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A tragicomédia de Morgana por shoegazer

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Palavras: 2196
Acessos: 430   |  Postado em: 15/11/2022

Notas iniciais:

Capítulo um pouco difícil de digerir, então, consumam com cuidado.

Quebra

No final das contas, o parecer final foi da produtora, que decretou que as filmagens continuassem comigo a par do que acontecer, mas tendo que acatar as mudanças da diretora que não intervisse completamente no produto final. Eu me dei por satisfeita, mas Camille se sentiu coagida pela reação dos atores a continuar com o roteiro.

Essa não é uma briga que quero comprar, mas já dá pra entender que nossa relação ficou estremecida, focada somente no necessário em poucas palavras. Sei bem que ela está com raiva de mim, e torço pra que isso não se prolongue, mesmo achando que estou pedindo muito. Por isso não gosto de ter que interagir com gente, nunca sei o que esperar delas além do pior.

É porque pouco me importo com qualquer coisa no momento.

Hoje não é um dia comum, daqueles que consigo lidar até chegar em casa. É um daqueles que estou a ponto de ter uma crise que sabia que ia chegar.

E agora tento me controlar pra não perguntar pra Isolda como ela consegue aquelas pílulas, ou de evitar fazer uma visita só pra saber se ela não pode me ceder uma daquelas...

Não tem como passar pelo lugar que passei sem nenhuma sequela e, levando em consideração a minha genética nada favorável, acho que ainda me saio bem por não ter ficado completamente dependente química.

Quer dizer, em parte. Meu desmame medicamentoso foi um ponto bastante complicado, o que dá pra compreender que, quando as coisas pioram, eu sempre fique tentada a dar uma fugida da realidade.

Eu não quero só fugir da realidade.

Eu quero deixar de existir completamente.

Estou mal pra caralh*.

Meu exterior é totalmente comum, meu interior é uma confusa colcha de retalhos. Não que eu goste. Eu queria ser como todo mundo.

Estou muito triste.

Minha mãe sempre foi aversa a que tivéssemos contato com a “futilidade” do mundo ao nosso redor. Talvez por isso Isolda tenha mergulhado tão fundo nisso quando teve a oportunidade, e eu cada vez associei mais minha vida à realidade que eu crio no papel.

Não consigo suportar minha companhia.

Parece que minha vida com minha família foi uma mentira que a mente criou em algum momento pra poder suprir algo que nunca existiu. Todas as memórias da minha infância são envoltas em algum trauma difícil de digerir, com grandes lapsos de tempo entre uma e outra, e quando se aproxima da adolescência, vai afunilando até chegar onde eu cheguei há anos atrás.

A culpa não é de ninguém, é só que tudo acumulou de uma vez.

Hoje não é um dos meus melhores dias. Na verdade, há dias que não tenho um momento pra chamar de bom, e isso aflora coisas em mim que eu não gostaria de lembrar.

Da última vez que me senti tão detestável, fui sedada por dois dias.

É o que eu queria no momento.

Eu só consigo pensar nisso. Como é o nome do xarope que a Valentina tomava? Era com mais alguma coisa... Ah sim, é, esse mesmo, lembrei.

O que me faz, depois do expediente do trabalho, procurar a farmácia mais próxima e pedir por um antitússeno e uma cartela de comprimidos. Sim, para tosse, estou com uma tosse terrível por não conseguir digerir a realidade.

Me desculpe a aqueles que pensavam diferente sobre mim. Em algum momento, eu devo passar confiança o suficiente pra seguir em frente, mas hoje é um daqueles dias que eu caio e não quero mais me levantar.

Vou para casa, sento no sofá e abro o frasco,colocando duas pílulas debaixo da língua e tomando mais da metade em poucos goles. Respiro fundo e meu estômago reclama do conteúdo, assim como o horrendo gosto amargo na boca.

Ser uma farsa moralmente aceita cansa em uma hora.

Eu não existo. Só conhecem o que quero que conheçam.

O efeito desse demora um pouco para aparecer.

Eu sei que o que vem a seguir talvez não seja o que quero, mas não consigo mais me esconder.

A Morgana que realmente conheço não é forte o suficiente pra aguentar isso calada.

Mas alguém realmente é ou só fingem muito bem?

Fecho os olhos e aquela densa névoa invade meus sentidos, me levando pra bem longe. Uma hora ou outra, vou ter que encarar isso, e prefiro que seja assim.

 

 

 

O PAI

Ninguém vai acreditar em você.

ISOLDA

Eu não vou mais ficar calada, já chega!

O PAI

Acha mesmo que sua mãe vai acreditar em uma mentirosa como você?

Isolda permanece em silêncio.

O PAI

E a Morgana?

ISOLDA

Não mete ela no meio disso, seu lixo de merd*, seu...

 

Não consigo, eu não...

 

ELEANOR

ELEANOR

ELEANOR

MINHA MÃE

MÃE

MAMÃE

 

Tenho vontade de vomitar.

 

MOR.GA.NA.

Significa "mar circular", "círculo de mar" ou "rodeada de mar". Morgana é um nome feminino que tem origem no galês antigo, ou no celta, Morcant, que era inicialmente um nome masculino.

Esse nome une as palavras mor, que quer dizer "mar" e a palavra cant, que significa "círculo".

O nome Morgana está também associado à feitiçaria. Segundo a lenda do Rei Artur, Morgan La Fey era uma feiticeira, adversária do Rei Artur e da Rainha Guinevere.

Algumas fontes referem ainda a possibilidade de Morgana significar "nascida do mar", se a origem for o Gaélico Muirgen, ou "belo mar”, “brilhante".

 

 

Quem escolheu seu nome?

Foi minha mãe.

Qual sua memória de infância preferida?

As coxias da apresentação da minha mãe e quando meu pai chegava com um livro novo.

Quem é sua mãe?

Eleanor Kercher, bailarina clássica.

E seu pai?

Renato Villela, empresário da construção civil.

Como eles se conheceram?

 Ele a viu em uma apresentação e mandou flores, falando que ela era como um anjo.

O casamento deles era feliz?

Nunca foi.

Você foi planejada?

Pelo meu pai sim, pela minha mãe, não.

E Isolda?

Para minha mãe, ela foi uma falha.

E você?

Ela não podia errar comigo.

Você já se sentiu realmente amada, Morgana?

Amor não é aquilo que vem com a dor?

 

 

 

Não consigo não chorar.

Acha que Eleanor ama você, Morgana?

Não.

Mas você a ama, não ama?

Amo.

Sempre a amei.

E Renato?

Talvez seja por ele gostar de mim que tudo deu errado.

 

E o que deu errado, Morgana?

 

Foi no dia 27 de dezembro, às 23h28m.

 

O que aconteceu?

O que aconteceu?

 

Você sabe o que aconteceu,

Não sabe?

 

 

 

 

 

— Morgana!

Não consigo reagir, e Isabela pressiona meus ombros com mais força.

— Me responde – e pega o líquido da minha mão – mas... O que é isso?

E olha nos meus olhos arregalados.

— Guria, se tiver me ouvindo, fala alguma coisa – sua voz tremula, e levo minhas mãos até o rosto dela, apertando-o.

Não aguento mais isso.

Ela me olha confusa antes que venha mais um lampejo daqueles.

 

 

Estou no palco de teatro, sozinha. Tudo está escuro com exceção do palco. Quem sobre nele é Valentina, com um vestido vermelho e seus cabelos encaracolados presos em um coque. Palmas de lugar nenhum ressoam, e ela está com um papel em mãos, e começa a recitar o que está escrito.

 

Valentina

Eu te amei de verdade, Morgana

Mesmo que eu tenha te machucado

Eu não sabia o que era gostar de alguém

Eu era narcisista

E psicótica

Mas nos meus episódios de mania

Eu te amei como ninguém

Mesmo que eu tenha dado fim à minha vida

E te deixado sozinha

Vagando pelo além

 

Mais palmas enquanto ela sai com a forca quebrada no pescoço.

Não consigo expressar nenhuma reação. Entorpecida demais pra pensar em outra coisa além de só ver o que passa na minha frente.

Barulhos de bolas de tênis que batem uma na outra. Aplausos ressoam de novo, assim como uns gritos. Meu estômago revira, mas não consigo vomitar, só sentir enjoo. Ela está com as roupas de tênis e sua raquete é um microfone, e olha ao redor onde não tem ninguém, e para os olhos em mim.

— O que eu tenho a falar da Morgana? Bom – ela ri com ironia – ela é aquilo que chamamos de conhecidas com benefícios, mas nada além disso. Ficar com ela é o mesmo que trocar de roupa.

Risadas na plateia vazia.

— Ou ela acha que me importo mesmo com o que ela acha? Cara, nos beijamos no máximo umas cinco vezes e ela está achando que eu me importo. Sabe porque ela não se envolve com ninguém? Porque sabe que no final das contas fica sozinha. Gente, ela é tão fracassada que a única menina que aceitou namorar com ela se matou.

Gargalhadas da plateia.

— E outra, acham mesmo que eu me interessaria por uma maluca frígida? Ela tomou tanto ansiolítico na vida que não tem libido pra nada! – Mais risadas – Na moral, que triste deve ser a vida dessa garota!

E se volta pra mim.

— Mas ela sabe que é triste, não é?

As cortinas abaixam.

 

 

— Por favor, faz alguma coisa – a voz de Isabela é chorosa – por favor!

— Eu preciso entender o que aconteceu primeiro – alguém segura meu pulso com a ponta dos dedos – Morgana, está me ouvindo? Isa, pega o que tu achar pela casa dela remexido, agora!

 

 

As cortinas se levantam. O palco é iluminado por uma luz forte solitária.

Eleanor aparece dançando sozinha o Lago dos Cisnes no palco.

Meu exemplar de Romeu e Julieta está em minhas mãos. Eu lembro bem desse volume, foi o primeiro livro de Shakespeare que meu pai me deu. Leitura adaptada pra romance. Abro o livro, e está alia dedicatória dele.

— O que você acha?

Pai?

Olho pro lado e está Renato, sério, com as roupas de trabalho, os pés apoiados na cadeira da frente. A música se intensifica.

— Da apresentação dela?

— Sim – sua voz grave e rouca ecoa no ambiente.

— Ela sempre foi boa.

— Você tocava essa música no piano, lembra? Tinha vontade de chorar toda vez que a tocava – ele me olha de relance – Por que parou? Você tocava de forma excepcional.

— Era mais pra agradar vocês – dou com os ombros, vendo a apresentação – principalmente ela.

— O sonho da sua mãe é que você regesse a companhia... Não tinha nenhum prazer em tocar?

— Tinha, mas... – respiro fundo – o senhor sabe que perdi a vontade com tanta cobrança. Em vez de ter prazer, era uma tortura, tanto que... Acho que nem consigo mais tocar por querer.

— Sua mãe sempre foi uma filha da puta, Morgana.

Morgana olha para ele, e o vê coberto de sangue, principalmente no rosto e nas roupas.

— Me desculpe por não ter sido um pai melhor pra você.

 

 

 

— Se ela não melhorar com isso, a gente vai ter que levar pro hospital – ouço a voz diferente ao meu lado.

— Ela vai ficar bem logo – Isabela parece chorar – não vai?

É a garota dela, abrindo meus olhos cansados.

— Isso é intoxicação por codeína – meus olhos cerrados a veem segurando a garrafa – Só uma pergunta... Não foi essa tua vizinha que teve um surto uma vez?

— Foi, ela mesmo.

Ela volta a olhar para as minhas pálpebras.

Estou completamente torpe. Parece que estou dormindo, mas estou consciente, com meus olhos franzidos.

— Isa... sei que é cedo pra dar algum parecer, mas isso está com muita cara de que ela tem algum transtorno mental maior... Ou uma depressão muito severa ou personalidade limítrofe. Tá parecendo muito com esse último.

— Capaz, Cá – Isabela e sua voz ressoa pelo ambiente – ela só está tendo...

— Um dia ruim que a fez se drogar até sair da realidade? Morgana – sua voz suave vem até mim – me responde se tiver me ouvindo, por favor, é importante.

— Hm...

— Está conseguindo respirar direito? – sua mão toca meu peito, e tenho vontade de rir, mas em sequência vejo lágrimas descendo do meu rosto – Isa, tenta falar com algum parente dela, mãe, irmã...

— A irmã dela está na reabilitação, não tem nem como avisar.

Ela emudece.

— Então alguém próximo, tio, tia? Pega no telefone, é o jeito.

Tenho vontade de rir.

— Vão me levar de volta pra casa?

Ela segura minha mão, e coloca a dela contra o meu peito, que vai ficando cada vez mais lento.

— O quê?

— É que isso me machuca.

É a frase que escapa da minha boca.

Do que eu tenho certeza daqui? Nem da minha consciência estou tendo no momento, se é se algum dia tive.

A garota me olha sério, me analisando de novo. Estou sonhando, não estou? Isso não pode estar acontecendo.

Isabela sussurra alguma coisa que não entendo.

 

 

A apresentação acaba, e jogam rosas vermelhas no palco enquanto ela agradece. As cortinas descem diante dos aplausos da plateia e tudo fica escuro novamente.

Fim do capítulo


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Comentários para 24 - Quebra:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 15/11/2022

Nossa! Acorda Morgana reage .

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