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Ela será amada por Bruna 27

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Palavras: 2311
Acessos: 1513   |  Postado em: 23/09/2022

Capitulo 28

 

ÁGATA

 

Quando Elisa saiu, tia Viviane me olhou séria confirmando as minhas suspeitas de que ela havia presenciado meu beijo com Elisa. Para não prolongar mais minha agonia, perguntei:

 

-- Quer me dizer algo, tia?

 

Ela sentou-se na cama a meu lado e afagou meus cabelos, com carinho.

 

-- Tudo o que seu tio e eu sempre quisemos foi que você fosse feliz. -- Começou ela -- Queríamos que você tivesse confiado mais em nós para tomar suas decisões, mas você nunca fez isso, Ágata.

-- Tia... - Tentei dizer algo, mas as palavras morreram em minha boca.

-- Não precisa dizer nada, Ágata. Mas preciso que me escute. -- Fez uma pausa para que suas palavras tivessem o efeito desejado. -- Nunca quisemos obrigar você a nada. Você sempre fez o que quis. De certa maneira, eu e Bóris contribuímos para isso, não soubemos como tratá-la. E tivemos medo de afastá-la ainda mais.

 

Tia Viviane não era de falar muito, mas quando ela dizia algo, só resta-nos calar a boca e escutar atentamente.

 

-- Você deve estar se perguntando onde estou querendo chegar com isso. -- Disse tia Viviane como que adivinhando meus pensamentos. -- O que estou querendo dizer, Ágata, é que se quando você era mais jovem não conseguíamos que nos obedecesse não será agora que já é quase maior de idade que criaremos expectativas em relação a isso. Você é livre para tomar suas próprias decisões e tenho esperanças que dessa vez tomará o caminho certo. Sempre foi mais esperta do que eu e meu tio. Eu acredito em você, Ágata. Sempre acreditei. Apesar de ter havido momentos em que quase perdemos a esperança, seu tio e eu. Descobrimos da pior maneira o que uma garota inteligente como você é capaz de fazer quando está triste e com raiva do mundo.

 

Engoli em seco. Não gostava de me lembrar das coisas ruins que já havia feito meus tios passaram. Em certa época da minha vida eu simplesmente não me importava. Diante de meu silêncio, tia Viviane continuou:

 

-- Não estou dizendo isso para que fique triste, querida. Nós amamos você e só queremos o seu bem. Gostaria que tivéssemos sido mais próximas. Sabe, sempre quis ter uma menina, e seu primo sempre quis uma irmãzinha, mas depois que descobri minha doença isso não foi mais possível. Tive esperanças de criar você como uma filha, eu tentei muito Ágata, cuidar de você da melhor maneira possível.

-- E você cuidou, tia -- Falei, tentando aliviar o peso de suas palavras -- Eu que nunca fui fácil de lidar.

-- Nisso você tem razão -- Disse ela, menos tensa o que me encorajou a perguntar:  

-- Tia, me conta mais sobre o que aconteceu comigo depois do acidente, vocês sempre falam tão pouco sobre isso. Acho que já estou bem crescidinha para saber...

 

Tia Viviane respirou fundo.

 

-- Evitamos falar sobre isso, é verdade. Você sofreu um grande trauma com o acidente, passou um tempo internada para se recuperar dos ferimentos, mas o pior veio depois, Ágata. Você estava em choque, tinha medo de tudo. Não conseguia dormir devido aos pesadelos horríveis que lhe afligiam. Os médicos diziam que estava revivendo o trauma. E, às vezes, tinha surtos de raiva incontroláveis e ficava se perguntando onde estavam seus pais. Demorou um tempo para você finalmente aceitar que eles tinham morrido...

 

Ela baixou o olhar, visivelmente comovida.

 

Eu tinha pouca lembrança daquela época da minha vida embora tenha convivido com a maioria daqueles sintomas durante muito tempo. Recusava-me a seguir as terapias, fugindo das consultas com os psicólogos. Acho que chamam isso de fuga ou esquiva. Mesmo assim tive que seguir à risca a terapia medicamentosa que me era dada pelos meus tios. Hoje, mesmo às vezes deixando os remédios para lá, eventualmente, preciso deles para dormir e controlar a ansiedade.

 

-- Tia -- Falei.

Ela ergueu o olhar, voltando sua atenção a mim novamente:

 

-- Diga, querida.

-- Entre esses sintomas, você esqueceu-se de dizer distanciamento emocional.

 

Tia Viviane tapou o rosto com as duas mãos e começou a soluçar. Fiquei sem ação por um momento. Depois, apoiei a mão boa na cama e me ergui um pouco para alcançá-la. Ela, notando meu esforço, me abraçou.

 

Não sei por quanto tempo permanecemos assim. Ela chorava sua dor e eu, bem, tinha as minhas próprias angústias. A principal delas a culpa que me remoia por provocar tanta dor nas pessoas ao meu redor. Seria fácil culpar a doença e não minhas decisões, mas no final a responsabilidade sempre foi minha. Eu tinha que amadurecer e aceitar que, por vezes, fui insensível. Ocasiões nas quais deixei minha razão no controle, pus as emoções em segundo plano e me deixei levar pelo o que era mais fácil: não se importar com as pessoas, com o futuro ou com a vida. Meu pensamento naquele tempo era detestável e quando abri os olhos me senti a pior das criaturas.

 

Alguns desses pensamentos ainda existiam, mas não estavam mais no comando. Agora eu queria ser feliz de verdade, como na época que meus pais e meu irmão estavam vivos.

 

Ainda confortando tia Viviane, pedi perdão a ela.

 

-- Querida, você não precisa pedir perdão. -- Disse ela, secando as lágrimas. -- Você é um presente para todos nós.

-- Eu causei muito problemas para vocês.

-- E que adolescente não causa? -- Perguntou ela.

-- Você não existe, tia. -- Falei, balançando a cabeça.

-- E esse braço? O seu jogo... -- Lamentou.

-- Já era para mim, tia. -- Disse, com tristeza observando meu braço engessado. - Não quis preocupar as meninas quando elas estiveram aqui, mas estou arrasada. Eu adoro esse jogo, mas já estou conformada. Nunca sonhei em ser uma atleta, só jogo pela diversão. Mas a Gabi, para ela isso é tudo.

-- Gabi é aquela moça morena que esteve aqui com Elisa?

-- Sim, ela mesma. -- Confirmei.

-- Ela foi muito prestativa, se ofereceu para ajudar em qualquer coisa. Ela e Elisa estavam muito preocupadas com você...

 

Fez uma pausa como se estivesse escolhendo as palavras.

 

-- Pode perguntar o que quiser, tia. -- Disse, para tranquilizá-la.

-- Nunca me passou pela cabeça que você gostasse de garotas... -- Constatou tia Viviane, envergonhada -- Acho que estou ficando velha, esse mundo está ficando muito moderno para mim.

-- Isso não tem nada a ver com o mundo de hoje, nem acho que está velha, tia.

-- Obrigada, querida. Mas a idade chega para todos... Elisa é uma boa garota. Você gosta dela?

 

Assenti, com um sorriso nos lábios o que não passou despercebido por tia Viviane.

 

-- Bem, esse sorriso diz tudo. -- Respondeu ela.

-- Pensei que ia ficar chateada quando descobrisse, tia.

-- Eu não tenho nada contra o amor, Ágata. -- Disse ela -- Só temo que o mundo não seja tão receptivo com vocês como eu sou... os pais dela sabem?

-- Acho que não.

 

Pensei sobre isso. Até agora aquele assunto não havia me preocupado, outras questões já me deixavam preocupada o suficiente.

 

-- O melhor é dar tempo ao tempo. Há certas coisas que nos fogem totalmente ao controle e esta é uma delas. -- Disse tia Viviane, sábia.

-- Tem razão, tia.

-- Sobre a outra moça...

-- Gabriela? O que tem?

-- Posso estar enganada, até porque estou descobrindo esse mundo agora, mas ela parece gostar de você.

 

Enrubesci.

-- Ah, isso... Tive uns problemas com ela, no início, mas somos apenas amigas.

-- Hum, mas ela gosta de você, não é? -- Constatou tia Viviane, dando ênfase na frase. -- Isto está complicado demais para minha cabeça. Melhor dormir, querida. Descanse. Estarei aqui ao seu lado. Qualquer coisa é só chamar.

 

Tia Viviane sentou-se numa cadeira ao meu lado, pegou seu terço e começou a rezar baixinho. Sempre fora devota e se apegara ainda mais as orações com sua doença.

 

A conversa com tia Viviane me deixara mais leve. Mas ainda não entendia porque ela fizera questão de enfatizar Gabriela. Talvez ela tivesse razão numa coisa: era complicado demais para explicar.

 

Acho que fui adormecendo com a luz fraca e a voz quase sussurrante de minha tia.

 

***

 

-- Pronta para ir para casa? -- Perguntou Elisa, animada.

-- Claro que ela tá pronta, não vê, ela é forte. Já sobreviveu a piores, não é Ágata? -- Disse Gabriela, tentando parecer ainda mais animada que Elisa.

 

Não sei qual das duas chegara mais cedo: Elisa ou Gabriela. Tia Viviane que não dormira a noite inteira, voltou para casa cedo e me deixara em “boas mãos”, segundo ela. Ainda tratou de encarregar as “lindas garotas”, ainda palavras dela, de me deixarem em casa. O que gerou uma disputa monumental.

 

Elisa dizia:

 

-- Ela vai comigo e meu motorista.

-- Melhor irmos no meu carro -- Rebatia Gabriela.

-- Gabi, se enxerga você ao menos tem carteira de motorista. Quer matar a gente?

-- Qual é, Elisa. Eu dirijo desde os quinze anos, nunca me pegaram, também nunca sofri acidente nenhum.  E já esqueceu quem trouxe a Ágata? Naquela hora você nem reclamou.

-- Estava mais preocupada em confortar a Ágata.

 

-- Meninas!

 

Ambas me olharam como se só então me notassem.

 

-- Eu não sou um objeto, sabiam? Estou aqui.

-- Ágata, diz a ela que você vem comigo. -- Apelou Elisa.

-- Ágata, diz a ela como eu dirijo bem -- Pediu a morena.

 

Olhei para ambas ainda sem acreditar.

 

-- Que saudades da minha moto! -- Suspirei -- Vocês estão parecendo duas crianças. Sejam maduras e cheguem logo a um consenso ou irei de táxi.

 

Elisa me olhou parecendo magoada.

 

-- Ágata, você não quer vir comigo?

-- Elisa, claro que eu quero ir com você. Mas não dá com vocês agindo desse modo.

 

Ela pareceu refletir, enquanto Gabriela permaneceu calada, esperando uma decisão.

 

-- Desculpe, Ágata. -- Rendeu-se Elisa -- Você tem razão. To agindo como uma idiota. Vamos no carro da Gabi...

-- Viu, nem doeu tanto. -- Disse a morena, triunfante.

-- Você que pensa. -- Retrucou Elisa, com o orgulho ferido.

-- Vão começar de novo? -- Repreendi.

-- Não. -- Respondeu Elisa -- Mas vou no banco de trás com você, Ágata.

-- Também não vou bancar a motorista. Ágata, você vai na frente comigo.

 

Gabriela não abria mão. E como as duas não paravam de disputar, falei:

 

-- As duas vão no banco da frente e eu vou atrás. Sozinha.

 

Não dei atenção aos protestos. Aquela cena toda era bastante irreal para mim. Elisa estava irreconhecível, agindo guiada pelos ciúmes que tinha de Gabi, deixando a morena prendê-la em sua teia.

 

Sentia-me culpada daquela situação, mas precisava encontrar um modo de uni-las e o quanto antes, a final do jogo de vôlei estava chegando e sem mim, aquelas duas eram nossa melhor chance, e para isso elas precisam jogar e ser um time.

 

Ironicamente, eu e Gabriela já estivemos na mesma situação em que ela e Elisa agora se encontravam. Duas jogadoras que não se batiam fora de quadra, mas precisavam deixar as diferenças de lado pelo time.

 

***

 

Elisa e Gabriela, sentadas no banco da frente, mantinham-se em um silêncio mortal, só interrompido quando uma das duas se dirigia a mim para saber se eu estava bem. Em determinado momento, Gabriela decidiu colocar uma música.

 

-- Não tem algo melhor? -- Perguntou Elisa, torcendo a cara para o rock que Gabriela colocara.

-- Fica à vontade para escolher -- Disse a morena, evitando brigas.

 

Elisa pareceu chocada com a atitude de Gabriela. Tanto que passou a ser mais gentil com ela.

 

-- Essa é boa. -- Falou Elisa escolhendo uma música.

 

Under pressure, do Queen encheu nossos ouvidos.

 

-- Ei, não é música de verdade se não pode ser ouvida em um volume decente -- Disse Gabriela aumentando o volume do som.

 

-- Tá, mas nem tanto assim. Pode atrapalhar sua atenção no volante, você pode não ouvir um carro buzinando ou pode atropelar alguém.

 

Elisa baixou um pouco o som.

 

-- Pois saiba que quando dirijo sozinha coloco no mais alto. -- Comentou a morena. -- E nunca me aconteceu nada.

 

Elisa não se preocupou em responder, pois nesse momento a voz potente de Freddie Mercury, nos dizia, num apelo:

 

Can't we give ourselves one more chance

Why can't we give love that one more chance?

Why can't we give Love

 

Give love, give love, give love, give love, give love, give love

Give love, give love...

 

 

Fechei os olhos deixando me levar pela melodia. Sempre achei aquela música poderosa.

 

-- Cara, essa é a música! -- Essa foi Gabriela -- Dá vontade de gritar.

-- E a plenos pulmões -- Completou Elisa.

 

Só mesmo Freddie Mercury para fazer aquelas duas concordarem em algo.

 

This is our last dance

This is our last dance

This is ourselves

 

Under pressure

Under pressure

Pressure...

 

Quando a música acabou, um vazio tomou conta do carro.

 

-- Poderia repetir a música -- Falei, do banco de trás.

Prontamente Elisa me atendeu, esboçando um grande sorriso nos lábios. Dessa vez não resistimos e nós três cantamos a plenos pulmões.

Afinal, isto somos nós sob pressão. E precisamos nos desfazer dela. E nada melhor do que música para preencher nossos vazios.

 

“O amor nos desafia a mudar nosso modo de nos preocupar com nós mesmos. O amor te desafia a se importar com as pessoas”.

 

 

Fim do capítulo


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