Capitulo 38
CAPÍTULO 38:
OS DESCENDENTES
Minha Mulan pulou da cama, uma vez no chão, desapareceu no ar me deixando a saudade e a dor da perda de estar longe... da distância que eu também não sabia a intensidade até então essa dor me partia algo por dentro num sentimento cru desconhecido, senti lagrimas rolar em minha face e nem tentei disfarçar.
― O que está acontecendo minha lobinha? eu nunca vi você chorando. ― Amkaly sentou ao meu lado e me abraçou me puxando para colocar minha cabeça em seu ombro.
― Você está me assustando, abra a porr* dessa mente para que eu saiba o que está acontecendo. ― Seu desespero ao me ver chorar me fez cair na real.
Só então eu percebi que tinha erguido a barreira de proteção e nem mesmo a minha companheira poderia sentir pelo laço ou saber o que estava acontecendo comigo. Abri a mente deixei que ela entrasse e visse nossa filha correndo, fazendo peraltice no quarto, ao contrário de mim que chorei de alegria ela apenas sorriu meio desconfiado meio assustada e muito espantada Amkaly não queria filhos, nunca quis sempre que eu falava na hipótese ela deixava claro que se um dia isso acontecesse eu gestaria a criança não ela, sorriu com os olhos meio desconfiados o que importava nesse momento para mim é que apesar de tudo, mesmo assim ela sorriu.
Eu estava tão feliz que mal cabia no peito ainda estava com as pernas bambas que não percebi que minha companheira não estava feliz no mesmo patamar que eu estava.
A muito tempo eu queria uma família estava cansada de ser ti, eu queria as minhas crianças, cresci sendo filha única, eu queria muitos filhos ao meu redor, casa cheia risos e brinquedos espalhados pela casa, mas esse meu desejo eu guardava sempre esperando a hora certa, sempre respeitando o fato dela não querer crianças, Amkaly queria ser livre, viver viajar, ir onde tivesse vontade, sem estar presa a nada talvez pelo fato de ter vivido em prisão domiciliar a vida toda.
Essa notícia de que vamos ser mãe da nova geração de lobas foi a resposta para meus anseios eu fiquei tão. Mas tão feliz que não percebi a luz se apagando dos olhos dela.
Talvez fosse só imaginação minha e Amkaly só tivesse assustada e não conseguisse mostrar o quanto estava feliz, então tive a necessidade de compartilhar minha alegria e minhas dúvidas, precisava chamar minha Beta e mostrar o que estava acontecendo.
“Esther pode falar?”
“Sim pode dizer”
“acabei de ver minha filha aqui no quarto brincando e correndo, acho que ela se chama Mulan ou coisa parecida pelo menos na cama tudo é da princesa Mulan aquela do desenho e no travesseiro da cama tem um nome, mas como está coberto com runas não consegui ler para ter certeza qual é o nome.
“Quando foi isso? E como foi, o que estava fazendo para esse evento acontecer? Eu vou abrir a comunicação com todas”
“Não vai ser preciso Esther, recebemos um puxão pela ligação, alguém quer que todas nós participamos da conversa.” — Gilles falou e eu ouvi a afirmação de todas pela ligação.
“Eu estava olhando o quarto e a cama infantil me chamou a atenção, fui me aproximando um cheiro gostoso de criança encheu o quarto, me sentei na cama e abracei o travesseiro com o nome, era como se ela estivesse aqui, aí eu a senti passando por baixo das minhas pernas. É melhor eu mostrar a vocês como ela é indomável.”
Mostrei a imagem da garota me chamando e pulando em cima da cama.
“Acho que tem uma futura mãe cheia de orgulho e babona, como foi que Amkaly recebeu a notícia?”
“Ainda está em estado de choque, e processando, mas acho que ficou feliz com a visão da Mulan.”
“Nara, as meninas estão se coçando para fazer perguntas, elas estão loucas de paixão pela pequena indomável é assim que estão chamando, e Ameth está se desmanchando em choro, estou vendo a hora minha filha desidratar. Então quer dizer que temos duas fujonas que vieram do futuro para avisar as mães que estavam chegando.” — Senti Esther toda animada.
“Parece que sim, e garotas aqui tem um quarto de criança todo equipado como se o bebê já estivesse prestes a nascer. E Esther a porta que dá acesso ao meu quarto é em formato de runa um quadrado de ponta cabeça com um x atravessando no meio eu não conheço essa Runa agora a do trinco eu conheço é uma runa de desbloqueio olha…” — Mostrei tudo que tinha visto até então.
“Estou achando que a sua guerreira rebelde vai botar nossa alcateia de pernas pro ar, e parabéns ela é linda.” — Gilles começou a conversa e foi interrompida por Lilith que tomou a frente para dar sua opinião.
“E digo mais, desde o momento do chamado pela ligação, que Nyxs está impossível rindo e batendo palma, a cada imagem da Mulan ela grita e mexe com as mãozinhas, ou ela está chamando a garota ou acha que ela é você.
“Esther agora que a Lili falou eu lembrei… quando a Mulan se assustou com a chegada de alguém e eu segui o seu olhar para ver quem era que estava chegando ela me viu, ela me viu e sorriu, e o que eu senti eu não consigo colocar em palavras.
“Você estava nascendo como mãe, naquele momento seu instinto materno nasceu, igual foi comigo quando vi a Nyxs a primeira vez, parabéns ao casal. ― Ameth e Lilith desejaram entre risos e piadinhas
“Nara já imaginou o quão poderosa sua filha vai ser? A Nyxs quando veio atrás da Ameth já estava na barriga da Lili pelo que eu sei a sua ainda nem gerada foi e já está se apresentando.
Fiquei pensando no que Esther tinha acabado de falar, pelos Deuses ela estava certa, isso queria dizer que com o poder vinha a responsabilidade e o cuidado para proteger de pessoas querendo fazer o mal, melhor não pensar agora, tudo tinha seu tempo quando chegasse a hora eu pensaria.
“Eu não sei o de vocês, mas meu quarto virou um berçário de maternidade eu entendo o medo da Amkaly” — Lili estava eufórica.
“Lili Amkaly está em choque ela sempre achou que se um dia tivéssemos filhos eu ficaria gravida não ela por isso ainda não retornou do choque.”
“Mentira Lili, a verdade é que eu não quero engravidar nunca quis, e não me agrada o fato de ser mãe ´so para cumprir profecia.
“Mas você também entrou no rio, se entrou foi modificada. ― Ameth comentou e junto tinha uma pessoinha que falava junto coisas que só ela mesma entendia, haja visto a forma como gargalhava e batia palmas. Até mesmo Amkaly sorria com a bagunça que Nyxs fazia no outro quarto.
“Se tivessem falado, eu não teria entrado naquele rio, agora eu que sofra. ― Sua voz estava realmente triste, não era justo, eu queria muito aquela criança, mas ela precisava querer também, tínhamos que conversar ainda essa noite.
“Não consigo imaginar minha alfa gravida, ela e muito desengonçada, já você e mais cuidadosa ótima para carregar um bebê, mas tem uma coisa amiga... o tempo aqui não passa já pensou ficar eternamente grávida? ―Lilith gargalhava do outro lado Amkaly so fez se encolher.
“Aqui tem três camas uma é da Nyxs as outras duas já sabe... minha salvação é que minha bruxinha vai dar plantão para fazer jus a expectativa, e se for como a gestação da Nyxs, será tudo de bom por que eu não vou nem perceber.
Nesse momento Esther resolveu interromper.
“Não tem do que ter medo, se fomos modificadas é porque sabiam o que estavam fazendo, cada uma de nós foi escolhida e preparada por divindades que esperam o melhor de cada uma, então vamos parar de chilique e nos concentrar no que importa.
“Nara como é mesmo a sua porta e a maçaneta? As meninas não deixam a gente se concentrar no que importa o negócio delas é fofocar credo, eu fico doida para saber o que está acontecendo e elas falando de gestação.” — Se alguém dava esporro legal esse alguém era a Esther achei melhor baixar a bola nas novidades e me focar no que ela queria saber.
“Minha porta é uma runa que não conheço e a maçaneta é a runa do desbloqueio, igual àquela que a garota daquele livro que não lembro o nome agora sonhou quando foi libertar o “anjo Thuriel”, e quando eu toquei na porta a runa se ligou na minha corrente sanguínea era como se os fios se ligassem. ― Abri minha mão examinando a palma e os dedos dava para ver uma camada fina de gelo embaixo da pele quase invisível, mas estava lá, esperando ser liberada, como eu ainda não sabia.
“A runa ficou desenhada na sua mão como uma tatuagem igual àquela que temos no braço quando fizemos o juramento de alfa e beta?” — Quando Esther perguntou imediatamente eu olhei a palma da minha mão com mais cuidado a camada de gelo derreteu e surgiu a runa tatuada com todos os seus detalhes bem no meio da minha mão.”
“Sim” — Na mão direita está a runa ISA, a runa do gelo.
“Tudo bem, eu esperava isso mesmo, agora essa runa da tua porta se chama Lança De Odin, foi entregue pelo deus Loki à Odin para proteção. E a runa Isa deve ser para congelar tua espada. ― Esther explicou e na mesma hora passou a pergunta a outra. “E você, Gilles tem algo diferente na sua porta?”
“Na porta mesmo não, mas no quarto das meninas está a “Fehu” a runa do fogo, e também está gravada na minha mão.” — Gilles falava baixo talvez para não acordar às crianças já que a runa estava no quarto delas.
“Você Lili tem runas?
“A runa do frio, quando toquei senti gelo entrando nas minhas veias e como sou ansiosa peguei na mamadeira da minha filha pensando no gelo e virou um bloco de gelo, que quebrou. Depois pequei no copo cheio de água com a mente limpa sem pensar nada e o copo permaneceu normal.”
“Então com essa runa se você quiser pode congelar.”
“Winnie algunha alteração?”
“Estou com a “anssuz”, na mão direita e a “Ingwaz” na mão esquerda, na porta do meu quarto está metade de uma e metade da outra.”
“Muito bem meninas, acho que ganhamos novos dons, Winnie a runa Anssuz é a runa da comunicação, fala todas as línguas e a runa Ingwaz e a da fertilidade está ligada a nascimentos.”
“Isso quer dizer exatamente o quê? ― Eu também estava louca para ouvir a resposta.
“Ainda não sei Winie, mas com certeza logo saberemos.”
“Tem mais uma coisa Esther, no meu quarto tem duas camas infantis mais muito larga para os padrões normais, e assim como a da menina da Nara nas camas daqui tem assas um par branca e outro par pretas, como eu posso ter camas de crianças se não tenho companheiro?”
Todas nós ficamos no mais completo silencio, esperando a explicação que não ajudou em nada a nossa curiosidade.
“Não sei Winie, mas como disse antes você não tem ainda, quem garante que nessa viagem você não volte com seu par? Tudo é possível.”
“Esther esse também é meu problema, eu nem quero um companheiro quero ser livre trans*r com quem eu quiser e no dia seguinte expulsar da minha cama, mas no meu quarto tem uma cama imensa chega a ser maior que a minha, toda cheia de brinquedos, estou quase pirando. Não quero filhos gigantes.” ―
“Eu queria poder ter essas respostas, mas infelizmente não tenho, mesmo tendo visto muita coisa na vida, nessa parte aqui, eu sou tão novata como cada uma de vocês, estou tateando no escuro e confiante, que juntas todas nós vamos aprender tudo que vier a nossa frente e saberemos lidar com o desconhecido. Tem alguém muito maior do que nós que confia cegamente em cada uma aqui, então é só aceitar e servir da melhor forma passível e aproveitar esse tempo de paz e ficar com nossa família, amanhã ou quando for possível nos apresentamos à Aldrava que deve estar nos esperando.”
Quando fiquei só eu e minha lindinha, sentei na cadeira a do cantinho do quarto das crianças uma música de ninar começou a tocar, mas era uma música diferente, nessa tinha o som das águas correndo nos rios e o som do vento arrastando a copa das árvores levando ao chão e levantando outra vez, mas não era um vento de tempestade, era só o vento numa floresta, muito gostoso de se ouvir melhor ainda era poder sentir a natureza pulsando ali dentro, estirei a mão para segurar a da minha lindinha, que veio sentar em meu colo, ficamos abraçadas, ouvindo a música e aceitando tudo que ela trazia parar nossas vidas que nunca mais seria a mesma de quando chegamos.
Fim do capítulo
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