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Ela será amada por Bruna 27

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Palavras: 3530
Acessos: 1359   |  Postado em: 24/09/2022

Capitulo 32

 ÁGATA

 

O dia do grande jogo havia finalmente chegado.

 

Eu já tinha me conformado com o fato de que ficaria apenas na torcida, mas mesmo não jogando, o nervosismo tomou conta de mim. Elisa também passara toda a segunda-feira ansiosa pelo jogo que estava marcado para as seis da noite.

 

A partida aconteceria na quadra de esportes do Yves Freitas que tinha capacidade para mais pessoas e uma estrutura maior do que a quadra da escola do time adversário.

 

Peguei um táxi para me levar ao colégio. Elisa e Gabriela já estavam lá desde cedo, pois ficariam concentradas com o resto do time. Tia Viviane não estava se sentindo bem, por isso, tio Bóris ficou lhe fazendo companhia em casa, mesmo assim, eles me ofereçam sua câmera fotográfica para registrar momentos da partida.

 

Na entrada, cada pessoa da torcida recebeu uma flor. As flores que Gabriela havia me dado serviriam para homenagem todos os que estavam presentes no colégio aquela noite, como uma forma de agradecer pelo apoio que eles prestavam ao esporte. Elisa ficara muito animada quando falei da ideia e me ajudou a contratar carregadores para transportar as flores até lá. O pai de Elisa, o diretor Roger, ficou muito satisfeito quando Elisa lhe contou meu plano e pediu que funcionários do Yves distribuíssem as flores.

 

As meninas do colégio Mário Brito trouxeram sua própria torcida organizada, mesmo assim os estudantes do Yves Freitas compareceram em peso. Ocupavam dois terços das arquibancadas, o azul do nosso colégio conseguia engolir o amarelo apagado do Mário Brito.

 

O que assustava realmente era o tamanho das meninas do time adversário. Eu nunca as tinha visto jogar já que não topamos com elas na fase de classificação. O único encontro possível entre os colégios na liga estudantil era aquela final. A final desejada por todos. Gabriela que as conhecia de outros tempos não engolia o Mário Brito, ela disse que todos as chamavam de “Gigantes” pela altura e por serem quase imbatíveis em quadra.

 

Dirigi-me até a quadra para incentivar as meninas do Yves e desejar uma boa partida. Assim que me viu, Elisa esboçou um grande sorriso e nos demos um abraço demorado.

 

-- Gostaria que você pudesse jogar. - Falou ela.

-- Eu também. Mas já que não posso, quero que você dê o seu melhor hoje.

-- Estou preparada, Ágata -- Disse Elisa, confiante -- Agora que estou com você sinto que nada é impossível...

 

Olhamo-nos de um modo a tentar decifrar o mistério uma da outra até que, envergonhadas, nos demos conta daquela multidão que nos cercavam.

 

-- Melhor voltar para perto das meninas -- Disse ela, encabulada.

-- Tudo bem.

 

Gabriela, que estava por perto, esperou até Elisa se distanciar e veio até mim.

 

-- Adorei o que você fez com as flores, Ágata. Sabia que faria bom uso delas - Disse Gabriela, contente.

 

-- Era o melhor a ser feito -- Falei -- Afinal, não é todo dia que você recebe um caminhão cheio de flores. Em outra ocasião, eu não saberia o que fazer com elas.

 

Gabriela riu.

 

-- Bem, talvez eu tenha exagerado um pouquinho. -- Disse ela, depois perguntou mudando de assunto - E o fim de semana como foi? Você não andou cansando a nossa levantadora, não é? Porque hoje vamos precisar muito dela...

 

Como de costume, a morena não perdia uma oportunidade de destilar seu sarcasmo.

 

-- Não se preocupe, Gabi. Elisa está ótima -- Respondi, não sem deixar de sorrir -- E você aprontou muito no fim de semana?

-- Eu até tentei, mas acabei ficando em casa remoendo minha paixão não correspondida por você.

Fiquei espantada com aquela declaração dela, mas logo Gabriela disse, rindo:

 

-- Eu tô brincando, Ágata. O Fds foi maravilhoso, dancei bastante e fiquei com a maior gata. E o melhor de tudo, sem precisar de uma gota de álcool.

-- Isso é ótimo. Estou orgulhosa. -- Disse, admirando a força de vontade de Gabriela para evitar beber.  

-- Espera até esse jogo acabar para ter orgulho de verdade. - Disse ela - Quando terminar não vai restar sombra daquelas gigantes ali.

-- É assim que se fala. - Encorajei.

-- Vê aquela cara de cavalo ali. Aquela ridícula que está toda sorridente. -- Falou a morena apontando para uma menina do time adversário - Então, eu não a suporto e ela também não morre de amores por mim. Hoje eu quero tirar aquele sorrisinho da cara dela.

 

Gabriela parecia bastante determinada. Eu não tinha dúvidas que ela ia jogar para valer.

 

-- Tenho que ir -- Disse Gabriela -- A treinadora quer conversar com a gente antes do jogo.

-- Tudo bem. Boa sorte, Gabi.

 

Dizendo isso a abracei. A morena parecia não esperar por isso, mas passado um instante de hesitação, ela retribuiu o abraço.

 

Separamo-nos e Gabriela correu para onde o resto do time já se concentrava em torno da treinadora.

 

Só então fui à procura de um lugar para sentar nas arquibancadas. Dirigi-me para a parte das arquibancadas na qual a nossa torcida se concentrava. Era estranho está do outro lado, sendo expectadora. Enquanto me espremia entre as pessoas, com uma mão engessada e a câmera fotográfica de meus tios pendurada no pescoço, alguns torcedores me reconheciam e me davam tapinhas nas costas e diziam palavras de incentivo, compadecidos pela minha situação. Para mim, restava o consolo de que aquelas meninas haviam prometido uma vitória em minha homenagem. Principalmente Elisa e Gabriela que por algum motivo pareciam se sentirem culpadas pelo meu atual estado, mesmo não sendo.

 

Quando finalmente consegui avistar um bom lugar, ouvi vozes animadas me chamando, me virei e dei de cara com um grupo bastante peculiar.

 

A família inteira de Gabriela estava presente. Seus pais, os trigêmeos, Lionel e até mesmo o irmão mais velho de Gabriela, Eduardo e sua esposa, Isadora. Faziam um grupo bem interessante, todos vestiam blusas com o logotipo do Yves Freitas e com o número do uniforme de Gabriela. Os rostos estavam pintados com tinta azul e eles exibiam cartazes com frases de apoio. Estavam em festa e incentivavam a torcida a cantar. Fiquei comovida com o incentivo que davam a Gabriela, até mesmo Lionel que dizia não suportar a irmã estava lá devidamente caracterizado. Unindo-se a empolgação dos demais familiares.

 

Chamaram-me para sentar com eles, não me passou pela cabeça recusar o convite. Os trigêmeos Gui, Gu e Greg eram os mais animados. Como eram muito pequenos, estavam sobre os ombros de Lionel e Eduardo e do pai deles, Fidel.

 

Em quadra, observei as meninas antes de o jogo ter início ouvindo as instruções da treinadora. Senti um friozinho na barriga quando elas entraram em quadra, enfileiradas. E ficaram de pé lado a lado. Uma banda estava ali para tocar os hinos das duas escolas. Nos jogos normais, não havia toda aquela cerimônia, mas como se tratava da final um protocolo devia ser seguido.

 

As taças de campeão e vice já estavam lá em um lugar de destaque, sendo exibida para todos cobiçarem.

 

O diretor Roger Freitas, pai de Elisa, estava presente com a esposa. Ambos também tinham “vestido a camisa” para torcer, embora não com tanto exagero como a família de Gabriela. Sentada ao lado deles estava Becca. De nariz empinado como sempre, ela não parecia está gostando do barulho da torcida, de quando em quando, levava as mãos aos ouvidos visivelmente aborrecida. Becca parecia um peixe fora da água. Sorri sentindo uma satisfação mórbida em vê-la sofrer assim. Se ela já estava abalada agora, ficaria fora de si quando o jogo começasse, pois a torcida sempre guardava o grito mais profundo das gargantas para comemorar o ponto de seu time.

 

***

Quando os hinos das escolas foram devidamente executados, os times adversários se cumprimentaram.

 

O jogo teve início. O Mário Brito começou sacando. O saque de “Cara de cavalo” foi tão bom que caiu antes da linha na quadra do Yves Freitas, as “Gigantes” comemoraram, mas logo ao forçar o saque seguinte a bola foi para fora e o jogo ficou empatado.

 

A torcida do Yves Freitas comemorou bastante e ainda mais no ponto seguinte em que Gabriela “matou” o ataque sem deixar chance para a defesa das “Gigantes”. A jogada seguinte foi muito disputada e, por pouco, perdemos o ponto. O jogo seguiu equilibrado no primeiro set, nenhum dos times conseguia abrir vantagem de mais de dois pontos. No final do set, porém, a central das “Gigantes” foi bastante eficiente, fazendo a diferença. O Yves perdeu o primeiro set de vinte e sete a vinte e cinco.

 

No entanto, para o segundo set, as meninas de meu time entraram mais concentradas e não se deixaram abalar pela derrota no primeiro set. Mesmo com todo o barulho da torcida dava para perceber como as “Gigantes” provocavam com xingamentos, principalmente dirigidos a Gabriela. Quando a morena topava com a “Cara de cavalo” frente a frente, apenas separadas pela rede, a gigante encarava Gabriela provocando com palavras que eu só podia imaginar serem muito baixas. Mas por incrível que pareça, Gabriela não respondeu as provocações. Com sangue frio, ela mantinha o rosto concentrado e sem expressão. Talvez isso fosse o que mais irritava “Cara de cavalo”: não conseguir abalar à adversária.

 

À medida que o jogo esquentava, o entrosamento entre Gabriela e Elisa só melhorava. Todas as bolas que Elisa distribuía para a morena eram pontos certos. O bloqueio das “Gigantes” começou a cair pesado sobre nosso ataque, mesmos assim, Gabi e Mary conseguiam utilizar o bloqueio adversário de modo inteligente, o que deixava as “Gigantes” cuspindo fogo. O técnico do Mário Brito chegou a fazer dois pedidos de tempo para tentar parar o Yves.

 

Vencemos o segundo set, devolvendo o placar do set anterior. O terceiro set também foi nosso. Com a virada do Yves Freitas a torcida foi ao delírio. A família de Gabriela estava radiante e se juntaram ao resto da torcida quando eles começaram a gritar em coro o nome de Gabriela que era o destaque do jogo até aquele momento.

 

Eu estava feliz, mas ainda ansiosa. Se as “Gigantes” ganhassem o quarto set, elas poderiam forçar o tie break.

 

As “Gigantes” estavam nervosas e pareciam não ter tanto controle emocional para sustentar o quarto set. Isso ficou evidente quando “Cara de cavalo”, descontrolada, foi expulsa do jogo. Ela provocava Gabriela o tempo todo, socando o próprio peito num gesto que dizia “bate mais forte” até que Gabriela encheu o braço e acertou uma bolada nela foi quando “Cara de cavalo” invadiu a quadra adversária e tentou sair no tapa com a morena. Só então Gabriela sorriu, triunfante, ao ver a rival saindo de quadra quase arrastada. Mas logo ela voltou a se concentrar. Inspiradíssima, a morena continuou sem perder nenhum ponto.

 

Tivemos match point, o ponto do jogo. Em um disputado rali, a bola demorou a cair. Gabriela cansada daquela indefinição, não deixou dúvidas quando teve a chance de mandar a bola para dentro da quadra adversária.

 

O time do Yves Freitas era campeão da Liga Estudantil de Vôlei feminino de dois mil e quartoze. Depois de anos ficando com a vice-liderança. A torcida azul não se aguentou, todos sorrindo e se abraçando cantavam a plenos pulmões o grito de É campeão!

 

As “Gigantes” desmoronaram em quadra, arrasadas. Enquanto as meninas do meu time quase esmagavam Gabriela, derrubando a jogadora no chão. Seus pais e irmãos estavam enlouquecidos, Lionel fazia questão de dizer a todos que conseguissem ouvir em meio a algazarra que aquela era sua irmã.

Não sei como, consegui abrir caminho entre as pessoas e invadi a quadra, Elisa veio logo ao me encontro e me abraçou. Nunca a havia visto tão descontraída, gritando que éramos campeãs. Juntei-me a comemoração do grupo. Algumas meninas levavam Gabriela sobre os ombros, deixando a morena constrangida, o que é raro.

 

Um tempo depois, os times voltaram a se enfileirar e todas nós recebemos medalhas do diretor Roger. Por fim, Natália, nossa capitã, ergueu a taça, selando uma conquista maravilhosa.

 

***

Mas a noite estava só começando.

 

A comemoração se estendeu para o salão de festas do Yves Freitas. Duas bandas compostas por alunos do colégio se reversavam para animar a festa. Havia muita comida e bebidas, nada de álcool, apenas sucos naturais.

 

Após um tempo, Elisa e eu nos distanciamos um pouco da agitação e fomos sentar em um banco no pátio. Eu observava enquanto ela comia seu terceiro ou quarto sanduíche. Era a segunda vez que via Elisa com tanta fome, a primeira fora quando devoramos as pizzas em meu apartamento. O regime de treinos dos últimos dias havia deixado Elisa cansada e com fome durante a maior parte do tempo.

 

-- O que foi? -- Perguntou ela, ainda de boca cheia.

-- Nada, só estava te observando.

-- Desculpe, sei que tô parecendo esfomeada -- Disse Elisa, encabulada -- Mas é que o jogo tirou todas as minhas forças.

-- Entendo, eu também estaria assim se tivesse jogado -- Observei - Seu pai caprichou na comemoração. Mas, e se tivéssemos perdido?

-- Ia ter festa mesmo assim. Todo ano tem, para reconhecer nosso esforço na Liga. Assim como tem festa para os meninos do basquete e do futsal. -- Explicou Elisa -- Papai adora organizar essas coisas e gosta muito de incentivar o esporte entre os alunos do colégio.

-- É como já disse muitas vezes, acho que seu pai é um ótimo diretor.

 

Elisa sorriu.

-- Eu também acho. E não estou falando isso por ele ser meu pai.

 

Conversamos sobre o jogo, analisando cada lance. Elisa pediu para ver as fotos que eu tinha tirado da partida, lhe entreguei a câmera digital de meus tios.

 

-- O que vocês conversaram antes do segundo set? -- Indaguei, curiosa.

-- A treinadora disse umas palavras animadoras, a Natália também, mas a doida da Gabi disse que não podíamos perder para aquelas vadias.

 

Dei risada.

 

-- Isso é bem a cara dela.

-- Ela disse que o campeonato era nosso e não delas. E que não ia aceitar perder por nada nesse mundo. Falou para não nos deixarmos abater pelo primeiro set e que colocando pressão sobre elas, as Gigantes não suportariam.

-- Uau! - Falei - Eu ficaria confiante depois dessas palavras.

-- É, conseguiu mexer com a gente -- Disse Elisa.

 

Ela sorriu mais uma vez. Continuamos vendo as fotos.

 

-- Foi muito engraçado a Gabi provocando aquela menina do outro time que acabou sendo expulsa - Comentou Elisa - Ela simplesmente não deu atenção e enlouqueceu a menina.

-- De onde eu estava eu percebi que o clima entre elas era tenso, mas ainda bem que deu tudo certo.

-- É, deu tudo certo -- Disse Elisa, abrindo um grande sorriso, deixando evidente aquelas suas covinhas lindas.

 

Elisa que estava sentada com as pernas flexionadas sobre o banco, olhou para os lados para ver se tinha alguém por perto antes de colocar minha mão entre as suas.

 

-- Gostaria de estar em outro lugar com você -- Confessou Elisa -- É uma tortura não poder beijá-la agora...

 

Levei suas mãos até meu peito para ela perceber o quanto meu coração batia forte naquele momento. Eu não precisava dizer nada para ela saber que eu também queria, mais do que tudo no mundo, beijá-la novamente.

 

No dia anterior àquela final, Elisa e eu tínhamos passado o dia inteiro juntas, almoçamos com seus pais e dormi em sua casa, vendo filmes e conversando madrugada adentro.

 

Abri meu coração para ela e Elisa compreendeu como só uma alma desprovida de preconceitos e indubitavelmente aberta ao amor poderia compreender, sem julgamentos ou desprezo.

 

Eu nunca havia namorado ninguém na vida, Elisa muito menos. Começávamos algo totalmente novo para ambas, entrando em um mundo de sentimentos e sensações excitantes: amor, saudade quando se estava longe e um desejo sufocante do contato com o corpo do outro ser. Somado a isso: medo e hesitação. Medo do desconhecido, medo de ultrapassar limites com o corpo tão desejado, medo do desejo, mas acima de tudo medo da perda. Medo que o tempo levasse aqueles momentos para longe.

 

Os primeiros dias tendo Elisa só para mim mostraram como a felicidade podia ser simples. Aprender a amar podia ser simples. Pequenos gestos, conversas agradáveis, abraços carinhosos, beijos excitantes e a compreensão de dividir o prazer de viver com alguém. Nada poderia ser melhor.

 

Estávamos ainda sentadas, apenas saboreando a companhia uma da outra e ouvindo a música que a banda tocava, quando alguém nos interrompeu.

 

Era Becca.

 

Quando se aproximou Becca não deixou de lançar um olhar para nossas mãos entrelaçadas. Engolindo em seco a cena que presenciava, ela falou:

 

-- Lisa, seus pais estão chamando.

-- Agora? -- Perguntou Elisa, desanimada. -- O que eles querem?

-- Não sei, me pediram apenas para dá o recado.

Olhando para mim, desolada, Elisa disse:

 

-- Amor, você me espera?

 

Becca esboçou uma grande expressão de desagrado ao ouvir Elisa me chamando de “amor”.

 

-- Tudo bem, te espero aqui -- Falei, sorrindo para ela.

 

Elisa andou alguns passos, mas vendo que Becca não se moveu, ela perguntou:

 

-- Você vem, Becca?

-- Não, Lisa. Pode ir, eu fico aqui fazendo companhia a Ágata enquanto você não volta.

 

Elisa olhou para ela com a cara mais desconfiada do mundo, o que levou Becca a dizer:

 

-- Não vou morder, Lisa. Juro.

 

Elisa não soube o que responder para ela, então se dirigiu a mim:

 

-- Ágata, tudo bem para você?

 

Eu queria dizer a Becca que preferia mil vezes ficar sozinha a tê-la como companhia, mas para evitar discussão, falei para Elisa:

 

-- Tudo bem.

-- Certo - Disse ela -- Becca, vê se se comporta.

-- Lisa, não sou nenhuma criança. E Ágata não vai morrer se eu passar cinco minutos com ela.

 

Elisa ainda hesitou, mas acabou nos deixando sozinhas.

 

Para minha surpresa, Becca sentou-se ao meu lado, onde Elisa estivera até então.

 

-- Ela está sempre assim agora. Desconfiada. -- Comentou Becca, pensativa.

 

Não respondi. Só queria que Elisa retornasse logo.

 

-- Você deve está muito feliz -- Continuou Becca - Finalmente conseguiu o que queria. Parabéns, ela é sua.

-- O que você ainda quer comigo, Becca? - Perguntei, impaciente.

-- Eu não quero nada com você, Ágata. Até porque qualquer coisa que te disser você vai correndo contar pra Lisa, não é? Dedo-duro.

 

Respirei fundo.

 

-- Becca, não tô com saco para as suas provocações.

-- Garota, eu tô falando sério. Você venceu, entende?

-- Não venci nada, não estamos em uma guerra.

-- Isso não é verdade, Ágata. Estamos sempre em pé de guerra, mas decidi que o melhor é retirar meu exército das trincheiras e me dar por vencida. Não quero mais confusão.

-- Quer que eu acredite em você, depois de tudo o que você fez? -- Indaguei, incrédula, encarando aquele rosto sarcástico de Becca.

-- O que eu fiz, Ágata? -- Questionou - Porque você encheu a cabeça da Lisa com bobagens e agora ela nem olha na minha cara direito. Eu estou perdendo minha melhor amiga por culpa sua.

-- Culpa minha? - Falei, ríspida, era difícil manter o sangue frio com aquela garota -- Você cavou sua própria cova, Becca.

-- Eu só queria o bem da Lisa. -- Argumentou ela.

-- Becca, afinal, o que você quer de mim?

-- Quero que você desfaça esse mal-entendido.

-- Mal-entendido?

-- Isso mesmo, diga a Lisa que eu fiz nada de mal com você.

-- Você está louca, eu não vou dizer nada para Elisa.

-- Ágata, eu não fiz aquela merd* que a Gabi contou. Ela mentiu para você. - Disse Becca, triunfante, como se tivesse uma carta na manga.

-- O que você quer dizer com isso?

-- Vou te contar uma verdade -- Falou ela, aproximando seu rosto do meu. - Gabriela queria separar vocês, desde o começo. Você sabe que esse lance de ela ser boazinha é conversa para boi dormir, né? Ela quis se fazer de boa samaritana para se aproximar de você e conseguir o que ela mais desejava: dormir com você. Inventamos essa história de boa noite cinderela para Gabi ganhar sua confiança. Eu posso ser culpada de me unir àquela vadia da Gabi, Ágata. Mais eu não faria algo tão baixo quanto dopar alguém. Não sou louca, não quero ser presa.

 

Becca parecia está achando muita graça da minha cara de ressentimento. Embora, eu não estivesse tão impressionada com aquela declaração dela, no fundo, me senti enganada. Mas aquela era a versão de Becca e, como se sabe, tudo na vida tem dois lados.

 

Eu precisava ir fundo naquela história e descobrir a verdade.

Fim do capítulo


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