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Fora do tempo por shoegazer

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Palavras: 3206
Acessos: 682   |  Postado em: 24/08/2022

18. Mundo ordinário

— Por que você não sai um pouco de casa, Júlia?

Dona Graça há tempos percebia o comportamento inquieto daquelas que viviam ali, mas não quis intervir nas discussões internas entre as garotas. Uma coisa que sabia era que, naquela idade em que estavam, tudo era intenso demais. Os amores, as brigas, as desilusões...

Mas desde que tinham chego ali, Júlia tinha saído de casa pouquíssimas vezes, a não ser que fosse realmente necessário, diferente de Ana Clara que escapava sempre que possível. O rosto sisudo de poucos amigos, as mãos marcadas, ela era séria demais para alguém tão jovem.

— Não só você como a Coralina também – disse ela abrindo as cortinas do quarto abafado – passam o dia que Deus dá trancadas nesse quarto estudando. Vão viver um pouco, ver gente.

— Não acho necessário – Júlia respondeu esticando os pés na cama, sentada à cadeira, revisitando o seu diário procurando se ali daria uma pista do momento que estaria pra chegar. Coralina, já de férias, lia um livro de física na tentativa de encontrar alguma resposta cabível se elas iriam ou ficariam.

A matriarca, no entanto, não se importava com o que tinham pra responder. Aquilo se tratava mais de uma imposição do que uma suposição, e pegou o que ambas seguravam e jogou pela escrivaninha.

— Por que não fazem que nem as meninas? – disse ela fazendo menção à Ana Clara, que acabava de chegar no quarto, e Laura – E saem um pouco?

Elas se entreolharam, e Coralina segurou o riso pra não deixar estampado que a relação entre elas era diferente do que das garotas citadas, e que elas tinham bons motivos pra viverem juntas, enquanto Ana Clara se prestou a sorrir e abaixar a cabeça envergonhada.

— Bem... – Júlia disse se levantando da cadeira, passando a mão no short amassado – tenho a opção de recusar?

— Não – disse Graça firme, e ela deu com os ombros, com Coralina grunhindo de fundo.

— Então tudo bem.

Ela não era de desobedecer às ordens da dona da casa, e logo se viu coagida a fazer interação social, ou pior, em ter que agir como uma jovem comum naquele contexto. Ana Clara conseguia fazer aquilo com naturalidade, já Júlia não. Até mesmo sair no presente futuro era difícil pra ela por motivos óbvios, e ali não seria diferente.

Mas, enquanto se arrumavam pra sair, Coralina trouxe um questionamento pertinente.

— Você vai com a gente, Ana Clara?

— Não, eu... – disse ela arrumando o cabelo em frente ao espelho – tenho outros planos.

Júlia respondeu com um resmungo ao qual já dizia tudo.

— Ana Clara, você não para pra pensar no quanto essa menina vai sofrer quando voltarmos?

Ana Clara ficou em silêncio, e revirou os olhos.

— Não quero pensar nisso.

— Você nunca quer pensar em nada – Júlia se aproximou, cruzando os braços – só no agora, onde você se apega a alguém que vive em uma realidade diferente da nossa.

— Isso se voltarmos – Ana Clara disse ríspida – não foi o que você falou?

Júlia deu um passo pra frente de forma quase ameaçadora, e levantou o queixo, olhando para Ana Clara daquele ponto.

— Só não esquece que nem deveríamos estar aqui.

— Ju, deixa isso pra lá – Coralina segurou o braço de Júlia, chamando sua atenção. Desde os últimos desenrolares, elas trocavam farpas sobre o que achavam certo ou errado, e quase sempre entravam em discordância.

Mas Ana Clara não retrucou, apenas meneando com a cabeça pro lado. Júlia não estava mentindo, mas a verdade era difícil de engolir a ponto que ela esquecia dessa possibilidade.

— Vamos esquecer um pouco dessas coisas?

— Que seja – ela deu com os ombros, saindo do quarto. Coralina olhou com receio para Ana Clara, que pressionava os lábios, encarando nenhum ponto no chão, o olhar perdido.

— Só estamos estressadas demais... – Coralina deixou o ar sair pela boca – tá tenso.

— É – ela deu com os ombros – vocês merecem curtir um pouco. Eu tenho umas coisas pra resolver.

Saíram pela porta da frente e dali seguiram por caminhos opostos. Enquanto Coralina e Júlia iam para a parte central da cidade, Ana Clara pegava o trajeto costumeiro. Ao chegar em frente à casa, bateu três vezes até se deparar com Laura.

Entrou e a abraçou antes de beijar seu rosto, como costumava fazer, mas dessa vez ela se virou, indo até sua boca, chamando sua atenção, a qual aceitou o gesto com muito prazer.

— O que te deu? – perguntou Ana Clara em um sussurro enquanto Laura corria os dedos pelas mechas de seu cabelo, a levando para o quarto como de costume.

— Só quero aproveitar o tempo que temos juntas.

Decerto que Laura falava sobre aquele período que elas tinham na casa dela no qual ela ficava sozinha, mas Ana Clara, que já estava com aquela impressão de que estava fazendo alguma coisa errada, viu o sentimento piorar.

— O que foi, Ana? – disse ela segurando seu rosto pelo queixo – Discutiu com alguém?

— Não, eu só... – ela engolia em seco – estou me vendo ter que pensar em uma coisa.

E se sentou no canto da cama, enquanto Laura a olhava curiosa.

— E o que seria isso?

— Como ficamos se eu tiver que ir?

— Vo...vocês... – Laura tentava contornar o nervosismo – ainda não vão, né?

— Não, mas... eu nem queria pensar nisso, sério, mas... E se eu não lembrar de você e nem você de mim?

Aquela hipótese corroía o coração de Ana Clara, mas ela não compartilhava com ninguém além de si mesmo.

— Por que esqueceríamos?

— Eu sei lá, eu... – ela arqueava as sobrancelhas, olhando para o som do quarto – não faço ideia do que pode acontecer.

Laura, por outro lado, sentou ao lado de Ana Clara e segurou sua mão.

— Você quer voltar?

E sentiu aqueles olhos claros angustiados a encararem de volta, negando com a cabeça de um lado a outro.

— Não.

— Eu também não quero que vá... – e trouxe a mão dela para próximo de seu peito – por que você não fica aqui comigo?

— Como? – Ana Clara riu nervosa, e Laura levou a mão até o rosto dela, passando os dedos pelos contornos lentamente.

— Fique comigo, Ana Clara, nós não sabemos do futuro mesmo.

— Mas, e se der tudo errado? E se... – e segurou suas mãos de volta, arrastando-as pelo seu rosto como um carinho velado – eu complicar ainda mais sua vida? E se...

— A única coisa que sei é que não quero mais viver como era antes de você.

Ana Clara a encarou depois de ter ouvido aquelas palavras. Sentiu aquele fervor de seu peito espalhar por todo o seu corpo e desaguar como uma fonte infindável das melhores coisas que ela poderia sentir em sua vida até ali.

Nunca desejou estar com alguém como queria estar com ela, e nem mesmo o medo do que aconteceria dali pra frente parecia ser um empecilho. Não sabia sequer chamar o que sentia por ela, porque...

Aquele sentimento parecia que só poderia ser sentido por ela, e com ela. Nada soava comparável a isso, nem mesmo tudo que tinha ouvido, visto ou experienciado, e não entendia como alguém poderia sentir algo assim. E nem o medo que sentia se tudo desse errado, porque ali, pelo menos naquele momento, naquele quarto em uma casa entre muitas daquela pequena cidade, nada que não fosse o sentimento delas uma pela outra parecia importar.

Aproximaram-se, e Ana Clara segurou sutilmente o rosto dela, fechando os olhos.

— Eu também não.

Sentiu os lábios dela tocarem o seu mais uma vez, dessa vez em um beijo intenso, que a levou a se deitar na cama lentamente enquanto Laura a empurrava.

No outro lado da cidade, depois de um passeio pelas ruas daquele perímetro, Júlia esperava Coralina escolher o sabor de sorvete, já que não tinha escolhido nenhum. Encarava ao redor apática, tentando parecer o menos fora do ambiente possível. Tinha bons motivos para não gostar de sair em público, sobretudo onde tinham pequenas multidões.

E, para a sua infelicidade, assim que Cora tinha pego sua casquinha, acabou vendo um grupo de conhecidos na outra mesa, que chamaram por ela.

— Você se importa de irmos ali, Ju? – perguntou Coralina, mas Júlia logo desviou o olhar.

— Pode ir, eu... – olhou para fora, procurando um lugar mais afastado para se sentar – te espero ali fora.

Animada, foi falar com as garotas e Júlia seguiu para o único banco solitário que tinha do outro lado da rua. Sentou-se e respirou fundo, olhando para as pessoas que passavam de um lado para o outro. Umas conversando, outras rindo, outras só caminhando mesmo, algumas confraternizando como Coralina, que conversava feliz.

Às vezes, ela desejava que tivesse a memória totalmente apagada. Se não soubesse de nada, talvez as coisas fossem mais fáceis, mas não eram. Tudo parecia mais fácil para Cora, para todos que estavam ali, até mesmo para Ana Clara que sequer se preocupava com algo que não fosse a sua libido. Na verdade até mesmo a garota que seria o pivô de tudo não se preocupava com outra coisa que não fosse ficar com Ana Clara. Parecia que ninguém realmente se importava com as coisas que estavam em jogo, mas ela tentava não os culpar. Quem tinha vivido tudo aquilo tinha sido ela, eles nem sonhavam com isso, mas era difícil não ter inveja daqueles que tiveram que sacrificar tanto.

Respirou fundo, tentando não se deixar levar por aqueles sentimentos inoportunos. Os afastava na maior parte do tempo, mas quando se via sozinha, era difícil. Respirou fundo mais uma vez, engolindo em seco, esfregando as mãos uma na outra.

— Com licença, se importa se eu me sentar com você?

Júlia foi tirada dos seus pensamentos, interrompida pela voz de um jovem que deveria ter em torno da mesma idade que ela. Cabelo penteado para cima, um pouco comprido atrás, um ralo bigode, camiseta de botão entreaberta, calça social, sapatos. Ela deu com os ombros, e ele assim o fez.

— Espero não estar atrapalhando.

E pegou do bolso da camisa uma carteira amassada de cigarro, mas Júlia olhou com desagrado assim que o viu sacar de lá uma unidade comprida que ali tinha.

— Só não fume do meu lado, por favor – e fez menção de não com as mãos. Ele ficou surpreso, mas assim que ela pediu, guardou.

— Peço desculpas, é o mau costume...minha família quase todos fumam e esqueço que tem gente que não gosta – e fez uma careta de desagrado consigo mesmo, mas ela negou com um aceno.

— Então deveriam parar, isso faz um mal danado.

— É... você acha? – ele fez um bico com os lábios, e a viu concordando mais uma vez – É... Bom, pode ser mesmo, vai que tenha razão.

Ficou um silêncio mais uma vez, e ele se apoiou no banco, encarando-a de soslaio, o que chamou sua atenção.

— Desculpe, é que nunca tinha te visto por aqui. Você é daqui, está de passagem?

— Pode se dizer que sim – Júlia disse concisa, e ele riu, abaixando a cabeça, suspirando pesado. Fazia tanto tempo que Júlia não tinha uma conversa despretensiosa que tinha esquecido dos pormenores – e você?

— Ah, sim – ele concordou com a cabeça – sou nascido e criado aqui.

E voltou a ficar em silêncio, pressionando os lábios, fazendo tal qual como alguém que ela conhecia bem e que estava em um lugar distante dali.

— Eu não sou de puxar assunto, sabe? – ele voltou a falar – Sou mais na minha, mas é que hoje eu só queria sair um pouco e espairecer a cabeça.

— Dia difícil? – Júlia perguntou por cima, e ele deu um sorriso de canto.

— Dias difíceis – ele pendeu a cabeça pra frente devagar antes de voltar pra trás e se voltar para ela – e você?

— Nem me diga... – ela fez um barulho entre os dentes, negando.

— E qual seria seu problema? – ele apoiou a perna esquerda na direita, e voltou a atenção para ela – Se quiser falar, claro.

— Bom... – Júlia queria conversar com alguém, principalmente com um estranho que não a julgaria, mas não sabia as palavras certas para serem ditas – problemas de família, eu diria.

— Então somos dois... – ele riu com sarcasmo, batendo a palma da mão contra a perna – com irmãos?

— É – ela fez uma careta ao lembrar do contexto, o que fez ele rir novamente – irmã mais nova, eu diria.

— Bom, pode achar que estou mentindo, mas... – e apoiou os braços entre as pernas – acredita que estou na mesma?

— Jura? – ela arqueou as sobrancelhas – E o que ela está fazendo?

— É... – ele fez uma pausa, puxando o ar de volta, o cenho franzido – ela conheceu uma pessoa, mas essa pessoa não... Se meus pais souberem, isso vai ser um problemão, entende? – Júlia concordou e ele continuou – Mas ela não dá ouvidos. Acho que ela está apaixonada, caidinha, caidinha.

— Cara – Júlia riu com sarcasmo – é quase esse meu problema...

Os olhos dele pareciam brilhar diante a identificação com ela, mas se prestou a ouvi-la com atenção.

— Essa minha irmã, digamos, ela se envolveu com essa pessoa, só que isso vai trazer um problemão pra nós, mas você acha que ela me escuta? – ele negou, e Júlia riu entre os dentes – Não, não está nem aí, e brigamos direto por causa disso.

— No meu caso, eu... – ele engoliu em seco, e continuou – eu não me importo bem com isso dela se envolver, só que isso vai trazer muito problema pra ela, pra todos nós...

— E que problema seria esse?

— Ah, nossa... – ele ria em um tom nervoso – meus pais jamais aceitariam esse namoro, capaz de colocar ela pra fora de casa ou coisa pior.

— Mas o que você acha disso? – Júlia se virou para ele, ficando de frente com uma das pernas apoiada no banco – O problema seria só esse dos pais?

— O que eu acho? – ele fez uma cara pensativa, ficando na mesma pose de Júlia – Olha, sendo sincero? Eu acho que ela está feliz, é alguém que está fazendo ela se sentir bem, mas...

— É um cara tão barra pesada assim pra seus pais não aceitarem?

Ele riu consigo, e negou.

— Não, não parece ser, é que...acho que... – ele franziu o cenho, pensativo – eles esperavam outra coisa pra ela.

— Se faz sua irmã feliz, por que não apoiar? Digo... – e tomou uma pose mais intimista – Nós sabemos quando alguém faz bem pra outra pessoa, tipo...intuição.

— É, você tem razão, mas... – e voltou o olhar direto para a Júlia – e no seu caso?

— No meu o quê?

— Sua irmã também não está feliz com essa pessoa?

— Ela é emotiva demais... – e fechou a cara – se deixa levar pelas coisas facilmente, não sei se isso seria bom, entende?

— A minha é mais centrada, mas acho que quando gostamos de alguém, as coisas mudam, não é? Quando se ama, nós... Fazemos o que podemos pela pessoa.

Júlia não admitia, mas fazia tudo isso em nome do amor. Não um amor romântico como o retratado, mas o amor fraternal, o familiar. Tudo o que fez foi para poder ver sua família pelo menos uma última vez, já que suas lembranças desapareciam pouco a pouco. Agora, movia as peças do destino como podia pra poder rever sua família, sacrificando a que a acolheu e o destino de tantas pessoas. Se não tivesse perdido a família inteira, talvez jamais teria feito nada disso, nem mesmo saído de sua casa naquela noite.

Porque, quando nós amamos, as coisas mudam.

— Me desculpe, eu falei alguma coisa de errado?

Os olhos de Júlia ficaram marejados, mas ela respirou fundo, olhando para o outro lado.

— Não, só que você tem razão. Quando amamos, nós... – e sua voz tremulava brevemente – fazemos diferente.

— Acho que justamente porque amamos essas pessoas que queremos protege-la a todo custo... – ele o olhou de soslaio – e isso que me deixa encucado, porque...não sei se eu apoio ela ou apoio meus pais.

— Eu sempre olho pelo lado mais óbvio – Júlia ressaltou – se está só sua irmã contra outras pessoas, fica meio na cara quem precisa de mais ajuda.

— Então... – ele abria a boca, mas pensava bem antes de falar – você acha que devo a apoiar então se ela precisar.

Júlia concordou, e complementou.

— Por que não se a faz feliz?

— É... – ele deu com os ombros – mas e você?

— Meu caso é um pouquinho mais complicado... – e fez uma pinça com os dedos, e ele riu – mas me fez pensar sobre, é sério.

Passou-se alguns segundos até que ele se levantou, e estendeu a mão para ela.

— Então podemos comer alguma coisa aqui próximo? – e fez uma cara piedosa – Estou morto de fome e não queria que essa conversa terminasse.

— É... – Júlia ficou com os lábios entreabertos – minha amiga está lá dentro.

— Diga pra ela que pode nos encontrar lá depois, mas claro, só se você desejar – e acenou com a cabeça.

Olhou para Coralina animada conversando, e foi até a janela, chamando sua atenção, apontando que iria para outro lugar, e ela, distraída, concordou. Júlia voltou para a sua companhia que, animado, fez um gesto cordial de que podiam seguir em frente.

— Eu nem perguntei o seu nome – ele a olhou de relance – perdão, mas como você se chama?

— Júlia – ela disse séria, caminhando ao seu lado no mesmo passo – e o seu?

— Prazer, Júlia – e estendeu a mão para cumprimenta-la – eu sou José, então... – ele continuou assim que o cumprimento foi feito – o que você gosta de fazer?

E enquanto Júlia conhecia aquela gentil figura que a ouvia com atenção, as mãos nos bolsos enquanto caminhavam devagar na calçada, em uma casa não muito longe dali, ouvia-se o sussurro e o arfar entre duas amantes.

O calor era quase insuportável, mas ficar sem o toque uma da outra era mais ainda. Ana Clara, com os olhos fechados, sentia o arranhar das unhas de Laura contra a sua pele, e a boca entreaberta que deixava escapar exatamente o que sentia contra seus corpos desnudos, envolvidos um com o outro o suficiente para que proferisse aquela frase que nunca antes tinha dito pra alguém.

— Eu te amo – Ana Clara arrastava os lábios do pescoço até o lóbulo de sua orelha, com o ar quente fazendo-a arrepiar – eu amo você.

Fim do capítulo


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Comentários para 22 - 18. Mundo ordinário:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 25/08/2022

Eita Julia até que enfim vai relaxar um pouquinho.

Responder

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Lea
Lea

Em: 25/08/2022

Júlia e José, será que sai uma amizade daí??

*

A Júlia ficou traumatizada por causa do faditíco dia. Porém,além do Rodrigo que é amigo dela,ela não se relaciona com mais ninguém fora de casa??

*

Ana Clara está super envolvida,saiu até um " eu te amo",eita! Essa primeira vez delas, será que vai ser interrompidoa pelos pais da Laura?

Vai ser um pandemônio se isso acontecer,nessas condições!

*

Os pais da Coralina,abrigariam a Laura se o pior acontecer na casa dela??


Resposta do autor:

Olha, é possível que saia, afinal eles se deram bem, e até mesmo a Júlia merece se distrair um pouco mais de toda essa tensão jogando uma conversa fora.

 

Bom, não muito. Como ela quase não sai de casa normalmente, interagia mais com ele, coma família dele, os pais e algumas pessoas conhecidas, mas nada além disso. O mais próximo que ela tinha de chamar de amigo era ele, e os demais alguns conhecidos. Talvez pelo irmão da Laura lembrar ele fez com que ela se sentisse a vontade pra conversar, mas ela é o estilo poucos amigos mesmo, por isso até que praticamente não se vê ela saindo, só mais a Ana Clara.

 

Essa eu não posso dizer kkkkk mas isso dela ir ficar indo pra casa dela, e tudo mais, junto cm a empolgação... Não acha que pode dar um probleminha depois? Acho que ela esquece que não está no contexto de antes dela.

 

Mas, sem querer dar spoilers, decerto que o caos irá acontecer em algum momento, e ouso dizer que em breve...

 

E sim, eles abrigariam, gostam muito dela! Eles são bem mais tranquilos, afinal tem as duas vivendo lá tambem, ela seria o de menos, mesmo com o contexto que a levasse pra lá.

 

 

 

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