Capitulo 48
CAPÍTULO 48
NALUM
Não sei dizer em que parte do meu corpo começou... por onde antes o sangue corria irrigando os órgãos e artérias agora crepitava um fogo frio, a lava ia descendo e quebrando em pequenos pedaços de brasas dava para sentir os sólidos minúsculos se chocando na descida a caminho da ponta dos dedos ameaçando vir a superfície explodindo em chamas;
por onde escoava o sangue tudo entrou em ebulição no momento em que senti meu povo ser tratado com gritos e recebendo ordens como se fosse propriedade desse senhor, não esperei um segundo grito, com a mão que estava livre chamei minha espada do gelo que respondeu silenciosa subindo serpenteando da aljava e tocando minha não que aguardava rente a nuca, aquela que ganhei antes de começar a jornada, no mesmo instante o aço sem uma forma definida na outra mão oscilou e se espreguiçou como um gatinho acordando a temperatura entre minha mão e o metal mudou igualmente e uma voz doce e forte na mesma medida sem vacilar ordenava;
“Pense na Nalum vamos rápido. Chame a guerreira”
“Eu não sei como fazer isso” Respondi sem mudar o foco ou pestanejar, como chamar alguém que eu sequer sabia a existência ali era somente eu tentando controlar meu corpo e não deixar que minha mão usasse de força para cravar aquela espada na caixa tórax do senhor sem obter respostas.
“Não se preocupe, só pense e ela virá deixe ela participar vendo através dos seus olhos.
Eu pensei no nome na força que ele tinha imaginei eu mesma sendo uma guerreira lutando numa batalha lendária na mesma hora a imagem foi sendo construída, uma guerreira de quase dois metros de altura pernas e músculos todos trabalhado usando uma roupa de couro já gasto, colado ao corpo, os cabelos negros com fios de grafite se misturavam e entrelaçavam no vento, os olhos de um azul estonteante da cor do céu do Nordeste do Brasil e a boca escandalosamente sensual, uma deusa feita de beleza e fúria, vinha chegando e pegou no aço que estava na minha mão esquerda que ao toque dos dedos da guerreira rapidamente liberou o pedaço de aço que migrou para as mãos da lutadora.
Em suas mãos não estava o pedaço de aço que eu segurava, em suas mãos estava uma espada, terrivelmente linda sua envergadura tinha o formado de uma lua em quarto crescente fina e comprida o gume sua navalha cortava dos dois lados e tinha, um cabo todo cravejado de pedras preciosas e runas, o jeito que ela ficou de pé ao meu lado segurando a espada só demonstrava anos e anos de exercícios.
Nalum ficou de pé segurando a peça Era perfeição, como se a arma e seu braço fossem um só,
toda minha família viu a guerreira através da minha mente que abri o canal da nossa ligação geneticamente fechando logo em seguida para não sermos descobertas.
No enteando elas ficaram olhando de esguelha para o meu lado tentando ver mais da guerreira, eu me aproximei encostei a espada de gelo em cima do coração do homem.
―Só mais um grito... só um gritinho de merd* desse em qualquer uma aqui. E eu te mando de volta para o lugar de onde veio. ― Da ponta da espada uma nuvem de fumaça de vapor se condensava em contato com a temperatura ambiente, o senhor para seu credito não tremeu, e nem ficou assustado, minha família todas estavam no modus de guerra preparada para correr ou para lutar, ouvimos passos vindo la dos lados do pé da montanha todas na mesma sintonia olhamos para a senhora que caminhava lentamente.
―Eu falei para você que essas lobas eram mulheres de sangue quente, que a alfa delas é impaciente. Você e sua mania de gritar não está vendo que as coisas a muito tempo mudaram.
Esther veio para o meu lado, segurou delicadamente meu pulso afastando a espada do peito do homem que permanecia no mesmo local olho dentro do meu olho com algunha coisa parecida com busca acho que ele buscava ler dentro da minha mente, o que será que ele procurava ver? Meus escudos de proteção tanto o da genética que me liga a todas da minha reserva como o normal ambos estavam erguidos ele não conseguiria entrar ainda assim senti uma mão ossuda de dedos finos frios como gelo grudados na parede da minha mente querendo encontrar uma brecha para passar. Minha vontade era deixar ele entrar e uma vez dentro da minha cabeça escravizar, mas eu não sabia o poder que ele tinha e se ele me escravizasse? Melhor deixar ele pensar que era mais forte do que eu, até por que poderia ser verdade, me afastei e guardei a espada, a Guerreira me olhou com aquele sorriso aberto e franco e segredou.
―Mantenha a guarda alerta, não confie nele não beba ou coma nada oferecido por ele ou pela mulher. ―Eu queria perguntar se era certo perder tempo ali, mas não foi possível a guerreira desapareceu.
Sem tirar os olhos do homem me concentrei no que Esther e a senhora conversavam, guardei a espada de gelo e apertei a mão da senhora que tão gentilmente estendera pra mim.
―Perdoe meu companheiro de jornada, nós estamos a um tempo nessa caminhada que as vezes ele tem essas crises. Meu nome é Raquel fui encarregada de receber vocês nesse plano― a senhora sorria, no entanto, o sorriso não chegava aos olhos não tinha aquela luminosidade estampada em todo o rosto e que faz a gente crer que a pessoa está sendo sincera esse raio de luz ela não tinha. melhor ficar de olho nela também.
―Entendemos perfeitamente eu sou Esther e essa é...
―Sabemos que são vocês, estou esperando a chegada de todas a muito tempo. Vamos deixar a conversa para logo mais, ali atras daquelas arvore tem uma bica de águas cristalina que sai das pedras podem ir tomar um banho, já deixei lá uma veste limpa toalhas para cada uma, essa roupa que estão usando deve ser queimada, não podem forjar as armas com nada que não esteja purificado, fiquem à vontade;
Saímos para o local indicado quando estava saindo percebi uma troca de olhares nada cordial entre os dois, a impressão que eu tive era de que o homem estava reprendendo a mulher. Precisava avisar a família da minha desconfiança e do que minha espada tinha me confidenciado, mas antes tinha que descobrir uma forma de contar sem ser descoberta não sabia até onde o que falaríamos poderia ser escutado, ou se o homem poderia estar nos vigiando.
Realmente no pé da montanha encontramos tudo que precisávamos, entramos uma a uma embaixo da bica natural.
― Encontrei sabão e shampoo ali nas pedras, toma não use todo quero lavar meus cabelos também. ―Esther estendeu o braço oferecendo o frasco enquanto ia tirando a roupa, me afastou para o lado aproveitando o jato de água e eu ensaboava meus cabelos enormes bem próximo a cintura gritando por um corte.
―Afasta pra la mãe agora e nossa vez―Ameth entrou com a Jana mal molharam os cabelos foram empurradas por Gilles e Agatha, que tomaram o local só saindo de la para ensaboar o corpo e lavar os cabelos.
Um pouco mais afastado tinha uma pilha de roupas tirei a de cima notei que as outras era muito parecida com a que estava na minha mão, couro puro sem muitos detalhes parecia ser o meu tamanho, vesti pelas pernas como quem veste um short e ele foi se ajustando quando passei os braços na parte de cima ele se ajustou todo confortavelmente na pele o forro a parte que tinha contato com a pele era revestido de lã o que tornava a veste quentinha, um par de luvas do mesmo couro que deixava todos os dedos da mão livres, e dois pares de braçadeiras para os pulsos e braço quando terminei de me vestir em silencio este foi quebrado pelo som ridículo da risada de todos zombando da minha aparência.
―Qual o problema de vocês nunca viu uma guerreira na frente de vocês ―Só então a ficha caiu pra mim que me olhei vestida daquela forma, eu estava idêntica a Nalum a tal da guerreira que minha espada chamava.
―Sabe com quem está parecendo? ―Ameth falou bem próximo já se vestindo―Está parecendo a Sena aquela do filme ainda mais com esse olho azul.
―Pois saibam que eu a acho um escândalo de bonita, pelo menos eu vou ser a Sena original e você Ameth que vai ser a Shena dos olhos de prata a Esther a Shena dos olhos trocados.
Todas param de rir quando viram que a beta saia da bica com a cara amarrada olhando para mim e pegando suas roupas para vestir, de olho em mim, Gilles e Agatha que não são bestas pegaram suas roupas e foram mais para longe se vestir enquanto Jana não dava um pio. Quando Esther terminou de colocar as braçadeiras nós olhamos umas às outras estávamos idênticas nas roupas e como eu disse a cor dos olhos e dos cabelos e que nos diferenciava.
Quando todas iam saindo eu segurei o braço da Esther e balancei a cabeça avisando para ela não sair gesto esse que foi percebido pelo resto da alcateia quando viram o que eu fazia ficaram também esperando, agi rápido. Peguei meu aço que tinha deixado bem próximo e com a ponta da extremidade por ser uma ponta fina escrevi na areia.
“essa espada fala comigo, ela pertence a uma guerreira magica muito parecida como eu estou agora, não sei dizer se sou eu no futuro, mas ela pediu para não confiar nele. Acho que ela fala do velhinho.”
Quando vi que todas tinha lido passei o pé em cima apagando tudo Esther foi até a bica e trouxe sua garrafinha cheia com água da bica jogando onde eu tinha escrito, lavando a terra para não deixar vestígios, ao ver isso as outras foram junto e começou a falarem ao mesmo tempo falando das roupas, enquanto Ameth escrevia.
“Eu também tive a impressão que meu aço falava comigo na hora que peguei quando mima mão tocou no metal frio tive a sensação de estar próximo a máxis e foi quando ela veio até a mim já adulta vestida do mesmo jeito que estamos agora segurando um arco muito parecido com essa besta que eu trouxe.
E mais uma vez apagamos no mesmo processo primeiro com o pé em seguida jogando água para limpar o solo cada uma foi dizendo o que sentiu.
“Meninas tudo indica, que estamos vendo nossas filhas eu sei que não somos nós por que eu vi duas Sandy segurando um machado lambris as duas eram idênticas mas com meus olhos de cores diferentes e que nelas é como uma identidade para confundir, se tiverem lado a lado na guerra o lado a lado o olho direito combina com o olho esquerdo da outra se mudarem de posição o olho amarelo combina com o amarelo da outra e como se as duas fossem uma só, não é perfeito isso.― Era raro mas quando acontecia era uma coisa bela de se ver e ficamos extasiada com o sorriso de felicidade estampado no rosto da minha beta, que não se apagou nem mesmo quando Gilles começou a contar sua visão.
“Eu vi uma mistura de mim e Mel ao mesmo tempo, segurando um cinturão repleto de facas com tamanhos variados, mas o que ela falou, e que me deixou apreensiva. Ela pediu para não confiar no anjo caído, mas não teve tempo de dizer qual dos dois é o anjo caído “
Fim do capítulo
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