmin com Rafaela.
Ela tomou banho primeiro e quando terminei, havia roupas da Yasmin separadas para mim.
— Calcinhas novas. – Ela colocou algumas sobre a cama. — Yas sempre tem.
— Obrigada, Rafa. – Escolhi uma. — Você tá bem?
A loira me encarou.
— A verdade? – Acenei em positivo. — Estou me sentindo um pouco culpada. Não queria que a Ana deixasse de ir até a clínica.
— Entendo, mas acho que é melhor assim. Se ela continuasse indo, certamente continuaria tentando te conquistar e isso não seria bom pra nenhuma das duas. Sei que você sente um carinho de irmã por ela.
Rafaela passou a mão sobre a cabeça.
— Fico um pouco aliviada de ouvir isso. – Ela sorriu. — Quero muito que ela continue progredindo.
— Ela pesou ontem e ganhou quatro quilos. Vou dar todo o suporte pra que ela não desista.
— Assim fico mais tranquila...
Troquei de roupa, deitei ao lado de Rafaela, que dormiu quase que instantaneamente, porém não obtive o mesmo feito. Fiquei rolando, pensando na conversa que tive com Yasmin no hospital, do ocorrido no clube, no carro.
Eu não iria conseguir dormir dessa forma. Ela estaria acordada?
— Só vou ter um pouco de paz depois que... – Passei as mãos pelo rosto.
Levantei com muito cuidado para não acordar a Rafa, deixei o quarto a passos silenciosos e desci a escada do mesmo jeito e quando cheguei a sala, senti o meu coração reagir.
Yasmin estava sentada no sofá, parecia alheia a tudo e brincava com a sua muleta.
— Ei? – Ela imediatamente me olhou. — Tá com dores?
O seu olhar vagou por minhas pernas de fora, mesmo com a pouca claridade, eu podia acompanhar os seus movimentos.
— Um pouco de desconforto na perna. – Me aproximei.
Ela estava com uma regata branca e um micro short de moletom.
— Quer que eu faça uma massagem? – Me agachei a sua frente.
O jeito como ela estava me olhando era hipnótico. Peguei a perna machucada, a coloquei sobre a minha coxa e passei a fazer movimentos leves.
— O que você tá fazendo, chatinha? – Sua voz estava rouca, baixa.
— Tirando um pouco do seu desconforto. – A vi passar a língua pelos lábios.
Cada mínimo movimento seu era extremamente atrativo.
— Você... só está criando um outro desconforto, menina. – Não evitei o sorriso.
— E eu posso saber onde? – Yasmin me encarou, abriu um sorriso preguiçoso.
— Eu também sei jogar esse jogo, chatinha. – Ela tirou o pé da minha coxa, se projetou para frente, segurando a minha nuca e aproximou nossos rostos. — Você tá brincando com fogo, mulher.
Aspirei o ar com calma, perdida naquela voz sussurrada.
— Não me importo em me queimar, Yasmin...
As nossas bocas então se encontram, tão sedentas que parecia mais um duelo de quem dominava mais. Era sensual, excitante, um verdadeiro deleite beijar e ser beijada por essa mulher. Eu poderia passar horas, dias e ainda assim, iria querer muito mais.
— Ah...
— Sua boca... é deliciosa. – Ela dizia, ch*pando o meu lábio inferior. — Eu quero mais, muito mais...
Ela voltou a me beijar com ainda mais vontade e eu correspondia na mesma intensidade, a segurando de forma afoita pela lateral da regata, louca para tirar as suas roupas e sentir o seu corpo se esfregando ao meu.
Eu queria devorar e ser devorada por essa mulher.
— Tira. – Segurei o cos do micro short. — Quero sentir você.
Ela passou o polegar sobre os meus lábios.
— Vai me ch*par com essa boca deliciosa?
— Vou...
Yasmin sorriu e por todos os deuses, que sorriso safado.
“Eu vou enlouquecer.”
Fazia algum tempo que não era tocada daquela forma, mas eu estava louca para ser por Lara. Fiz o que ela me pediu, deixando o short e a calcinha nas pontas dos pés e ela os tirou. Os seus olhos se fixaram em meu sex* e eu estava queimando, quase gem*ndo só por ser olhada daquela forma.
Sentei um pouco mais próximo.
Ela, com cuidado, colocou a minha perna sobre o seu ombro, afastando um pouco a outra. Estava louca para ver o que ela faria e puta que pariu, eu estava tão excitada, que o meu sex* doía.
— Aah... – Conti o gemido ao sentir sua língua passar vagarosamente sobre o meu sex*.
Que língua maravilhosa.
— Você é tão gostosa...
— Oh, meu d... – Senti uma leve vertigem ao sentir a ponta da língua dela sobre o meu clit*ris.
Ela estava me torturando.
— Muito... gostosa...
Quando a minha mão segurou os longos fios negros, ouvimos passos vindos do topo da escada e tão rápido quanto possível, Lara me ajudou a pôr o short e a calcinha, a umidade foi um problema, eu precisava de um banho gelado imediatamente. Tentei me ajeitar no sofá, coloquei a almofada sobre as minhas coxas e ela sentou ao meu lado.
“Que merd*.”
— Ah, vocês estão aí... – Hugo se aproximou. — Vamos assaltar a geladeira? Tô morrendo de fome.
“Eu te mato, Hugo. Eu sei que ainda terei a oportunidade de te dar o troco.”
— Claro... – Lara ficou de pé, me olhando.
Aspirei o ar com calma.
— Te ajudo. – Ela me entregou a muleta.
— Obrigada. – Eu estava perdida.
Hugo fez alguns sanduiches de peito de peru e suco de maracujá. Ele passou a encher a Lara de perguntas, que respondia a tudo com entusiasmo. Em determinado momento, ela cobriu a minha mão com a sua, como se fosse algo rotineiro.
Ela tinha alguma noção do que estava fazendo? O que se passava em sua cabeça?
— Por que não me disse que seu irmão vai ser pai? – Ergui as sobrancelhas, olhei para os dois.
Eu estava divagando.
— Desculpem, eu não estava ouvindo. – Fiquei envergonhada. — O que você disse?
— Que você não disse que a sua família vai crescer. – Oh.
— Eu não achei que... – Eu nem sabia o que responder. — Ele quer que eu seja a madrinha.
— Vai aprendendo a trocar fraldas também, tomatinho, você vai me auxiliar até nisso. – Eu trocando fraldas? Eu seria uma boa mãe?
— Eu vou praticando pra quando tiver os meus filhos. – Lara franziu o cenho.
— Pensa em ter filhos? – Os olhos castanhos vasculharam a minha face.
Essa mulher tem noção do quanto é linda?
— Sim, a beleza da família precisa permanecer em outras gerações. – Ela me olhou com indignação.
— Você se acha mesmo tanto assim? – É claro que não, porém implicar com ela não tem preço.
— Fazer o que? – Dei de ombros e levei um beliscão no dorso da minha mão. — Ai!
— Vocês estão se pegando? Pra valer? – Olhamos em sincronia para Hugo, que estava com um sorriso besta.
— Na verdade, estávamos tentando, mas você atrapalhou...
— YASMIN! – Hugo gargalhou. — Vou subir...
Sem esperar um segundo sequer, Lara deixou a cozinha.
— Vocês estão ficando? – Mordi a minha bochecha por dentro.
— É uma ótima pergunta.
— Eu realmente atrapalhei algo? – Mordi o sanduiche.
— Sim, você é literalmente um estraga prazer. – Ele voltou a rir.
Teríamos que falar sobre isso ou só deixar as coisas acontecerem? Seria só sex* para ela? Pensar na possibilidade não me agradava nenhum pouco. Quando ela tomou tanto espaço na minha vida?
Um pouco atrapalhada, consegui tomar banho, mas aquele fogo ainda permaneceu e dessa forma, foi difícil conciliar o sono.
Quando deixei o quarto, muito cedo, a minha mãe me disse que Lara saiu extremamente cedo, pois houve um problema com um dos seus pacientes e teve de ir, Antonella e Ana foram junto.
— Você não parece bem, Rafa. – Os meus pais já haviam saído.
Ela só teria alguns pacientes na parte da tarde.
— Tem uma coisa martelando na minha cabeça. – Ela suspirou. — Não me questione, só me responda, você acha que a Antonella e a Ana, elas...
Franzi o cenho.
— Por que tá pensando nisso?
— Eu também não sei. – Ela estava agoniada.
— Verdadeiramente, não sei responder a essa pergunta. Elas se dão bem, se conhecem há anos. – Rafa suspirou ruidosamente.
— É que, sei lá, a Antonella tem quantos anos? Trinta? – Ergui as sobrancelhas. — A Ana só tem dezessete anos. A forma como se olham, a intimidade que elas possuem...
— Tá preocupada com a diferença de idade ou isso é ciúmes?
— Que absurdo! – Ela ficou de pé. — Ela é só uma menina.
— Acho que a Antonella jamais se envolveria com uma garota menor de idade, Rafa. – Rafaela levou a unha a boca.
— Você tem razão, eu só... me preocupo.
Decidi não fazer nenhuma outra pergunta.
Meia hora depois, ela foi para casa, pois ainda iria visitar os pais. Fui para a área da piscina, tomar um pouco de sol, estava entediada, olhando para o celular e esperando sabe Deus o que. Não satisfeita, pedi um carro por aplicativo e fui até o hospital. Paguei o motorista e desci, distraída com a minha amiga inseparável que resolveu prender em uma fenda no chão.
— Até que enfim te encontrei. – A minha espinha gelou, fiquei imóvel por vários segundos.
Nem consegui levantar a cabeça.
— Entra no carro, Yas, precisamos conversar. – A minha mão tremeu de leve. — Agora.
Senti a sua mão em meu ombro, mas recuei em puro reflexo.
— Não encosta em mim. – Finalmente consegui encara-la.
— Antigamente, você adorava quando segurava o seu ombro, enquanto me fodia com força. – Camille retirou os óculos escuros. — Lembra?
Olhei em volta, pedindo que alguém aparecesse.
— Vai embora, Camille. Qual a parte do acabou ainda não entrou na sua cabeça? – Ela mexeu nos fios castanhos.
— Eu te amo, Yas, e sei que podemos nos acertar. Só basta você me dar uma chance, meu amor. Já me livrei de tudo o que era empecilho. – Deus, eu estava com medo.
Não, eu não podia deixa-la me afetar assim.
— Yasmin, você deveria estar repousando. – Olhei atordoada para Lara. — Assim esse pé não... ah, me desculpe, eu não tinha percebido que estava conversando.
Ela olhou para Camille, que a mirou de cima a baixo.
— Quem é você? – O tom rude me acordou.
— Ela é a minha namorada, Camille, então por favor, vá embora daqui. – Lara então entendeu o que estava se passando.
— Sua namorada? Ah, não me faça rir, Yas. Manda essa fedelha cair fora e entra no carro.
— Você não a ouviu? Vá embora daqui. Tá vendo aquilo ali? – Lara apontou para o meu tornozelo. — Foi por sua causa.
— Então você sabe quem eu sou? – Camille ergueu as sobrancelhas. — Olha, querida, vou te dar um spoiler disso tudo.
Ela sorriu.
— No fim, ela sempre volta pra mim, porque sabe que ninguém vai ama-la como eu amo. – Faz alguma coisa, Yasmin. — Quantas foram, Yas? Cinco? E todas você deixou pra poder se jogar em meus braços. Foder comigo até altas horas da noite.
— Já chega! Cai fora, ou não me responsabilizo por minhas atitudes e nem pela sua integridade física. – Camille me olhou por longos segundos.
— Voltarei, meu amor, e até lá, espero que já tenha acabado com essa palhaçada. – Ela sorriu, entrando em uma Land Rover branca.
Soltei o ar, o meu peito doía.
— Me desculpe por isso, Lara. – Eu estava com tanta vergonha.
Não queria que ela visse esse lado podre da minha vida.
— Não precisa se desculpar, Yas. – Era a primeira vez que ela me chamava pelo apelido desde a infância. — Vem, vou te levar pra minha sala.
Lara passou o braço sobre o meu ombro e eu me senti incrivelmente acolhida, protegida. Entramos no hospital assim, passamos direto para a sala dela, que me fez sentar e pediu para que esperasse, pois iria buscar um suco na lanchonete.
Aspirei o ar com mais calma.
— Merda de mulher. – Passei a encarar a enorme fotografia na parede, buscando na imagem algo que pudesse acalmar os meus demônios.
Estava com uma sensação ruim, a forma que Camille olhou para Lara. Merda, eu não deveria ter mentido que somos namoradas, acabei de pôr um alvo nas costas da doutora.
Burra, burra, burra...
— Tinha suco de abacaxi e laranja, trouxe os dois. – Lara entrou, deixando os copos sobre a sua mesa e fechou a porta.
— Eu quero de abacaxi, obrigada. – Ela me entregou, sentando ao meu lado.
Lara me encarava.
— Você ama aquela mulher? – A pergunta me pegou de surpresa.
— Não, eu não amo. – É a mais pura verdade.
De todo tesão e paixão, restou medo.
— Então a forma que você respondeu a ela, era...
— Medo, quando a olhei nos olhos, vi alguém desconhecido. Por um tempo, ouvi coisas sobre ela na concessionaria. Eu não liguei na época, mas agora... agora não me parecem mais absurdas.
— Posso me aproximar? – Lara franziu o cenho.
— Sim, você pode sim...
Ela retirou o copo da minha mão, deixando em uma banquinha próxima. Lara se acomodou no sofá e com gentileza, me puxou. Atordoada, me deixei levar, enquanto ela me fez repousar a cabeça sobre o seu peito, uma de suas mãos me abraçou pela cintura e a outra passou a me fazer carinho nos cabelos.
— O que você tá fazendo, chatinha? – Fechei os olhos.
— Cuidando de você, Yas. – Suspirei. — Mesmo sendo durona, todo mundo precisa de colo.
Eu estou muito apaixonada.
— Obrigada.
Não sei dizer por quanto tempo ficamos naquela posição, mas em algum momento caímos no sono naquele estreito sofá. Quando acordei, ainda era abraçada com carinho e a mulher abaixo estava adormecida.
Toquei os fios negros, que estava sobre sua face, a admirei. Os lábios entre abertos, tão convidativos.
— Chatinha, o que você tá fazendo comigo? Não era esse o plano.
A porta se abriu e eu fiz um gesto, pedindo para a visitante não fazer barulho e com cuidado e a ajuda de Antonella, fiquei de pé. Peguei um blazer que estava sobre o encosto da poltrona e a cobri.
“Descansa, chatinha.”
Saímos da sala.
— Então, invalida... – Antonella me fez olha-la. — Você tá apaixonada pela Lara.
O que eu podia dizer?
— Sim, culpada. – Ri em nervoso.
— Caramba... – Apertei a minha muleta. — Quer falar sobre?
— Ainda não...
Fomos para a lanchonete, Antonella respeitou o meu silencio, ainda me acompanhou até a sala do diretor, onde nos despedimos. Pedi novamente um carro por aplicativo, porém não fui ao estacionamento, resolvi esperar em frente ao hospital.
— Amanhã é o grande dia, Yasmin. – Nicole parou ao meu lado.
Hoje era o dia de pagar os meus pecados.
— Não diga que não dei a chance de ficar do lado certo. – Eu estava cansada de embates.
— Yasmin, como vai? – Patrick descia a pequena escadaria que dava acesso a calçada. — Perdida por aqui?
— Esperando a minha carona. – Não disse? Pagando os meus pecados.
— Se juntar a Lara pra ficar com a diretoria até que foi muito inteligente da sua parte, mas é uma pena que de nada vai adiantar. – Rolei os olhos.
— Não me diga?! – Ele sorriu, arrumando a gravata cinza.
— Eu nunca gostei de você, sabe, sempre achei que havia algo de errado e quando você resolveu expor que gosta de vagin*s, entendi o motivo. Bem, tenho coisas a fazer.
— Sim, o inferno tá esperando pelo dono. – Fiquei de pé, pois o carro havia estacionado.
Entrei, me sentindo mentalmente esgotada.
Foi um erro ter voltado, eu deveria conversar com o meu pai e explicar tudo, admitir que mais uma vez escondi coisas dele. Eu sou uma péssima filha, ele ficaria decepcionado comigo.
O resto da tarde passou sem nada de especial, estar impossibilitada de andar livremente por conta do meu tornozelo não ajudava. Eu estava estressada, então não deixei o quarto.
Barrei a vontade de ligar para Lara, a confusão em minha cabeça e coração chegou ao pico.
— Yas? – Era o meu pai.
— Entra, papai. – Ele abriu a porta, em sua mão havia uma taça com brigadeiro.
— Trouxe para comermos juntos. – Seu Alonso sentou ao meu lado, me entregando uma colher. — Por que tá trancada aqui? Por acaso você e a Lara brigaram?
Eu deveria contar a ele... toda a verdade.
— Não, papai, não brigamos. – Peguei uma quantidade generosa.
— Então o que tá te assombrando, filha? É a reunião de amanhã?
Eu não posso...
— Papai, o diretor Claudio, por que não insiste pra ele ficar? Ele tem feito um trabalho incrível no hospital. – O meu pai sorriu.
— Ele quem decidiu, filha, quer ter tempo pra família. Logo, logo pretendo fazer o mesmo, quero dedicar todo o meu tempo a vocês. Precisarei de energia pra correr atrás do novo membro da família.
Me encostei nele, repousando a minha cabeça em seu ombro.
— Tudo bem se você não ser a diretora, filha, eu tenho um orgulho danado de você, do seu irmão, das pessoas boas que sua mãe e eu educamos. Os seus avôs, quando eu era muito pequeno, eles costumavam me dizer que não importava a profissão que eu desejasse seguir, por tanto que mantivesse o meu caráter e o bom coração, eles estariam orgulhosos.
Ah, papai.
— O mesmo digo a você, Yas, mantenha o seu caráter e o bom coração. Sua mãe e eu temos orgulho de você. – Engoli o choro.
Fiquei ali por muito minutos, aproveitando a presença daquele homem.
— Eu te amo, papai...
Fim do capítulo
Boa tarde, minhas deusas. Aproveitando a folga pra postar mais um cap.
Vou postar o extra que pediram mais a noite, ok? Primeiro passará por nossa querida Tany.
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JeeOli
Em: 17/11/2022
sobre Yas e Lara estao lindas demais...
Rafa e Ana acho que é um casal um pouco complexo, eu acho que elas se gostam e devem ficar juntas, mas é algo complicado pela idade da Ana, mas nao acho tao errado quando as duas se gostam realmente e nao parece faltar muito para a Ana ficar de maior e acho interessante a Rafa com ciumes
Resposta do autor:
É realmente complexo, a idade, a extensa experiencia em comparação a outra.
Um casal em aberto, que pode ter N resultados. Vamos acompanhar o que pode ser.
Como vi em um meme uma vez: quem muito analisa, vem outro aprova e leva kkkkkkkk
ai, isso saiu ridiculo.
Dessinha
Em: 17/11/2022
Que pegacao maravilhosa, meu pai do céu. Esquenta até o juízo da gente hehe. Tô sentindo que a Rafaela vai rodar com a Ana, essa boate aí promete altos beijos em várias gatas enquanto a outra se remexe. O negócio tá bom demais. Quem resiste a mulher feito essa Yasmín? É uma perdição só, Lara não aguenta, impossível. Sensacional!
Resposta do autor:
kkkkkkkk Lara e Yas são fogo e gasolina.
A Rafa e a Ana é um negocio complicado, tudo pode acontecer e está aberto. Surpresa como ela tem feito sucesso ;)
minha menina é demais.
Yasmin é uma coisa, me lembra uma ruiva do meu trabalho kkkkkk oh, deus.
Vamos de mais um cap?
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Lea
Em: 17/11/2022
A Rafaela com ciúmes da Ana Clara? Gostei!
Camille chegou para perturbar a Yasmin de perto. O que essa louca vai aprontar? MISERICÓRDIA!
HUGO,isso é hora de descer as escadas,menino???!!!!!
E essas duas,pq não foram para um quarto???!!!SURTEI COM ESSA CENA!!!!!
Nicole está muito quieta,essa outra louca vai aprontar na reunião.
Esse Patrick, é um desprezível, homofóbico, preconceituoso medíocre!
*
Boa tarde,meninas!!
Que venha o capítulo EXTRA, não vou reclamar! Kkkk
Resposta do autor:
Foi o que pareceu, a loira com ciúmes.
A gente quando lê algo asssim acha que nunca vai acontecer, até topar com um ser desses...
kkkk o Hugo é um amor... adoro demais.
Acho que ambas gostam do perigo... uma pitada de adrenalina.
e vamos de mais um cap? vou postar agora mesmo.
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izamoretti30
Em: 17/11/2022
Ana completando 18 aninhos vai pegar a Rafa de jeito kkkk
é de família né dona Lara, são cheias de atitudes.
Resposta do autor:
Ana vai pegar geral kkkkkkk brincadeira
Ou não, não sei.
A Lara com toda a certeza sabe usar de sua beleza
Um abraço, até mais tarde.
:)
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laisrezende
Em: 17/11/2022
Suas maravilhosas... Não acredito que darão cap extras!
Vocês são as melhores sem duvidas!
Amei demais, espero que o próximo seja tão bom quanto.
Yasmin e Lara, se intensificando cada vez mais. É lindo ver isso delas, do fogo ao carinho.
E meu casalzinho preferido ? Rafa cheia de ciúmes mas tentando negar né. Essa festa promete, Rafa vai surtar com essa intimidade de Ana e Antonella. Já quero mais logo
beijão e até a noite
Resposta do autor:
Somos leitoras e sabemos da ansiedade da espera de um cap. Tany e eu estamos lendo uma obra da Geh Padilha e estamos sofrendo horrores com a espera.
Lara e Yas criando vínculos, do fogo aos sentimentos mais nobres.
Parece que a Rafa sentiu, né?
18 anos da Ana e teremos muita coisa. Eu shippo um trio amoroso kkkk eu gosto do caos.
Até a noite
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Tazinha
Em: 17/11/2022
Com certeza vai ter uma nova explosão do big bang com essas duas se pegando, Yas e Lara se apaixonando.... Confesso que também estou ansiosa por Rafa é Ana, sempre gostei dessa pitada de adolescentes, e tals com mulheres mais velhas.
Resposta do autor:
Kkkk eu estava com receio de abordar algo sobre, não quero que passe uma impressão errada, sabe? Ou normalizar relações assim. Tô pisando em ovos.
Bem, mais tarde teremos mais um.
Obrigada por comentar, minha querida leitora.
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CatarinaAlvesP
Em: 17/11/2022
Ciúmes dona Rafa? Kkkkkk. Esse aniversário da Ana vai render hein? Acabou que a Antonella causou ciúmes na Rafa sem ter a intenção, ansiosa pra essas duas. Com certeza a Rafa vai dar algum chilique com a Ana por ciúmes. E a gente ama uma ceninha dessas né
Resposta do autor:
É o que pareceu.
Ana e Antonella têm um vínculo, se gostam e se respeitam.
Bem, ainda temos uma longa jornada e que ela fique na memória de vocês.
Um grande abraço.
S2
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