Epílogo

 

- Foi bem de viagem? (Perguntou dando um selinho assim que ela entrou no carro).

 

- Sim, tudo em ordem. Obrigada por vir me buscar.

 

- Tudo bem para você de dormir na minha casa? Vamos viajar logo após o café da manhã, mas, se preferir posso te buscar cedo, o que for melhor para você.

 

- Sem problemas, só preciso deixar umas coisas no apartamento e pegar outras.

 

- Então vamos para lá primeiro.

 

- E nós também precisamos conversar.

 

Ela somente concordou e deu partida no carro.

 

- Minha mãe mandou bolo para você.

 

- Aquele que ela faz de fubá com goiabada?

 

- Acertou, esse mesmo.

 

- Eu adoro, quando você for ligar para ela, eu agradeço.

 

- Você só falou que a viagem é para o litoral. Qual cidade?

 

- Ubatuba, vi fotos da casa e adorei, faz tempo que não vou para praia, vai ser gostoso.

- Você vai dirigindo?

 

- Não, a viagem é longa, nós vamos num carro só, meus pais e o Murilo revezam no volante, vamos no tiggo do meu pai, é mais confortável e com sete lugares.

 

- Teu irmão te contou que me mandou mensagem?

 

- Não.

 

- Eu te mostro assim que chegarmos. Na segunda quinzena de janeiro vou começar a trabalhar como pesquisadora, por conta do intercâmbio, consegui uma vaga de bolsista.

 

- Parabéns, você merece.

 

- Muito obrigada!

 

Logo elas chegaram e Mônica deu risada com a mensagem enviada pelo seu irmão.

 

- Até foto minha ele te mandou, esse Murilo é terrível, faz de tudo para tentar me ajudar e pelo visto deu certo, você voltou e aceitou meu convite.

 

- Eu já estava propensa a aceitar, o ciúmes andou falando mais alto, por isso, não aceitei antes e quero ficar bem contigo, todo esse tempo longe foi muito chato.

 

- Confesso que fiquei devastada com toda essa distância, foi ruim ser pega de surpresa, acabei sendo até inconsequente, ainda bem que minha família me auxiliou.

 

- Sinto muito de verdade por tudo isso, volto a me desculpar e prometo não omitir mais nada. Quero te amar e partilhar a vida contigo (afirmou emocionada).

 

- Posso? (Perguntou apontando para sua aliança que ainda estava no colar).

 

- Claro! (Respondeu se virando de costas e segurando seus cabelos).

- Você falou que guardaria, não imaginava que seria no colar.

 

- Quis manter comigo, coloquei logo que deixei a tua casa, no dia que você me entregou e me fez companhia por todos esses meses, em nenhum momento tirei a minha, sempre tive a esperança de reatarmos (contou e sorriu observando ela recolocar sua aliança).

 

- Acertadas?

 

- Sim!

 

Elas se abraçaram e se beijaram, finalmente se acertaram. Thayná pegou o que precisava para viagem e seguiram para casa da loira.

 

- Obrigada por toda sua ajuda (agradeceu depois que seu irmão cumprimentou sua namorada).

 

- Tua vez de me dar uma força, fala com a Liza, ela está com vergonha de viajar com nossos pais, disse que não passou uma boa impressão para eles e está toda encabulada.

 

- Vou ligar para ela.

 

- Valeu.

 

Explicou desta vez de forma detalhada, a história para morena, que não gostou nada do relato e fez ela prometer que seria mais cuidadosa, pois, se preocupava com a segurança dela. Falou com a amiga, insistiu bastante até ela concordar com a viagem, garantindo que seus pais tinham superado aquele episódio e que a tratariam bem.

 

- Eu no lugar dela também ficaria constrangida, ainda bem que seus pais são gentis e você uma boa amiga, que não a deixou lá sozinha naquela noite.

 

- Prefiro não ficar mais lembrando disso. Vamos descer, o jantar deve estar quase pronto.

 

O Murilo agradeceu, aproveitou o jantar para pedir para família não tocar no assunto durante a viagem, com intuito de deixar aquilo no passado, para não incomoda-las.

Depois do jantar, Mônica foi tomar banho, enquanto Thayná falava por telefone com sua mãe.

 

- Que cheirosa! Vou tomar banho também.

 

- Já deixei uma toalha para você no banheiro.

 

- Obrigada!

 

Quando voltou para o quarto, a outra estava deitada na cama lendo. Sabia que ninguém entrava no quarto dela sem bater na porta, mesmo assim, optou por trancar a mesma.

 

- Tem alguém com segundas intenções (comentou reparando no que ela fazia).

 

- Não posso negar, estou com saudades, o que você está lendo?

 

- Um romance, mas, prefiro mesmo viver e sentir na pele o nosso (respondeu fechando o livro e colocando o mesmo na sua cabeceira).

 

- Posso cuidar disso (garantiu tirando a camiseta que tinha acabado de vestir).

 

- Estou necessitada dos seus cuidados (falou manhosa).

 

- Que delícia ouvir isso (disse terminando de se despir).

 

- Tão linda!

 

- Olha quem fala.

 

- Meu corpo responde tão bem ao seu comando, me derreto por ti.

 

- Mulher, você me deixa doida, senti tanta falta tua.

 

Elas fizeram  amor com urgência, estavam saudosas e sedentas. Elas cederam ao desejo, que estava ardente. Só se atentaram para não fazer muito barulho, já que estavam na casa da loira. As duas trocaram carícias selvagens, mas, ao mesmo tempo com certa doçura. Quando atingiram o ápice do prazer, tiveram a sensação que tinham chego ao paraíso, ficaram largadas na cama, pareciam chocolate derretido, exaustas e felizes.

 

- Senti tanta saudade do teu cheiro, do teu toque, do seu sabor e dos seus carinhos.

 

- Thay, eu também, que delícia matar as saudades, ser sua e te ter nos meus braços assim desse jeitinho. A nossa entrega é tão gostosa. Fico feliz que estamos bem.

 

- Durma bem minha linda.

 

- Amor, boa noite!

 

Adormeceram abraçadas e passaram a noite inteira unidas, elas precisavam daquele contato depois de tantos dias longe uma da outra. Acordaram com o despertador, tomaram banho juntas e antes do início da viagem tomaram um café da manhã reforçado. Murilo buscou a Liza e os três casais aproveitaram o final do ano juntos.

Mônica e Thayná namoraram bastante durante os dias que passaram na praia, curtiram muito o primeiro réveillon juntas, continuaram aproveitando todo o mês de janeiro, aproveitando das férias, passaram uma semana em Ribeirão Preto e depois que se acertaram ficaram inseparáveis.

A distância criou barreiras, mas, o amor delas se intensificou e ficou ainda mais forte, apesar de todos os conflitos, elas conseguiram superar, pois, quando o sentimento é verdadeiro, o distanciamento pode ser um problema, porém, o tempo não enfraquece o que se sente e ninguém substitui a pessoa amada.

 

- Mônica, você tem noção do quanto que você me faz feliz?

 

- Thayná, é fácil te fazer feliz, porque você é o amor da minha vida.

 

"E agora sou feliz, pois lhe tenho bem aqui

Você é a escada na minha subida
Você é o amor da minha vida
e o meu abrir de olhos no amanhecer
Verdades que me leva a viver
Você é a espera na janela
A ave que vem de longe tão bela
A esperança que arde em calor
Você é a tradução do que é o amor".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo