A noite para todos foi bem ruim, Melissa acordou diversas vezes para chorar, e se desesperava mais por não receber nenhuma ligação, mensagem ou visita que fosse de Fiorella, pareceu que depois da briga que tiveram na casa dela, foi o estopim para que elas se afastassem, aquilo doía tanto.

Logo que amanheceu Carol pegou o carro e seguiu em direção a casa da família Dellaye, estacionou o carro atrás do automóvel de Mônica e saiu em seguida caminhando até a porta, tocou a campainha e alguns minutos depois Sandra abriu.

- Oi, minha querida. – Deu espaço para que Carol entrasse dando dois beijos no rosto dela.

- Oi Sogra, tudo bem?

- Sim minha filha e com você? Já tem notícias da Fiorella?

 - Mais ou menos, meio preocupada com a Fio, as notícias não são nada boas, por isso da minha vinda até aqui.

- Vamos sentar ali no sofá para conversarmos melhor. – Ambas caminharam e se sentaram no sofá e Carol deu continuidade a conversa,

- Sandra vou ser bem sincera com você, eu meio que já sabia sobre algumas coisas que a Fiorella estava sentindo, conversei com ela sobre contar para a Melissa, mais ela achou melhor não, a mesma coisa foi sobre o testamento, ela me contou praticamente um dia antes, ela arriscou muito, ela e cabeça dura, mas realmente ama a sua filha, e sei que também a Mel sente algo muito forte, a Fio precisa de um transplante de Medula, e eu preciso que a Melissa faça um exame para saber se e compatível e possa fazer a doação.

- Eu conversei com a minha filha ontem por auto, mais confesso que ela esta muito magoada, acho que ninguém melhor que você Carol para conversar com ela, até por que conhece a Fiorella melhor do que ninguém depois dos pais dela, me preocupa vê-la nessa situação, mais se precisarem também posso ajudar.

- Eu super te agradeço Sandra, ela já acordou?

- Sim! Pode ir até o quarto dela.

- Obrigado, a Mônica também?

- Essa você sabe que não, mais daqui a pouco está andando pela casa ou deixo que acorde ela.

- Ta bom, vou indo. – Se levantou do sofá dando um beijo no rosto da sogra e caminhou até o quarto da morena, bateu na porta e logo depois entrou, Melissa estava enxugando o cabelo com uma toalha, o rosto aparentava estar enxado de tanto chorar.

- Oi Mel. – Entrou no quarto fechando a porta atrás de si.

- Oi Carol, eu não estou com muita vontade de conversar agora. – Falou baixinho voltando a olhar para frente e terminar de enxugar o cabelo.

- Mais acho que precisamos Melissa.

- Se for sobre a Fiorella eu não quero saber de absolutamente nada.

- Acho que você como esposa, precisa saber que ela está precisando de você agora, a Fiorella está no hospital muito doente.

- O que? Isso só pode ser alguma armação de vocês para que a gente volte a se falar.

- Melissa não seja louca, claro que não, jamais brincaria com isso.

- Pois pouco me importa se e verdade ou não, eu não quero vê-la na minha frente tão cedo, tudo que ela fez me usar como mercadoria para conseguir uma herança, isso não se faz Carol.

- Eu sei Mel, concordo com você, mais isso pode ser resolvido depois, a vida da Fiorella não, ela tem anemia aplástica, precisa de um transplante de medula, e eu vim aqui ti implorar para fazer o bendito teste, o titio fez e deu negativo, se caso você não for compatível eu faço.

- POIS EU QUERO QUE A FIORELLA SE DANE, ELA ME ENGANOU ME FEZ DE IDIOTA, E TODOS DEVEM ESTAR RINDO DA MINHA CARA.

- Abaixo o tom, você está se comportando como uma mimada. – Carol explodiu na hora em que Mônica saia do quarto e ouviu a gritaria, então abriu a porta repreendendo a irmã na hora.

- CALA A BOCA! – A morena retrucou e Mônica se meteu.

- Melissa respeita a Carol. – A morena foi fuzilada com o olhar pela irmã.

- NEM VOCÊ EU RESPEITO MAIS MÔNICA, APOSTO QUE SABIA, POR QUE SUA NAMORADINHA QUE E UNHA E CARNE COM A FIORELLA DEVE TER TI CONTADO.

- Agora sim você está se comportando como uma idiota, a Carol não me contou nada, e não sei nem do que vocês estavam falando.

- CHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEGA! CHEEEEEEEEEEEEEEEEEEGA! EU ODEIO TODOS VOCÊS, SE EU NÃO TIVESSE OUVIDO AQUELA CONVERSA EU JAMAIS IRIA SABER, POR QUE APOSTO QUE A FIORELLA ESCONDERIA DE MIM OU NÃO, JÁ QUE A SEGUNDA CLAUSURA ELA NÃO IRIA SER CUMPRIDA.

- Mais o que está acontecendo aqui minha filha? – Sandra entrou no quarto apressada preocupada com a grosseria.

- Calma mãe e um mal-entendido.

- Não é um mal-entendido e muito bem entendido. – Apontou o dedo em direção a Mônica.

- E você está gritando por que? Ficou louca? – Sandra falou duramente com a filha.

- Ela está com raiva por conta do testamento Sandra. – Carol se meteu justificando a atitude de Melissa.

- Não precisa desse escândalo todo Melissa.

- Você queria que eu fizesse o que dona Sandra? Sofresse calada para não incomodar mais do que já incomodo vocês? Passasse a mão na cabeça da Fiorella para vocês se livrarem de mim?

- Fala direito com a mamãe Melissa, olha os modos.

- TODOS VOCÊS SÃO NOJENTOS, NOJENTOS.

- Que atrevimento e esse? Me respeite. – Sandra olhava para a filha decepcionada com a atitude dela.

- NÃO VOU RESPEITAR NINGUEM, QUERO QUE TODOS SAIAM DO MEU QUARTO AGORA.

- Melissa, por favor tenta se acalmar, eu preciso de uma resposta sua em relação a Fiorella, ela precisa de ti. – Carol tentou falar da forma mais tranquila que pudesse com a morena para contornar a situação.

- EU QUERO MAIS E QUE SUA AMIGA MORRA! E QUE ELA VÁ PARA O QUINTO DOS INFERNOS.

- Melissa! – Mônica ficou perplexa com a atitude da irmã.

- MELISSA UMA OVA! SE NÃO VAO SAIR EU MESMA SAIU. – Saiu empurrando a cadeiras de rodas com rapidez indo em direção a piscina, mais Carol seguiu atrás.

- Volta aqui, ainda não terminamos de conversar, para com essa imaturidade.

- Me deixa sozinha eu já disse.

- Não vou sair até ter minha resposta Melissa.

- MINHA RESPOSTA E NÃO, E TOMA ESSE ANEL DE CASAMENTO, ENTREGUE PARA ELA, E DIGA QUE NÃO QUERO VÊ-LA NEM PINTADA DE OURO. – Melissa jogou o anel na cara de Carol que ficou surpresa.

- Muito obrigada, farei tudo para afastar a Fiorella de você. – Virou caminhando para dentro da casa passando por Mônica que tentou interferir mais sem sucesso, saiu da casa entrando no carro e ligou ele cantando pneu em seguida.

Mônica chegou na área da piscina e encontrou Melissa se acabando de chorar, apenas abraçou ela a força mesmo que a irmã lhe desse alguns tapas para que lhe soltasse.

Carol assim que chegou ao hospital tratou de procurar o médico da amiga e informar que faria o teste, depois que fez, aguardou o resultado, na parte da tarde o médico avisou que tinha dado positivo, então ela ligou para a namorada dizendo, e ela tratou de ir para o hospital ficar ao lado dela.

 A patricinha e a amiga fizeram uma cirurgia de um longo tempo, depois que Carol foi para o quarto Mônica foi visita-la, deu alguns beijos e fez carinho nela enquanto dormia tranquila, se retirou do quarto pra ligar para mãe.

- Alô mãe?

- Oi filha, tudo bem?

- Aqui sim, as meninas já saíram da cirurgia, agora e só aguardar pra saber se a Fio vai se acostumar e não sofrer nada, Mãe e a Mel como ela está?

- Fico feliz minha filha, a sua irmã ainda está dormindo por conta do calmante que você deu antes de sair, capaz de dormir até amanhã.

- Espero que sim, vamos deixar passar uns dias até a recuperação de Fiorella, aí sentamos com a Mel e conversamos.

- Sim! Vou desligar, não demore a vim para casa, se for dormir aí me avise, beijos.

- Pode deixar, beijos.

 

 

ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...

Fiorella enfim já havia se recuperado e sairia em breve do hospital, diversas vezes perguntava sobre Melissa, algumas vezes a resposta era omitida por Carol, Mônica e Eduardo, que sempre inventavam que ela estava sem tempo e que tinha visitado ela apenas quando estava dormindo, no fundo ela sabia que era mentira, mais não tentava desmenti-los.

Então a segunda feira chegou e com ela a saída da loira do hospital, Carol foi busca-la para levar pra casa, só que durante o caminho ela insistiu muito para ser levada até a casa de Melissa, a patricinha bateu o pé diversas vezes até que Fiorella parou de insistir, a mulher deixou a amiga em casa e avisou que voltava depois, a executiva aproveitou o pretexto para pegar o carro e ir até a casa da esposa, dirigia com dificuldade, depois de muito custo chegou na casa da família Dellaye.

A loira saiu do carro depois de estaciona-lo e caminhou até a porta, tomou a campainha e Gabriel abriu, ficou surpreso em ver a nora ali.

- Fiorella? – Quando Sandra ouviu o marido pronunciar o nome da nora se levantou e foi até a porta se deparando com ela ali.

- Fiorella, minha querida, o que faz aqui? Você não acabou de sair do hospital? Entre. – Sandra falou preocupada dando passagem para que a moça entrasse lhe acompanhando até o sofá.

- Sim! Mas precisava ver sua filha, todos tentam me enganar, mais sei que a Mel não foi me ver nenhuma vez.

- Oh filha, lamento, mais e verdade, a Melissa está muito magoada com você.

- Me desculpa Sandra e Gabriel, eu deveria ter contado antes para ela, mais achei que não seria tão importante, esse foi meu erro.

- Meu bem a gente entende, quem sabe depois da conversa de hoje vocês não fazem as pazes.

- Eu espero, posso ir lá o quarto dela conversar?

- Claro! Você sabe o caminho, pode ir, boa sorte.

A loira agradeceu e seguiu andando devagar ate o corredor do quarto de Melissa, achou melhor bater, por mais que ela demorasse abrir por conta da cadeira, pelo menos não invadiria a privacidade dela.

Melissa escutou as batidas pediu que a pessoa entrasse mais ela continuou batendo, se aproximou abrindo e se deparando com Fiorella ali, na mesma hora tentou fechar mais a loira segurou.

- Melissa você tem que me ouvir.

- Eu não tenho nada para falar contigo.

- Mas eu sim, nem podia estar aqui sabia. – Segurou mais uma vez a porta, impedindo que Melissa fechasse. – Eu ainda estou de repouso, e vim aqui dirigindo aos trancos e barrancos.

- Não era necessário você fazer esse sacrifício todo.

- Faria quantas vezes fosse preciso, para poder conversar com você pelo menos uma única vez. – Respirou fundo. – Melissa eu não escondi por mal, você nem está me dando a oportunidade de me explicar de provar isso.

- Fiorella eu não tenho nada para conversar contigo, tudo que eu tinha para falar já foi dito para Carol, inclusive entreguei o anel para ela, não te avisou?

- Esse anel? – Tirou do bolso da calça moletom e mostrou para a morena. – Acho que não está certo você terminar assim comigo depois de todas as provas de amor que te dei até casarmos.

- Ei! Você só me dá provas de amor quando está perto de mim.

- Não é verdade.

- E sim, Fiorella eu fui humilhada, todos ficaram rindo de mim e por sua causa, e isso não dá para perdoar. - Fiorella já chorava ouvindo cada palavra da esposa.

- Eu sempre amei você Melissa, desde o primeiro olhar que trocamos na universidade. – Na mesma hora a morena fechou os olhos soltando um soluço.

- A gente precisa ficar conversando aqui na porta? Você não vai me convidar para entrar? – Falou enquanto passava as mãos no rosto limpando as lagrimas.

- Não! E melhor não, melhor deixamos as coisas como estão para que eu não saia mais machucada, vocês já riram muito de mim, então chega. – Melissa abaixou a cabeça enquanto falava.

- Você ta sendo... - Mel interrompeu a loira completando as palavras dela.

- Infantil, boba, mimada, tem algo mais para me dizer além da sua amiguinha? – Apontou o dedo no rosto da loira.

- O que importa a Carol ou qualquer pessoa? Você e casada comigo, eu que tenho que gostar de você dá forma que é, não eles, volta comigo? – A morena se esquivou do carinho da mulher que se encostou na porta.

- Quem disse que eu vou voltar contigo? – Falou irônica.

- Você tem coragem de acabar com nosso casamento assim? Sem ele mal ter começado direito? Nem tivemos lua de mel.

- E nem teremos, vai ficar sem isso.  – Na mesma hora Fiorella colocou as mãos no rosto e gem*u sentindo dor, Melissa se preocupou mais demonstrou frieza.

- Fio vai embora, se você passar mal aqui seu pai e a Carol vão me odiar mais.

Nessa hora Mônica saiu do quarto dando de cara com elas na porta da irmã

- Oi Mel, Oi cunhadinha, tudo bem? – Deu um sorriso.

- Oi Mô

- Sim! Escapei ne de partir. – A loira brincou.

- E, mais se cuida direito, você está meio abatida ainda, vem cá, você tá chegando ou saindo? – Perguntou curiosa.

- Eu não sei ainda, a Mel não resolveu isso. – Olhou para a morena que revirou os olhos na hora dando passagem para a loira entrar que antes virou o rosto para Mônica piscando.

- Boa sorte para vocês. – A Dellaye mais velha se afastou enquanto ouvia a irmã resmungar um entra para Fiorella.

O casal seguiu conversando por um longo tempo.

- Tudo bem bê, você não é obrigada a acreditar mais precisava me ouvir.

- Nossa e visível como você quer colocar na minha cabeça uma coisa que quer dizer o contrário.

- Meu Deus Melissa, o que eu preciso falar pra você acreditar que eu te amo, que prova de amor se quer?

- Feridas assim demoram para cicatrizar e as vezes não cicatrizam nunca, se acha que seremos felizes?

- Se você acreditar em mim, seremos sim. – A loira se ajoelhou perto da esposa pegando em sua mão e acariciando, olhando fixamente nos olhos, fazendo com que a moça retribuísse. – Volta comigo Melissa. – Sorrio, sendo surpreendida pela morena que lhe beijou de língua, foi um beijo demorado, cheio de saudade e com cheiro de despedida, aos poucos foram se afastando.

- Eu sei que vou sofrer, mais não posso voltar contigo, não agora, não enquanto eu ainda estiver magoada. – Sussurrou com lágrimas nos olhos.

- Tudo bem, eu te entendo, leve o tempo que for, eu vou te esperar, eu te amo muito, fica com a nossa aliança ela é sua, não tem lugar melhor para que ela fique do que com a dona. – Falou se levantando, beijou a testa da esposa. – Se cuida, vou sentir sua falta. – Saiu do quarto chorando, ao mesmo tempo que Melissa fazia o mesmo.

Fiorella passou como um foguete pela sala sem dá atenção a família da esposa que lhe chamava, entrou no carro e saiu cantando pneu sem rumo.

Sandra se desesperou com medo que acontecesse algo e pediu que Mônica ligasse para Carol em seguida foi ao quarto de Melissa.

- Filha? Posso entrar? – A menina nada disse permaneceu da mesma forma chorando com uma blusa de Fiorella nas mãos. – Meu amor, o que houve? Vocês não se resolveram?

- Na..o, pedi um tempo, eu não consigo perdoa-la ainda.

- Você tem que tentar filha, não pode deixar a Fiorella assim, ela saiu desolada, ela está doente, pode acontecer algo.

- Mãe por favor liga pra ela. – Suplicou preocupada

- Calma, sua irmã ta ligando para a Carol.

Na sala Mônica falava com a namorada que estava completamente irritada e preocupada pela forma que soube que a amiga saiu da casa da namorada, soltou alguns xingamentos inclusive para Melissa e desligou para poder se comunicar com Fiorella.

A executiva foi direto para casa de Carol, chegou totalmente mal, dando uma freada na frente da casa da loira que ao ouvir correu para a janela notando o carro da amiga, desceu os degraus da escada desesperada, abrindo a porta e correndo até o carro encontrando-a chorando sentido dor.

- Aí Fio, por que você foi sair assim? Você ainda não está bem, preciso te levar novamente para o hospital. – A loira tentava ajudar a amiga.

- Não! Por favor, não precisa, sé me leva para o seu quarto. – A mulher falava com dificuldade, e ambas seguiram caminhando devagar até chegarem ao quarto da patricinha.

Fiorella foi deitada na cama com cuidado e logo em seguida tomou remédio para ver se melhorava.

- Ela não quis voltar comigo Cah. – A mulher falou chorando.

- Eu sei amiga, Mônica me contou, calma, você vai ficar bem sem ela.

- Não! Eu não vou, sabe por que?

- Eu a amo verdadeiramente, e nunca senti isso por nenhuma outra mulher como sinto pela Melissa. Eu quero só ela e mais ninguém.

- Mais amiga você já tentou, e ela não quis, você não pode ficar assim se remoendo por ela.

- Ela e a minha esposa Carol, e eu vou fazer o possível e o impossível para tê-la de volta, nem que para isso eu tenha que abrir mão de toda minha fortuna.

- Você só pode está louca, a menina não te quer mais, como vai fazer isso Fiorella?

- Fazendo, vai ser uma prova de amor que darei.

- Tenta dormir, quando você acordar conversaremos direito sobre isso.

A loira apenas virou para o lado e pegou no sono profundo, Carol estava completamente preocupada com o rumo que as coisas iam, ligou para Eduardo informando que a amiga estava na sua casa, o homem pediu que qualquer coisa lhe informasse, e que não deixasse Fiorella sair sozinha novamente, todo cuidado do mundo era pouco agora.

 

Fim do capítulo